Cancún: a última chance de Lula
Semana passada eu perguntava quanta paciência ainda lhe resta com as conferências das Nações Unidas sobre clima. Estávamos no meio da última preparatória em Tianjin, na China, antes do encontro de Cancún, no México, e ainda havia alguma expectativa (ou esperança?) de que as negociações avançassem.
Foi-se Tianjin e pouca coisa mudou. Países em desenvolvimento declararam querer mais "ambição" dos países ricos, mais clareza sobre como pretendem manter o aquecimento global a 2ºC e sobre financiamentos, principalmente os US$ 30 bi anuais - ambas promessas do "Acordo de Copenhague".
Já os países desenvolvidos insistiram no "v" da discórdia, de verificável, parte fundamental da sigla MRV (mensurável, reportável e verificável) exigida para futuros compromissos dos países em desenvolvimento.
Até mesmo, a secretária-executiva para mudanças climáticas da ONU, Christiana Figueres, tratou de baixar a bola para Cancún: "(a reunião no) México não deve resultar em um acordo abrangente". Ficam, pois, adiadas para a África do Sul, em 2011, as expectativas de avanço.
Vamos, então, passear no México, já que o trabalho ficou para a África do Sul? Pelo contrário, acho que a diminuição das expectativas para 2010 acarreta em um aumento delas para 2011. Logo, os negociadores saberão que é preciso avançar muito entre 27 de novembro e 10 de dezembro, caso não queira repetir Copenhague abaixo do Equador.
O grupo Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China) talvez seja um dos mais interessados em empurrar o processo adiante daqui a pouco mais de um mês. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria marcar presença na Dinamarca, mas como todos os outros, saiu de mãos abanando.
Fortalecidos pela apatia europeia e a inoperância americana, os Basic têm uma grande chance de tomar as redeas do processo e tentar levá-lo adiante em Cancún. Além disso, para Lula será a última oportunidade de marcar sua participação em um dos processos mais importantes da História. Ou não.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Muito me admira os senhores jornalistas quererem jogar a responsabilidade do êxito deste encontro no colo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo que até agora quem apresentou propostas concretas foi ele e os países definidos por vocês como Basic, ora, ora, não vi o referido jornalista sequer se ater ao comportamento irresponsável do atual presidente do EUA mister Barac Obama no último encontro, saindo de fininho e num claro comportamento dissimulado e vergonhoso para um mandatário que é responsável pelo país que mais polui o nosso planeta.
Olá Saulo, acho que houve um mal-entendido aqui. Em nenhum momento quis dar a impressão de que o sucesso do encontro seja responsabilidade de Lula. Muito pelo contrário, quis - isso sim - dizer que o próprio presidente deixou a impressão de que gostaria muito de ser um dos responsáveis por um futuro acordo. E para isso, o tempo está se esgotando. Repare também que já comentei sobre a inoperância dos Estados Unidos (maiores poluidores históricos, que hoje ficam atrás da China) em diversos posts anteriores. Um abraço e obrigado pelo comentário! Eric
No México? Se sobreviverem para narrar a conclusão da cúpula,cimeira ou encontro já será um feito histórico.Acredita mesmo que no meio de uma crise quase planetária,envolvendo os dois mais poderosos blocos econômicos,USA & Europa,esse assunto que já não prosperou na Dinamrca terá sucesso em meio a essa "guerra civil"mexicana? E Lula,o que fará,além de perder tempo, tendo compromissos de campanha e transferência de poder ,já no dia primeiro de 2011? Copenhaguem foi frustante,os EUA, sabotam desde Kioto ,esforços nesse sentido.Sugiro,sem ironia,que programem a proxima conferência em Rio Branco,Acre.Pode resultar em nada,mas que é simbólica,não tenha a menor dúvida.
Para que Lula ponha seu nome na historia ele deve propor uma reviravolta nos postulados de Kyoto e uma revisão geral da ciencia do clima pois o problema do planeta não reside no efeito estufa e no gas carbonico.
O problema do clima reside na falta de agua no solo para evaporar e conduzir o calor para a alta atmosfera.
Devemos traçar um plano de dispersão de água no deserto do Sahara. Unica maneira de resolver rápidamente o aquecimento global.