ý

« Anterior | Principal | Próximo »

Os dez personagens da Copa

Categorias dos posts:

Daniel Gallas | 2010-07-12, 10:35

Listo abaixo os dez personagens que fizeram a história da primeira Copa do Mundo africana. Eles estão listados do menos para o mais importante.

Desde já, é preciso fazer três ressalvas. Primeiro, já vou avisando que cometi uma trapaça. Em alguns itens, há mais de um personagem listado. Façam como o árbitro de Inglaterra x Alemanha fez com o gol de Lampard; desconsiderem.

O segundo aviso é que esta lista, como qualquer eleição do tipo, é completamente arbitrária. O terceiro é: sintam-se à vontade para fazer suas listas e opinar!

10. Anelka, Domenech e Evra. Conseguir ser banido para sempre de uma seleção é um feito raro. Está no topo da lista das piores coisas que podem acontecer a alguém em uma Copa do Mundo, logo acima de "ler uma carta de greve dos seus jogadores", como Domenech, ou "fazer seu preparador físico querer sair no tapa" (parabéns, Evra). E a França continua com o desempenho "montanha-russa" em Copas. Eliminação para Israel nas Eliminatórias em 1994, título e goleada em 1998, fiasco em 2002, final em 2006 e colapso total em 2010. Isso é sinal da revanche Brasil x França em 2014?

9. Sul-americanos. Quantas á completamente foram feitas sobre a Copa do Mundo da América do Sul, depois que Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai avançaram para as quartas de final? O fiasco sul-americano foi imenso. O Brasil perdeu completamente o equilíbrio diante da Holanda, o Paraguai "amarelou" diante da Espanha quando tinha o jogo nas mãos, a Argentina, bem, a Argentina dispensa comentários, e o Uruguai só foi longe porque contou com alguns golpes de sorte e de mão.

8. Maradona. Ele já foi o personagem de uma Copa por colocá-la no bolso, fazendo gols encantadores e um deles supostamente encantado. Ele já foi o personagem de uma Copa por berrar como um louco para a câmera e jogar dopado. Maradona desperta tanto interesse mundial, que basta usar terno na beira do campo para causar frisson. Na África do Sul chamou atenção por seu carinho paternal com os jogadores e a intensa vibração em todos os momentos. Teria causado ainda mais impacto se tivesse que cumprir sua promessa de andar pelado pelas ruas de Buenos Aires, mas felizmente para todos a Argentina não foi tri.

7. Felipe Melo. Há tão pouco a se falar sobre Felipe Melo, já que quase tudo foi dito, e com, ãhm, tanta eloquência. Antes da Copa, ele foi chamado de "o Dunga do Dunga", por jogar na mesma posição, pelo estilo guerreiro em campo e por alguns atributos menos louváveis. Infelizmente Felipe foi o Dunga de 1990, um misto de culpado e bode expiatório em uma seleção que estava longe da unanimidade. Agora, Felipe Melo terá quatro anos pela frente para tentar se tornar a versão 1994 de Dunga.

6. Tshabalala e Suárez. Respectivamente o herói e o vilão africano. Quando Tshabalala fez aquele golaço contra o México, o primeiro da Copa, parecia que qualquer time africano - inclusive a África do Sul, o mais fraco de todos - seria capaz de fazer bonito no torneio. Quando o uruguaio Suárez fez o "anti-gol" contra Gana, se percebeu o quanto daquilo era euforia passageira. Camarões, Costa do Marfim, África do Sul, Argélia e Nigéria foram facilmente eliminados na primeira fase e, não fosse Gana, a África teria feito muito feio no seu Mundial.

5. Roberto Rosetti e Jorge Larrionda. Os dois juízes conseguiram o que ninguém jamais atingiu: fazer a Fifa discutir o uso de tecnologia para auxiliar arbitragem. Por que a entidade nunca considerou isso com seriedade antes é um mistério para todos. Parece tão óbvio que é um erro deixar as decisões em campo serem tomadas pela única pessoa, entre 100 milhões de espectadores, que não consegue ver direito a partida. As valiosas contribuições de Rosetti, em Argentina x México, e Larrionda, em Alemanha x Inglaterra, podem provocar a maior mudança na história do futebol desde a introdução do impedimento.

4. Mick Jagger. Poucas coisas são 100% na vida. Uma delas é a garantia de mau desempenho das seleções diante do cantor-amuleto do Rolling Stones. Não há dúvida alguma de que se não fosse a presença maligna deste simpatizante do diabo em alguns estádios, Brasil e Inglaterra estariam na final da Copa, talvez com John Terry e Felipe Melo na disputa pelo troféu de Melhor Jogador.

3. O celular de Larissa Riquelme. Beldades são tão importante para uma Copa do Mundo quanto um galã para uma novela. Não há nada de errado em se querer ver pessoas bonitas em uma Copa. Quantas mulheres assistem apenas aos jogos da Itália? Difícil é alguma das beldades conseguir se destacar na Copa, com tantas modelos em evidência. A paraguaia Larissa Riquelme conseguiu chamar a atenção do mundo mesmo não viajando para a África do Sul, graças à fotos suas em Assunção que correram o mundo. Ela contou com bastante ajuda do seu celular, colocado em uma posição estratégica para onde os olhos já naturalmente correm.

2. Jabulani e Vuvuzela. A dupla dinâmica da Copa do Mundo. A primeira irritou todos os jogadores. A segunda; jogadores, torcedores e telespectadores. Para o bem do esporte, as duas devem ser aposentadas nos eventos futuros.

1. Paul, o Polvo. Poucas coisas, além de Mick Jagger, são 100% na vida, que o diga Paul, o polvo oráculo, que acertou todos vencedores em seus palpites. Paul foi mais eficiente que Messi, mais preciso que Kaká, mais confiável que Cristiano Ronaldo. Para nós, jornalistas esportivos, Paul é indigesto, a prova final de que até um cefalópode isolado em um aquário entende mais de futebol do que a gente.

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 12:20 PM em 12 jul 2010, lfom escreveu:

    Pequeno ajuste no seu texto: acho que faltou um acento no "é" na primeira frase do terceiro parágrafo.

    Muito boa a lista (e o texto também). Não diria que a campanha dos times da América do Sul foi um fiasco, principalmente se for levado em conta a desanimada final entre Espanha e Holanda, mas cada um forma sua opinião…

  • 2. à 01:49 PM em 12 jul 2010, Yoshiki escreveu:

    As pessoas que colocam os sul-americanos como vergonha da copa certamente não assistiram à partidas com devida atenção. Pênaltis e faltas negadas por uma arbitragem fraquíssima (a qual praticamente premiou a deslealdade), cartões mal aplicados e a invasão espanhola durante a cobrança do pênalti paraguaio foram -apenas- alguns dos obstáculos entre os latinos e a vitória. É no mínimo ridículo fazerem campanhas como "Calaboca Galvão" e repetir apenas o que o próprio comenta.

  • 3. à 04:12 PM em 12 jul 2010, Amílcar Tavares escreveu:

    Belíssimo post, tirando a cansativa paranóia generalizada contra a vuvuzela e a jabulani.

    Faltou mencionar um aspecto negativo e outro positivo:

    - o total fracasso das grandes estrelas mundiais, pagas a peso de ouro;
    - e o aumento do índice táctico dos coitados de outrora: os africanos. Também as selecções da Ásia-Oceania melhoraram. Oito jogos terminaram com 3 ou mais golos de diferença sendo que uma selecção africana levou uma goleada enquanto outra protagonizou outra.

  • 4. à 06:17 PM em 13 jul 2010, José Marcos escreveu:

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Parabéns. O texto ficou hilário. Adorei.

  • 5. à 04:25 PM em 16 jul 2010, Jeannie escreveu:

    [b] Ah para! Você pode deixar os "Les Blues" em paz? Quem vê pensa que a equipe brasileira nunca deu vexame! Vocês tem medo mesmo é dos franceses! Porque quando pegam o Brasil, já se sabe o que acontece! A França vence! E do jeito que o Brasil tá, vai perder pra qualquer um! ¬¬' Saco!

    - Mas de resto, interessante. [/b]

  • 6. à 09:10 PM em 21 jul 2010, Patrícia Soares escreveu:

    O texto ficou ótimo, muito divertido e melhor, correto em todas as observações. Parabéns

Mais conteúdo deste blog...

ý iD

ý navigation

ý © 2014 A ý não se responsabiliza pelo conteúdo de sites externos.

Esta página é melhor visualizada em um navegador atualizado e que permita o uso de linguagens de estilo (CSS). Com seu navegador atual, embora você seja capaz de ver o conteúdo da página, não poderá enxergar todos os recursos que ela apresenta. Sugerimos que você instale um navegados mais atualizado, compatível com a tecnologia.