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A anglofonia e a telefonia

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Neli Pereira | 2008-11-20, 14:13

celular_203.jpg Os britânicos, quem diria, terão que aprender a falar inglês com sotaque americano. Pelo menos se quiserem usar a nova ferramenta de busca ativada pela voz e disponível em um modelo de celular de última geração.

A nova tecnologia deveria ser bem simples. Basta acessar a internet pelo celular em questão e entrar no Google para fazer uma busca. No entanto, ao invés de digitar a sua pesquisa, bastaria falar o que deseja procurar.

Ao pronunciar a palavra "pub" ou "bar", por exemplo, a ferramenta traria informações sobre os bares mais próximos, as melhores promoções, etc.

Então, imaginem o susto dos britânicos ao tentar usar a tecnologia e ao falar a tão inglesa "pub", ao invés de informações úteis sobre os tradicionais bares, a ferramenta te enviar dados sobre sites de namoro e relacionamento!

Ou, ao falar a palavra "fish" (peixe), a busca relacionar sites sobre "sex" (sexo).

A notícia se espalhou por aqui e foi tema de matérias em diversos jornais britânicos nessa semana. Alguns usuários contavam suas experiências - bizarras, eu diria - sobre os enganos cometidos pela nova ferramenta e que lembram as cômicas confusões da velhinha surda do programa televisivo A Praça é Nossa.

Aparentemente, a tecnologia foi desenvolvida nos Estados Unidos e não reconhece sotaques que não sejam do inglês americano.

Em entrevistas aos jornais, os ingleses - pais da língua, diga-se de passagem - disseram que estão tentando adaptar o sempre tão distinto sotaque britânico e improvisar uma fala um pouco mais "texana".

Um porta-voz do Google citado por um dos jornais afirmou que os britânicos são bem vindos para tentar usar a nova ferramenta, mas que eles não podem garantir que irá funcionar com o sotaque daqui.

Nada de anglofonia nessa telefonia moderna. E eu dou razão para qualquer inglês que ficar furioso com a confusão.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 07:52 AM em 22 nov 2008, joão áquila escreveu:

    confusão braba!
    mas a idéia parece boa, desde que adaptada!

  • 2. à²õ 08:20 PM em 28 nov 2008, Rosana escreveu:

    É um imperialismo lingüístico. Basta lemberar que quando quiseram impor o Latim, na época romana, à população, a língua morreu, sendo que apenas temos trechos escritos do Latim. Parece que querem impor o inglês americano, que é uma pena. Vivemos numa diversidade lingüística. Deveriam adaptar o programa para aceitar o belíssimo inglês britânico.

  • 3. à²õ 11:03 AM em 04 dez 2008, Rodrigo escreveu:

    Já dizia Louis Armstrong com a Ella Fitzgerald

    You say "either" and I say "either"
    You say "neither" I say "neither"
    "Either" "either", "neither" "neither"
    Let's call the whole thing off

  • 4. à²õ 10:40 PM em 24 dez 2008, Guilherme escreveu:

    Imperialismo lingüístico? Primeiro que imperialismo não é lingüístico, mas sempre material (como concebe a tradição marxista); o resto, é hegemonia (cultural, "lingüística", etc). Segundo que não existe "época romana", Roma existe até hoje: existem sim alguns momentos da história do mediterrâneo, que passam pela República e também pelo Império romano, e DIFERENTEMENTE do Imperialismo moderno, o Império era muito mais falho: não havia hegemonia (cultural), mas dominação (político-jurídica), ou seja, LATIM ou qualquer premissa cultural NUNCA foi imposto (a não ser na própria Roma). E correção, Latim não é lingua morta e sobrevive até hoje, e isso sim, sustentado pela hegemonia eclesiastica desde a Idade Média (o que não concebe nenhum valor para a lingua, assim como qualquer outra). terceiro: belíssimo inglês britânico? Diversidade lingüistica? Impor o inglês americano? Inglês é lingua bárbara, não há nada de lindo; se há algo de lindo é feito por grandes poetas, mas que vão além da neutralidade da lingua. E não sei se há imperialismo americano em relação à grande, magnífica, bela, exuberante, maravilhosa Grã-Bretanha: talvez sejam dois lados da mesma moeda, talvez a história da Grã-Bretanha seja muito mais cruel, do colonialismo mais autoritário e que permanece até hoje em seu xenofobismo. Não diria nem que são dialetos diferentes, são ambas a mesma Grande Lingua (no pior sentido possível). Enquanto uma proclama o besteirol, a outra proclama uma Alta Cultura européia e materialmente pobre, da qual a classe média periférica se ilude e acha "super-chique" até chegar lá e ser maltradado ou menosprezado (na maior e imperceptível sutileza inglesa). Não vejo diversidade lingüistica, vejo hegemonia de uma, da qual capturou você. Inglaterra é bacana, mas menos ingenuidade.

  • 5. à²õ 02:40 AM em 13 jan 2009, anita m escreveu:

    interessante! Mas "pais da língua" é um conceito errôneo. A língua com os variados registros pertence a quem a fala, como diz Saramago. E além disso, lingüisticamente é comprovado que o inglês americano preservou certos arcaismos que o britânico perdeu. Diga-se de passagem que o mesmo é válido para o português brasileiro e português europeu.
    No caso aqui em questão, o inglês americano domina justamente simplesmente por uma questão econômica, obviamente.

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