Exageros e o futuro do Brasil
Confesso que não sei se alguém já expôs esta ideia com estas mesmas palavras, mas eu arrisco dizer: assim como a pressa é inimiga da perfeição, o exagero é inimigo da credibilidade. É um conceito óbvio, especialmente para quem lida diariamente com informação, ou seja, nós, jornalistas. O bom jornalismo prevê o abandono do exagero, da convicção cega, de ataques raivosos ou elogios bajuladores. A imprensa não é parte da história que cobre, seu papel é informar, questionar, expor contradições e esclarecer dúvidas sem fechar as portas para nenhum argumento, sem jamais dar-se por satisfeita. Quando dá espaço à várias facetas da realidade, ao contraditório, o bom jornalismo acumula credibilidade junto ao público. Quem está disposto a questionar tudo e todos de forma objetiva, sem superdimensionar o valor das respostas encontradas, terá o respeito, a crença e a admiração do consumidor da informação.
O exagero cabe àqueles que lucram diretamente com o que oferecem. Um vendedor pode exagerar sobre os benefícios de um produto, assim como um político pode superdimensionar ou mesmo inventar qualidades ao se dirigir ao eleitorado. Ambos precisam apenas pesar o risco de serem expostos na divulgação de propaganda enganosa, mas consumidor e eleitor já esperam certa dose de injustificável autopromoção. É verdade que empresas jornalísticas também têm de vender seu produto, como um jornal, um site ou um programa de rádio/TV. Mas jornalista algum deveria ter de vender a informação em si. Esta deveria ser apresentada de forma equilibrada, proporcional, sob uma perspectiva ampla e com a apresentação de todos os seus lados relevantes. Qualquer exagero na oferta da informação pode abalar a confiança do receptor no mensageiro.
Na cobertura da atual campanha presidencial brasileira tem havido exageros de todas as partes. Alguns profissionais da imprensa, convencidos de que o país ganharia com o fim do comando petista no Planalto, alertam para uma espécie de apocalipse caso Dilma Rousseff vença a disputa, como indicam até agora as pesquisas de opinião. Outros, convencidos da necessidade de se dar continuidade ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, preveem o desaparecimento de tudo que ocorreu de bom no país nos últimos anos caso José Serra vire o jogo na reta final. Tal apresentação desproporcional das informações, ou seja, da realidade deveria estar confinada ao horário eleitoral gratuito, onde fatos e ficção costumam caminhar lado a lado.
A ý Brasil acredita na importância de uma discussão sensata e pluralista sobre a realidade brasileira, fugindo dos superlativos muitas vezes encontrados na cobertura da atual campanha eleitoral. Por isso, em parceria com a rádio CBN, reunirá especialistas em São Paulo para discutir o que deveria estar sempre na mente de eleitores e candidatos: o futuro do Brasil. A partir do próximo dia 13, em três debates abordando a economia, a educação e a relação do Brasil com o resto do mundo, incluindo o tema do meio ambiente, ý e CBN pretendem olhar com seriedade, objetividade e equilíbrio para muitas das questões que estarão em jogo durante e além do próximo mandato presidencial. Afinal, o momento decisivo por que passa o país ajudará a moldar o Brasil das próximas gerações. Contamos com a participação do nosso público no evento, cujas conclusões, opiniões, perspectivas e contradições estarão depois publicadas aqui no nosso site. De preferência, sem exageros.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Esse texto define muito bem o horário político, além de descrever de forma sensata o sentimento do brasileiro sobre o período de crescimento econômico e ganhos sociais que mascaram todos os tipos de ineficiência do governo Lula, a pessoas parecem estar cegas atribuindo ao lula tudo que foi feito durante os mais de vinte anos do retorno a democracia e esquecendo que as próprias pessoas, ou seja a iniciativa privada que está sendo muito importante para esse desenvolvimento.
Se comerçamos a analisar as benfeitorias dos últimos 8 anos não vai muito além de nem um outro que passou.
A burocracia continua, assim como a corrupção, o nível baixo de investimentos, a educação básica de baixa qualidade, péssima infraestrutura e assim vai.
Mas mesmo sabendo disso, como todo brasileiro meu sentimento de porsperidade e otismismo ainda está forte!rs
Parabéns pela inciativa.
Mas justamente com os analistas da CBN?! Cujo jornalismo é apocalíptico (para o Brasil) quando se trata de Dilma Roussef e governo Lula? Acredito que este debate, que inicialmente me interessou, esteja condenado à visão que este canal de comunicação vem exercendo há tempos.
Amigos pelo amor de Deus, Carambolas, parei oh, pela madrugada, itaquaquecetuba, para não dizer outros palavrões. Como disse o Marcelo Brandão, com parceria com a CBN ?! Este debate já está condenado se não houver contraditório.
SAIBAM TODOS OS BRASILEIROS E JORNALISTAS ESTRANGEIROS que ondas eletromagnéticas de radio e TV de acordo com a NOSSA Constituição são CONCESSÕES, então pertencem a todos os brasileiros. Acessem por gentileza o artigo do jurista Fabio Konder Comparato que vai entrar no STF com uma representação por OMISSÃO do Congresso Nacional que não regulamentou os artigos 220,221 e 224. Creio firmemente que vivemos em um verdadeiro latifúndio, uma ditadura midiática.
É como se vivêssemos nas sombras da caverna como naquele mito.
O link para o artigo é
Ah também vejam apesar que não dá mais tempo de assinar a nova representação do Movimento dos Sem Mídia sobre a parcialidade dos meios de comunicação incontestáveis pelos exemplos que nela (na nossa representação) são citados. O link é
Estamos cansados de tanto preconceito sobre Lula/Dilma, e o significado mais cidadão da democracia. Estamos cansados do “aristoi” como explica Comparato. Estou cansado da manipulação da midia como explica Noam Chomsky. Estou indignadao quando esses conceitos que para mim são irrefutáveis, os desclassificam simplesmente dizendo são de “esquerda”. Estou cansado porque não aceitam que para cá venha um Oliver Stone que elogia Chaves, Lula a “America latina, berço de uma nova civilização” Disponível na internet para toda a eternidade está aquele documentário de uma filiada da ý que PROVA a participação da TV privada que depois teve a sua renovação de concessão cassada por Chaves.
Estou cansado do conceito falso do significado de elite que vem lá da Grécia/Roma de que quem trabalha com as mãos (no chão de fabrica) não se capacita para gerir a nação. Elite econômica e acadêmica (como é o fã de carteirinha do Lula, Abílio Diniz e como é Dilma) deve existir sim porem para SERVIR, para alavancar os mais vulneráveis e não para usufruto meramente egoísta.
Portanto participarei deste fórum com um pé atrás tendo em vista tudo o que na blogosfera repercute e pelas iniciativas do Instituto Barão de Itararé sobre a representação no STF e do MSM.
Mais para frente espero que o editor proponha e poste o que o MSM e Comparato estão fazendo para demonstrar que não ficaremos na parcialidade da CBN uma radio da Globosfera.
Sobre meio de comunicação hoje mesmo aqui na ý tem essa manchete “Narcotráfico, dá sinais de insurgência na AL, diz Hillary. No texto essa odiosa frase dela “Nós precisamos de uma presença muito mais vigorosa dos Estados Unidos.” Ora disponível na internet tem artigos de Noam Chomsky sobre mídia. Artigos de como age o Dep. De Estado americano na fabricação de consensos. Temos o jornalista Luiz Azenha, que trabalhou nos EUA e informa como se forma o conceito dos chamados “neocons”. Disponível também a doutrina do “Destino manifesto” e o significado de “Pax americana”. É so digitar essa busca no Google.
Então as manchetes são unilaterais, como foram as manchetes para justificar a invasão do Iraque com a mentira das “armas de destruição em massa”
Ou seja a midia brasileira está alinhada com essa ditadura midiática. E no Brasil a maior expressão dela é o Globo, ou alguém discorda postando “é melhor termos qualquer midia, do que nenhuma!”
Curiosamente, desconfiava da semelhança de opiniões entre ý e Organizações Globo, parecia-me , uma sucursal da outra.CBN, versão sonora do reacionarismo histórico dos Marinho,inutilmente martela há oito anos contra Lula e tudo que diz respeito ao seu governo.Nesta etapa,em desespero de causa ,em face a fragorosa derrota de seu candidato,José Serra, apelaram para os extremos.Fazem o melhor jornalismo marrom de todos os tempos. Diante do exposto acredito ficar prejudicado a veracidade dos argumentos e a convicção das ideias.Sugiro buscarem outra fontes,que não a grande imprensa.Esta ,bastante comprometida com campanha eleitoral fazendo coro oposicionista,empregando a mesma tática e argumentos da anteriormente mencionada Organização.
Será uma nova versão da reunião do Instituto Millenium?
Dependendo dos especialistas convidados, além da participação da CBN, dificilmente acontecerá uma discussão sensata, equilibrada e pluralista.
Imagino que o Rogério não deva ser ouvinte contumás da CBN.
"...CBN pretendem olhar com seriedade, objetividade e equilíbrio para muitas das questões que estarão em jogo durante e além do próximo mandato presidencial." Só se for para inglês ver (ouvir).
Coisa séria com a CBN? Só pode ser pegadinha.
Mas justamente parcería com rádio CBN? O texto é parcial e nada sensato e pluralista.
Prezados,
E desde quando a CBN olha alguma coisa "com seriedade, objetividade e equilíbrio?" Parece que vocês da ý desconhecem o papel que a CBN e outras "grandes" mídias exercem para influenciar a vida do brasileiro, principalmente as Organizações Globo. Tô fora!
CBN e ý, tudo a ver!!!
Seria muito interessante falar sobre exageros tomando por exemplos os comentários de Arnaldo Jabor, Carlos Sardemberg, Lúcia Hippolito e Miriam Leitão, todos da CBN.
çDz,
Grilo D