Incerteza no reino de Elizabeth
A Grã-Bretanha não passa apenas por um momento de incerteza polÃtica, vive um verdadeiro dilema constitucional, após as eleições parlamentares de quinta-feira. Como já explicaram alguns analistas da ´óÏó´«Ã½ e historiadores, a única pessoa capaz de acabar com o impasse gerado pelo resultado inconclusivo nas urnas seria a rainha Elizabeth 2ª. A monarca é responsável por convocar o lÃder com maior apoio polÃtico para formar um governo e estabelecê-lo como primeiro-ministro. Entretanto, as eleições não forneceram um vencedor incontestável e, a rainha não deverá tomar partido na atual disputa para se escolher um novo governo, pois isso poderia criar uma crise de fundo ainda mais complexo. Sua majestade simplesmente não pode se meter na polÃtica do paÃs, ou seja, a única pessoa com poder suficiente para resolver o impasse polÃtico não pode fazê-lo. No melhor estilo britânico, não há outra saÃda a não ser os polÃticos chegaram a um acordo entre si. "Mas e se não chegarem?" Quem conhece bem a Grã-Bretanha sabe que tudo aqui baseia-se no consenso, nem a Constituição é um papel escrito, mas sim um conjunto de precedentes e tradições ajudados pelo bom senso. É preciso haver uma solução polÃtica. Se não houver, tenta-se de novo. Até aparecer uma.
E qual é exatamente o impasse? O Partido Conservador, hoje na oposição, venceu as eleições, mas não conseguiu o total de 326 cadeiras na Câmara dos Comuns que lhe daria poder para governar sozinho. Com isso, o atual premiê, o trabalhista Gordon Brown, tem o direito constitucional (de novo, nada está escrito, isso é apenas uma tradição de séculos corroborada pela interpretação de especialistas) de tentar formar um governo, apesar de ter perdido a eleição (seu partido ficou em segundo lugar). Em tese, ele precisaria completar a tarefa, com o apoio de outros partidos, até o discurso da rainha, previsto para o fim deste mês. Nesse meio tempo, David Cameron, lÃder conservador, ficaria esperando a sua vez para formar um governo. Brown, enquanto isso, continua como primeiro-ministro, já que em caso de eleições inconclusivas o premiê precisaria renunciar para outro poder entrar em seu lugar.
O problema é convencer os mercados de que, enquanto polÃticos britânicos discutem, tudo vai bem no reino de Elizabeth. Nas primeiras horas desta sexta-feira assim que foi confirmado que as eleições não tinham produzido um novo governo. A bolsa de Londres também caiu, como já vinha acontecendo nos dias anteriores por causa da tempestade instalada sobre a Grécia. Gordon Brown declarou aceitar que os lÃderes dos dois outros principais partidos, o vencedor Conservador e o Liberal Democrata (terceiro lugar), tentem chegar a um governo de coalizão. Mas avisou que, se um acordo não for obtido, tentará governar com os liberais-democratas. Enquanto isso, continua no cargo, apesar da derrota nas urnas. E a rainha Elizabeth 2ª segue sendo informada por seus assessores, longe do centro de Londres, no palácio de Windsor, sobre o estado do seu reino. Sua majestade sabe que o momento inspira cuidados, mas não deve fazer nada a respeito.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
A solução britânica poderia ser uma coalização entre Conservadores e Trabalhistas, assim como foi no Brasil a associação da Brama e Antártica, antes duas rivais e hoje são uma única empresa.
Não há sentido comparar acordos entre duas empresas comerciais com acordos entre partidos ou lucro com ideais.