A 'xepa' do inverno
Se tem uma coisa boa de passar o Natal em Londres é que no dia 26 de dezembro as lojas começam a fazer a liqüidação de inverno - a maior do ano.
Há sete anos aqui, praticamente não perdi nenhuma. E posso dizer que ganhei algumas "manhas" para atravessar a temporada sem grandes dramas:
- A primeira regra é não criar grandes expectativas. Itens de marcas caras vão sempre ser caros, ainda mais porque o desconto dado em geral não passa dos 30%. Muitas lojas mais populares também não colocam na liqüidação roupas que atravessam as estações, como jeans, camisas, acessórios etc..
- A segunda regra é sair de casa cedo, com sapatos confortáveis e sem hora marcada para voltar. Para aproveitar bem a liqüidação, é preciso fuçar e ter paciência para enfrentar filas, ruas lotadas, chuva e outros perrengues.
- Eu costumo dar uma xeretada nas lojas lá por fins de novembro, para já ir vendo o que me interessa e se realmente vale a pena esperar para comprar na liqüidação. Muitas vezes, se aquele item já está se esgotando em novembro, não vai sobrar para dezembro.
- Na dúvida entre comprar ou não comprar, compre. A maioria das lojas aceita devolução ou troca até 28 dias depois, desde que você guarde o recibo. Melhor levar para casa e resolver lá do que correr o risco de não encontrar mais o que você queria.
- Guardar o recibo, aliás, é sempre uma boa. No meio de janeiro, algumas lojas baixam ainda mais os preços e várias aceitam reembolsar o valor que você pagou a mais por ter comprado alguns dias antes.
- Esta também é uma ótima época para investir em artigos que não baixam muito de preço no resto do ano, como móveis, lençóis, toalhas, itens de decoração, eletrônicos, livros, lingerie, artigos de perfumaria e cosméticos.
- Se puder, fuja da Oxford Street. As grandes redes estão por Londres inteira. E a cidade tem áreas comerciais muito mais agradáveis e menos lotadas, como o Covent Garden e a Kensington High Street. Como toda paulistana, adoro a conveniência de um shopping e fiquei satisfeita com o Brent Cross, no noroeste de Londres.
Boas compras!
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Legal as dicas para fugir da Oxford St. Tô chegando em Londres dia 02 de janeiro e quero ir as compras!!! Bjs e Bom ano!
Pelas reportagens na televisão se ve que as liquidações daà realmente baixam os preços, aqui é só para chamar os clientes, pois os descontos são Ãnfimos.
Vim conhecer seu blog por meio do blog do Guara.
Tenha um ano novo cheio de realizações.
Nos anos 70 no RJ. as liqüidações eram parecidas com as londrina e parisiense. Tinha data certa para começar, tinha a primeira remarcação a 2ª e 3ª e nas vitrines eram escritos em letras enormes REMARCAÇÃO, assim mesmo, exatamente como em Paris. Tinha o preço de antes e depois com descontos, você via que de fato que você estava tendo o desconto. Hoje no RJ., as liquidações "viraram mesmo special sales" que dá uma idéia confusa, pois, não existe mais o calendário das liqüidações, portanto, "special sale" pode perfeitamente ser um perÃodo especial para incrementar as vendas, pois, nas etiquetas não há menção nemhuma de que aquele produto era "x" e agora com desconto é "Y". Pura enganação. Se você pergunta a vendedora, qual é desconto de tal peça, ela na maior naturalidade diz que a peça já está com desconto, sem o menor constrangimento, sem entender que a cliente que não é idiota não irá comprar. Mas ela está tão acostumada com esse "cÃrculo vicioso" da enganação que na percepção dela, você não levou a peça, não porque você não é idiota, e sim porque você é pobre e não tem dinheiro para pagar e entrou na loja porque é "encherida". Da mesma forma que a carÃssima Maria LuÃsa Cavalcante, preconceitosamente e pejorativamente deu o tÃtulo de seu trabalho de A "xepa" do inverno. Xepa para os que tem menos de 40 anos, era um termo pejorativo, usado para o horário da feira após o meio-dia, onde os preços abaixavam da venda à kilo passando para lotes de legumes e frutas, assim o feirante conseguia vender esperando exatamente o pessoal que vinha à feira na hora da "xepa" o que é bem diferente das liquidações européias, onde as pessoas não se sentem discriminadas, bem diferente da "hora da xepa". E não existe esse preconceito que as pessoas que compram e esperam as liqüidações, são pobres ou não tem dinheiro, ou coisa parecida. Se os comerciantes brasileiros, seguissem a organização como a londrina e parisiense seguindo o calendário (1 mês de liquidação, aqui em Paris)e respeitando e valorizando à sua clientela, garanto que seria um bom retorno ao que existia de bom nos anos 70, que era a cópia (modelo)francesa até no nome, que diga-se de passagem se assemelhava mais ao português do que as "special sales".