DalÃ, Destino e Shirley Temple
Aqui estou eu de novo falando sobre surrealismo. Prometo que é a última vez. De qualquer forma, vale a pena, porque a está com uma exposição muito legal sobre a paixão de Salvador Dalà pelo cinema.
Ao todo, são 14 salas mostrando quadros de Dalà nos quais a influência do cinema estaria presente - como com o uso de sombra no primeiro plano -, quadros feitos especialmente para trabalhos cinematográficos e trechos de filmes com os quais Dalà contribuiu, como Um cão andaluz, A Idade do Ouro e Quando Fala o Coração.
Dá uma sensação estranha no inÃcio. Você está tentando olhar para os quadros, mas há o som dos filmes ao fundo, meio que chamando a sua atenção. Depois, você se acostuma. Eu gosto muito de olhar para os quadros de DalÃ, com aqueles espaços do deserto, os relógios moles, os telefones, as formigas que se repetem. Você pode até ficar tentando entender o que aquilo tudo quer dizer, mas o encanto, quando há, não é esse. As imagens surrealistas, apesar de muitas vezes estranhas, têm uma certa leveza, transformando o mundo em um lugar menos ordinário.
É realmente uma oportunidade imperdÃvel poder olhar para os quadros e depois os ver transportados para a tela. E o ponto alto é a animação Destino, feita por Dalà juntamente com Walt Disney e abandonada nos estúdios por 60 anos. Além de ser uma colaboração única, o fato de ter sido quase esquecida dá à obra, é claro, um valor especial.
Mas, percebe-se, o fascÃnio de Dalà pelo cinema tomou também formas menos românticas. Um dos quadros na exposição mostra o rosto da atriz Shirley Temple jovem com o corpo de um animal monstruoso. O tÃtulo: Shirley Temple, The Youngest, Most Sacred Monster of the Cinema in Her Time (Shirley Temple, o Mais Jovem, Mais Sagrado Monstro do Cinema em Seu Tempo, em uma tradução livre). O porquê de tamanha aversão permanece, ao que parece, um mistério.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Não sou crÃtico de arte, mas como todo ser humano comum, tenho direito a opinião, e minha opinião é que Dali é tão monstruoso quanto suas obras. Odeio sua "arte", assim denominada, apesar de me recusar a usar tal palavra para descrever sua produção deformada, distorcida, que enfeia o meio ambiente em que se encontra. Sua surrealidade descreve bem sua mente deformada e alienada. Mas há quem goste de lixo, não é mesmo? E podem até ser encontrados dentre aqueles que são chamados crÃticos de arte. A leveza de sua obra não é nada mais do que demonstração da frivolidade de quem não tem mais o que fazer para embelezar o mundo. Que suas obras sejam todas destruÃdas pela ferrugem e caiam no ostracismo.!!
As pessoas tem direito a opinião, a expor seu ponto de vista porque cada um tem uma percepção diferente. E na minha percepção considero o Salvador Dali um gênio. Não é qualquer um que entende a sua obra, eu particularmente tento entendê-la, porque é complexa, mexe conosco etc...e é justamente isto que o artista faz: provoca as pessoas, convidando-as a entrarem em seu mundo pessoal, convidando-as a tentarem enxergar como elas vêem o mundo. Felizmente é a maioria das pessoas que admiram a sua obra porque ela é monstruosa de fato, transcedendo sonhos e pensamentos em uma obra de arte que vai além do imaginável. Os artistas são assim mesmo: ame-os ou odei-os. Eles provocam e sabem fazer isto melhor que ninguém. Dali jamais ficará no ostracismo para a sorte de "quase" todos...