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Dunga Futebol Clube

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Rogério Simões | 2010-03-08, 11:02

dungablog.jpgO técnico Dunga está acostumado a pressões. O péssimo futebol brasileiro na Copa de 90 entrou para a história como a "Era Dunga", devido ao apreço do então técnico da Seleção, Sebastião Lazaroni, pelo futebol feio, mas guerreiro e supostamente eficiente, do seu volante. Para a Copa dos EUA, quatro anos depois, o "povo" e a imprensa brasileiros queriam uma mudança total de rumo, e a decisão de Carlos Alberto Parreira de manter Dunga como maestro da Seleção irritava o grande público. Dunga era um dos mais criticados na equipe, mas aguentou firme. Quando veio o tetra, em uma decepcionante final sem gols, decidida nos pênaltis, o volante era um dos mais aliviados. Para ele, a conquista foi uma resposta aos críticos. . Segundo ele, o grupo de 94 aliou habilidade a organização.

A três meses de mais um Mundial, a Seleção tem o ex-capitão agora como técnico, em uma espécie de segunda "Era Dunga". O treinador já disse que o grupo está formado, apesar de pressões pela convocação de Ronaldinho e Alexandre Pato. Mas que grupo é esse? Até os anos 70, a ideia no Brasil era de que a Seleção deveria ser formada pelos melhores jogadores do país, ponto final. Com eles em mãos, cabia ao treinador ajeitá-los da melhor forma possível. Deu certo com Zagallo, em 1970, que conseguiu encaixar Gerson, Rivellino, Pelé e Tostão num mesmo time. Mas não funcionou com o mesmo Zagallo na Alemanha Ocidental (1974), para onde o Brasil levou uma cesta de ótimos jogadores que, em campo, não falavam a mesma língua. Para a Argentina (1978), o problema foi o mesmo: Cláudio Coutinho comandava uma Seleção que um dia tinha Reinaldo, com sua eterna contusão no joelho, outro dia Roberto Dinamite ou Dirceu. Até mesmo Rivellino, fora de forma, estava por lá, dando o ar da graça na disputa pelo terceiro lugar, contra a Itália.

O conceito mudou um pouco nos anos 80. Em vez de "os melhores jogadores do Brasil", a receita passou a ser "os melhores jogadores da atualidade". Eram chamados apenas aqueles que estivessem realmente em um bom momento. Mesmo assim, não deu certo em 1982, quando Telê Santana tentou fazer com que Serginho, acostumado a ter um time (São Paulo) lhe servindo o tempo todo, funcionasse ao lado de Zico e Sócrates. A mistura de craques a qualquer custo voltou a não dar resultados em 2006, com o fracasso da turma Kaká, Ronaldo, Adriano e Ronaldinho, à época uma constelação de craques que, ao entrar em campo, acabava devendo ao torcedor.

Dunga não quer correr riscos. Para a Copa de 2010, resolveu não fazer exatamente uma "seleção brasileira". Optou por uma "seleção de brasileiros". A sua seleção. O seu time. Como se fosse técnico de um clube, Dunga "contratou" aqueles jogadores que lhe agradam, não necessariamente os "melhores do Brasil" ou mesmo "os melhores da atualidade". O Brasil será representado na Ãfrica do Sul pelo DFC, Dunga Futebol Clube, uma coleção de jogadores brasileiros nos quais o treinador aposta suas fichas e que, na sua opinião, funcionam bem juntos, como equipe.

Por isso Dunga já deixou claro que Ronaldinho ou Pato "já tiveram suas chances". Não importa se isso ocorreu dois anos atrás ou que ambos estejam agora jogando bem pelo Milan, em um dos mais difíceis campeonatos nacionais do planeta. Pouco importa também se Júlio Baptista está ou não jogando mal na Roma, se Robinho está ou não em boa fase, se Elano (hoje no Galatasaray) joga ou não por um grande clube, numa difícil liga, e mesmo se está bem ou não. Ou se Adriano continua ou não tendo problemas internos no Flamengo. Todos esses nomes devem estar na Copa, enquanto Ronaldinho e Pato devem ver o torneio pela televisão. Dunga quer uma equipe de brasileiros bem-sucedida, não uma "seleção dos melhores".

Ainda não é possível dizer se seu plano é a melhor opção. Se trouxer a taça, Dunga será aclamado como um gênio da estratégia. Se fracassar, será "crucificado" por imprensa e torcedores. Mas ele é o técnico e monta o time que quiser, apenas não se trata exatamente da "Seleção Brasileira". Mais honesto seria torcer para o Dunga Futebol Clube.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 08:22 PM em 08 mar 2010, Nelson escreveu:

    Bom.. difícil dizer o que pode dar certo, é uma linha de trabalho.. Parreira preferiu levar os medalhões, para não ser crucificado e conseguiu, ninguem culpa ele , mas os jogadores... Dunga pelo menos tem isso, como o Felipão.

  • 2. à²õ 01:56 AM em 09 mar 2010, Carlos Almeida Przybylski escreveu:

    Que grande bobagem...........os resultados do time montado por Dunga desmentem seus detratores raivosos........Tratam ele da mesma forma que tratam o Lula....achei também descabido esta obrigatoriedade de ganhar..." se perde a copa será crucificado" !!!!... Ora, e onde fica a esportividade? Decerto não está neste blog....

  • 3. à²õ 09:07 AM em 09 mar 2010, hilson mergulhão breckenfeld filho escreveu:

    gostem ou não do dunga,ele não está só; em 1970 mestre zagallo não levou dirceu lopes e nem djalma dias, em 1974 ele não levou clodoaldo e nem pos o edu para jogar e deixou ademir da guia no banco, em 1978 o claúdio coutinho não levou falcão,preferiu chicão e para concluir em 2002 felipão deixou alex e levou edilson;essas coisa acontecem...

  • 4. à²õ 09:56 AM em 09 mar 2010, Gilmar Crestani escreveu:

    Depois de tanta sabedoria só cabe uma pergunta: que times o Rogério Simões já treinou? Não se espera ética só de administradores públicos, mas também de jornalistas. Ele deveria declinar a favor de que grupo de interesses defende Ronaldinho e Pato? Vou refrescar a memória: o Milan é do Berlusconi, um antigo sócio da máfia. Precisa dizer mais alguma coisa? Ora, vá catar coquinhos!

  • 5. à²õ 12:08 PM em 09 mar 2010, Rodrigo escreveu:

    Vale ressaltar que a matéria é sobre o estilo de trabalho de Dunga que mantém um plano diretor que foi sendo traçado nestes 3 anos que vem dando certo,pois o futebol existem essas coisas pois a coêrencia do trabalho o retrospecto será titulos.
    Já se tratando de Ronaldinho este sim merece uma segunda chance pois vem demostrando uma boa fase,agora sobre Pato talvez por ser um setor mais concorrido ficará dificil a ida do mesmo.
    Sou a favor a ida do Gaúcho.

  • 6. à²õ 02:11 PM em 09 mar 2010, evaldo stender escreveu:

    A minha maneira de pensar,temos jogadores do e, no Brasil famosos, brilhantes,criativos,mas tambem mercenarios.Nao vou citar nomes,pois penso nao valer a pena,acredito e respeito o criterio de escolha de jogadores por Dunga, por um principio; Trata-se da selecao brasileira, entao jogadores devem ser escolhidos os residentes no Pais, os de fora tem outra mentalidade, nao querem nunca se machucar pelo Brasil, pois colocaria em risco o contrato com os clubes estrangeiros, patrocina- dores,etc. Acredito na ousadia do Dunga, pois todos(povo)sempre pensam, so'em estrelas,que ganham rios de din din, e na hora do vamos ver jogam de salto alto, podem alguns discordar do meu pensamento, mas o Dunga esta certissimo em agir desta forma,ja'fez parte da selecao canarinho, devendo saber de muitos podres destas estrelas, naturalmente outras virao, pois o celeiro chamado Brasil nao para nunca.

  • 7. à²õ 03:27 PM em 09 mar 2010, Eduardo Miller escreveu:

    Não Seria RTFC (Ricardo Teixeira Futebol Clube) ? Porque é esse cara que escolhe o "técnico" da Seleção Brasileira. Quem delegou esse poder a ele ?

  • 8. à²õ 02:56 AM em 10 mar 2010, Carlos Portugal escreveu:

    O autor deste texto só pode ser argentino!!!!!!!!

  • 9. à²õ 01:26 AM em 20 mar 2010, José Batista Gomes escreveu:

    Os resultados obtidos pelo DUNGA são expressivos em termos de índice de aproveitamento - no aspecto técnico não vejo a consolidação de treinador de primeira linha e nem o futebol vistoso, capaz de nos empolgar. A Seleção Brasileira enfrentou, nessa "Era Dunga" treinador, adversários de baixíssimo nível técnico. Alguns dos "prestigiados" da família Teixeira, da família Globo e da família Dunga, estão em crise técnica, entre eles, o Kaká (que nunca jogou o que pensam que joga), o Robinho, o Felipe Melo (Deus me livre), o Elano (cruz-credo), o Lúcio, o Adriano, o Nilmar e outros de "menor" expressão em termos midiáticos. Na primeira fase, tudo estará tranquilo - a partir da segunda, é que verificaremos o real estado do famigerado futebol brasileiro de tantas grandezas e de virtudes condenáveis...

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