A maternidade em tempos de crise
Há aspectos muito interessantes de ser mãe em Londres. Um deles é a cara de surpresa das outras mães do meu bairro quando eu digo que trabalho em tempo integral.
Como meu emprego aqui na ´óÏó´«Ã½ tem horários pouco convencionais, eu acabo tendo tempo de levar minha filha de 2 anos a aulas de música e sessões de histórias na biblioteca. E se eu estou lá, elas assumem que também sou uma "full-time mum". Quando descobrem que não é bem isso, vêm com comentários como: "Você deve morrer de saudades dela! Ela vai para a creche? Coitadinha!"
Confesso que, à ²õ vezes, tenho uma pontinha de inveja daquelas mães com seus carrinhos de bebê tomando um café despreocupado na mesinha da calçada, jogando conversa fora com outras mães, com tempo de sobra para levar as crianças para mil passeios, enquanto eu corro descabelada para levar minha filha para a creche, para pegar o trem para o trabalho, e à ²õ vezes ainda fico cozinhando até altas horas da noite.
Mas devo dizer que, na maioria das vezes, me sinto mesmo é privilegiada por poder exercer a profissão que escolhi, ter um tempo saudável longe das mamadeiras e bonecas e saber que o tempo que tenho com a minha filha tem que ser aproveitado minuto por minuto.
De qualquer maneira, acho que o importante é que as mulheres possam tomar a decisão de ficar em casa ou de voltar ao batente depois que têm filhos. Aqui, antes da crise, era comum que as mães parassem de trabalhar por dois ou três anos, à ²õ vezes mais, e depois retomassem as carreiras.
Agora, em tempos mais difÃceis, tenho lido reportagens que mostram que essa opção está se tornando cada vez mais complicada, já que muitos maridos, antes bem sucedidos, estão agora desempregados e dependendo das mulheres para o sustento da casa.
Além disso, as britânicas agora têm mais medo de não conseguirem voltar ao mercado de trabalho depois de tanto tempo afastadas, coisa que há muitos e muitos anos já acontece no Brasil...
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
mto interessante ver como os novos tempos trazem perspectivas q nem são tão ruins, pois acho fundamental à mulher trabalhar e seguir sua carreira..e como o marido poder desfrutar das alegrias dos filhos.
mto bom esse blog! quero conhecer mais sobre londres!
Felismente fiz uma opção de vida que mesmo casada, nunca imaginei e nunca me vi cuidando de crianças. Não sinto a menor inveja das mães que passam faceiramente empurrando seus carrinhos com os bêbes, orgulhosas de ser mães. Acho tudo muito bonitinho, mais nunca levei jeito para a coisa, a começar pela deformação da barriga (não se assustem, cada um é cada um, as pessoas não tem sempre as mesmas aspirações!!). Adoro o meu trabalho que me permite fazer o "tour do mundo", tenho várias amigas na mesma profissão, que por terem filhos preferem fazer o seu trabalho no escritório, do que na "santa paz do lar" que é o meu caso, claro, que não tem vestÃgios de crianças...Até entendo a opção delas de permanecerem no escritório do que encarar uma casa-de-cabeça-para-baixo com crianças, zoando na sua cabeça. Sempre fui receptiva com essa idéia das britânicas de passarem os primeiros anos, depois do parto, cuidando exclusivamente de crianças. Imagino que deve ser um inferno depois de um dia de trabalho, chegar em casa, fazer todas as tarefas domésticas, cuidar de crianças e ainda estar disponÃvel para matar a fome sexual do marido!!! Verdadeira heroÃnas, essas brasileiras que vivem em Londres, mas, com o pé no Brasil.
nao eh soh voce!
bjs
Iracema,
Gostei muito dos seus comentarios, realmente e muito bom ter filhos, mas tambem e muito bom ter uma profissao. Sao amores diferentes e imcomparaveis, mas ambos importantes...pelo menos para mim..