A um ano da elei莽茫o
Daqui a exatos 12 meses, os brasileiros estar茫o escolhendo novos governadores, deputados, senadores e, especialmente, um novo presidente da Rep煤blica. Al茅m de receber outras 31 na莽玫es para a Copa de 2014 e, caso seja reeleito, abrir a primeira Olimp铆ada da Am茅rica do Sul, o novo l铆der brasileiro ser谩 o primeiro ap贸s 16 anos das eras FHC e Lula, um per铆odo de estabilidade pol铆tica e econ么mica sem precedentes na hist贸ria brasileira.
O pleito, provavelmente o mais disputado desde o embate de 1989 entre Fernando Collor de Mello e Luiz In谩cio Lula da Silva, ser谩 realizado em um momento de otimismo. O Brasil sai da maior crise econ么mica global dos 煤ltimos 80 anos com apenas alguns arranh玫es (uma pequena interrup莽茫o no crescimento econ么mico e na gera莽茫o de empregos, j谩 superada). A oposi莽茫o tucana aparece na frente nas mais recentes pesquisas de opini茫o, mas o capital pol铆tico do governo 茅 suficientemente forte para alavancar a candidata do Pal谩cio do Planalto. Discuss玫es, ideol贸gicas ou pr谩ticas, sobre como usar o crescimento econ么mico para melhorar a vida do cidad茫o comum podem fazer de 2010 um momento de grande maturidade da jovem democracia brasileira. Detalhes poder茫o decidir a vota莽茫o.
Em entrevista 脿 大象传媒 Brasil, Luiz Carlos Mendon莽a de Barros, ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, admitiu que a miss茫o da oposi莽茫o n茫o ser谩 f谩cil. "脡 muito dif铆cil, porque, no fundo, a sociedade acaba associando o bem-estar presente ao governo de plant茫o", afirmou, apesar de ressaltar que o bom momento brasileiro 茅, na sua opini茫o, consequ锚ncia dos dois 煤ltimos governos. "Essa combina莽茫o de oito anos de Fernando Henrique com oito anos de Lula foi uma combina莽茫o muito favor谩vel para n贸s, porque incorporou do governo Fernando Henrique uma vis茫o muito mais de institucionaliza莽茫o, de uma economia mais moderna, regras mais claras. (...) E um pragmatismo no governo de Lula, de entender que num pa铆s com a distribui莽茫o de renda como a brasileira voc锚 tem de usar uma pol铆tica social de fora da economia, isto 茅, definida pelo pr贸prio governo."
O governo Lula, naturalmente, acredita ser o autor das diretrizes mais importantes que colocaram o Brasil num caminho de mais desenvolvimento e menos pobreza. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse recentemente 脿 大象传媒 Brasil que mesmo se o governo trocar de m茫os daqui a um ano suas prioridades para o pa铆s n茫o poder茫o mudar. "Mesmo com as elei莽玫es, o curso das pol铆ticas j谩 est谩 dado. Acho temer谩rio que algum novo governante venha a mudar uma s茅rie de diretrizes que est茫o dando certo. Eu duvido que desative o Bolsa Fam铆lia, os programas sociais. A popula莽茫o n茫o vai deixar", afirmou.
Em meio ao debate sobre o caminho do Brasil a partir de 2011, aparecem os mais recentes dados do Pnud, programa das Na莽玫es Unidas. O IDH (脥ndice de Desenvolvimento Humano) brasileiro melhorou, mas o pa铆s continua numa posi莽茫o decepcionante, para dizer o m铆nimo. Em 75潞 lugar, o Brasil est谩 17 posi莽玫es abaixo da Venezuela de Hugo Ch谩vez e 20 atr谩s da L铆bia de Muamar Khadafi. Logicamente, isso n茫o quer dizer que o M茅xico (53潞), onde o narcotr谩fico amea莽a a soberania do governo central em v谩rias localidades, tenha menos problemas que o Brasil; que Chipre (32潞) esteja em um melhor momento econ么mico; ou que o pequeno, 谩rido e mon谩rquico Kuwait (31潞) seja um lugar melhor para se viver. Mas o IDH, que mede qualidade de vida e n茫o a proje莽茫o pol铆tica ou econ么mica de uma na莽茫o, 茅 um 贸timo indicativo do tamanho do desafio de quem o Brasil eleger daqui a um ano.