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O 'P' problema da questão climática

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Eric Camara | 2010-10-27, 16:47

A urbanização é apontada como fator de aumento de emissão de gases que provocam o efeito estufa

A última edição da novíssima revista científica Nature Climate Change traz um estudo que deve pôr lenha na fogueira na discussão sobre emissões provocadas pela atividade humana. Mitigation: More inhabitants, more emissions toca em um assunto delicado e, talvez por isso, amplamente ignorado nas negociações sobre mudanças climáticas: o crescimento populacional.


A estimativa é de que bateremos os 9 bilhões de habitantes no planeta até 2050, mesmo assim, nenhum grupo de trabalho da Convenção da ONU para Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) discute o assunto.

Há quem diga que cientificamente a questão não é relevante, mas talvez o maior obstáculo para discussão seja a possibilidade de detonar um barril de pólvora político: controle de natalidade, diferença nos níveis de natalidade em diferentes grupos étnicos, culturais ou religiosos e direito a liberdades individuais.

Fácil descambar para a discussão apaixonada, em detrimento da razão.

Menos gente, menos emissões?

Voltando ao estudo, a equipe do Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos liderada por Brian O'Neil, um dos maiores especialistas na relação população/emissões, a descoberta é que uma redução apenas moderada do crescimento populacional até 2050 poderia levar a cortes de 16% a 29% nas emissões necessárias para se evitar mudanças climáticas consideradas perigosas.

Estudos como o de O'Neil vão contra a premissa de grande parte da comunidade científica de que a população não é uma variável tão importante para as mudanças climáticas. Em linhas gerais, o argumento é que medidas de redução da natalidade não levariam a grandes mudanças nas regiões em que a população mais cresce. E mesmo se levasse, como essas regiões costumam estar perto das áreas mais pobres do mundo, o efeito sobre as emissões geradas pela atividade econômica seria indiferente.

O'Neil e sua equipe, por outro lado, argumentam que se nascessem 1,5 bilhão de pessoas a menos que o estimado entre 2000 e 2050, o mundo cortaria até 1,4 gigatoneladas de emissões de gás carbônico, ou seja, mais de 16% por cento do total atual. O envelhecimento da população, diz o estudo, também pode reduzir as emissões em até 20%, mas aumentos das áreas urbanas - que levam a maiores emissões, segundo os pesquisadores - zerariam estes ganhos.

Se mesmo sem se falar em população, já está difícil encontrar um meio termo para a comunidade internacional traçar uma estratégia que limite futuras emissões, será que vale a pena tocar no 'p' da questão? Por outro lado, se os ganhos podem ser tão significativos como indica o estudo de O'Neil, e praticamente sem a necessidade de enormes investimentos, não seria irresponsável ignorar esta variável?

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 06:53 PM em 27 out 2010, Fabio Nienov escreveu:

    Acho que o problema não é a questão populacional mas sim o tamanho das nossas cidades. Com o aumento da população as cidades aumentam. Acontece que na Europa já se discute o conceito de 'Compact Cities' a quase duas décadas, com o objetivo de impedir o crescimento das cidades sobre áreas verdes. Resultado é que eles estão densificando as cidades, mais gente morando em menos espaço, diminuindo os deslocamentos de carros, melhorando a rede de transporte público. No Brasil não se vê isso e nem se discute, ainda. Espero que isto aconteça algum dia.

  • 2. à²õ 07:08 PM em 27 out 2010, Zeza Estrela escreveu:

    É um fato, a maior poluição do planeta é a humana e quanto antes os humanos perceberem isso melhor. 8)

  • 3. à²õ 12:09 AM em 28 out 2010, Roney33 escreveu:

    as pessoas são viciadas em sexo, seja para fazer filhos, ou para diversão, devemos sim fazer métodos de controle populacional, principalmente para as populações mais pobres, de onde vem a maioria das pessoas, em países da africa, china, e populações onde as pessoas não tem acesso a informação, como índia e ate mesmo o nordeste brasileiro; até porque quanto mais possoas, menos comida, menos água, mais concorrência, e menos empregos

  • 4. à²õ 11:12 AM em 28 out 2010, Eric Camara Author Profile Page escreveu:

    Curiosamente, a maior parte dos estudos mostra que justamente as populações mais pobres são aquelas que menos impacto têm sobre o nível de emissões de gases que provocam o efeito estufa. Portanto, há quem diga que faria mais sentido ter controle de natalidade para populações urbanas e nos países ricos e em desenvolvimento que nos mais pobres. Obrigado pelo comentário! abs Eric

  • 5. à²õ 12:16 PM em 28 out 2010, Edu escreveu:

    POderia resolver o problema de superpopulação mandando os ambientalistas para o meio da Amazonia ou para o fundo do mar. O mundo viveu tão bem sem militancia ambiental por tantas centenas de anos, porque precisamos desses parasitas hoje?

  • 6. à²õ 10:16 PM em 28 out 2010, x Antonio Vandré escreveu:

    Edu, você está brincando, não é ?

    Eu diria que o maior problema é falta de conscientização das pessoas, não só em termos de evitar filhos e poluir menos. Precisamos de mais ética, principalmente os empresários que só pensam em lucros.

  • 7. à²õ 01:48 PM em 20 nov 2010, Rodrigo Azenha escreveu:

    O Edu tem razão! Nunca tivemos tanta histeria política inconsequente, já que não há nada de cientifico nesta "palhaçada" de emissões de carbono e aquecimento global antropogênico. Já era previsto que terroristas políticos e ambientalistas radicais marxistas (olha! eu sou socialista convicto) tentassem diminuir a população mundial e controlar o crescimento dos países pobres e emergentes. E o que é mais perigoso: eles estão conseguindo. Crianças nas escolas estão aprendendo que o ser humano é uma coisa ruim para o planeta. Que absurdo! Isso tudo disfarçado num discurso de desenvolvimento sustentável e educação ambiental; sendo que o maior problema é a fome e a falta de água nos bolsões de pobreza do mundo. Quanta ignorância! Já esta na hora de refletirmos a questão dos problemas ambientais sob outro ângulo na qual inclua o combate a fome e o uso sustentável do solo e da água, sobretudo ajuda aos países pobres.

  • 8. à²õ 06:46 PM em 20 nov 2010, Eric Camara Author Profile Page escreveu:

    Caros Edu e Rodrigo, obrigado pelos comentários. As mudanças climáticas são um problema real, essa conclusão não é de ambientalistas, mas da esmagadora maioria da comunidade científica. O aquecimento global está acontecendo de acordo com quase todos pesquisadores que se debruçam sobre o tema e uma porção cada vez maior deles concorda que ele tenha sido e continue sendo provocado pela atividade humana. A questão da população, como escrevi no blog, é considerada uma das variáveis neste problema - nunca a única ou nem mesmo a principal. "Ambientalistas radicais marxistas" podem até tentar utilizar a questão para seus próprios fins, mas não devemos nos esquecer de que não foram eles que inventaram ou sequer detectaram o problema.

    Sabe-se que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) andou sendo atacado nos últimos tempos, mas mesmo assim ele continua a ser a principal referência do conhecimento acumulado por especialistas que dedicam carreiras ao estudo do clima.

    Abraços e obrigado pelos comentários!

  • 9. à²õ 01:40 AM em 12 mar 2011, Gui Dias escreveu:

    hoje se fala tanto em fome mas devemos ressaltar também o aumento da obesidade. realmente a seguinte frase define: "o mundo é injusto" mas reflita a seguinte frase: a liberdade de um indivíduo qualquer começa quando a do outro termina. no mundo esses problemas e catástrofes que ocorreram, ocorrem, e estão ocorrendo são responsabilidade de todos pois ninguém vive só. devemos tirar um tempo para o "nosso planeta" pq sempre tiramos um tempo para tantas coisas. o mundo não depende do homem e sim o inverso.

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