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Uma cerveja com Obama

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Bruno Garcez | 2009-07-30, 16:27

obamaap226dentro.jpgO tórrido verão de Washington e a forte umidade da cidade nesta época do ano pedem por uma cerveja gelada.

Mas a cerveja mais aguardada do dia não será servida em um ''happy hour'' qualquer, mas sim em um evento na Casa Branca.

O presidente Barack Obama abrirá as portas da residência presidencial americana para receber um professor universitário e um policial.

O objetivo do encontro é servir para que a dupla coloque suas diferenças de lado, diante de uma boa cerveja.

Antes que o presidente dos Estados Unidos assumisse esse papel de rei Salomão da cevada, eis o que ocorreu:

No dia 16 de julho, Henry Louis Gates, um professor da Universidade de Harvard chegou em casa cansado, após regressar de uma viagem à China, mas descobriu que não conseguia abir a porta de casa.

Resultado: resolveu arrombar a porta emperrada, com a agenda do motorista de táxi que o trouxe.

Tanto Gates como o motorista são negros.

Diante da movimentação suspeita na casa do professor, uma vizinha chamou a polícia.

Acionado, o sargento Jim Crowley chegou à casa de Gates quando ele já estava dentro de casa.

O policial chamou-o para conversar do lado de fora e para apresentar alguma prova de que ele era dono da residência.

Já enfadado com a situação e sentindo-se vítima de racismo, Gates desferiu uma ofensa contra o sargento.

Crowley pediu que o professor se acalmasse e ao julgar que seu pedido não foi atendido, levou-o para a viatura policial algemado.

Ao ser indagado sobre o polêmico incidente que rendeu inúmeras manchetes na impernsa americana, Obama, que é amigo do professor, disse que a polícia havia ''agido de maneira estúpida''.

O comentário, algo impensado, fez com que o presidente entrasse de cabeça na polêmica.

E levou-o também a voltar atrás em sua declaração, dizendo que talvez tanto Gates como a polícia do Estado de Massachusetts tenham reagido em excesso.

Depois da verborragia de Obama, foi a vez de os comentaristas televisivos e radiofônicos de direita caírem matando.

Glenn Beck, da TV Fox News, disse que o presidente era racista contra brancos.

Policiais de todo o país, muitos deles negros, saíram em defesa do sargento Jim Crowley.

O evento protocolar na Casa Branca não será e nem pretende ser o cenário ideal para que um policial, um presidente e um professor descutam a questão racial nos Estados Unidos.

O debate sobre raça é um tema que vem sendo cautelosamente evitado por Obama desde que ele chegou à Casa Branca.

O país prefere varrer o problema para debaixo do tapete ou esquecer o assunto indigesto descendo algumas cervejas.

Mas mesmo depois de haver eleito um negro para o cargo mais importante do mundo, os Estados Unidos, com uma minoria negra que responde por apenas 12% da população do país, possui uma população carcerária com 50% de negros.

Pesquisas mostram que afro-americanos ainda se sentem vítimas de racismo e de abuso policial.

Ah, sim, mas voltemos ao evento de hoje à noite. O presidente disse que irá beber Bud Light, Gates optou por uma Red Stripe e Crowley pretende saborear uma Blue Moon.

Quem dera que as principais divergências entre negros e brancos nos Estados Unidos se limitassem ao cardápio de uma cervejada.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 08:26 PM em 30 jul 2009, joaquim cc barreto escreveu:

    Acho que já é um bom começo de aproximação dos americanos, que se esforçam para melhorar as relações inter-raciais e mesmo dentro das próprias. O importante é essavontade de acertar. parabens. joaquim.

  • 2. à²õ 12:47 PM em 31 jul 2009, fabiano veliq escreveu:

    parece ser uma tendencia do U.S evitar o problema da segregação racial... Parece pelo menos que Obama quer tentar mediar de forma pacífica um incidente infeliz regado pela mídia....

  • 3. à²õ 12:54 PM em 31 jul 2009, Roberto Küll Júnior escreveu:

    Quem não gostaria de tomar uma cerveja com Obama?

    Até eu gostaria muito de poder ter essa oportunidade. Caso isso fosse possível, sugeriria a ele que investisse em pesquisas de nitrogenização do solo, de recuperação de solos degradados, da genética das sementes, para criar espécies de árvores frutíferas e grãos mais resistentes ao calor, a seca e a solos degradados.

    Falaria também para oferecer uma permuta dessas tecnologias com os governos do Continente Africano e do Oriente Médio, para que eles pudessem produzir mais alimentos, dar empregos, combater a fome, por uma pequena quota dos minerais do seu subsolo .
    Acredito que seria uma boa conversa e é claro, aproveitaria o ensejo para pedir para trabalhar com ele.

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