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E agora, o que será de Tony Blair?

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Ricardo Acampora | 2007-06-27, 13:02

Depois de passar dez anos no comando da Grã-Bretanha, Tony Blair se despediu nesta quarta-feira do cargo de primeiro-ministro, assumindo em seu lugar o até então ministro da Economia, Gordon Brown.
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Se encostasse o ouvido no peito de grande parte do eleitorado - como diz a expressão consagrada pelo Pasquim - Tony Blair ouviria um sonoro "Já vai tarde!!!!" Pelo menos essa é uma das muitas leituras que podem ser feitas das pesquisas de opinião.

Cruel ironia da política! Ele, que chegou ao poder em 1997 comandando uma vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas urnas. Ele, que foi a personificação da esperança representada pelo Novo Trabalhismo, sai agora praticamente eliminado da liderança pelo seu próprio partido como um peso morto. Um peso pesado que fez afundar a popularidade dos trabalhistas.

Com a impopular decisão de invadir o Iraque e de ter se aliado quase que incondicionalmente ao presidente americano George W. Bush, Blair viu seus índices de aceitação despencarem gradativamente. Nem a jura de que tudo foi feito com a melhor das intenções tem sido suficiente para convencer os eleitores mais céticos.

Mas ninguém discute a capacidade de Tony Blair como líder político. Inteligente, firme e comunicativo, ele deixa o poder como o primeiro-ministro trabalhista que mais tempo se manteve no cargo. Sob a liderança de Blair os trabalhistas conseguiram vencer três eleições, as duas últimas principalmente graças à estabilidade que a economia do país desfrutou nestes 10 anos.

Mas, o desgate causado pela guerra e pela ocupação desordenada do Iraque, acabou ofuscando as conquistas do primeiro-ministro. Muitos britânicos já esqueceram o sucesso de Blair na condução do processo de paz na Irlanda do Norte. Na opinião da maioria da população, nem o enorme investimento feito pelo governo Blair em saúde e educação foi suficiente para sustentá-lo no comando da nação.

Em seu lugar assume o ministro da Economia, Gordon Brown, com enormes desafios à frente. O maior deles, recuperar a liderança perdida nas pesquisas para os conservadores e garantir mais um mandato ao partido trabalhista nas próximas eleições.

Para Tony Blair, o futuro reserva algumas opções de trabalho. Imediatamente ele volta a ocupar seu assento de simples deputado no parlamento britânico. Mas não é certo que ele permaneça no legislativo britânico, pois logo após sua renúncia veio a notícia de que ele foi apontado por Rússia, Estados Unidos, União Européia e ONU para mediar a paz no Oriente Médio.

Resta saber como anda a popularidade do ex-primeiro-ministro entre os líderes daquela região.

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 09:18 PM em 27 jun 2007, Ted Bear escreveu:

    Bela saída à francesa do Sr. Blair. Sorte dele ter sido escolhido pelo quarteto para conduzir o processo de paz no Oriente Médio, caso contrário cairia imediatamente no ostracismo. Mesmo a Rússia recalcitrante quanto a não aceitação de sua indicação, acabou cedendo aos apelos da ONU, EUA e União Européia, resta saber se no futuro a Rússia dirá, "eu bem que avisei..."
    Mas que será de Blair batendo de frente com Javier Solana, o Senhor Europa, ávido por conduzir ele mesmo o processo de paz do OM? Em uma velada queda de braço, quem subsistiria? Bem, acho que a opinião de Bush terá bom peso, que Blair não caia das graças de Bush para não cair em desgraça por Solana... Mesmo porque a política externa britânica sempre se mostrou incompetente, basta olharmos a Índia, por exemplo. E ainda se você me dissesse "Mas aqui Blair não representa o Reino Unido!" Eu diria "apesar de termos feito tudo, tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".

  • 2. à 12:28 AM em 28 jun 2007, Guilherme escreveu:

    Quem se importa com o futuro político de Tony Blair??

    A questão que se coloca pra nós agora é: como lidaremos com o legado indelével deixado por Bush e seu poodle inglês?

  • 3. à 01:42 PM em 28 jun 2007, Antonio Carlos escreveu:

    Tony Blair!
    Cachorrinho de Bush, agora mediador no Oriente Médio? mentiu na invasão do Iraque, lembram? bomba de destruição em massa que Saddan faria em quarenta e cinco minutos. Junto com Bush e seus asseclas, como Power levou na ONU e mostrando um vidro dizendo conter antraz, encotrado no iraqui, (antraz na ONU?)lembram? Blair, mentiu para todos, como um mentiroso irá mediar uma situação onde os americanos controlam, é lugar mais certo dele ficar, do que ser um simples deputado. É um grande perigo ao mundo com estes senhores da querra mentirosos. Poderão eles com grande poder em suas mãos, iniciarem a tão comentada terceira querra mundial?. Eles na minha opinião, são nada mais do que os emissários do poder satânico. Democracia não domina, conquista. Que Deus ilumine o caminho destes sofridos povos do Oriente Médio, e os responsáveis paguem por SEUS crimes contra a HUMANIDADE.

  • 4. à 03:44 PM em 30 jun 2007, Julio Gerardo Moreyra escreveu:

    Acho muito preocupante que ele defenda o seu "estilo de vida.
    Já que a frase que eu escutei ou li dele foi "eles desejam destruir o nosso estilo de vida".
    Quando eu enxergo ou sinto o contrário.
    ¿Onde fica o estilo de vida dos outros?
    ¿É momento de confrontar “estilos de vida”?
    ¿Não será o momento de aceitar o estilo de vida alheio?
    E se não aceitar pelos menos intentar compreender.
    Não sei o que pode ajudar.
    ¿Pode que ele seja um bom emissário?

  • 5. à 05:13 PM em 02 jul 2007, Angela escreveu:

    Apesar dos pesares, eu acredito que ele fez um ótimo trabalho na sua carreira política. Ninguém é perfeito.
    Quem dera se tivéssemos um presidente como ele no Brasil, acredito que as coisas iriam para frente.
    Eu espero que ele consiga fazer o que pretende no Iraque, tenho Fé nele e acredito que ele é capaz.

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