Gol e tÃtulo elevam Messi a alturas ainda maiores
A vitória do Barcelona neste sábado sobre o Manchester United por 3 a 1 na final da Liga dos Campeões marcou mais um passo na caminhada de Lionel Messi rumo à consagração como um dos maiores nomes da história do futebol.
O argentino quebrou o tabu de nunca ter marcado um gol em solo britânico e deu praticamente 50% da assistência para o terceiro gol catalão, além de fazer uma partida brilhante.
Messi conquistou assim sua terceira Liga dos Campeões e confirma seu favoritismo para mais um tÃtulo de melhor jogador do mundo. Aos 23 anos de idade, já tem um CV bem mais impressionante do que tinha seu compatriota Diego Maradona com a mesma idade.
No entanto, por mais excelente que tenha sido a participação do argentino, a ponto de ter sido de fato escolhido o melhor em campo, Messi não foi o único destaque da partida em Wembley.
A final do campeonato de 2010/11 em Londres vinha sendo antecipada como um embate entre os dois melhores times da atualidade, cada um representando uma escola e filosofia distintas, mas igualmente competitivas, bem-sucedidas e respeitadas por fãs de futebol.
Não era mais uma edição do maniqueÃsmo adorado por muitos comentaristas, retranca x ofensividade, fantasia x pragmatismo. Se o Barcelona representa o futebol de sonhos, o Manchester United é, há anos, uma força esmagadora dentro e fora da Inglaterra, acostumado a vencer adversários com talento e seriedade.
Por isso, a expectativa era alta. E os jogadores não decepcionaram.
O combate começou como um de cavalheiros: equilibrado, aberto, sem faltas, cartões amarelos ou necessidade de um minuto sequer de acréscimos ao final do primeiro tempo. E com gols. Do espanhol Pedro e do inglês Rooney.
Mas mesmo nesta etapa inicial, o Barcelona soube apresentar em campo suas qualidades. Toques vertiginosos, inúmeros deles, para frente, para os lados, na diagonal, para espaços invisÃveis do campo. O talento extraordinário de seus jogadores funcionando sempre pelo coletivo. A ponto de cansar aquela que é considerada talvez a melhor dupla de zaga do mundo, Vidic e Rio Ferdinand.
"É um pouco como ver nuvens carregadas se aproximando da sua casa. Você sabe que mais cedo ou mais tarde vai começar a chover", disse o comentarista da ´óÏó´«Ã½ Mark Lawrenson pouco antes do gol de Pedro, dado o volume de jogo.
Se o placar e talvez o futuro da partida estavam empatados quando o jogo recomeçou, o segundo tempo foi o momento em que o Barcelona assumiu as rédeas, especialmente após o gol de Messi, seu 53º da temporada.
Daà para frente, o time catalão pareceu esquecer onde estava, passou a brincar com o egoÃsmo de costume, sem deixar o rival tocar na bola. A equipe aumentou a velocidade de seu jogo, o número de passes certos e de chutes contra o gol de Van der Sar, que disputava em Londres sua última partida. Todos sabiam que o gol do Barcelona, marcado por David Villa após outro momento sublime de Messi, costurando a defesa inglesa, era inevitável.
"Eles não jogam com um centroavante porque o Villa e o Pedro cortam pelas pontas, o que aumenta a chance dos defensores adversários cometerem erros", tentou explicar o capitão do Manchester United, Vidic, após o jogo. "Eles jogam um futebol excelente e mereceram ganhar", reconheceu.
E o Barcelona na segunda parte da etapa final foi mesmo tão superior que o placar de 3 a 1 pareceu pouco. Como poucas vezes, nos últimos anos, o Manchester United foi tão acuado, especialmente jogando na Inglaterra contra um time europeu. Não porque tenha jogado mal, mas porque o adversário conseguiu ser ainda mais fabuloso.
E foi reconhecido pela própria torcida perdedora que, ao final, com a tradicional dignidade britânica, aplaudiu os vencedores.
O velho chavão de que no final "quem ganhou foi o futebol" se aplica perfeitamente.
Agora o Barcelona enfrenta possivelmente um clube sul-americano no Mundial de Clubes.
O Santos de Neymar, quem sabe?