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'Uma em cada cinco espécies de plantas está ameaçada'

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Eric Camara | 2010-09-28, 16:44

Uma em cada cinco espécies de planta está sob ameaça de extinção - situação tão grave quanto a enfrentada por mamíferos no planeta e mais grave que a dos pássaros. É essa a conclusão de um estudo de importantes instituições britânicas e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

De acordo com os cientistas, o principal culpado, para quem ainda não adivinhou, é a atividade humana - que leva à perda de habitats.

E entre os habitats, outra "surpresa": as florestas tropicais são os mais ameaçados. O motivo? Desmatamento para atividades agropecuárias. Já viu este filme?

A pesquisa inédita divulgada nesta quarta-feira é a primeira a indicar uma ameaça tão grande à variedade de vegetais no planeta e deve dar subsídios à reflexão aos representantes de governos que se reúnem em Nagoya, no Japão, entre os dias 18 e 29 de outubro, para discutir as novas metas da convenção global sobre biodiversidade.

A espécie Caliphruria tenera, encontrada na Amazônia colombiana, é uma das que cientistas suspeitam já estarem extintas ou próximas disso

"As plantas são as fundações da biodiversidade e o seu significado em tempos de incerteza climática, econômica e política vem sendo ignorado por tempo demais", avaliou o diretor do Royal Botanic Gardens (RBG), Stephen Hopper.

A inédita Lista Vermelha das Plantas, produzida pelo RBG, ao lado do Museu de História Natural britânico e a IUCN, afirma que no ano em que as Nações Unidas decidiram celebrar a biodiversidade, 22% das 380 mil espécies de plantas conhecidas estão ameaçadas.

Em Nagoya, serão discutidas metas de conservação da biodiversidade para 2020, e cientistas que participaram da pesquisa esperam que o documento deixe evidente a necessidade de medidas urgentes para evitar mais perdas de espécies.

Dadas as óbvias dificuldades práticas de se levantar o estado de 380 mil espécies, os cientistas escolheram 7 mil aleatoriamente. Uma das conclusões mais marcantes do estudo é que um terço das espécies estudadas são tão pouco conhecidas pela ciência que não foi possível avaliar o grau de ameaça que enfrentam.

A ideia da Lista Vermelha é se transformar em um futuro índice - como os usados por bolsas de valores - que mostre a flutuação nos graus de ameaça. Para isso, os cientistas querem realizar o levantamento regularmente.

O obstáculo atual para isso se transformar em realidade é a tradicional falta de dinheiro.

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