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Blair, Brown e o Iraque

Rogério Simões | 2010-01-26, 14:02

blairiraq.jpgDemorou bastante, sete anos para ser preciso. Mas agora, após o fim da operação militar britânica no Iraque, apesar de bombas continuam matando inocentes no país, começam a ser revelados os bastidores do processo que colocou a Grã-Bretanha na guerra. Desde o fim do ano passado, uma investigação liderada por John Chilcot promete trazer as respostas definitivas sobre as razões que levaram o governo britânico a participar da invasão do Iraque com os Estados Unidos, em 2003, para derrubar o governo de Saddam Hussein, mesmo sem uma autorização explícita do Conselho de Segurança da ONU. Algumas dessas respostas começam a aparecer, e muito mais ainda está por vir.

Nesta terça-feira, o principal conselheiro jurídico do Ministério do Exterior britânico na época da guerra, Michael Wood, que o então chefe da pasta, Jack Straw, rejeitou sua avaliação de que uma invasão do Iraque seria ilegal. "Eu considerei que o uso de força contra o Iraque em março de 2003 iria contra a legislação internacional", afirmou Wood. O conselheiro não pediu demissão na época, mas sua subordinada, , o fez. Ela também prestou depoimento nesta terça e reafirmou que a guerra, na sua avaliação, era ilegal. Especialistas ouvidos pela ´óÏó´«Ã½ já disseram que um ministro de Estado rejeitar a orientação jurídica de seu principal conselheiro, num assunto de tamanha importância, é algo sem precedentes. O próprio Michael Wood afirmou que sua avaliação nunca havia sido rejeitada por nenhum outro ministro do Exterior.

, como é chamado, começou de forma relativamente chata. Analistas diziam que os investigadores estavam sendo bonzinhos demais com as testemunhas, especialmente com Alastair Campbell, ex-diretor de Comunicação do então primeiro-ministro, Tony Blair. Os depoimentos são transmitidos ao vivo pela TV e pela internet, mas não chegam aos pés das CPIs brasileiras em termos de emoção, bate-boca, caos e divertimento. Todos falam baixo, ninguém fala em cima do outro, perguntas e respostas tendem a ser objetivas e pronunciadas de maneira bastante calma. Tipicamente britânico. No entanto, o clima promete esquentar nas próximas semanas, quando o inquérito ouvirá as duas mais importantes e interessantes testemunhas desse processo: o atual e o anterior primeiro-ministros, Gordon Brown e Tony Blair, respectivamente.

Blair será ouvido primeiro, já nesta sexta-feira, e a expectativa é enorme, como não poderia deixar de ser. Especialmente depois de o ex-premiê ter dito, em entrevista à ´óÏó´«Ã½ no final do ano passado, que teria invadido o Iraque mesmo se já soubesse que não havia armas de destruição em massa no país. Seu depoimento será uma oportunidade única de ver Tony Blair na TV, quase ao vivo (há uma demora de um minuto na transmissão para evitar que informações confidenciais sejam divulgadas), respondendo a perguntas sobre o episódio mais desastroso de seus dez anos no governo. Mas isso não será o fim dessa emocionante fase do inquérito: o premiê Gordon Brown, que falaria apenas depois das eleições gerais (esperadas para maio e que podem deixá-lo sem emprego), aceitou dar seu testemunho antes do pleito, o que pode inclusive ter influência no próprio resultado eleitoral.

Aos poucos, os bastidores da guerra no Iraque, pelo menos aqui na Grã-Bretanha, começam a aparecer. Se a conclusão do inquérito for de que a guerra foi ilegal, haverá uma enorme pressão para que os responsáveis por ela respondam à Justiça, criminalmente. Neste momento, tal possibildade ainda parece remota, mas já não pode ser descartada.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 04:44 PM em 26 jan 2010, José Pedro escreveu:

    Para um homem que dava montantes de dinheiro a famílias de suicídas palestinos, que perseguia seu povo e cujo arsenal de armas quimícas, que são armas de destruição em massa também indo para a Síria em 2004, a guerra foi mais que justa para a paz mundial, embora Bush tenha sido um inepto em deixar as armas saírem das fronteiras e o arsenal de 400 toneladas de explosivos que foram roubados embaixo de seu nariz, quantidade que até hoje está sendo usada.

  • 2. à²õ 06:24 PM em 27 jan 2010, Mario escreveu:

    O Leitor Jose Paulo continua repetindo a justificativa falsa que foi usada para defender o indefensável. O caso da deposição de sadam passa pela piscanalise. Com Bush no Divan as razões da guerra seriam muito mais fáceis de serem percebidas. Os EUAs têm logicas convenientes para ditadores amigos e ditadores inimigos. A ONU deveria autorizar a invasão de Israel que possui armas de destruição em massa, mata civis indiscriminadamente, usa métodos alemaes de represália contra população civil etc

  • 3. à²õ 01:27 PM em 01 fev 2010, Luiz Moreira escreveu:

    Sempre os EUA e a INGLATERRA tem razões humanitarias e heróicas para justificar ações imperialistas e colonialistas. As guerras do ópio foram um belo exemplo de "espirito humanitário". A Guerra do VIETMAM foi uma grande demonstração de heroismo de americanos bombardeando populações famintas e sem quase nenhuma defesa com NAPALM e outras coisas mais. Quando desaparecerem estes regimes facistas o mundo terá maiores oportunidades de acertar suas diferenças, pois no momento só valem as visões destes estados colonialistas.

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