Eleições e crise
Um paÃs cujo poder econômico cresceu nos últimos anos e que enfrentará desafios enormes no futuro próximo irá à ²õ urnas em 2010 para decidir se dará mais um mandato ao partido que está há anos no poder ou se optará por mudanças no governo.
PoderÃamos estar falando do Brasil, mas o paÃs em questão é a Grã-Bretanha. Como o Brasil, com os oito anos do PT no poder, a Grã-Bretanha também está passando por uma era da esquerda no poder. Foram doze anos de Partido Trabalhista - dez com Tony Blair e dois com Gordon Brown.
Mas o paralelo entre os dois paÃses para por aÃ. Ao contrário do Brasil, que parece já ter deixado a recessão para trás e realizará eleições em meio a um razoável otimismo econômico, a Grã-Bretanha irá para as urnas diante de sérios problemas na economia, como consequência da crise financeira mundial. Esta semana, , ao contrário de algumas previsões de que haveria uma lenta retomada do crescimento.
Estou impressionado como é nÃtido o efeito da crise no dia a dia em Londres. Vários amigos meus que moram aqui, de diversas nacionalidades, estão passando por algum tipo de dificuldade. Os que têm negócios próprios lutam para manter seus clientes e orçamentos. Os que são empregados estão vendo setores inteiros fecharem nas suas empresas, rezando para que não sejam o próximo nome na planilha de cortes. E os desempregados sobrevivem como podem, com cada vez menos oportunidades de inserção no mercado de trabalho e uma concorrência mais qualificada.
Esse cenário econômico sombrio está refletido no discurso dos polÃticos que estão concorrendo pelo poder. Para a imprensa britânica, esta é a eleição da "big choice", a grande escolha. Mas a grande escolha a ser feita parece ser apenas o tamanho dos cortes. Ambos os principais partidos - o Trabalhista, de Gordon Brown, e o Conservador, de David Cameron - prometem reduzir os gastos públicos para evitar que o endividamento do governo aumente ainda mais.
Como sintetiza , o "principal debate não é mais 'investimentos trabalhistas contra cortes conservadores'; são cortes trabalhistas contra cortes conservadores'.
O efeito do discurso dos dois principais partidos é desanimador para a maioria das pessoas que eu conheço. Além de lutar por sua sobrevivência, muitos temem que a redução dos investimentos do governo acarretará em outros tipos de perdas. Haverá menos serviços prestados pelo sistema de saúde pública? A idade de aposentadoria subirá? A qualidade do ensino vai cair? Haverá menos empregos no setor público? E a parte do setor privado que depende de gastos públicos, como vai ficar? Teremos que pagar mais impostos?
Claro que a Europa ainda está muito na frente do Brasil e da América Latina em diversos indicadores socioeconômicos. Não é à toa que imigrantes (muitos deles brasileiros) continuam vindo para Londres em busca de oportunidades, com crise ou sem crise. Mas este momento não deixa de ser um pouco irônico para mim, uma criança dos anos 80. Passei a minha infância na "década perdida" da América Latina. Agora, adulto, vejo de longe a América Latina crescendo economicamente e, aqui, a Europa diante de anos de crescimento lento e incertezas.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Lula está endividando o Estado brasileiro de forma alucianda, quando deverÃamos ajustar nossa casa e estudar formas de combater a corrupção e melhorar a vida do cidadão brasileiro, como investir macissamente em educação. Neste instante temos a faca e o queijo, mas insistem em travar o desenvolvimento do paÃs. Marolinha agora, e por pouco tempo. Já deram o pontapé na gastança com PACs para todos os gostos. A receita federal retém o dinheiro do contribuinte e anuncia novas polÃticas que visam a aumentar ainda mais a arrecadação. Estamos sendo inundados por dólares, uma moeda sem valor algum, com a complacência do BC. A SELIC vai muito bem obrigado, também. Lula, ao que tudo indica, é nosso Obama: simpático no discurso, mas capaz de causar muito estrago, tanto quanto o antecessor.