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Polêmica sobre imigração ainda está longe do fim

Alessandra Correa | 2010-07-29, 0:02

A nova lei de imigração do Arizona que entra em vigor nesta quinta-feira é bem diferente daquela pretendida por seus autores.

Um dia antes de a lei SB 1070 começar a valer, a juíza federal Susan Bolton anunciou uma liminar que bloqueia as partes mais polêmicas do texto, até que seja julgada sua constitucionalidade.

Com a decisão da juíza, os imigrantes não estarão mais obrigados a portar documentos o tempo todo, e a polícia do Arizona não poderá exigir comprovação do status de imigração de pessoas abordadas por outras infrações.

Ao anunciar sua decisão, Susan Bolton disse que a lei iria restringir a liberdade de imigrantes legais que fossem abordados para verificação de documentos. Também disse que havia grande probabilidade de que policiais acabassem prendendo residentes legais por engano.

A decisão foi comemorada pelo governo de Barack Obama. O Departamento de Justiça havia entrado com ação judicial contra a lei sob a alegação de que é inconstitucional, já que nos Estados Unidos as questões ligadas à imigração são atribuição do governo federal.

Em um comunicado, o Departamento de Justiça disse compreender a frustração dos moradores do Arizona com "um sistema de imigração falido", mas afirmou que uma série de legislações estaduais e locais sobre o tema seria contraproducente.

O governo mexicano também saudou a decisão, assim como grupos de direitos civis e de hispânicos, que consideram a lei discriminatória e alegam que a população latina seria a mais afetada.

A governadora do Arizona, a republicana Jan Brewer, já anunciou que vai recorrer. Brewer se disse decepcionada com a decisão da juíza e afirmou que a batalha está longe do fim. A expectativa é de que caso seja levado à Suprema Corte.

Com a proximidade das eleições legislativas de novembro, uma recuperação econômica ainda frágil e índices de popularidade em queda, Obama tem no sistema de imigração uma questão delicada.

De um lado está a grande comunidade latina que o ajudou a chegar à Presidência e que pede uma ampla reforma nas leis de imigração e a possibilidade de que os ilegais regularizem sua situação.

De outro, aqueles que pedem mais segurança na fronteira com o México e mais eficiência para coibir a entrada de ilegais, aos quais relacionam o aumento da criminalidade em Estados como o Arizona.

A decisão desta semana está longe de encerrar a polêmica.

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