Será que junho vai acabar?
A semana que vem só vai acabar em dezembro, se acabar. Digo isso, porque entre 1 e 12 de junho, acontece a segunda rodada de negociações sobre mudanças climáticas em Bonn, na Alemanha.
O encontro vai ser o primeiro a discutir as minúcias do acordo que se pretende assinar na reunião de Copenhague, em dezembro. O primeiro rascunho do texto já foi apresentado pela ONU (você pode conferÃ-la ), e a expectativa é que agora a discussão esquente de verdade.
Essas negociações costumam ser difÃceis: briga-se por uma vÃrgula aqui, um parênteses ali. A troca de uma única palavra pode levar dias... Não exagerei quando disse que a semana que vem vai ser longa. E pode passar de dezembro.
O negociador chinês Gao Guangsheng já deu a entender que o paÃs, o maior poluidor do mundo (em termos absolutos), não vê Copenhague como meta definitiva.
"Acho que pode não ser a negociação final. Ela deve estabelecer as intenções de polÃtica para que possamos continuar a negociar", disse o representante à agência de notÃcias Reuters.
Já os Estados Unidos, os maiores poluidores per capita do planeta, ainda precisam pôr a casa em ordem (aprovar legislação doméstica) antes de assumir compromissos internacionais. Enquanto isso, a Europa - leia-se Alemanha e França - continua firme na intenção de sair da Dinamarca com um forte substituto ao Tratado de Kyoto debaixo do braço.
Na semana que vem, os negociadores começam a ver o texto, mas as decisões mais vitais, como metas e prazos de redução de emissões, formas de financiamento, investimentos, só vão ser tomadas quando os lÃderes dos paÃses chegarem a um acordo.
Ou seja, junho pode entrar pelo ano que vem...
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Eric, achei interessante este seu último lembrete de que "a semana" pode durar até o ano que vem. Ao contrário de que muitos dizem, o mundo não vai acabar se a solução não sair de Copenhague. As ONGs jogam com isso é claro, pois estão fazendo o serviço delas. Mas se até o secretário da Convenção do Clima já admitiu que pode ser preciso mais tempo para se chegar um acordo, não há razão para alardear o fim do mundo. No Congresso CientÃfico de Copenhague, em março deste ano, James Hansen, da Nasa, deu uma opinião interessante. É melhor não ter acordo, do que ter um acordo ruim. E por acordo ruim ele queria dizer, os Estados Unidos de Obama apenas comprometidos com metas de longo prazo. Quem vai assumir responsabilidades até 2020? Abraço e parabéns pelo trabalho