Renault entra no cabo-de-guerra da F-1
A Renault resolveu entrar no bloco formado por Ferrari, Toyota, Red Bull e Toro Rosso, e anunciou nesta quarta que poderá abandonar a Fórmula 1 caso a federação internacional de automobilismo insista em adotar a partir do ano que vem as novas regras que limitam os gastos das equipes.
A posição anunciada por essas equipes racha a F1 e ameaça o futuro da categoria ao confrontar diretamente os dois homens fortes do automoblismo mundial, Bernie Ecclestone (presidente da FOM - Formula One Mangement e da FOA - Formula One Association) e Max Mosley (presidente da FIA - Fédération Internationale de l´Automobile).
Até então parecia que a vontade de Bernie e Max iria prevalecer, apesar da maioria das equipes torcer o nariz para as novidades.
Mas aos poucos o bloco da oposição cresce e fica mais forte. Na turma do contra já tem três montadoras de grande porte, incluindo a Ferrari (leia-se Grupo FIAT), equipe mais tradicional da F1.
Se McLaren/Mercedes, BMW e Williams também baterem o pé, Bernie e Max ficarão em posição delicada, pois correm o risco de verem o grande filão dos ovos de ouro ficar reduzido à ²õ equipes de menor expressão e à ²õ pretendentes, como a USGPE, a nova equipe americana pronta para entrar na categoria em 2010.
Como já ameaçaram fazer no passado, as montadoras + Red Bull/Toro Rosso + Williams poderiam inaugurar uma categoria paralela que teria grande poder de atrair os apaixonados pelo esporte.
Para quem não vem acompanhando de perto o assunto aà vai um resumo do imbroglio.
De acordo com as novas regras, as equipes que mantivessem seus gastos abaixo dos £40 milhões (cerca de R$ 120 milhões) poderão usufruir de benefÃcios técnicos que garantiriam uma vantagem competitiva, como por exemplo o uso de asas traseiras móveis, banidas pelo regulamento atual.
Segundo a FIA as regras são necessárias para evitar o atual desnÃvel técnico que prejudica as equipes menores que não podem bancar gastos elevados e desestimula a entrada de novas equipes que não podem acompanhar a escalada dos orçamentos da F1.
As equipes de ponta como Ferrari, Toyota, McLaren e BMW gastam atualmente mais de £300 milhões numa temporada.
Na opinião dos quase-dissidentes, as novas regras criariam duas categorias na F1, dividindo o grid entre as equipes beneficiadas pelas vantagens técnicas e as demais.
A Renault diz que é frustrante ver que a FIA ignorou a proposta de redução de custos gradual (entre 2009 e 2012) feita pela Fota (Formula One Teams Association) sem ao menos consultar as equipes para discutir os detalhes.
A Ferrari diz que não aceita participar de um campeonato dividido por regras técnicas arbitrárias e parâmetros econômicos.
Um detalhe: a equipe é a mais antiga da F1 tendo participado de todos os campeonatos desde que a categoria foi criada.
Até então a FIA continua irredutÃvel e não vê motivos para mudar as regras para 2010.
Como as equipes têm até o dia 29 de maio para confirmar a inscrição para o campeonato do ano seguinte, não deveremos demorar muito a conhecer a decisão final.
Será que a corda da F1 dessa vez arrebenta? Quem será que ganha o cabo-de-guerra polÃtico? Quem será que cede?
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Dizem que o Bernie é o 'Supremo' da F1. Quero ver se ele é tão ranzinza e ditador assim como dizem.
Minha opinião é que, desde a saÃda do Shumie, a categoria voltou a ter graça. Não precisa mudar muito mais não.
Eu realmente não consigo entender onde a FIA quer chegar com isto, os investimentos feitos na F1 são em grande parte transferidos para os carros de rua. Limitar os gastos das equipes é uma tremenda bobagem, já imaginou se a FIFA limitasse os gastos dos clubes de futebol para equilibrar os campeonatos? seria ridiculo. F1 é isso, transformação constante, pesquisas e investimentos. Equipes que não tem dinheiro para investir na principal categoria do automobilismo mundial vai correr em outras, tais como: Formula Indy, Stop Car, Nascar, etc.
Formular uma cota de limite de gastos na F1 é muito estranho,sendo que a categoria sempre teve o prestÃgio e o glamour devido ao fato de ser um campeonato multimilionário.Não vejo nada de especial acontecendo se isso realmente for aprovado,sem contar a perde de equipes tradicionais da F1,ou seja é melhor deixar como está,poÃs diga-se de passagem este ano a categoria anda como uma caixinha de surpresas,realmente intrigante,nota 10!
Corrige isso ai. A Williams nao vai "bater o pé" coisa nenhuma. Ja foi divulgado que ela aceita o novo regulamento, a unica equipe que anunciou isso, mesmo com a simpatia da Brawn, que ainda nao tomou posiçao. Dia 29 de maio, quem viver vera'.
Você tem toda razão, João. Realmente, a posição atual da Williams é de aceitar as novas regras. Mas, no domingo, antes do GP de Barcelona, o Patrick Head, diretor técnico e um dos donos da equipe, disse que eles sempre defenderam a criação de um teto para evitar a escalada dos custos, mas que achavam o limite de £40 milhões imposto pela FIA excessivamente baixo e que também não queriam ver a F1 separada em duas divisões. Como é mesmo aquele ditado? Onde há fumaça.....