Moody's melhora nota da dívida brasileira
A agência de classificação de risco Moody's elevou nesta segunda-feira a classificação dos títulos atrelados à dívida do governo brasileiro de Baa3 para Baa2, justificando que recentes ajustes fiscais devem tornar o crescimento econômico do país mais sustentável e aumentar as chances de que o Brasil honre seus compromissos financeiros.
A nova nota deixa o Brasil um nível acima do grau de investimento (concedido aos países com menor probabilidade de dar calote), que havia sido conquistado em setembro de 2009.
De acordo com a agência, pesaram em favor da decisão a intenção do governo de reverter políticas expansionistas, adotar medidas conservadoras que parecem mais consistentes com um caminho de crescimento sustentável e a expectativa da agência de que a dívida do governo apresente uma tendência de queda, na medida em que as diretrizes orçamentárias para o médio prazo sejam seguidas.
Em comunicado, a Moody's diz que preocupações sobre uma explosão de crédito têm dominado as discussões sobre a economia brasileira nos últimos meses.
No entanto, o documento diz que “a visão da Moody's neste tema é que, mesmo que uma bolha se materialize, seu impacto nas contas do governo não deve ser substancial”.
A agência anunciou ainda a perspectiva de que a nota do Brasil aumente outra vez entre os próximos 12 e 18 meses, desde que o crescimento econômico se modere e continue em taxas mais baixas, mas mais sustentáveis, e que as autoridades queiram e consigam cumprir as metas orçamentárias de médio prazo.
Grau de investimento
A Moody's foi a segunda das três principais agências de risco a elevar o Brasil acima do primeiro nível do grau de investimento, após a Fitch.
A categoria de grau de investimento determina se um país oferece ou não risco de pagar seus títulos. Quanto mais elevada a classificação, maior a propensão em atrair títulos.
Muitos investidores usam as notas como base para decidir sobre investimentos, ponderando se a possibilidade de lucros com juros maiores, por exemplo, compensa o risco de perdas ao colocar o dinheiro em países com economia instável.