Depois do G8, a ONU
Os emergentes aproximam-se cada vez mais da superfície. Num processo bastante acelerado pela crise financeira global do ano passado, o grupo das 20 maiores economias do mundo foi formalmente reconhecido como o melhor fórum para decidir sobre os rumos da economia global. O G20, a partir da reunião de Pittsburgh, na semana passada, substitui assim o G8 em temas econômicos. Do Brasil à Indonésia, passando por África do Sul, Arábia Saudita e, logicamente, China, um mundo todo antes submerso passa agora a ter plena voz nos rumos econômicos do planeta. Mas os emergentes querem mais.
Apesar de quase despercebida no Primeiro Mundo, foi significativa a realização da segunda cúpula América do Sul-África logo depois do encontro de Pittsburgh. Em sua declaração final, os líderes reunidos na Venezuela pediram uma reforma do Conselho de Segurança da ONU para que este seja "mais democrático, transparente, representativo". A mudança no comando da economia não é suficiente para um mundo que anseia por maior participação nos destinos da humanidade. Os emergentes querem que a mesma velocidade com que têm sido impulsionados para cima nas áreas de comércio e finanças se repita no mundo da política internacional.
Qualquer reforma no Conselho de Segurança, organismo formado por 15 países e criado em 1945, depende do apoio de seus cinco membros permanentes, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia. Todos têm poder de veto e podem, com um gesto de cabeça, frustrar qualquer movimento por mudança. Seu apoio não foi garantido nas tentativas anteriores de ampliação do grupo de membros permanentes, a mais recente em 2005, o que era natural. Pelo menos em tese, nenhuma dessas potências deveria ter interesse em concordar com a perda de um estratégico privilégio mantido por mais de seis décadas. Sob esse raciocínio, o Conselho de Segurança continuaria do jeito como sempre foi pelo tempo que seus membros permanentes quisessem. Mas os emergentes, satisfeitos por terem se aproximado da superfície, onde há mais luz, faz menos frio, e sua voz é ouvida mais facilmente, apostam em um momento histórico favorável.
Até o final do século passado os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança formavam também o mais do que fechado clube nuclear. Boa parte de sua credibilidade para determinar os caminhos do planeta nas áreas de política e segurança vinha do fato de que eram os únicos países detentores de armas nucleares. Mas com o tempo isso mudou: Israel silenciosamente produziu sua bomba, apesar de nunca ter admitido; Índia e Paquistão anunciaram e provaram ter suas ogivas; Coréia do Norte seguiu o mesmo caminho; e o Irã se aproxima de obter a capacidade de produzir bombas atômicas, se assim o desejar. Os cinco manda-chuvas da ONU não conseguiram impedir a proliferação nuclear.
Diante desse cenário, o presidente Barack Obama encampou a tese de um mundo sem armas atômicas e aumentou a pressão sobre o Irã. Para essa tarefa ele sabe que os Estados Unidos e seus quatro companheiros permanentes de Conselho precisam de uma ajuda mais ampla. Por isso, na Assembléia-Geral da ONU formalizou o início de uma nova era de cooperação entre seu país e o resto do mundo, o que inclui os emergentes. Nesse novo cenário, a tese de um Conselho de Segurança mais democrático e representativo, provavelmente com membros permanentes da América do Sul, da África e do sul da Ásia, ganha mais espaço. Com o crescimento da influência econômica e política de nações como Índia e Brasil, o que poucos anos atrás parecia para muitos um delírio da diplomacia brasileira passa a ser uma realidade bastante possível. Ou até mesmo inevitável.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Bem direcionado e administrado, o crescimento do Brasil era mesmo inevitavel. Somos um pais produtivo, que foi crescendo, se fortalecendo e se especializando a olhos vistos para quem queria ver. Quem nao quis ver e apostou na propria soberania eterna, talvez tenha a surpresa de se deparar um pais enorme, que esta ficando com a moeda forte, e cada dia mais poderoso - e nao saber direito quando e como isso aconteceu.
Como você mesmo disse Rogério que enquanto os 5 países membros permanentes do conselho de segurança da ONU achavam que tinham o controle de tudo,várias nações foram por debaixo dos panos se fortalecendo e tornando-se potências nucleares. Agora,parece estarem perdendo seus poderes e já mesmo que não admitam,pensam em dividir esse "abacaxi" com outros países.
Bom,o fato é que se Israel tem armas nucleares,têm por conivência dos EUA.Índia e Paquistão desenvolveram as suas ogivas com o apoio da ex-URSS,portanto,é extremamente ridículo o G5 da ONU ficar acusando ou impondo sanções àquelas nações que pegaram o bonde da história e passaram à querer dominar a energia nuclear. O Brasil também tem tecnologia,porém muito aquém do que Coreia do Norte e creio eu,Irã tenham desenvolvido.
Não entendo de forma alguma,como um país como o nosso,com todas suas riquezas naturais e minerais não teve a ousadia de desenvolver a bomba atômica.Israel alega que tem o povo judeu para defender de outros tiranos da humanidade;o Irã tem seu petróleo;a Coreia do Norte tem o argumento que durante a Guerra das Coreias tenha sido ameaçada pelos EUA de sofrerem um ataque nuclear como fizeram com o Japão na 2ª Guerra. Enfim,cada país tem seu argumento e nós temos o maior deles que a Vida,a Fauna e a Flora,não só para nós, mas para o bem de toda a humanidade.
O conselho de segurança da ONU está velho e ultrapassado,mas quem tem o osso não quer largar,porém mais cedo ou mais tarde eles serão obrigados à se curvarem diante de novas forças internacionais e isso não tem mais volta. O G20 está aí e outros ainda ascenderão!
O Brasl não tem condições de opnar em política e segurança internacional principalmente após esta palhaçada hondurenha. O Sr. Presidente não tem o direito de desmoralizar toda uma nação e por em risco a vida e a honra d ebrasileiros no mundo todo por suas convicções políticas inconfessáveis.
Concordo em gênero, número e grau com o Guilherme. A papagaiada hondurenha foi tão ridiculamente mal feita, que o próprio Governo de facto de Honduras está utilizando a aspiração do Brasil em conseguir uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, como subterfúgio para inflamar a população e perpetuar as manifestações populares (assim justificando o estado de sítio).
Só não vê que o Brasil está despreparado, quem não quer.
Acho que o Brasil, mais que muitas outras nações, poderia merecer um lugar num Conselho de Segurança, mas apenas por sua postura histórica não beligerante. Mas tremo só de imaginar ver um politico tendencioso e reconhecidamente mentiroso que nós frequentemente elegemos, possa a decidir sobre a paz mundial.
Tomemos como exemplo recente esta irresponsabilidade cometida contra a pequena Honduras, apenas para agradar ao Chavez e Zelaya? UM FIASCO vergonhoso e sem precedentes.
Por isto, sinto dizer, mas se o Brasil está preparado históricamente para aconselhar sobre segurança Mundial,lamentávelmente os dirigentes que elegemos nunca estarão.
Não dá para esperar que um ovo não rache, mesmo que seja de uma galinha premiada.
Essa cúpula América do Sul-África é aquela que conta com a presença dos presidentes Teodoro Obiang, da Guinea Equatorial (desde 1979 a partir de um golpe), Omar al-Bashir, do Sudão (desde 1989 a partir de um golpe), Muammar al-Gaddafi, da Líbia (desde 1969 a partir de um golpe), Robert Mugabe, do Zimbábue (chefe de Estado desde 1980 e "regular" da ý)? E é essa cúpula que diz representar os que anseiam "por maior participação nos destinos da humanidade"?
Não, obrigado. De golpe eles entendem mas de democracia não.
Prezado Sr. Rogério Simões, onde foi parar o meu comentário, postado há alguns dias?
COM TODA A CERTEZA, a presepada armada na Embaixada Brasileira em Honduras, permitida pelo Lula e por ele defendida na ONU,mas repreendida pela OEA como "Irresponsável", foi vergonhosa, a qual se não descarta a chance de Brasil candidatar-se a qualquer Conselho de Segurança nada mais o descartará.
Se analizarmos apenas os eventos anteriores,mesmo sem investigação, já dá para perceber que a presença de Zelaya na Embaixada, revela uma evidente armação pré-armada, e por ter sido um acinte contra a Justiça Hondurenha, como esperar que tais inteclectos possam integrar um Conselho de Segurança?
1- Se Zelaya estava há vários dias no Brasil(o Mundo sabia disto), qual teria sido o motivo dele sair daqui para, de repente, pedir proteção na Embaixada em Honduras, um dia antes do Lula defender o seu caso na ONU?
2- Zelaya teria revelado numa entrevista à Radio Jovem-Pan que o desgoverno tupiniquim sabia que ele iria se hospedar na Embaixada (já com a promessa de ser comedido), por numa aeronave, casualmente, venezuelana.
3- Já muito desgastado e desacretidado por mentiras anteriores, o desgoverno nega a afirmação que "sabia" e se defende por duas vezes, com uma arrogante provocação, questionando aos interrogadores "se eles acreditavam nele ou nos golpistas?"... (não estavam se referindo ao Zelaya, claro, eleito).
4- Deu até para uma criança de 5 anos ver que, a utilização do transporte venezuelano foi com o escopo de "despistar" (alardeada na mídia pelo próprio Chavez "que teria armado algum despiste") as autoridades portuárias hondurenhas. As quais certamente iriam inspecionar com rigor um avião da Força Aerea Brasileira, mas não uma venezuelana, já que imaginavam que Zelaya ainda estivesse no Brasil.
O resto é coisa para inglês ver... lol...( Perdão,mas não resisti).