O Egito e o dilema de Obama
A crise no Egito chama a atenção para um dilema presente há muito tempo na política externa americana: como defender os ideais de democracia e, ao mesmo tempo, os interesses do país.
Desde que começaram os protestos pedindo a saída do presidente egípcio, Hosni Mubarak, os Estados Unidos se veem na difícil escolha entre apoiar o clamor dos manifestantes ou um aliado de 30 anos, considerado crucial para os interesses americanos em uma região estratégica.
Em uma entrevista publicada no site do Council on Foreign Relations, o ex-secretário de Estado americano James Baker definiu a situação no Egito como um exemplo de como "é difícil conduzir a política externa".
"Nós temos de considerar princípios e valores, sim. Democracia, direitos humanos, liberdade. Mas nós também temos de considerar o interesse nacional", disse Baker, que ocupou o cargo de 1989 a 1992.
Mubarak teve um papel importante nas negociações de paz entre israelenses e palestinos e tem sido um parceiro fiel do governo americano na luta contra o extremismo islâmico e contra as ambições do Irã.
Muitos nos Estados Unidos temem que sua saída abra caminho para um governo com posições antiamericanas.
Além disso, o Egito é um país importante na região e o desenrolar dos acontecimentos pode influenciar outros países.
Os Estados Unidos fornecem ao Egito mais de US$ 1 bilhão por ano em assistência, grande parte para o setor militar.
No entanto, nos últimos dias, diante da escalada dos protestos, a sensação no governo americano parece ser a de que o líder egípcio deve deixar o poder o mais rápido possível.
No pronunciamento que fez logo após Mubarak anunciar que não pretende concorrer à reeleição em setembro - e depois de uma conversa de meia hora por telefone com o líder egípcio -, Obama não pediu sua saída imediata, mas deixou claro que a transição no Egito deve começar "agora".
Em um artigo publicado na revista Foreign Affairs, o analista Steven Cook disse que ao longo de seu governo Mubarak esteve sempre diante de duas posições "irreconciliáveis".
"Ele poderia ser o homem de Washington ou um homem do povo - mas não ambos", disse Cook.
O analista disse acreditar que "nenhum líder egípcio vai cometer esse erro novamente".
Ainda não se sabe como a crise no Egito vai acabar, mas analistas concordam que, seja quem for o novo governante do Egito, é certo que a relação com os Estados Unidos não será mais tão próxima.
dzԳáDzDeixe seu comentário
O presidente Obama tem nas mãos a oportunidade única de passar à posteridade como o estadista que devolveu ao seu leito natural a história do Oriente Médio, cenário das maiores iniquidades contra uma cultura e um povo, na último século. Só encontra paralelo na mortandade deliberada das populações negras africanas, para aliviar as pressões diante da escassez de alimentos no mundo. O ano de 2011 e os acontecimentos no Mundo Árabe caíra no colo de Obama proporcionando-lhe as condições de retomar o enredo que culminou com a tragédia de 1948, na Palestina, e restabelecer os capítulos sobre a Verdade e a Justiça suprimidos.
Viva a internet, a arma mais poderosa do planeta, ela igualará toda uma história humana daqui para frente, não existe mais limites e nem cenários para Hollydianos e conquistadores baratos do ocidente...O oriente e ocidente são o mesma coisa, viva a humanidade por ela mesmo!!
Desafios? Todos os dias, eternamente....