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Arquivo para abril 2008

Guarda-roupa recheado

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Ilana Rehavia | 13:07, quarta-feira, 30 abril 2008

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Foi o sonho de consumo de qualquer amante da moda. A herdeira da fortuna da cervejaria irlandesa Guinness, Daphne, conhecida por ser uma das maiores compradoras de alta-costura do mundo, decidiu leiloar parte de seu guarda-roupa e doar o dinheiro para caridade.
O armário dela é tão grande, mas tão grande, que foram para o leilão 250 lotes, muitos deles contendo várias peças (como seis sapatos, ou cinco vestidos). E aposto que ela não ficou sem o que vestir!
As marcas são um hall da fama dos melhores estilistas e maisons do mundo, como Yves Saint Laurent, Comme des Garcons, Azzedine Alaia, Gucci, Prada, Lanvin, Versace, Valentino, McQueen, Dolce & Gabbana (a lista continua...).

Resolvi dar um pulinho na casa de leilão na hora do almoço.

Como previsto, a maioria dos lotes foi vendida por pelo menos o dobro do preço estimado, alguns por até seis vezes mais.
Quase nada abaixo saiu por menos de 200, 250 libras (cerca de 800 reais). Ainda barato pelo valor original (e de revenda) das peças. Mas com os sapatos e as roupas de tamanhos bem pequenos (combinado com meu salário de jornalista), acabei resistindo à tentação e saindo de mãos vazias.

daphne2.jpg

Além da beleza, bom gosto e da quantidade absurda de itens, outra coisa que me chamou a atenção foi o fato de que além das cerca de 200 pessoas que estavam por lá, também tinha gente dando lances pelo telefone e através do site Ebay (similar ao Mercado Livre). Leilão dos tempos modernos! Ironicamente, aposto que muitas das peças vão parar de volta lá, atingindo preços astronômicos nas páginas do Ebay.

Primeira-dama brasileira?

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Ilana Rehavia | 16:18, segunda-feira, 21 abril 2008

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Lendo os jornais de domingo, me deparei com a seguinte manchete: "Modelo brasileira misteriosa é vista ao lado de candidatos à prefeitura de Londres". Obviamente fiquei curiosa, principalmente porque a modelo aparecia em fotos bem estranhas, ajeitando a gravata do atual prefeito Ken Livingston, em um ônibus de dois andares com o candidato conservador Boris Johnson, e junto aos políticos em frente ao Número 10, a residência oficial do primeiro-ministro.

Lendo a matéria, descobri que se tratava de uma chamada para um editorial de moda da revista feminina You, que circula como suplemento dominical do jornal Mail on Sunday. As fotos são, na verdade, montagens da modelo Barbara di Creddo ao lado dos principais candidatos às eleições londrinas, marcadas para 1º de maio.
Achei a idéia divertida e as fotos muito bem feitas, não?

modelocandidatos.jpg
(Fotos Sarah Cresswell, publicadas na revista You)

Minha maratona por Londres

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Iracema Sodre | 17:02, segunda-feira, 14 abril 2008

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Domingo foi o dia da maratona de Londres e enquanto milhares de pessoas corriam - umas para levantar dinheiro para caridade, outras se preparando para as Olimpíadas de Pequim ou por pura diversão - eu começava a minha maratona particular.

londonmarathon.jpg

Tive a infeliz idéia de fazer compras nesse dia em que tudo estaria obviamente um caos, já que a largada é em frente à minha casa, em Blackheath, no sudeste de Londres.

Esperei umas duas horinhas depois do início do evento e fui de ônibus – uma viagem de cinco minutos – até Lewisham, onde ia gastar meu dinheiro.

Pensei comigo mesma: “Dei sorte. Consegui chegar rápido, daqui a pouco estou de volta para o almoçoâ€. Ledo engano. Meu tour involuntário de mais de uma hora pela cidade estava prestes a começar.

Quando estava a três pontos da minha casa, o ônibus da volta, o 108, deu uma virada inesperada para o lado oposto ao que ele deveria ir e seguiu sem parar por quase um quilômetro.

Eu, com preguiça de andar carregando sacolas pesadas, fui falar com o motorista. Perguntei o que tinha acontecido. “Diversion, darling†(Desvio, querida), respondeu ele. E eu: “Mas depois você vai voltar para cá?†Ele assentiu com a cabeça.

Claro que ele não voltou. O tempo foi passando e eu reconhecia cada vez menos os arredores. O pânico foi tomando conta de mim. E não só de mim. Tinha uma velhinha inglesa, com uma expressão de terror no rosto, perguntando em voz alta, mas para si mesma aparentemente, onde o motorista estava indo e alguns adolescentes discutiam se o ônibus ia ou não para o destino deles.

Eu perguntava para o motorista sobre o meu caminho e ele me ignorava solenemente. Olhava para a frente, como se não houvesse ninguém ali.

Depois de 40 minutos, estava eu no ponto final em Stratford, no leste da cidade, cheia de sacolas. Peguei outro ônibus (lotado) da mesma rota para voltar, numa viagem de outros quarenta minutos da mais pura felicidade, só que desta vez, pelo menos, o motorista era uma pessoa decente.

Ele avisava as pessoas durante o caminho que havia mudanças na rota por causa da maratona, dizia que não ia passar por tais lugares, explicava que determinado ponto era o mais perto que ele ia chegar de tal bairro etc.

Antes desta maratona, eu já preferia os trens e o metrô de Londres aos ônibus. Agora, então…

Entre a cruz e a caldeirinha

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Iracema Sodre | 15:38, quinta-feira, 10 abril 2008

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Na hora de ter filho, os brasileiros que vivem em Londres têm duas opções, nenhuma exatamente ideal. Podemos escolher ter o bebê no Brasil, um dos países onde mais se faz cesáreas no mundo, ou na Grã-Bretanha, onde se desencoraja a cirurgia mesmo quando a operação pouparia sofrimento.

Eu tive sorte. Meu parto, no Queen Elizabeth Hospital, em Londres, foi normal, sem anestesia (logo com muita dor), mas também sem traumas. Infelizmente, a experiência de muitas brasileiras que optam por ter seus filhos por estas bandas – ou são forçadas pelas circunstâncias - nem sempre é tão tranqüila.

babynhs.jpg

Aqui mesmo, na redação da ´óÏó´«Ã½ Brasil, há histórias de partos complicados, que deixaram cicatrizes e memórias ruins, e que poderiam ter sido evitadas.

Entre os brasileiros, a fama do NHS, o sistema público de saúde britânico, é de que o tratamento nos hospitais é frio, as parteiras forçam a barra para que o parto seja normal e você, muitas vezes, não tem controle algum sobre o que vai acontecer.

Na minha opinião, várias das críticas são pertinentes. Só que a situação no Brasil, mesmo nos hospitais particulares, também não é essa maravilha toda, como algumas pessoas querem acreditar. Pelo menos não para quem gostaria de ter parto normal.

Várias amigas minhas, no Rio, São Paulo ou Brasília, escolheram obstetras que se diziam pró-parto normal e prometeram que fariam de tudo para evitar a cesárea, mas nunca as prepararam com dicas básicas sobre respiração, informação sobre os tipos de anestesia disponíveis e suas conseqüências, as fases do trabalho de parto etc.

E, no fim, adivinhem? Cesárea, claro. Rende mais para os médicos e anestesistas, é rápido e conveniente. Muitas vezes, as justificativas para a cirurgia (as pessoas esquecem, mas a cesárea é uma baita cirurgia) são completamente infundadas.

Então, para usar um ditado das antigas, estamos entre a cruz e a caldeirinha. Qual vocês preferem?

O humor britânico

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Andrea Wellbaum | 16:17, sexta-feira, 4 abril 2008

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Apesar de a Inglaterra ser um país cinzento e frio durante a maior parte do ano, as pessoas aqui têm um humor que para mim bate o de qualquer país do mundo. Assim sendo, elas teriam de colocá-lo em prática neste 1º de abril. Diferentemente do Brasil, aqui até a imprensa entra na onda e publica várias notícias mentirosas, confiando no bom senso de cada um para distinguir as notícias falsas das verdadeiras.
Por uma fração de segundos, confesso ter caído na mentira da ´óÏó´«Ã½: vi algumas imagens de pingüins levantando vôo e fiquei estupefata. Pensei comigo mesma: "Mas desde quando pingüim voa???".
As imagens fariam parte da nova série da ´óÏó´«Ã½, sobre a evolução das espécies, que teria revisitado vários lugares por onde passou Charles Darwin.
Em seguida fiquei sabendo que era brincadeira de 1º de abril. Mas dêem só uma olhada para ver como o pessoal aqui se esforça para fazer os outros de palhaço:

Vale registrar: engoli o vídeo dos pingüins porque só vi 10 segundos, viu?! Não vi os bichos voando para a Amazônia para fugir do frio!

A ´óÏó´«Ã½ tem uma tradição de mentiras de 1º de abril pelo menos desde 1957, quando o respeitável programa Panorama mostrou um documentário sobre a plantação de espaguete na Suíça. Segundo o programa, um inverno ameno propiciou a plantação de espaguete e as imagens mostram mulheres colhendo espaguetes das árvores. Um grande número de telespectadores ligou para a ´óÏó´«Ã½ para saber como plantar sua própria árvore de espaguetti e a ´óÏó´«Ã½ respondeu: "Coloque um broto de espaguete em uma lata de molho de tomate e torça para dar certo."

De volta a 2008, os jornais britânicos também publicaram uma série de matérias falsas. Aqui vão algumas delas:

- O Daily Star publicou uma matéria em que o protagonista dos últimos filmes do 007, Daniel Craig, diz que a imagem de James Bond deveria ser modernizada e que o agente secreto deveria ser bissexual. "Acho que hoje em dia os fãs iriam aceitar isso", diz Craig, que conquistou vários fãs gays com seu papel em Casino Royale, diz o Daily Star.

- Já o The Sun publicou uma matéria afirmando que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, vai se submeter a uma cirurgia para aumentar sua altura, para que ele possa olhar nos olhos da mulher, Carla Bruni. A operação, que seria realizada na clínica médica Poisson D'Avril, aumentaria a altura de Sarkozy em quase 13 centímetros.

- Jornal sério, como o The Guardian, também entrou na onda, com outra notícia envolvendo a mulher de Sarkozy. Disse o jornal que o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, nomeou Bruni para trazer mais estilo e glamour à vida britânica. No anúncio da nomeação, Brown diria que durante muito tempo a Grã-Bretanha sofreu com um complexo de inferioridade em relação a outros países europeus, como França e Itália, que têm cidadãos sofisticados e cheios de estilo. A primeira tarefa de Bruni seria dar uma melhorada na culinária e nos trajes dos britânicos.

As rádios também entraram na onda e uma delas "tocou" uma música inaudível para o ouvido humano, mas que teria efeito em hamsters. A música, na verdade, era apenas silêncio, mas vários ouvintes ligaram para contar o que aconteceu com seus bichinhos. Um deles disse que, no início, o hamster não teve reação nenhuma, mas que depois começar a andar para trás.

E chega de mentira!

Tamanho importa?

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Márcia Freitas | 14:54, quarta-feira, 2 abril 2008

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Às vezes me impressiona o fato de que alguns tabus não acabam nunca. sarkozybruniblog.jpgNa semana passada, durante a visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, a Londres, um dos assuntos preferidos dos jornais era fiscalizar que tipo de sapato a mulher dele, Carla Bruni, estava usando, prá disfarçar a diferença de tamanho dos dois. A ex-modelo Carla é, obviamente, bem mais alta.

Outro casal que tem de 'aturar' os comentários engraçadinhos é a modelo Sophie Dahl e o músico Jamie Cullum. Na última vez que li uma reportagem sobre os dois, lá estava o adjetivo 'statuesque' - ou, semelhante a uma estátua - se referindo a ela, em uma clara alusão à diferença de tamanho dos dois.sophiejamieblog.jpg

Mas, mesmo assim, parece que a 'moda' de namorar baixinhos, ou altinhas, dependendo do ponto de vista, está pegando. Afinal, só aqui nesta coluna, estão três casais 'fora dos padrões'.

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Confesso que não sou a pessoa mais indicada para falar do assunto. Com 1,55 m, jamais tive e, creio, jamais terei esse dilema. Mas será que esse tabu já não deveria ter sido superado?

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