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Raízes e raças do Brasil

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Rogério Simões | 2007-06-04, 18:13

Uma semana depois, ainda repercute no Brasil o estudo do geneticista Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, encomendado pela ý Brasil (veja aqui). Jornais, revistas e canais de televisão brasileiros usaram as informações do estudo para discutir um tema que já era polêmico no país, a adoção de políticas públicas sociais baseadas no critério de raça.

A idéia de fazer uma série especial sobre as origens dos negros brasileiros surgiu durante as discussões das pautas para os 200 anos do fim do tráfico de escravos negros no Império Britânico, celebrados em março, que por sua vez gerou outro especial nosso (veja aqui). Silvia Salek, subeditora e pauteira da ý Brasil, inspirou-se em outras experiências para sugerir uma série que falaria do legado cultural e social da escravidão no Brasil, mostrando as origens de negros brasileiros. A idéia foi usar a genética para contar parte da história da comunidade negra brasileira.

Mas o Brasil é o país da miscigenação. Aprendemos desde pequenos, na escola, que a população brasileira é uma mistura de índios, negros, brancos e outros imigrantes, e sempre esteve claro para todos que muitos brasileiros eram o exemplo puro dessa combinação. Mas a genética trouxe uma surpresa: muitos que pareciam pertencer a uma raça específica são também uma combinação dos muitos povos que formaram a nação brasileira. Para muitos, é um fato a ser celebrado, para outros uma fonte para polêmica. Mas, inegavelmente, é um fato.

A ý Brasil não entrou no debate sobre estabelecimento ou não de cotas para negros, ou qualquer outra política social baseada em características raciais, porque esse não era o objetivo das reportagens. A ý não tem posicionamento sobre questão alguma, já que é uma empresa pública, sem opinião e se limita a registrar informações ou explicar/analisar contextos. Por isso, a série, que tratava de carga genética e mistura de raças pelo ângulo científico, não se posicionava sobre a eficácia ou não de políticas públicas dessa natureza. Mas trata-se de um debate importante na sociedade brasileira e que naturalmente voltaria à tona com os resultados do estudo publicado no nosso site.

De qualquer forma, demos voz aos leitores, abrindo um fórum em que centenas deles responderam a uma pergunta sobre a natureza do conceito de raça. Num mundo cada vez mais miscigenado, globalizado, sem fronteiras, será que esse conceito ainda é válido? A ý não tem, nem quer ter, a resposta. E é bem possível que ninguém tenha. Trata-se tanto de uma polêmica para sociólogos e geneticistas como de uma boa maneira de os cidadãos do nosso país entenderem melhor o que significa ser brasileiro.

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  • 1. à 07:49 PM em 05 jun 2007, dario alves escreveu:

    caro sr. diretor
    o objetivo da bbc brasil e´clarissimo: incentivar a revogaçao das cotas sociais para os negros e pobres no brasil.

  • 2. à 04:26 AM em 06 jun 2007, Jorge Souza escreveu:

    Acho que estas situações referentes a composição genética do negro é muito curiosa, além de unilateral jáh que não foi feito o teste com o branco e no Brasil a questão não é de genes e sim de cor a expressão raça serve apenas para estabelecer um conceito momentâneo e assim sendo torna-se desnecessária a polêmica e como sempre em nosso país lá está novamente aquele(s) que têm poder, julgando aqueles que não podem defender-se. Isso até parece aquelas pesquisas nacionais feita pela internet que no Brasil não passam de 14% de usuário e usam o resultado da pesquisa como regra geral. Até quando? Isso é liberdade de imprensa e se é pra quem funciona essa liberdade? Parece até uma daquelas situações em que tem um ótimo jogo de futebol no estado da gente e a televisão que comprou os "direitos" de transmissão, faz os telespectadores de todo o pais assistirem aquele jogo que é viavel pra ela (emissora de TV).

  • 3. à 02:12 PM em 06 jun 2007, Cidlene Castro escreveu:

    Pertencer a uma raça envolve valores, crenças e comportamentos humanos e estes são fatores tão importantes quanto as questões genéticas. Porém, a situação de discriminação racial não dá tempo à pessoas de cor negra ou com características indígenas, provar a sua verdadeira origem. Por isso, enquanto prevalecer esta situação que julga inferior uma pessoa pela cor da sua pele, ou outros aspéctos externos, é no mínimo inteligente que o conceito de raça continue válido social e politicamente, até que nossa educação seja de fato, antiracista.

  • 4. à 02:19 PM em 06 jun 2007, Eduardo Lima escreveu:

    A questão racial no Brasil, sempre realmente foi muito claro, nós somos uma miscigenação total. Lembro-me quando nos bancosa escolares, que tinha um desenho de uma cesta de vime com três pessoas, uma branca, uma ameríndia e outra negra, e o que ficou marcado na minha memória é que, no desenho o representante dos caucasianos dizia que o brasil é uma mistura das três raças, o branco, o índio e o negro. O representante dos ameríndios intercedia, dizendo, que "já já o japonês também vai entrar na cesta de vime". O que eu nunca vi foi tamanha discriminação que existe atualmente. Estão criando no Brasil o que não tinha, o racismo. O que mais me impressiona, é que tenho a impressão de que quem são os verdadeiros racistas. Observem a declaração do Obina "sabia que eu tinha sangue de guerreito". Ora, desde quando as demais não são? Ser guerreiro é ter vontade. Existe uma Canção do Tamoio, índio, que diz, Não chores meu filho, naõ chores que a vida é renhida, viver é lutar, a vida é combate, que aos fracos abate e aos fortes e bravos só pode exaltar". Ous seja, um guerreiro. Esta canção serve para qualquer um deles. O que deveria existir, é um forte e real apoio aos mais necessitados, cotas só vai privilegiar aos que já conseguiram chegar a algum lugar, em detrimento dos demais, que não tiveram chance. Para mim, cotas só deveria existir para pobres. Neste momento, você privilegiaria os mais necessitados, em detrimento aos que já estão em melhores condições. Uma sociedade só cresce se você buscar os que estão embaixo e não rebaixando os que estão em cima.
    ܻ岹çõ.

  • 5. à 02:23 PM em 06 jun 2007, Thomaz Magalhães escreveu:

    Foi muito boa a pauta e a matéria retumbou nos melhores veículos. Muito interessante. Entre as críticas, destaco a do professor Luiz Felipe Alencastro em seu blog com matéria de título "Um bom trabalho mal comentado". Tem lá sua pertinência, com uma certo desdém. Descabido.

  • 6. à 03:53 AM em 07 jun 2007, Ana escreveu:

    Acima de tudo, primeiramente se é humano. E o maior problema é quando as pessoas não são vistas assim.

  • 7. à 11:32 AM em 12 jun 2007, Alessandro Cavalcante escreveu:

    Não importa a raça, miscigenado ou não temos de compreender que somos um povo só! De uma cultura diversa, de um páis bonito e com recursos naturais, de gente trabalhadora e sofrida. Somos o mesmo povo, a mesma raça. Alguns tem de parar de se achar europeu. Afinal a maioria vieram para cá fugidos da miséria que seus países de origem se encontravam para cravar aqui uma nova sociedade; uma sociedade sem preconceito racial, uma sociedade livre. Está na hora de virarmos esse jogo e nos unirmos cada vez mais para a construção de uma sociedade sem fronteiras raciais, sociais etc.
    Temos de nos ajudar de olhar para a sociedade como um todo e não para si próprio.
    Cotas para negros sou contra pois acredito que irá dividir o país.
    Alma não tem cor mas em coração...

  • 8. à 07:41 PM em 12 jun 2007, Hudson escreveu:

    "A ý não tem posicionamento sobre questão alguma", concordo plenamente. E aqueles que se posicionam (chamados "jornalistas"), só se posicionam de BB pra Cima (será daí que tiraram o nome desta representante da Mídia?). Não venham com essa não... Vocês são anti-índios, anti-caboclos e anti-africanos! E eu sou anti-Mídia!

  • 9. à 02:51 AM em 13 jun 2007, Sandra Fernandes escreveu:

    Vou apenas reproduzir o que li no ,um blog bem interessante que me pareceu retratar o absurdo da coisa toda! - Você acha que o conceito de raça ainda faz sentido no Brasil? O questionamento acima foi postado para comentários e votação na BBcBrasil, e você o que pensa desta pesquisa? Pesquisas, pesquisas... será que elas mostram as coisas como elas realmente são, ou como elas interagem com o meio? Pensem sobre o seguinte: Em um caso crítico de um transplante com risco real e imediato de perda de vida humana, quem vai se preocupar com a cor do doador? Imaginem o diálogo a seguir: O médico - Encontramos um doador para sua filhinha, ela vai ser salva finalmente. A mãe - Que bom doutor, mas como ele era? Branco? pelo menos meio clarinho? bom não era amarelo né? Ah que droga, era mulato, então acho que vou esperar mais um pouco pra ver... O absurdo quase hilário deste hipotético diálogo deixa claro que não temos raças ou cores, apenas precisamos mostrar para esses senhores do planalto e das idéias (estapafúrdias), que nos sobra Brasilidade. Sendo todos iguais somos unidos e fortes, e embora pacíficos não nos falta inteligência para ver o absurdo de uma qualificação/separação! A quem interessa essa desunião? Quem seria beneficiado com a fragmentacão de um povo unido como o nosso? Fica aqui a pergunta.
    Publicado parcialmente: 28-May-2007 13:34 GMT ýBrasil.com - dzԳáDz AnalfaBlog

  • 10. à 06:56 AM em 14 jun 2007, leopoldo agapito escreveu:

    o meu comentario vai para o perigo que os jornalistas enfrentam so execicio da sua actividade.

    Concordo que quem perde não sao somente os jornalistas mas a sociedade no geral.
    é uma profissao gratificante com certeza, mas de grande risco, sobretudo nas zonas de guerra, ou melhor de conflito, mas esta claro que a nossa missao é apenas informar, com clareza e imparcialidade embora infelismente nem sempre conseguimos a merecida clareza e imparcialidade.
    O que seria a humanidade sem a midia?

  • 11. à 08:03 PM em 24 jun 2007, Julio Gerardo Moreyra escreveu:

    “Rejeitar raízes negras virou 'instituição' no Brasil, diz jornal”
    DA POLÍTICA, A MÍDIA , AS REIVINDICAÇÕES E MINHA CONSCIÊNCIA.
    Num comentário recente no foro sobre as raças do Brasil eu escrevi que os brasileiros devem estar muito unidos já que muito bengala (pau a disposição dos poderosos) ameaçadora pode ser enfiada nas rodas do Brasil.
    O Brasil com sua presencia marcante no mundo esta deixando muito “interesse” nervoso.
    Sem duvida tudo pode ser melhorado.
    Mais, tudo deve ser melhorado, sempre.
    Faz alguns dias, no reconhecimento de prêmio Ortega Gasset pela ý Espanhol.
    Tinha uma foto do pessoal que trabalha nos estudos.
    Pude ler um comentário dos leitores que associe rapidamente com este assunto.
    Alguém perguntava se não trabalhava nenhum negro em na turma da ý
    Fui surpreendido pelo fato de ter observado a foto e não ter percebido a raça de nenhum deles.
    ¿Então, quem é o racista?, ¿eu que não vi? ¿ou quem tinha procurado uma raça?
    Neste pais, Uruguai, tem muito poucos negros, eu sempre pensei que a nossa falta de alegria nacional podia estar relacionada como isto.
    Mas, hoje, e depois de minha consciência de raça ter acordado posso dizer que tem muita gente que poderia ser classificada como negra.
    Só, que eu não enxergava eles.
    Antes de que esta consciência de raças acordasse estive na África do Sul.
    Lá observei que a maior parte das chefias são brancos e tem muito poucos operários brancos.
    Desde faz bastante tempo eu conheço o Brasil.
    Como o Presidente Lula falou, no inicio de seu primeiro mandato.
    ¿Vocês lembram?.
    “Todo estrangeiro es bem vindo, já que logo se apaixonam pelo Brasil e se convertem em brasileiros também”
    Sou apaixonado pelo Brasil, pela qualidade de sua gente.
    Em conseqüência não sou um observador cientificamente válido.
    Mas, eu acho que o termo rejeitar é injusto.
    E que tenha virado instituição é mais injusto, ainda.
    Eu pessoalmente acho que eu tenho que perceber e enxergar pessoas.
    Se eles são baixos, altos, negros, brancos, loiros, ruivos, de olhos azuis o castanhos não pareceria relevante a menos que eu quisesse identificar-lhe.
    Um sujeito negro, baixo, de olhos castanhos.
    Esse é meu amigo.


  • 12. à 11:21 AM em 26 jun 2007, Luís da Velosa escreveu:

    Prezados amigos, bom dia!

    O problema é a pobreza e marginalização. Cidadãos de cor, brancos, negros, pardos, chineses, árabes, etc., se forem ricos ou bem aquinhoados, não sofrem discriminações. Existe, também, o que se chama de mágoa histórica. Agora, se começarem com demagogia, principalmente os políticos, as coisas podem levar-nos a outros rumos de mais radicalismo. Mas, será sempre oportunismo. Aqui, na Bahia, Salvador, principalmente, onde há maior concentração da cor negra, a centelha está na pobreza. Isso, para um expectador imparcial, revela, de pronto, a inexistência de racismo.

  • 13. à 06:49 PM em 12 set 2007, Ricardo Junior escreveu:

    O CASO MADLEINE impactou diversas pessoas pelo mundo. Dentro de uma perspectiva da Medicina Legal, os fatos narrados e os últimos acontecido, é patente que a próxima linha de investigação da policia seja a própria familia. A de se notar que a queixa foi feita após um lapso temporal que levanta suspeitas. Todas as provas arraigadas na investigação aponta que a menina desapareceu e a resposta remonta ao quarto do Hotel, pecando por presunção ou não, fica dificil arrumar defesa.

  • 14. à 06:06 PM em 28 set 2007, NILDO escreveu:

    EU DOU GRAÇAS A DEUS POR VOCÊS JORNALISTAS E REDATORES E TODA A IMPRENSA HONESTA,FALO HONESTA PORQUE TEM CERTAS PUBLICAÇÕES QUE SÓ DIZ O QUE O PRESIDENTE E SEU PARTIDO ACEITA,PORQUE SE NAO FOSSE O JORNALISMO,ONDE ESTARIA A JUSTIÇA,"CEGA"

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