Brasil, único entre emergentes
A reunião de líderes do G20, nesta semana, em Seul (Coréia do Sul), confirmará a ascensão do poder econômico e político das nações emergentes. O destaque é o quarteto reunido anos atrás na sigla BRIC, Brasil, Rússia, Índia e China, um grupo repleto de diferenças entre si. É sabido que, quando o termo BRIC começou a ser usado, muitos viam o Brasil como uma espécie de patinho feio no meio de três imponentes cisnes. Nos últimos anos, entretanto, o representante latino-americano passou a ser reconhecido como uma estrela diferenciada, com vantagens sobre os antes mais badalados emergentes.
A atração que os três "RICs" exercem é clara. A visita de Barack Obama à Índia antes da reunião do G20 é um bom exemplo, uma tentativa de reforçar laços com uma parte do mundo que só faz crescer. Em solo indiano, o presidente americano disse que a parceria entre Estados Unidos e Índia é uma das que definirão este século. No Parlamento local, Obama defendeu abertamente uma reforma do Conselho de Segurança da ONU que inclua a Índia como membro permanente. A economia indiana vem crescendo a um ritmo de quase 9% ano ano e é, depois da China, a grande vedete do continente. Obama quer exportar mais para o país e está engajado, sem vergonha alguma, em passar o chapéu americano.
Mas a visita do presidente dos Estados Unidos também lembra as fragilidades da grande nação de Mahatma Gandhi. No sábado, Obama discursou no hotel Taj Mahal Palace, em Mumbai, palco de uma carnificina terrorista em 2008. A Índia tem uma relação extremamente delicada com o Paquistão, o que levou os dois países a desenvolverem armas atômicas. As fronteiras indianas ainda não estão completamente resolvidas, devido à disputa com o vizinho problemático em torno da região da Caxemira. Apesar de ser uma economia em acelerado avanço, a Índia ainda tem muito a melhorar, com quase a metade de sua população vivendo abaixo da linha de pobreza. Problema é o que não falta na Índia.
Na verdade, nem na China. O presidente chinês, Hu Jintao, pode ter ocupado o topo da lista da revista Forbes de pessoas mais poderosas do mundo, à frente de Obama, medalha de prata. Mas a China é governada por um regime ditatorial cuja mão-de-ferro foi exposta na polêmica envolvendo o prêmio Nobel da Paz dado ao ativista chinês Liu Xiaobo. A China é hoje uma megapotência, mas além de não ser uma democracia tem relações tensas com vizinhos, como o Japão, uma situação mal resolvida no Tibete e movimentos separatistas internos.
A Rússia não é menos complicada. Com sua região sudoeste ainda marcada por movimentos dissidentes, alguns de caráter religioso e étnico, a Rússia realiza eleições para presidente e para o Parlamento. Mas sua democracia, como já explicou Vladimir Putin, é bem diferente da ocidental. Negócios e política misturam-se em transações nebulosas, que hoje podem afetar inclusive a vida numa capital ocidental importante, como Londres. No fim de semana, o The Guardian publicou que o dono do jornal britânico The Independent, o russo Alexander Lebedev, . Numa situação extrema, Lebedev admitiu que, se seu império econômico for prejudicado por forças políticas adversárias, seus negócios na imprensa britânica podem ser atingidos. Disputas políticas na Rússia já afetam até o jornalismo britânico.
O Brasil não sofre das intempéries acima. O país tem precária infraestrutura, precisa capacitar muito melhor sua mão-de-obra, sofre com a corrupção e ainda registra índices altíssimos de criminalidade. Mas as fronteiras brasileiras estão mais do que consolidadas, com relações amistosas com todos os seus vizinhos. Não há movimentos separatistas ou terrorismo político no Brasil, muito menos de cunho religiioso ou étnico. Os brasileiros acabaram de ir à urnas de forma organizada e pacífica e viu os resultados serem divulgados três horas depois, sem qualquer contestação de partidos políticos. Um novo governo democraticamente eleito está para tomar posse, em um país cujas instituições seguem se fortalecendo. O Brasil não cresce exatamente em ritmo chinês, mas chegou perto, estando no melhor momento econômico da sua história, dono das maiores reservas de petróleo descobertas neste século. A reunião do G20 confirmará o aumento do poder do mundo emergente, que tem no Brasil um representante único, com vantagens sobre outras nações. O que está em jogo é se o país saberá traduzir tais condições favoráveis em um futuro de prosperidade interna e influência internacional.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Estas vantagens citadas, não se sustentarão, tenho certeza, não com esse governo. A horda de baderneiros do PT desintegrarão toda a plataforma construida pelo governo FHC . Eles não sabem governar nada, basta ver as cidades onde o PT governa, estão todas um caos geral. Todo esse boom econômico experimentado nos últimos anos são vieram à tona pelo medo que o Lula tinha de mexer,mas vontade ele teve. Agora com a Terrorista, eles vão se sentir legítimos para mudar tudo e transformar o Brasil numa Venezuela. Usarão sem cerimônia os recursos do pré sal para alimentar os preguiçosos de sempre e assim se manter no poder indefidamente. Aguardem e comprovem !!
Caro urubólogo Cristiano Sousa de Araújo,
Não bastasse o complexo de vira latas que durante um século nós, o povo brasileiro, fomos obrigados a engolir, ainda somos presenteados por visão econômica duvidosa de vários dos nossos.
Alguns sugerem que a Presidência da República será exercida por uma terrorista... Ora, isso é no mínimo desconhecimento histórico daquela "minoria com complexo de maioria"... Sabemos bem que a palavra "terrorismo" se refere a operações armadas com o intuito de provocar inseguranças de todo tipo em regimes DEMOCRÁTICOS. Dilma Rousseff foi uma guerrilheira que lutou contra uma ditadura e como tal uma heroína do povo e do país.
O resto? São bolinhas de papel.
Talvez se o Brasil tivesse os problemas dos RIC's acima,seria uma potência de verdade. Aqui sempre foi essa marolinha! Não tem guerra,não tem inimigo declarado...aí fica sempre assistindo as outras nações prosperarem. A verdade,é que se o Brasil quiser ter o respeito do mundo,deverá pensar seriamente em armar pra valer o nosso exército,comprando caças,porta-aviões e submarinos nucleares.Nada de fabricar.Precisamos dessas máquinas agora,já! Depois fazemos os brinquedinhos com mais calma.
O Obama tá lá puxando saco da India porque sabe que ela é um potência nuclear,coisa que não somos,mas poderíamos ser,pois temos tecnologia para isso. Falta coragem!
Enfim,o Brasil sempre teve condições de ser uma grande nação,mas a roubalheira e a covardia sempre emperraram o nosso progresso.O dia que esse país acordar,talvez seja tarde demais. Já teremos sido invadidos e roubados como nos tempos da colônia. País forte não se faz apenas com dinheiro,mas acima de tudo com poderio militar.Sempre digo isso!
Krugman ensina aos governos o que o Brasil já sabia: Estados devem gastar mais e não menos para o mundo sair da depressão.
Vejam seu artigo na Carta Maior.
Meu caro Cristiano, o maior problema do nosso país é a ignorância, além do clássico complexo de vira-latas.
Acredite, seremos um país de primeiro mundo, apesar de péssimos brasileiros, aliás, isso também nos difere de outros povos, dificilmente encontraremos um argentino ou americano traidores da pátria.
Com relação ao que o Sr. Cristiano comentou, para mim não passa de reclamação de derrotado. O FHC entregou este País ao capital especulativo e não fez nada nas relações internacionais. Na sua época éramos menos que nada da diplomacia internacional. O atual governo colocou o Brasil em evidência no mundo, e tem, dia a dia, melhorado a vida do povo. Só não vê quem não quer. Pare de reclamar (se não atrapalhar já ajuda) minoria raivosa.
O BRASIL ESTAR INDO DE VENTO EM POPA, INCLUSIVE NO QUE DIZ RESPEITO A DIPLOMACIA, MAS O PROBLEMA DO GOVERNO DE ESQUERDA É QUE TEM CARACTERISTICAS IDEOLÓGICAS A TAL PONTO DE AS VEZES COLOCAR SUA IDEOLOGIA ANTES DOS INTERESSES NACIONAIS. VEJA OS CASOS DA DESNACIONALIZAÇÃO DAS REFINARIAS DA PETROBRAS NA BOLÍVIA, ITAIPÚ E OS INVESTIMENTOS NA ÁFRICA PURAMENTE DE CUNHO SOLIDÁRIO SEM EXIGIR CONTRAPARTIDA. ISSO NÃO EXISTE NO CAPITALISMO.