A política e a mídia
Prestes a passar o cargo de premiê britânico para Gordon Brown, Tony Blair fez na semana passada um discurso em que atacou o comportamento da mídia britânica na sua relação com o poder político. O premiê criticou o que chamou de "constante hiperatividade" da mídia, que tenderia a transformar pequenos problemas em verdadeiras crises e veria o mundo em "preto e branco" quando, na sua visão, a realidade é "cinza", ou seja, muito mais complexa do que manchetes de jornais tendem a sugerir. Para cutucar ainda mais a imprensa, Blair disse que a fragmentação da mídia exigiria novas regras para regulamentar especialmente o trabalho dos jornais.
Foi um discurso polêmico, possível apenas porque Tony Blair está deixando o comando do país. Como ele mesmo previu, muitos jornais reagiram mal, especialmente o único citado (negativamente) por Blair. Em editorial de primeira página, o jornal The Independent, que para o primeiro-ministro é um exemplo de confusão entre notícia e opinião, perguntou: "Você diria isso, sr. Blair, se nós apoiássemos a sua guerra no Iraque?". O conservador The Sun disse que "políticos que reclamam da mídia são como marinheiros que se queixam do tempo". A maioria dos jornais se mostrou preocupada com a sugestão do premiê de mais controle sobre a imprensa.
Pontos do discurso de Blair foram elogiados, especialmente aqueles relacionados à competição extrema que existe no setor e faz com que veículos busquem mais o impacto e menos o conteúdo. Mas quase todos que os detacaram disseram, como fez o jornal The Guardian em editorial, que, se a mensagem era correta, faltava credibilidade ao mensageiro. Afinal, Blair e seu Novo Trabalhismo são apontados aqui na Grã-Bretanha como principais agentes do chamado "spin", ou seja, as estragégias de valorizar ou distorcer, num trabalho de marketing, as informações saídas do governo central.
Relações entre a política e a mídia sempre foram conturbadas. Com a fragmentação e multiplicação da oferta de informação, elas se tornam ainda mais complexas. Além de Blair, outros líderes nacionais, entre eles o presidente Lula, sabem que a convivência diária com a mídia é, em grande parte e como não deveria deixar de ser, marcada por momentos difíceis. Mas, difícil ou não, com a transformação tecnológica que criou o jornalismo de 24 horas por dia, via TV, rádio, computador, celular etc, o fato é que Blair tem razão ao dizer que essa relação mudou. Preservá-la como algo transparente e correto é uma missão a ser abraçada pelos dois lados.
dzԳáDzDeixe seu comentário
"Os comentários passam pela aprovação do blog antes de serem publicados".Eu penso que esteja correto.Assim,também,os jornalistas deveriam ser responsabilizados por suas informações, de forma que a sua credibilidade fosse proporcional ao teor das mesmas. Na verdade, o que Eles querem é criar uma espécie de Serasa, SPC das comunicações, com impedimentos de profissionais atuarem em suas respectivas áreas, principalmente a política. Toda informação sobre alguém que, por qualquer motivo, se torne público, não só deve como se torna imperativo a sua divulgação, resguardando apenas a privacidade da pessoa. Todo ato ou fato com pessoa pública pode ser divulgado sem receber punições de qualquer ordem.
O Tony Blair fala contra uma mídia que sempre defendeu suas ações em relação à políticas intervencionistas do seu país e dos EUA. Esperta, vendo crescer as manifestações publicas contra as invasões, deixou de publicar de maneira maquiada as justificativas para as matanças e torturas.
Blair é um traidor do Trabalhismo, ao apoiar uma guerra (leia-se: assassinatos) sem argumento, sem armas de destruição em massa, sem Al-Qaeda (aliás, "qa" em português não existe, será que o jornalismo não poderia buscar algo melhor?).
Decisões teórico-orientadas num sofá de gabinete podem ser muito desastradas e causar sofrimento incalcúlavel, responsabilidade que Blair levará para o resto da vida.
Concordo que o Sr. Blair tem razão, mas ele se utiliza de uma lógica obscura e uma argumentação mal planejada. A então chamada visão Preto e Branco é o código binário que compõe o cinza, ou seja, o preto e branco visto sob uma outra ótica. Entre o preto e o branco existe o espectro cromático com milhões de côres, mas ao dizer que sua visão é cinza incíta o entendimento de que é um mundo aborrecido, estóico e conservador onde nenhuma nova verdade 'deve' ser descoberta. Ele é coerente todavia, uma vez que o spin trabalhista lembra o rumo das piores previsões de George Orwell.
A enxurrada de perguntas retóricas e declarações apimentadas da imprensa deixa mesmo a impressão de que é pessoal, como se um vírus corroesse a ética apagasse a objetividade com o intuito único de auto promoção.
O massacre evidente põe em risco a credibilidade. Mas estamos falando de Blair e da imprensa. "Preservar a informação como algo transparente e correto é uma missão a ser abraçada pelos dois lados". Manipuladores e manipulados contra a manipulação, soa meio bizarro mas o fato é que tanto Tony Blair quanto 'muitos' jornalistas tem apenas um único e mútuo objetivo. Contrôle.
Não tem de proibir nada. A midia foi lá e incomodou muito Sir Tony Blair, investigando e tentando apurar os fatos para que viessem a tona de uma forma imparcial. A guerra do Iraque é uma mentira? Não, é uma verdade. No começo a midia apoia a guerra como uma forma de libertação do povo iraquiano, hoje, se rebelou dado os problemas que lá persistem, o fato é que essa guerra foi provocada sem justificativa factível pelos EUA com apoio do Reino Unido. Esses politicos tem de saber que a única arma da população é a midia. E que a midia está lá e sempre estará lá para policiar seus governos, seus atos. É uma questão de liberdade de expressão, de democracia e não de autoritarismo. Quem controla a midia são ditadores. Porque o presidente está incomodado com a midia? Vejam esses escandalos pipocando no seu governo, mas vejam também o trabalho da policia federal que é exemplar, é uma situação dialética mas que só a midia pode informar a população. O que deve se fazer é um dispositivo para apurar possiveis falhas da midia, e se for o caso punir os responsáveis.
A liberdade de imprensa é muito importante.
Mas, é muito mais importante a livre expressão.
Se há transparência certamente vocês não estarão sozinhos.
Se pelo contrario, a prensa deixa de ser expressão para espalhar a versão oficial de qualquer interesse.
Então aí estarão com problemas.
Hoje tem coisas que me deixam alerta.
Aquela insana acusação ao Presidente Lula sobre a bebida.
Pode que seja certíssima, mas, aponta a o que?
Jornais de meu pais cobravam a Lula com 45 dias de governo as dificuldades de implementação do plano fome zero.
Naqueles dias se aprovou o novo código civil brasileiro.
Conseqüência, sem duvida nenhuma, de 15 anos de trabalho do Procom.
Para mim que sempre estou olhando de fora o Brasil este assunto é determinante para o Brasil potência.
Já que assegurar os direitos do consumidor marcou um antes e um depois.
De ali em diante um novo pais se começou a construir.
Na minha visão.
Eu me comuniquei com o jornal e manifestei meu desconforto pela ausência duma e a inclusão da outra.
Eles responderam que o jornal comprava as noticias e que a matéria era responsabilidade dum periodista argentino do “La Nación”
No Uruguai, existe uma animosidade importante que é criada pela imprensa.
Da um arrastrão no Rio, na hora esta nas noticias.
Pegam um corrupto, na hora.
Coisas boas, proveitosas, esperançadoras não tem difusão.
EU ACHO QUE TUDO E TODOS QUE ESTAO ENVOLVIDOS NESSA MATERIA JORNALISTICA TEM SEUS PROPRIOS INTERESSES SALVO O POVO QUE SEMPRE PAGA UM PREÇO MUITO ALTO PELO DESMANDO DOS QUE DETEM O PODER SEJA NO EXTERIOR OU NO BRASIL ESTA TUDO NEGRO PRINCIPALMENTE QUANDO VIDAS SE PERDEM PARA QUE MUITOS FIQUEM MAIS RICOS E ACIMA DO BEM E DO MAL
Não podemos deixar de ver por outro ângulo, que infelizmente muitas vezes a imprensa se submete ao jogo de interesses políticos e econômicos de um grupo. No Brasil vemos isto claramente quando um “certo” grupo da imprensa manipula a opinião pública dando relevância exacerbada em algumas questões menores e minimiza a relevância de outros assuntos muito mais importantes e estratégicos. Eu mesmo tenho testemunhado “in loco”, o quanto “certa” imprensa mente para dividir a opinião pública, principalmente quando se trata do governo. Gostaria que pudéssemos crer piamente na imprensa como sendo justa, infalível e imparcial. Mas acho isto impossível enquanto interesses particulares se opuserem e sobrepujarem ao interesse público. E digo público me referindo à sociedade não ao governo. Creio que quando a imprensa abandonar sua sede pelo poder manipulador e se preocupar mais em trazer a realidade “real” ao conhecimento público, talvez as guerras diminuam, seja em Bagdá, seja no Rio de Janeiro, seja em São Paulo.
Pensei que político tentando amordaçar mídia só na América Latina. Blair fez a festa para Lula e Chávez, disse o que esses dois estão falando a muito tempo. Para nós, que vivemos nesses trópicos, qualquer declaração dessas por um representante de país de primeiro mundo é terrível.Pois vem ao encontro dos interesses desses novos populistas latinos. Na Venezuela a censura já está as claras, mas no Brasil, que tem instituições masi sólidas a coisa caminha bem sutil. Observem se os meios de comunicação que estão vinculando o nivel deplorável de corrupação no país, estão ganhando licitação de propaganda do governo. Há uma pressão econômica, e há o medo, sim, do Desgoverno do Louco( Lulla) conseguir implantar uma espécie de censura no país. Há um projeto_ quase uma cópia do modelo Venezuelano,de mordaça dos meios sociais no Congresso Brasileiro. É momento delicado, na democracia latina, esse que passamos.
Da Terra Brasilis vejo que o Tony, o Chaves e o Lula tem queixas parecidas com relação a imprensa, isso parece coisa de politico ou da política que não aceita criticas. Por hora, os Britânicos não precisam ficar preocupados - as coisas estão apenas nas criticas, o pior vem quando passam para projetos de controle da impresa e para o fechamento de TVs.
Desde sempre os governantes usam a mídia das mais diversas formas, a benefício próprio, para atacar adversários, também como as empresas de comunicação são benevolentes com os governos, pelo menos no Brasil, onde o governo é o maior anunciante e fonte de renda para estas empresas. De toda forma é notório o incomodo de governantes ao serem analizados pelas mídias, ora, se não forem os meios de comunicação quem irá levar as discussões governamentais a tona, pois toda ação governamental deve ser discutida de todos os ângulos prós ou contras.
Vejo com bons olhos a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão. Fico feliz, tendo a mídia um poder sobre os governos, de mostrar opiniões e fatos em diferentes ângulos e perspectivas.
O quê não gosto é da utilização do poder da mídia para alienação do povo, para mentir sobre a realidade dos fatos. O exemplo mais claro é a RCTV da Venezuela, quem conhece a derrubada do governo Hugo Chavez (não sou fã do caudilho) sabe o crime que ela cometeu.
O ponto é não desvirtuar a informação, é publicar a verdade. O ponto é calibrar a verdade com os interesses dos DONOS da mídia. Essa é a questão: OS DONOS DA MÍDIA. Eles querem expressar seus interesses, suas opiniões e impõe o ritmo das redações. Esse é paradigma, o grande problema da mídia. Seus bastidores, os interesses dos SEUS CONTROLADORES. Como legislar sobre isso... pensem senhores.
Vejo com bons olhos a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão. Fico feliz, tendo a mídia um poder sobre os governos, de mostrar opiniões e fatos em diferentes ângulos e perspectivas.
O quê não gosto é da utilização do poder da mídia para alienação do povo, para mentir sobre a realidade dos fatos. O exemplo mais claro é a RCTV da Venezuela, quem conhece a derrubada do governo Hugo Chavez (não sou fã do caudilho) sabe o crime que ela cometeu.
O ponto é não desvirtuar a informação, é publicar a verdade. O ponto é calibrar a verdade com os interesses dos DONOS da mídia. Essa é a questão: OS DONOS DA MÍDIA. Eles querem expressar seus interesses, suas opiniões e impõe o ritmo das redações. Esse é paradigma, o grande problema da mídia. Seus bastidores, os interesses dos SEUS CONTROLADORES. Como legislar sobre isso... pensem senhores.
É enjante saber como é verdade as palavras do Ex primeiro Ministro. Mais de 200.000 mil mulheres morrendo e sendo estupradas todos os dias em campos de refugiados em Darfur no Sudão e a mídia britânica aumentando em 1000% o conflito Israel-Palestino , como se fosse pior !!! Isso é realmente assustador e preocupante, além de pensar que o grupo que esta dizimando essa população seja uma milícia árabe.
Sem menos eu ler o comentário do Sr. Blair, eu já pensava assim da mídia britânica, ainda mais nessa passagem:
" "constante hiperatividade" da mídia, que tenderia a transformar pequenos problemas em verdadeiras crises "
total verdade sobre os fatos.
Se o ex-ministro Tony Blair pensa assim, então que revele, claramente, os intuitos da política. Se não diz, a sua interpretação é mais que púmblia... pertence à escuridão do cosmo. Mas, ele bem que sabe: se não fora a "media" ele não existiria, muito menos de cinza!