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Arquivo para maio 2010

A renovação dos batedores de falta

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Daniel Gallas | 19:22, domingo, 30 maio 2010

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Na Copa da Alemanha, há quatro anos, a bola parada era uma das principais possibilidades de gol da seleção brasileira de Carlos Alberto Parreira e Zagallo. Com Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e Juninho Pernambucano, os zagueiros adversários precisavam pensar duas vezes antes de cometer alguma falta perto da entrada da área.

Na seleção que jogará esta Copa, as opções para bater faltas são menos óbvias. Dunga não possui talentos tão naturais quanto aqueles jogadores, que não estão mais no grupo hoje.

No treino que realizou neste domingo, quando houve a primeira partida entre titulares e reservas desde a convocação para a Copa, Dunga escalou quatro jogadores para as batidas de falta.

Elano e Michel Bastos bateram faltas para os titulares; e Daniel Alves e Julio Baptista, pelos reservas. O técnico parou o jogo e separou uma parte do treino apenas para cobranças faltas.

Cada jogador bateu três faltas. Os reservas Daniel Alves e Julio Baptista não tiveram sorte em nenhuma das cobranças. Em seguida foi a vez dos titulares. Elano marcou logo na primeira cobrança - um chute forte no canto superior direito de Doni. Michel Bastos também marcou de primeira, com um chute rasteiro. Nas duas cobranças seguintes de cada um, os dois jogadores desperdiçaram as chances.

O aproveitamento de dois gols em doze cobranças de falta não é dos melhores, mas o que mais chamou atenção neste domingo foi que Dunga só treinou faltas mais de longe, iguais as que Roberto Carlos batia com tanta competência na seleção. Os gols de Elano e Michel Bastos foram pancadas fortes, de longe.

O técnico não treinou faltas mais próximas da área, que exigem menos força, porém mais precisão no chute, como as que Ronaldinho Gaúcho e Juninho Pernambucano batiam. Entre os reservas, Daniel Alves já mostrou que é bom nesse tipo de cobrança na Copa das Confederações, no ano passado, quando fez um gol salvador contra a África do Sul na semifinal.

Mas entre os titulares, assumindo que Dunga manterá no time principal os 11 que jogaram hoje, quem poderia bater esse tipo de falta?

Qualidade no chute não é garantia de gol. Afinal de contas, mesmo com excelentes batedores em 2006, o Brasil se despediu da Alemanha sem marcar sequer um gol de falta. Na Copa passada, a cobrança de bola parada que ficou mais famosa envolvendo Roberto Carlos foi a que gerou o gol da ç, quando o lateral-esquerdo brasileiro ficou parado, deixando o caminho livre para Thierry Henry eliminar o Brasil.

Ainda assim, com um atacante leve como Robinho na frente, atraindo muitas faltas de zagueiros, a bola parada é uma jogada que pode decidir partidas e que merece bons cobradores.

Eficiência não é o fim do futebol-arte

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Daniel Gallas | 18:41, sexta-feira, 28 maio 2010

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"Eu prefiro jogar mal e ganhar do que jogar bonito e perder."

A frase acima não é minha; ela é do goleiro da seleção, Júlio César. Na entrevista que deu aos jornalistas nesta sexta-feira, Júlio César disse que o futebol arte, como o do passado, já não existe mais do mesmo jeito.

"Esse futebol arte que todo mundo tanto pede, com a evolução do futebol, acabou sendo deixado um pouco de lado", disse o goleiro. "Futebol hoje é muita eficiência."
Ele ainda disse: "Posso tomar cinco gols, mas se meu ataque fizer seis, eu estou feliz."

As declarações não surpreendem, se pensarmos que Júlio César joga na Inter de Milão de José Mourinho, que é hoje o "papa" do futebol de eficiência. E que eficiência! A Inter ganhou tudo que jogou neste ano e passou por adversário dificílimos, como Chelsea, Barcelona e Bayern de Munique. A sólida defesa e o rápido contra-ataque foram as chaves da eficiência da Inter.

Talvez Júlio César esteja certo ao falar que o futebol arte já não é mais o mesmo. Mas discordo da suposição de que "jogar mal e ganhar" é sinônimo de eficiência. Há muita beleza também no futebol de eficiência e em times que defendem melhor do que atacam.

A Inter de Milão protagonizou partidas excelentes neste ano, como os jogos contra o Barcelona, na Liga dos Campeões, e o Milan, no Campeonato Italiano. Na minha opinião, o lance mais bonito do futebol europeu neste ano foi a defesa maravilhosa de Júlio César após um chute de Messi, na partida decisiva contra o Barcelona na Liga dos Campeões. Outro lance incrível foi a defesa do mesmo goleiro na final do torneio após conclusão de Robben, do Bayern de Munique.

Uma defesa de Júlio César ou um desarme bem feito de Lúcio, para mim, podem ser tão bonitos quanto um gol de Luis Fabiano ou um drible de Kaká. Quando o Brasil jogar contra a Costa do Marfim, no dia 20, espero muito ver a repetição do duelo entre Lúcio e Drogba - a exemplo do que aconteceu nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões.

Se o futebol de eficiência que substituiu o futebol arte significa competência na zaga, com defesas bonitas e desarmes bem-feitos, então sou um dos convertidos ao tal estilo.

Vamos falar de futebol, finalmente?

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Daniel Gallas | 19:33, quinta-feira, 27 maio 2010

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A Copa do Mundo parece que finalmente vai começar nesta sexta-feira para o Brasil. Pelo menos aquela parte da Copa que tem a ver apenas com o futebol. Nos últimos dias, os principais assuntos relacionados à Copa e seleção brasileira tinham muito pouca relação com o esporte em si.

Isso se refletiu na entrevista de meia hora com o técnico Dunga realizada nesta quinta-feira em Johanesburgo. O futebol foi tratado quase que marginalmente, quando se falou da necessidade do grupo de treinar mais e da condição física de Kaká. De resto, a entrevista foi sobre assuntos alheios ao esporte, como o assédio estilo 'Big Brother' à seleção, o que os jogadores terão direito de fazer nas suas folgas e as estranhas promessas feitas por Maradona caso a Argentina ganhe a Copa. Até sexo e chocolate entraram na discussão.

Talvez não pudesse ser diferente. A seleção reúne-se agora apenas pela segunda vez no ano. Em Curitiba, esta semana, toda a ênfase dos preparativos da seleção foi dada à parte física e médica. Três titulares fundamentais - Maicon, Júlio César e Lúcio - sequer estavam presentes. Futebol simplesmente não esteve na pauta principal do time, com tantas pendências para se resolver.

A partir de sexta-feira, não há mais distrações - jogadores ausentes, viagens longas ou compromissos com presidentes. De agora em diante, a rotina da seleção é treino, treino e treino. O próprio Dunga falou que há muito trabalho a fazer. Abaixo alguns dos assuntos mais futebolísticos que esperamos ver em discussão nos próximos dias:

1- Treino, treino e treino. Dunga falou nesta quinta-feira que os jogadores estão muito tempo sem treinar juntos. A equipe precisa retomar as jogadas ensaiadas, as estratégias e o entrosamento. Já se passaram três meses desde o último jogo da Seleção.

2- O mistério da lateral-esquerda. O titular das Eliminatórias, André Santos, foi deixado de lado. O que melhor serve as necessidades brasileiras: a experiência de Gilberto ou a movimentação de Michel Bastos? Seja o que for que Dunga tem em mente, os outros jogadores precisam aprender a jogar com o novo dono da posição. Os dois amistosos - contra Zimbábue e Tanzânia - serão a úlima chance de se testar as duas opções e chegar a um veredicto.

3- Um lugar para Daniel Alves. O lateral-direito do Barcelona disse à Dunga que joga em qualquer posição, menos no gol. Dunga disse a Daniel Alves que o jogador pode atuar em várias posições, menos na lateral-direita, que é indiscutivelmente de Maicon. O que sobra? Jogar mais à frente ao lado de Kaká, ou como meia recuado ajudando na marcação ou até mesmo na lateral-esquerda. As três opções, qualquer uma delas, parecem melhor do que o banco de reservas para um jogador que está em forma extraordinária.

4- A condição física de Kaká. Só o tempo dirá se Kaká estará em forma a tempo da estreia, foi o recado dado por Dunga nesta quinta-feira. Os preparadores físicos farão de tudo para que o jogador se recupere de dores musculares em tempo para disputar os amistosos. Ainda assim, Kaká precisa manter-se livre de lesão no longo prazo.

Nesta sexta, quando começam os treinos, veremos finalmente um pouco de futebol, que, afinal de contas, é o que todos nós viemos aqui para fazer, não é?

O que vale mais: ganhar a Copa ou a Libertadores?

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Daniel Gallas | 21:01, quarta-feira, 26 maio 2010

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A Copa do Mundo está se aproximando, mas para alguns dos mais fanáticos amantes do futebol, isso não importa tanto. Conheço vários torcedores - apaixonadíssimos pelo esporte - que estão mais preocupados com o desempenho dos seus clubes no Campeonato Brasileiro, que começou neste mês. Para alguns, a campanha da seleção rumo ao Hexa é meramente uma distração maior para o que realmente importa: jogar a semifinal da Libertadores ou a final da Copa do Brasil, com datas marcadas para depois do dia 11 de julho.

Aqui na África do Sul, o sentimento de alguns entusiastas dos esportes é parecido. Existe, claro, uma mobilização enorme para a Copa do Mundo e um orgulho tremendo de o país sediar um evento deste tamanho. E há grande paixão de todos pelos Bafana Bafana.

Mas parte do país está mesmo é interessada na final do Super 14, o campeonato internacional de rúgbi, que acontece neste sábado.

E a Copa do Mundo acrescentou emoção a esse encontro. Tradicionalmente, o rúgbi é o esporte preferido dos brancos, enquanto o futebol sempre foi mais popular nos bairros predominantemente negros.

A final de sábado, entre o Bulls e o Stormers, deveria acontecer no estádio do Bulls, em Pretória, mas o local já está reservado pela Fifa para servir de campo de treino para a Argentina.

Diante do problema, o Bulls, muito popular no país, resolveu fazer história no rúgbi sul-africano. A equipe transferiu o jogo para o estádio Orlando, em Soweto, o icônico bairro de Johanesburgo dos antigos movimentos negros anti-apartheid. O bairro, que tem uma forte ligação com o futebol sul-africano, nunca testemunhou uma partida de rúgbi tão importante. O Super 14 representa para o rúgbi sul-africano algo como a Copa Libertadores é para o futebol sul-americano.

Havia o temor que o jogo fosse esvaziado, dado o pouco interesse por rúgbi em Soweto. Mas todos estavam enganados, e os ingressos se esgotaram em poucas horas na segunda-feira.

O futebol acabou proporcionando um momento histórico no país: um estádio no coração negro de Johanesburgo lotado de torcedores apoiando uma equipe no esporte mais tradicional dos brancos. A imprensa vem destacando o jogo como mais um passo do país em direção à união das raças.

No sábado, a África do Sul deve parar para ver o jogo pela TV, como se fosse uma final de Campeonato Brasileiro ou Libertadores, um pouco pela simbologia política do evento, mas muito pela paixão dos sul-africanos pelo rúgbi e pelos seus clubes. A Copa pode ter o apelo fenomenal que tem, mas há certas emoções que só mesmo os clubes do coração podem proporcionar.

Jornalistas da ý revelam pontos fortes de nove seleções da Copa

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Daniel Gallas | 20:16, quarta-feira, 19 maio 2010

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Já passamos boa parte do nosso tempo neste blog discutindo o que o Brasil levará para a África do Sul e as opções do técnico Dunga. Mas e o que as outras seleções vão fazer? O que elas terão de bom para mostrar? Qual é a expectativa dos seus torcedores?

Aproveitando que toda a ý está começando a entrar no clima de Copa do Mundo, resolvi consultar alguns colegas no nosso prédio aqui em Londres sobre as suas respectivas seleções.

Ouvi nove jornalistas da ý, todos de nacionalidades diferentes, e todos falando sobre os segredos e pontos fortes de suas equipes, a expectativa dos torcedores e os favoritos para ganhar a Copa. Confira no vídeo o que eles disseram.

  • Argentina. O jornalista argentino Marcelo Justo, do serviço da ý em espanhol, acredita que sua seleção tem muitos talentos individuais - não só Messi, mas também Di Maria, Mascherano, Higuain e Tevez. A qualidade individual desses jogadores pode salvar a Argentina, já que, para o jornalista, Maradona não encontrou a melhor forma de usar esses talentos. Marcelo Justo fala que o técnico argentino tenta repetir a fórmula vencedora de 1986, com todo o time jogando em função de um grande craque - desta vez Leonel Messi, no lugar que foi do próprio Diego Maradona.
  • ç. O jornalista francês Emmanuel Coste, que cobriu a ç em outras Copas e estará na África do Sul, diz que a seleção não tem um líder, como havia entre 1998 e 2006 com Zidane. O candidato natural Yoann Gourcuff, seria jovem demais para a função, apesar de seu talento. Como o jornalista argentino, Coste aponta os talentos individuais - como Anelka e o goleiro Lloris - como ponto forte da ç.
  • Espanha. O jornalista espanhol Abraham Zamorano confia que sua seleção pode ganhar a Copa. Aliás, a Espanha foi a única seleção que esteve na lista de favoritos de todos os nove jornalistas que ouvi. A principal qualidade da equipe, na sua opinião, é rapidez na troca de passes. Mas o mais importante seria uma mudança de mentalidade entre os espanhóis. Após a conquista da Eurocopa 2008, a Espanha finalmente acredita que pode ganhar algum torneio.
  • Portugal: O jornalista Gonçalo de Carvalho, que cobriu Portugal em Copas e também estará na África do Sul, diz que o técnico Carlos Queiroz vê sua seleção com capacidade para ir às semifinais. "É um pouco ambicioso, mas com sorte pode chegar lá", diz Carvalho. Ele discorda que o mau desempenho de Portugal nas Eliminatórias foi resultado de pouco tempo do treinador no cargo. Ele acha que o talento de Cristiano Ronaldo e Nani serão vitais para esta equipe.
  • Inglaterra: O coordenador da cobertura de Copa do Serviço Mundial da ý, Jim Frank, compartilha de uma opinião comum aqui na Inglaterra: o sucesso da sua seleção depende quase que exclusivamente do desempenho de Wayne Rooney. O ponto fraco dos ingleses é definitivamente a defesa, sobretudo a ausência de um bom goleiro. Outros jogadores que poderiam ajudar a Inglaterra a ir longe - como Steve Gerrard - tiveram temporadas muito ruins. Ou seja, a responsabilidade será mesmo toda de Rooney.
  • Uruguai: Assim como os ingleses, o jornalista uruguaio Juan Paullier vê o sucesso do Uruguai nos pés de um jogador: Diego Forlan. Muitos dos jornalistas falaram da importância de talentos individuais, mas Paullier acredita que o ponto forte do Uruguai é o oposto: a coletividade e a garra. Ele acha que se o Uruguai chegar às quartas-de-final, já terá sido uma grande campanha da Celeste.
  • : O jornalista sérvio Dejan Calovski acredita que sua seleção tem dois pontos fortes: a defesa e o técnico. Ivanovic e Vidic, que atuam no futebol inglês, são os destaques na zaga. O meia Krasic, do CSKA Moscou, e o grandalhão Nikola Zigic, do Valencia, completam o ataque. A disciplina e organização da equipe são creditadas a Radomir Antic, o experiente técnico sérvio.
  • Chile: O jornalista José Pinochet revela um fato que talvez poucos tenham percebido. O Chile não vence uma partida de Copa do Mundo desde 1962, ano em que sediou o campeonato. Em 1998, o Chile avançou para as oitavas, onde foi derrotado pelo Brasil, tendo empatado seus jogos na primeira rodada. Como a Espanha, o jornalista também vê uma mudança de mentalidade grande da seleção sob o comando de Marcelo Bielsa. A equipe tem confiança para jogar e ganhar, o que não acontecia no passado, mesmo sem a presença de um grande craque. A maior esperança é Aléxis Sánchez, atacante da Udinese, mas é a coletividade que fará a diferença.
  • é澱: David Cuen destaca as laterais e o goleiro Ochoa como pontos fortes da equipe. Ele acredita que o é澱 avançará no seu grupo, que tem Uruguai, ç e África do Sul, e também acredita que a seleção pode ir às quartas-de-final, mas teme um encontro com a Argentina nesta rodada.


Alemães veem má-fé em falta em Ballack

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Daniel Gallas | 13:37, segunda-feira, 17 maio 2010

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O capitão da Alemanha e talvez o mais talentoso jogador da sua geração no país não jogará a Copa do Mundo.

O meia Michael Ballack , na partida entre Chelsea e Portsmouth, em Wembley. A vitória da sua equipe, o Chelsea, não deve ter servido de consolo ao jogador, que mesmo antes de saber o resultado dos exames nesta segunda-feira já estava se preparando para o pior.

Na Alemanha, a lesão de Ballack provocou espanto e especulações sobre uma conspiração. O jogador do Portsmouth que provocou a lesão de Ballack no tornozelo é Kevin-Prince Boateng, um dos 30 jogadores pré-convocados por Gana para a Copa do Mundo.

Gana e Alemanha enfrentam-se no dia 23 de junho em Johannesburgo, na última rodada do grupo D.

"Boateng quis tirar Ballack", disse o site da revista alemã . Para a revista, "pode-se assumir que houve intenção" de Boateng na "picante" falta em Ballack. O próprio Ballack disse que Boateng foi mal-intencionado para o jogo.

O que torna o caso mais complicado é que Kevin-Prince é nascido na Alemanha e é meio-irmão de outro jogador, Jerome Boateng, do Hamburgo.

Nas seleções sub-21, ambos jogaram na seleção alemã, mas ao se profissionalizarem, eles seguiram caminhos diferentes: Jerome seguiu com a Alemanha e Kevin-Prince passou a jogar por Gana, país de seu pai.

A revista alemã vai mais longe e vê um rancor secreto de Kevin-Prince com a Alemanha. A Stern diz que Boateng, um sujeito "tão confiante em si (para dizer o mínimo)", teria ficado "secretamente indignado" com o fato de o futebol alemão sempre ter prescindido dele.

O técnico da Alemanha, Joachim Löw, preferiu não entrar no debate e disse que não comentaria se houve intenção ou não de Kevin-Prince Boateng.

O maior ídolo do futebol alemão de todos os tempos, Franz Beckenbauer, procurou minimizar a ausência de Ballack na África do Sul. Para Beckenbauer, Ballack não tem mais um papel "tão dominante" na Seleção como há quatro anos, quando a Alemanha chegou à semifinal da Copa.

Sem nenhuma surpresa, Dunga surpreende

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Daniel Gallas | 19:43, terça-feira, 11 maio 2010

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Dunga surpreendeu todos ao não anunciar nenhuma surpresa.

selecao226.jpgO que mais espanta na lista dos 23 jogadores convocados para a Copa do Mundo, anunciada nesta terça-feira, é a falta de qualquer elemento imprevisto.

A lista de Dunga segue exatamente o trabalho feito pelo treinador ao longo das Eliminatórias. Para a vaga no ataque - que abriu após as numerosas lesões de Pato e a irregularidade espantosa de Adriano - Dunga chamou Grafite, com quem já tinha contado na última convocação, para um amistoso. A vaga de terceiro goleiro acabou ficando com Gomes, que também já fez parte de listas passadas do treinador.

Se Dunga continuar não surpreendendo, os titulares brasileiros no começo da Copa serão: Julio César; Maicon, Lúcio, Juan e Gilberto; Felipe Melo, Gilberto Silva, Ramires e Kaká; Robinho e Luis Fabiano.

Como se viu no ano passado, é uma bela Seleção. Se o Brasil contar com o brilho dos seus principais jogadores - Júlio César, Lúcio, Kaká e Luis Fabiano - a Seleção deve ir bem longe na África do Sul.

Se há algum senão na lista de Dunga justamente é a falta de elementos que surpreendam. Por maiores que sejam as qualidades de Elano, Júlio Baptista, Kleberson e Josué, os reservas no meio de campo brasileiro não parecem capazes de produzir novidades em campo, caso isso seja necessário.

O mesmo acontece no ataque. Se Luis Fabiano ou Robinho se machucarem, Grafite e Nilmar são, em tese, substitutos perfeitos. Mas e se o Brasil precisar de algum "elemento surpresa"? Se o Brasil sucumbir à marcação de alguma outra seleção (basta lembrar a última partida do Brasil em Copas, contra a ç), o técnico terá jogadores capazes de produzirem alternativas?

Talvez seja nesse contexto, mais do que apenas pela técnica apresentada, que Paulo Henrique Ganso, Neymar e Ronaldinho Gaúcho mereceram tanto destaque nas últimas semanas.

Dunga surpreendeu todos com o anúncio de hoje. Mas com os 23 convocados, ele será capaz de surpreender seus adversários?

* * *

Aproveitando o anúncio de Dunga, a ý Brasil lança nesta terça-feira um site especial sobre a Copa do Mundo. Confira no site os vídeos das 32 seleções que irão à Copa, com uma retrospectiva do caminho de cada um. E acompanhe durante o torneio a nossa cobertura especial da Copa.

Dois vencedores e vários perdedores na Inglaterra

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Daniel Gallas | 14:40, segunda-feira, 10 maio 2010

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Carlo Ancelotti não conseguiu conquistar a Liga dos Campeões, que é o fetiche de todo torcedor do Chelsea, mas finalmente tirou o time da sombra de José Mourinho, o último treinador a conquistar um título de expressão no clube - o Campeonato Inglês de 2005/2006.

drogba_fim226s.jpgCom um monumental 8 a 0 sobre o fraco Wigan, o Chelsea faturou o Campeonato Inglês no domingo. Pela primeira vez desde os anos 60, um time conseguiu fazer mais de cem gols no campeonato - foram 103 no total, sendo 29 do artilheiro da competição Didier Drogba.

Além do Chelsea, o Tottenham Hotspurs é outro vencedor da temporada. Superou os milionários Liverpool e Manchester City e o esforçado Aston Villa para conquistar a quarta vaga inglesa na Liga dos Campeões 2010/2011. Os excelentes resultados dos Hotspurs no final da temporada, com vitórias sobre o Chelsea e o Arsenal, colocaram a equipe de volta no principal torneio europeu pela primeira vez desde 1962.

Tirando os dois vencedores, o campeonato foi uma decepção para os demais, principalmente:

  • O Manchester United perdeu Cristiano Ronaldo nesta temporada e livrou-se de Carlos Tevez (será que ninguém se arrepende em Old Trafford?). Nem mesmo os dez meses espetaculares de Wayne Rooney impediram o Chelsea de conquistar o título. O Manchester United foi um pouco prejudicado pela eliminação precoce do Chelsea nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões. No começo de abril, no jogo que provavelmente decidiu o título, o descansado Chelsea bateu um Manchester que ainda tinha chances na Liga dos Campeões contra o Bayern. Naquela semana catastrófica, o Manchester United praticamente deu adeus aos dois campeonatos - a Liga e o Inglês. A Carling Cup, conquistada em março, deve servir de pouco consolo para um dos melhores e mais caros times da Europa, que passa por momentos turbulentos, com torcedores pedindo a saída da família que controla o clube.
  • O Arsenal teve de se conformar com o papel de terceira força inglesa. No ano passado, o time já havia caído fora da disputa do Inglês muito antes de Chelsea e Manchester United. Neste ano, o Arsenal perdeu todos os clássicos e por pouco não terminou em quarto lugar. A despedida da Liga dos Campeões foi com uma derrota por 4 a 1 para o Barcelona.
  • Como o Arsenal, o Liverpool termina o ano sem nenhum título. Nem mesmo na final da Liga Europa (antiga Copa da UEFA) o Liverpool conseguiu chegar. E o pior de tudo, o time não disputará a Liga dos Campeões na próxima temporada. Por muito pouco, o Liverpool não perdeu a vaga até mesmo na Liga Europa 2010/2011, tendo terminado o Inglês em sétimo lugar, apenas dois pontos na frente do rival da mesma cidade, o Everton. A temporada do Liverpool não chega a ser surpresa, já que o time conseguiu logo cedo o vexame de ser eliminado na primeira fase da Liga dos Campeões por Lyon e Fiorentina. A falta de ambição do time do norte da Inglaterra é incompatível com a biografia de alguns astros. Será difícil segurar jogadores do porte de Fernando Torres, atacante da seleção espanhola.
  • O Manchester City não é nenhuma potência no futebol inglês, apesar de às vezes gastar como se fosse. Carlos Tevez foi um dos melhores jogadores do ano na Inglaterra, mas nem mesmo o seu talento foi suficiente para salvar o time. No mês passado, os torcedores do time comemoravam que nunca antes o City havia chegado tão perto do arqui-rival Manchester United no campeonato. É pouco consolo para uma equipe que, na prática, não conquistou nada, nem mesmo a tão sonhada vaga para a Liga dos Campeões, perdida para o Tottenham Hotspurs. O City gastou três vezes mais que o Tottenham em contratações desde 2008.

Burnley, Hull e Portsmouth são os outros perdedores ingleses desta temporada, rebaixados para a Segunda Divisão. O falido Portsmouth ainda pode conseguir salvar alguma coisa da temporada no próximo sábado, quando joga a final da Copa da Inglaterra contra o Chelsea.

O calendário contra Dunga

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Daniel Gallas | 18:50, quarta-feira, 5 maio 2010

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neymar226.jpgO mistério está perto de chegar ao fim. Dunga anuncia na terça-feira, dia 11, a lista final dos 23 jogadores que vão à Copa do Mundo. O técnico manterá sua posição de dar vaga a todos os que levaram o Brasil ao primeiro lugar nas Eliminatórias ou cederá às pressões para convocar Paulo Henrique Ganso, Neymar e Ronaldinho Gaúcho, entre outros?

O técnico brasileiro sofre críticas de torcedores e também da imprensa para reconhecer que aquele grupo de 2009 mudou - muitos se lesionaram e alguns simplesmente não renderam o mesmo nos últimos seis meses.

Dunga pode ser criticado por muitas coisas, mas é preciso reconhecer também que o calendário de 2010 e as rápidas transformações do futebol brasileiro das últimas semanas não ajudaram o técnico brasileiro.

A última vez (e única neste ano até agora) em que teve chance de testar novos jogadores em posições diferentes foi no dia 2 de março, em um amistoso contra a Irlanda em Londres. A convocação, no entanto, foi feita no longínquo 9 de fevereiro.

Naquela época, Dunga repetiu grande parte do elenco das Eliminatórias. O teste maior foi na lateral-esquerda, com a convocação de Michel Bastos e Gilberto, que não eram chamados há um tempo.

Em 9 de fevereiro, Neymar e Ganso haviam jogado apenas sete partidas do Campeonato Paulista na temporada - sendo só uma delas um clássico, contra o São Paulo. Não havia sinais na época de que haveria um lugar para eles no grupo. Se havia algum jogador arrebentando em janeiro, era o vascaíno Dodô, que acabara de marcar três vezes na goleada de 6 a 0 sobre o Botafogo. Não é incrível como o futebol brasileiro mudou tanto em tão pouco tempo?

Nas semanas seguintes, quando a dupla santista explodiu, marcando mais de 30 gols na temporada, Dunga não teve mais chances de fazer testes. Certamente, o técnico brasileiro não contava com o surgimento relâmpago dos craques.

No caso de Ronaldinho Gaúcho, o técnico teve mais oportunidades para testá-lo, mas a verdade é que também a grande forma de Kaká em 2009 não gerava grandes preocupações quanto ao meio-campo brasileiro. O difícil final de temporada do craque no Real Madrid, em meio a lesões, fez muito para reanimar esta polêmica.

Dunga está há quase 90 dias sem convocar a Seleção. Pelé falou esta semana que Dunga sinalizou que não levaria Ganso nem Neymar, mas a verdade é que até agora o técnico não se manifestou sobre nenhuma possível mudança, então nada pode ser descartado.

É impossível saber o impacto que as lesões nos últimos meses de Kaká, Pato, Luis Fabiano, entre outros, teve nas convicções do treinador.

Me arrisco a fazer abaixo uma breve análise das opções de Dunga, levando em consideração as suas últimas convocações e o que andou acontecendo este ano.

GOLEIRO. Júlio César, em grande fase, é titular indiscutível. Mas as vagas na reserva estão todas em aberto. Na última lista, em fevereiro, Dunga inicialmente convocou Doni, que desde então perdeu a vaga de titular na Roma. Não está claro o que o técnico pensa sobre isso. Hoje há duas vagas para goleiro, que devem ficar entre Doni, Victor, Helton ou Gomes.

ZAGA. Lúcio, Juan e Luisão são os que foram mais chamados para a zaga. Thiago Silva foi convocado para o amistoso contra a Irlanda, a última lista de Dunga. Nada parece ter mudado desde então, o que leva a crer que as vagas na zaga estão fechadas, sobrando poucas chances para Cris, Naldo, Alex e Miranda.

LATERAIS. Na direita, é difícil imaginar alguém sendo chamado no lugar de Maicon e Daniel Alves. Já a vaga da esquerda está totalmente aberta. Na última lista, Marcelo e André Santos - frequentes nas Eliminatórias - deram lugar a Gilberto e Michel Bastos.

MEIO. Kaká, Ramires, Gilberto Silva e Felipe Melo - usados como titulares em tantos jogos - não devem ficar de fora. Elano, Júlio Baptista, Josué e Kleberson também estiveram nas últimas listas de Dunga e a princípio seriam favoritos para as vagas. Mas o técnico testou muitos jogadores nessa posição nos últimos meses - Lucas, Carlos Eduardo e Anderson, entre eles. E agora há o clamor por Ganso e Ronaldinho Gaúcho.

ATAQUE. Há meio ano, Luis Fabiano, Robinho, Adriano, Nilmar e Pato disputavam quatro vagas. Pato passou parte da temporada lesionado, e Adriano vem enfrentando dias difíceis no Flamengo. Grafite foi chamado na última lista de Dunga e Diego Tardelli foi convocado nas eliminatórias. Mas há quem peça Neymar e Fred, ambos em grande fase.

O mistério acaba na próxima terça-feira, mas o debate sobre quem merece ir à África do Sul, todos nós sabemos, persistirá por muitas semanas.

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