O caráter simbólico da visita de Obama
Como já era esperado, a primeira viagem do presidente Barack Obama à América do Sul não teve grandes resultados práticos. No Brasil, principal destino do presidente americano, nem mesmo na área comercial - descrita pelo governo dos Estados Unidos como o foco principal da agenda, em uma tentativa de justificar a visita para seu público doméstico - houve anúncios de muito destaque, apesar dos 10 acordos firmados.
Obama conquistou o público brasileiro com sua simpatia, fez elogios ao desempenho da economia e à crescente importância do país no mundo e disse que o Brasil é um exemplo de liberdade e progresso, em um recado aos países árabes e muçulmanos que enfrentam revoltas populares, em especial a Líbia.
No Rio - onde também visitou a favela de Cidade de Deus e o Corcovado, acompanhado da primeira-dama, Michelle, e das filhas, Sasha e Malia - Obama fez um discurso bonito, mas longe dos pronunciamentos memoráveis do Cairo, em 2009, ou de Nova Déli, no ano passado. E o desejado apoio explícito à entrada do Brasil como membro permanente em um Conselho de Segurança da ONU ampliado - como o oferecido na visita à Índia - não veio. Restou uma manifestação de "apreço à aspiração" brasileira, incluída no comunicado conjunto de Obama e da presidente Dilma Rousseff sobre a visita.
O presidente americano reconheceu que "está na hora" de os Estados Unidos tratarem o Brasil "de maneira tão séria" como com a China e a Índia nas questões comerciais. Mas, apesar dos avanços ressaltados pelo presidente, o Brasil - e a América Latina - não têm para os Estados Unidos a importância estratégica da China ou da Índia.
A viagem também acabou ofuscada pela crise na Líbia. Obama deu a ordem para a participação americana nos bombardeios ao país durante a visita a Brasília, no sábado. Nos Estados Unidos, a oposição criticou o presidente americano por manter o roteiro - que passou também por Chile e El Salvador - em meio à crises na Líbia e no Japão.
Mas se faltaram resultados imediatos - o que é comum em viagens do tipo -, a visita de Obama foi bem-sucedida em seu principal objetivo: cumprir o papel simbólico de marcar uma nova etapa nas relações bilaterais. Apesar de Estados Unidos e Brasil manterem uma boa relação, houve irritações de ambos os lados nos últimos dois anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, motivadas por posições divergentes em temas como o programa nuclear iraniano.
Com a visita a Brasília logo nos primeiros meses do mandato de Dilma Rousseff, os dois presidentes tiveram a oportunidade de conversar sobre as diferenças e sobre as possibilidades de cooperação e, como disse a analista Julia Sweig, do Council on Foreign Relations, ajustar o tom da relação.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Esta visita do líder americano ao nosso país, pode até representar um passo importante para a nossa diplomacia. Mas um país que diz ser a morada da liberdade e da democracia, não fuzila civis e jornalistas inocentes e não prende e condena sem julgamento quem divulga essa informação ao mundo, com o único intuito de nos alertar a respeito dessas atrocidades. Como é caso do soldado americano Bradley Manning.
É lamentável que nosso país esteja reverenciando o líder desta nação, que não cumpre as suas promessas de campanha (Obama prometeu acabar com a guerra do Afeganistão e Iraque) e atualmente massacra em nome da "liberdade" esses dois países sofridos que não viram melhora na vida de seu povo desde invasão americana. A sua visita mais parece de um pop star em que não resulta em atos práticos algum e insistentemente se esforça em perder o respeito do mundo.
Quanto à personalidade de Obama, as idéias de seu Partido os Democratas, a presença de sua Família, esposa, filhas e sogra, não podemos dizer absolutamente nada, só elogiar. E ainda mais compensou a presença impar da sua mulher, a frieza da segurança dos agentes americanos que até o discurso de Obama na Cinelândia cancelaram.
Quanto aos negócios, sempre foi muito bom, para os americanos negociarem conosco, desde as primeiras transações comerciais até hoje e no futuro. Os americanos só têm a ganhar, pois tem na mão a tecnologia de ponta, vendem os produtos oriundos desta tecnologia a preço de ouro. Em troca vendemos nossos produtos a "preços de banana", e aqueles com alguma tecnologia agregada, são impostas taxas, para proteção dos produtos americanos.