Mega chinfrim a exibição sobre a história da camuflagem que está no Imperial War Museum.
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O tema parecia interessante, a organização prometia 'a maior retrospectiva já feita' sobre o assunto e, um dia antes, vi na TV um documentário no qual a cantora Miss Dynamite vai até a Jamaica aprender mais sobre escravidão. Lá, ela aprende que no século XVIII os escravos fugitivos resistiram à fúria do Império Britânico usando e abusando de camuflagem como tática de guerrilha. Legal, o tema prometia.
Minha única ressalva era que teria pouco menos de uma hora para percorrer a mostra, o que não é muito.
Mas pouco mesmo foi o que encontrei por lá. Sim, tinham coisas interessantes, mas o fato de ter visto tudo em menos de 20 minutos já diz bastante.
A exibição se concentra no período entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundiais. Segundo a organização, a camuflagem foi criada na década de 10, sob as nobres influências dos movimentos artísticos da vanguarda européia da época. Não vi jamaicano nenhum por lá e pouco do que aconteceu depois da década de 40 é falado. A não ser na moda.
Cerca de metade (metade!) do que compõe a mostra é a respeito da influência da camuflagem na cultura popular. Um exagero. Mas, por um lado, dá para entender.
Há alguns anos o governo dos Trabalhistas tornou quase todos os museus da cidade gratuitos. O lado ruim disto, me disse uma amiga que foi curadora em um dos maiores museus da cidade, o Victoria & Albert, é que o governo pressiona as instituições para que elas atraiam cada vez mas visitantes. O resultado são exposições de cunho mais populista e de conteúdo um pouco mais raso.
Neste caso, nada contra ver criações de Gaultier, Galliano, Christian Dior e Andy Warhol, mas me irritou a sensação de que a organização parece ter pensando que fazer uma mostra apenas com a camuflagem militar seria um desperdício comercial. Do tipo, para que fazer uma exposição que tenha apelo só para homens e não algo para 'toda a família'?
Embora a entrada para a maioria dos museus seja gratuita, as exibições especiais como esta são cobradas. Eu ficaria com muita vontade de pedir minhas seis libras de volta, se tivesse pago o ingresso.