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Entrevista - Taxidermia vegetariana

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Ilana Rehavia | 2009-02-25, 15:48

Uma vegetariana que faz acessórios e objetos de decoração usando animais mortos não é das coisas mais comuns...mas o trabalho da neozelandesa é realmente original não só na combinação da taxidermia com a moda, como também na mensagem que a artista quer passar.

Taxidermia, que vem do termo grego que significa "dar forma à pele", é a arte de montar ou reproduzir animais para exibição ou estudo.

BirdShoulderPieceblog.gif
Fiquei intrigada desde que vi o trabalho de Julia pela primeira vez em uma revista, e resolvi conversar com ela para saber o que está por trás de seu desejo de preservar animais mortos, e usá-los como acessórios...

Confira!

ý Tendências - Como você começou a trabalhar com taxidermia?

Julia - Desde pequena era fascinada pela morte, mas também tinha um forte amor pelos animais. Aos 15 anos, decidi aprender taxidermia, mas não conseguia encontrar ninguém que me ensinasse na Nova Zelândia. Quando me mudei para a Austrália, encontrei um taxidermista aposentado que me deu algumas aulas.

ý Tendências - Como as pessoas reagem ao seu trabalho?

Julia - Em geral de forma positiva. Eu sou muito clara sobre o fato de que sou vegetariana e todos os animais que uso morreram de causas naturais, ou foram encontrados mortos. Eu só recebi uma mensagem de ódio até hoje e quando expliquei minhas filosofias aos responsáveis, eles me mandaram um pedido de desculpas.

SparrowBroochblog.gif

ý Tendências - Como é o processo de criação de suas peças?

Julia - Eu geralmente começo com o animal e decido o que ele deve se tornar, um broche, uma escultura, etc. Eu decido então como adorná-lo...se é um rato, colocarei diamantes em seus olhos, se é um corvo, moldo suas patas em prata e as coloco de volta como metal. Cada peça é muito orgânica e eu sinto o que funciona (para o animal) e sigo esse instinto.

ý Tendências - Você menciona em seu website que só usa animais que morreram de causas naturais. Como você encontra esses bichos?

Julia - Eu sempre carrego uma sacola plástica comigo para o caso de encontrar algum, mas a maioria dos meus animais é doada por amigos e pessoas que leram sobre mim ou viram entrevistas minhas na televisão. Eu tenho um freezer lotado de doações.

ý Tendências - Que mensagem você acredita que esse tipo de trabalho passa sobre a vida e a morte?

Julia -
Para mim, é sobre a natureza passageira da vida e a importância de se apreciar cada dia. Eu acredito que se você aceitar sua mortalidade você pode apreciar o valor da vida, não só a sua própria, mas a de todas as pessoas e criaturas.

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 07:07 PM em 25 fev 2009, Mateus escreveu:

    Um gosto retrógrado, que reflete a mente perturbada da artista que não consegue evoluir, fica presa a morte, ao oculto e misterioso que são característica do fato morte, a morte não é uma entidade a ser venerada e sim um fato, uma ação, um estado.
    Venere a vida, o produtivo e o presente, Julia deVille por favor pare de fazer moda.

  • 2. à 08:53 PM em 25 fev 2009, Herr Krieger escreveu:

    O Sr. Mateus do post acima, está equivocado. A artista em nenhum momento citou gosto pela morte ou pelas coisas obscuras, que o próprio leitor nem sabe citar o que é. A falta de ignorância do leitor é nata: vide que em praticamente todas as culturas antigas, se faziam adornos com animais mortos e nem por isso essas culturas são obscuras ou mórbidas. Sr. Mateus, pare com seus comentários preconceituosos. Aprenda a ler um pouco mais e a respeitar os outros seres, vivos ou não !!!

  • 3. à 09:53 PM em 25 fev 2009, Fernanda escreveu:

    Fiquei chocada ao me deparar com essa matéria... Pra mim, um abusrdo, uma falta de criatividade num mundo tão maravilhoso, mas que também, paralelamente, anda cheio de tristezas. Não seria a hora de uma estilista, que tem a possibilidade de influenciar pessoas pensar em coisas que nos façam bem aos olhos? Que nos fazem querer viver mais e mais essa vida? Como o Mateus acima disse: pare de fazer moda!!

  • 4. à 09:57 PM em 25 fev 2009, Antonio escreveu:

    Concordo plenamente com o comentário de Mateus e acrescento: nunca ouvi tantos clichés saindo da mesma boca. Então a vida é efêmera e pendurar animais mortos é uma forma de nos lembrar disso? Que pensamento mais sofisticado! Não é a toa que o povo da moda tem reputação de ser fútil e ter o cerébro como um dos animais que ela usa em suas roupas.

  • 5. à 11:35 PM em 25 fev 2009, ozeda bagaln escreveu:

    a vida tb não é uma entidade a ser venerada e sim um fato, uma ação, um estado.
    mas ela tb poderia fazer com pedaços humanos, assim não haveria especismo post-mortem

  • 6. à 03:26 AM em 26 fev 2009, Carlos Eduardo escreveu:

    Moda de péssimo gosto

  • 7. à 11:08 AM em 26 fev 2009, Alessandro Cavalcante escreveu:

    Querida Ilana,
    Particularmente achei de um profundo mau gosto. Se isto é arte, é uma arte bizarra.

  • 8. à 12:01 PM em 26 fev 2009, Marcia Fatima de Gouveia escreveu:

    Lamento informar aos admiradores que segundo ela são a maioria absoluta mas isso que ela faz e lhe dá um prazer mórbido cultivado como ela mesma diz desde a infância em nada contribui para o Bem da Causa Animal.
    É só pensar um pouquinho...
    Vocês podem ver muitos animais precisando de ajuda pelas ruas mas vocês costumam encontrar seus corpos com tanta facilidade?
    Então...imaginem o final de vida que tiveram cada um dos muitos bichinhos que ela tem no freezer...
    Também não me agrada a manipulação que ela faz de seus corpos mortos.
    E para terminar: Arte que tem que ser explicada não diz nada do que pretende.

  • 9. à 12:28 PM em 26 fev 2009, Ricardo Dutra escreveu:

    O mundo dá voltas, quando essa pseudo-artista falecer, vamos fazer pulseiras, colares e todas essas coisas futeis com o corpo dela. Poderemos expor seus orgãos e demonstrar para todos um coração deteriorado pela falta de sensibilidade. Somos seres tentando ser humanos, isso sim.

  • 10. à 03:36 PM em 26 fev 2009, Giancarlo Kind Schmid escreveu:

    Apenas uma correção ao Sr. Herr Krieger: as culturas antigas usavam sim, adornos de ossos, dentes de animais (até mesmo humanos), penas, e mesmo animais ressecados (em alguns países ainda se tem o costume de esticar peles de urso com cabeças empalhadas como tapetes de sala, ou peles de tigre, cabeças de gamo, alce, em alguns lugares, tipicamente na Europa e EUA); só que, o que devo ressaltar, é que para os povos antigos, os princípios eram religiosos, sagrados, míticos, e não relativos à moda, como alguns "estilistas" pretendem, desejando na verdade chamar a atenção e apenas chocar. Se o objetivo desta moça era despertar os sentimentos das pessoas, consegiu; mas isso não é moda, como não é moda pendurar carne de animais pelo corpo, roupas com plantas, roupas de chapinhas de refrigerante, etc. Moda significa costume, algo que faz parte de uma coletividade, não creio que as pessoas queiram andar com pássaros mortos pendurados, embora alguns teimem em andar com peles de raposinhas e chinchilas no pescoço. Isso só incentivará a matança de animais, como se o bicho fosse um adorno, quando é um ser vivo que sofre e sente dor como nós.

  • 11. à 03:37 PM em 26 fev 2009, Camila escreveu:

    Eu acho que a artista até pode tentar maquiar seu trabalho com um bom intuito, mas já que necessita de tanta explicação, é bem provável que este tipo de "arte" influencie pessoas que tratam animais como objeto de luxo.
    Ela diz que usa animais mortos, mas quem garante que outras pessoas não sustentará ainda mais tráfico de animais para saciar o "gosto exótico" - para não dizer mórbido - de algumas madames, por um acessório feito de animais em risco de extinção?

    Se ela realmente ama animais, deveria pensar nas consequências que uma exposição dessa pode trazer.

  • 12. à 04:58 PM em 26 fev 2009, Aurea Gheur Souza escreveu:

    A atitude dessa pessoa é contra todos os preceitos ecológicos. Os animais têm que ser valorizados por meio dos recursos midiáticos e não como adereços. Se ela quer reproduzir suas imagens, que o faça com recursos sintéticos o que seria o normal. Seria muito triste ver meu cãozinho empalhado passeando anexo ao corpo de uma modelo nas passarelas ou exposto numa loja de grife. Isso é repugnante!

  • 13. à 06:01 PM em 26 fev 2009, maria escreveu:


    Que você nunca consiga sucesso com está idéia fraca. Seu alicerçe não tem sustentação em sua base!

  • 14. à 12:54 AM em 27 fev 2009, Jéssica Dalcol escreveu:

    O confronto entre a vida e a morte desde muito tempo descabela dezenas de filósofos e inspira milhões de artistas das mais diversas épocas – afinal, é, sem dúvidas, um assunto digno de reflexão e representação / interpretação artística. O grande problema de hoje é a confusão de o que é a arte.
    Arte são acessórios? São casacos? São calças e adornos? Certamente essas coisas podem ser muito belas graças à imaginação de um bom estilista, mas são moda. Moda é arte? Minha opinião (e que esperneiem os estilistas): Não. Não ainda.
    É uma indústria, considerada fútil por alguns, maravilhosa por outros, mas é uma industria, assim como têm se tornado a música e outras vertentes artísticas, as quais, diferente da moda, são (ou eram) consideradas arte.
    O que me incomoda no trabalho de Julia deVille é a afirmação de ser uma meio de demonstrar “a natureza passageira da vida” ou “aceitar sua mortalidade”. Uma pomba morta no meu ombro pode ser algo estranho, bonito, obscuro, inovador, digno de aplausos ou vaias – me omito nessa questão, a deixando para os estilistas e defensores ou não dos animais -, mas uma coisa definitivamente ela não é: um esclarecimento naquele tal confronto, vida VS morte. Afinal, está numa passarela e, convenhamos e repitamos: é uma industria.
    A moda veste o corpo e não a alma. Se a moça quer fazer esse tipo de moda, tudo bem; mas não finja ser tocante como a arte só porque lida com a morte.
    Se acha que estou sendo mesquinha, pergunte a alguma das modelos que vestiu as peças se aquilo realmente alterou profundamente sua visão sobre a vida e a morte. Depois disso, mostre a ela uma obra como “As Vaidades da Vida Humana” de Harmen Steenwick e peça para observá-la e tentar interpretá-la; faça a mesma pergunta anterior. Daí tire suas próprias conclusões.

  • 15. à 02:08 AM em 27 fev 2009, Tati Fadel escreveu:

    A única causa dessa polêmica é o fato de todos acharem que um corpo morto tem ainda algum significado, seja ele bom ou ruim. Isso é apenas um tabu (que talvez devêssemos até compreender), aquilo cujo nome não ousamos dizer: medo daquilo que desconhecemos. Os animais morreram de causas naturais - qual a diferença entre colocá-los embaixo da terra ou usá-los como adorno? Os ianomâmis bebem seus mortos numa sopa, e assim acreditam na permanência de seus ancestrais/pessoasqueridas no meio de seu grupo. Eles devem nos achar bárbaros por colocarmos quem amamos (pessoas ou bichos) numa caixa de madeira e esperarmos os vermes fazerem seu incessante trabalho.

  • 16. à 10:23 AM em 27 fev 2009, carol escreveu:

    Animais são seres que devem ser respeitados assim como os humanos. Se não é normal, "moral", usar corpos humanos para fazer esse tipo de trabalho, porque seria usar corpos de animais?

  • 17. à 10:34 PM em 27 fev 2009, cintia escreveu:

    Não vejo nada demais na utilização de animais mortos como adornos.
    Sou favorável ao trabalho da Julia.
    E que a morte seja discutida!

    Concordo que o convívio com a morte nos ajuda a viver melhor. Tanto para valorizar da vida quanto para se acostumar com as inevitáveis perdas que enfrentamos.

  • 18. à 11:40 AM em 01 mar 2009, Edu escreveu:

    Ridículo. Além de ser de extremo mau gosto, apenas estimula outras pessoas a copiarem, quiçá assassinando indefesos animais para isso.

  • 19. à 11:42 AM em 01 mar 2009, Eduardo escreveu:

    Comentario acima (da Carol) PERFEITO !

    Sem contar que é algo de PÉSSIMO gosto.

    O que os "humanos" não fazem para aparecer....

  • 20. à 06:44 PM em 11 mar 2009, Ana Paula escreveu:

    Me desculpe, mas temos outros materiais tão menos agressivos e que na verdade promovem a beleza e o respeito a natureza.Detestei!!!!

  • 21. à 06:53 PM em 12 mar 2009, Hannah Sá escreveu:

    No minimo extemamente bizarro

  • 22. à 06:54 PM em 12 mar 2009, Hannah Sá escreveu:

    Aurea Gheur Souza, que espécie de grive mórbida vai comprar uma idéia dessa? Se comprou acredite que quero saber qual que eu nunca mais compro dela!

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