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Arquivo para agosto 2012

O caos ordenado no carnaval

Camilla Costa | 16:15, sexta-feira, 31 agosto 2012

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A busca valia a pena; só música boa nos SoundSystems

O Carnaval de Notting Hill passou e, para quem tem experiência nos maiores carnavais do Brasil, Salvador, Recife, Rio de Janeiro, a impressão é de que foi tudo divertido, mas meio caótico demais.

Um desavisado que chegasse no início do circuito sem ter conseguido um dos mapinhas distribuídos na rua teria um pouco de dificuldade de saber para onde ia a multidão, já que parte estava seguindo os desfiles, outra parte estava procurando os SoundSystems e uma terceira parte só estava vagando por ali mesmo.

Mas devo admitir que o carnaval de Notting Hill deixou alguns aspectos na nossa organização no chinelo quando descobri que eles tinham um aplicativo para iPhone, com todas as informações necessárias.

O aplicativo era gratuito, simples e simpático, com mapas diferentes para que você soubesse como se localizar no percurso do desfile, onde ficava cada um dos SoundSystems e o que cada um tocaria, onde eram os postos de primeiros socorros, as barracas oficiais de comida (apesar de que as ã oficiais eram abundantes também) e os banheiros.

Seria bem mais fácil jogar só uns mapas "de papel" no aplicativo, mas esse usa o localizador do celular para que você ã precise ficar rodando mapa na mão - já sabe de onde está mais perto. Mas uma versão simplificada do mapa geral também fica disponível para ver offline, no caso de - coisa bastante esquisita e comum aqui em Londres - a rede do celular caia, porque o lugar está "cheio demais".

Claro que nos carnavais brasileiros o que a gente menos quer é levar um smartphone para a rua. Mesmo assim, ã custa nada sonhar com o dia em que isso será possível sem problemas. De qualquer modo, o exemplo é bom e pode funcionar com uma série de outros festivais ao ar livre - e também fechados - no Brasil.

Copiem aí, gente!

Para quem queria ver o desfile....

...ou só ouvir música.

Mestre do suspense

Paula Adamo Idoeta | 10:12, quinta-feira, 30 agosto 2012

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Cartaz da retrospectiva de filmes de Hitchcock, que faz parte da programação cultural do British Film Institute

O cultuado diretor britânico Alfred Hitchcock é tema de um festival que está sendo realizado até outubro no British Film Institute (BFI), em Londres.

A retrospectiva inclui desde filmes mudos restaurados até clássicos como Um Corpo que Cai e Psicose, que fizeram de Hitchcock o "mestre do suspense". A programação está .

Nas palavras do BFI, trata-se de "uma grande celebração de um dos diretores mais influentes e icônicos de todos os tempos".

E, se isso ã for desculpa suficiente para visitar o instituto, o passeio vale pela incrível loja do BFI - localizado em Southbank, nas margens sul do rio Tâmisa -, recheada de DVDs e pôsteres de filmes clássicos e cults dificilmente encontrados em outros lugares.

Escape para Edimburgo

Paula Adamo Idoeta | 10:05, quarta-feira, 29 agosto 2012

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Centro de Edimurgo, repleto de atividades no mês de agosto

É certo que este blog é sobre Londres, mas peço licença para falar de uma cidade que, em agosto, rouba as atenções da cena cultural na Grã-Bretanha: Edimburgo.

A graciosa cidade escocesa é sede de um dos maiores festivais de arte do mundo, com um mês repleto de peças de teatro, performances de dança, música e poesia. A cada dez passos caminhados pelo centro, o visitante é surpreendido com pequeno show e bombardeado com dezenas de panfletos das atrações culturais centrais ou paralelas do evento.

Para quem se interessar, a programação oficial do festival (que vai até 2 de setembro) está .

"Nunca havia ido a um festival que dominasse uma cidade ao longo de tanto tempo", resumiu a atriz brasileira Julia Sampaio Alves Corrêa, 26, que participou do evento em Edimburgo com a peça "Fantasist", a qual ela descreve como uma "comédia de humor negro", por abordar a transtorno maníaco-depressivo.

"Edimburgo tem "tantos tipos de peça, para todos os gostos. Com isso, tivemos sorte de cair no gosto do público e conseguir casa cheia ao longo do mês", prossegue a brasileira, que estudou no London International School of Performing Arts e mora há quatro anos em Londres.

A oferta de programas culturais é farta e de alta qualidade. Melhor que isso só mesmo as vistas de tirar o fôlego do castelo, das montanhas e do centro histórico de Edimburgo.

A oferta de atrações do festival cultural de Edimburgo pode ser confirmada pela quantidade de panfletos divulgando peças e apresentações

Polêmica no horizonte

Camilla Costa | 11:00, terça-feira, 28 agosto 2012

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Apesar de ser uma capital bastante bem servida de prédios, Londres tem um dos skylines mais bonitos do mundo, na minha opinião. Especialmente à beira do Tâmisa.

Acho que a cidade, até agora, me parece uma das mais bem sucedidas em mesclar os prédios tradicionais de diversas épocas com os ultramodernos. É bastante diferente, por exemplo, de Paris, que tem separações muito marcadas entre antigo e moderno, entre história e atualidade arquitetônica. É incansávelmente bonita, claro, mas - ouso dizer - volta e meia se assemelha demais a um cenário, para o meu gosto.

Já em Londres é possível ver as camadas da história sobrepostas. Casas vitorianas, edifícios elizabetanos, pubs medievais e o Shard, maior arranha-céu da Europa. Infelizmente, ã sei o suficiente sobre arquitetura para julgá-lo com mais propriedade. Mas o resultado é harmônico, agradável à vista e, em certas horas do dia, realmente espetacular.

Mas como em qualquer cidade grande, a população ã está tão satisfeita com a construção dos prédios novos. O Shard, por exemplo, com seus 310 metros, foi alvo de bastante polêmica e críticas abertas até de jornais como o The Guardian, a Unesco e a associação English Heritage, que diz que ele prejudica as vistas protegidas da Catedral de St. Paul e do Parlamento.

Em 2010, a agência de consultoria arquitetônica Hayes Davidson, envolvida em alguns desses projetos de arranha-céus ambiciosos no mundo todo, criou uma espécie de jogo na internet em que é . Aparentemente, eles estão tentando entender por que exatamente as pessoas reclamam dos edifícios e o que elas gostariam de ver no horizonte da cidade.

No site, que continua ativo, é possível escolher entre uma "base" para o seu skyline, que pode ser "do passado", ou seja, sem muitos edifícios, atual (de 2010) e consentida, que quer dizer já com a construção de edifícios como o Shard, permitidos pela prefeitura.

É um pouco difícil resistir, se você começa com a base simples, a colocar um bom número de prédios. Vistos assim, como silhuetas, em uma lista, eles tem formatos bonitinhos e parece mesmo que vão funcionar. Por isso, me pergunto se a lógica de criar um jogo sobre o Skyline ã pode acabar induzindo os participantes a darem à agência armas para afirmar que eles querem uma cidade que ã necessariamente querem.

Tentei deixar a minha Skyline modesta, mas foi mais forte que eu. Joguei lá no fundo uma torre Eiffel, só para ver como ficava. Mas em Paris, onde há limite de altura para os prédios, ela aparece de verdade. Aqui, é só mais uma.

Os paraolímpicos estão chegando

Camilla Costa | 19:00, segunda-feira, 27 agosto 2012

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As mudanças no Parque foram poucas, mas devem dar mais acesso aos atletas e espectadores. (Foto: AFP)

Esta é a parte dos que ninguém mostra: a preparação das Paraolimpíadas, que geralmente são relegadas a segundo (ou terceiro ou quarto) plano após os Jogos Olímpicos.

Durante os 16 dias entre a Olimpíada e a Paraolimpíada, poucas, mas importantes mudanças foram feitas no Parque Olímpico e em alguns dos locais de competições, que agora receberão esportes como basquete com cadeiras de rodas e vôlei sentado.

Além do óbvio - a mudança nos banners, sinalizações e ônibus em toda a cidade - novos voluntários estão sendo treinados. Os voluntários olímpicos foram o grande sucesso destes Jogos em Londres, mas só um terço deles trabalhará também na Paraolimpíada.

Para efeitos de economia e rapidez, a maior parte dos espaços dedicados às competições e cerimônias de Londres 2012 foi construída e adaptada pensando também nos atletas paraolímpicos.

Mas, segundo uma matéria da ý News, ainda foi necessário fazer algumas mudanças antes da chegada dos mais de 4 mil para-atletas. O estádio olímpico aumentou seu número de lugares para cadeiras de rodas de 394 para 568. Ônibus também foram convertidos para dar mais espaço a cadeirantes.

Alguns dos locais de competições também foram levemente alterados, já que agora receberão esportes diferentes. A Riverbank Arena, que foi palco das disputas do hóquei, receberá o futebol de sete e de cinco jogadores.

Dentro do parque olímpico, um local especial para o tênis paraolímpico também foi criado. A Copper Box, que recebeu provas de handebol e pentatlo moderno, receberá o golbol, um esporte criado especialmente para atletas cegos.

As equipes paraolímpicas podem acabar se apresentando para os estádios mais cheios que já viram. (Foto: PA)

Mas como dezesseis dos "venues" sequer serão usados na Paraolimpíada, espera-se um final de verão tranquilo até demais em Londres apesar dos Jogos. As propagandas no metrô rapidamente mudaram, e pedem que os britânicos continuem aqui torcendo por sua delegação, porque "ainda há muito ouro para conseguir".

Por outro lado, o Locog e a prefeitura estão suando a camisa para fazer com que cadeiras vazias nos estádios ã sejam um problema desta vez.

Uma semana antes dos Jogos, 140 mil ingressos extra foram colocados à venda e, aparentemente, se esgotaram em cerca de 3 horas! A "pegadinha" é que pelo menos 100 mil deles eram ingressos que davam entrada somente para a visitação do Parque durante cinco horas, e ã para as arenas de esportes.

Mesmo assim, estima-se que 2,2 milhões de ingressos dos 2,5 milhões totais dos Jogos tenham sido vendidos. Até agora, é o maior número de ingressos para uma Paraolimpíada vendidos na história da competição.

Parece que a febre olímpica pegou mesmo. Será que pega no Rio?

É carnaval!

Paula Adamo Idoeta | 09:13, segunda-feira, 27 agosto 2012

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Caribenhos se destacam no carnaval de Notting Hill

Agosto é mês de carnaval em Londres, com a tradicional festa realizada por dois dias consecutivos (ontem e hoje) no animado bairro de Notting Hill.

São milhares e milhares de pessoas passeando pelas ruas do bairro, acompanhando carros de som - que fazem as vezes de trio elétrico - tocando música eletrônica caribenha. Num canto aqui e outro ali, grupos avulsos fazem seus próprios shows de percussão, atraindo pequenas multidões.

O que achei curioso é que vi poucas fantasias, mas muitas bandeiras de países caribenhos, como Jamaica, Trinidad e Tobago, St Lucia - cujas comunidades são a principal força motriz por trás da festa londrina. Não cheguei a ver, mas meu colega Bruno Garcez me conta que o carnaval conta também com uma escola de samba brasileira.

Apesar da multidão e da muvuca, o evento atrai muitas famílias com crianças pequenas, num clima de relativa tranquilidade ao longo do dia. Mas, chegando o fim de tarde, os carros de som vão encerrando seu desfile, e a festa vai ficando mais com cara de uma enorme balada ao ar livre, regada a muita bebida.

Evento reúne milhares e milhares de pessoas nas ruas do badalado bairro no oeste de Londres

Há poucas fantasias, mas muitas bandeiras de países caribenhos

No banco do parque, uma homenagem

Paula Adamo Idoeta | 10:50, quinta-feira, 23 agosto 2012

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São bancos de praça e parques comuns, em geral feitos de madeira, e passariam completamente despercebidos se ã fosse por um detalhe: eles estão ali para homenagear uma pessoa querida que já faleceu.

Centenas de bancos de parques de Londres trazem inscrições de singelas homenagens póstumas - às vezes apenas o nome do homenageado e sua data de nascimento e morte; às vezes uma breve mensagem de amor e de saudades.

A 4MemorialBench, empresa especializada em fazer esses bancos, explica que quem quer fazer essa homenagem tem de contatar o council (administração distrital) do local onde gostaria de ter o banco instalado.

A empresa ã informa quantos bancos faz por ano, mas diz que são "centenas". Custam cerca de 500 libras (cerca de R$ 1600) e, veja só, no caso da 4MemorialBench, são feitos de madeira certificada importada do Brasil.

Verão do fracasso

Camilla Costa | 17:13, quarta-feira, 22 agosto 2012

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Um cartão de crédito que realmente deu trabalho para manter. Foto: www.festivaloffailure.com

Não se pode ganhar todas, é fato. Mas o difícil é entender isso em meio ao clima de verão vencedor na Inglaterra, depois de Jogos Olímpicos bem-sucedidos, 29 medalhas de ouro, sol e calor, festivais e bastante turismo.

Para que ninguém se sinta sozinho nos seus pequenos e grandes fracassos cotidianos, o projeto do Festival do Fracasso está pedindo que as pessoas enviem em fotos, tweets ou e-mails os seus momentos vergonhosos e francamente mal-sucedidos.

Entre as mensagens já enviadas estão:

"Acordei em um cemitério com o pai do meu novo namorado me sacudindo"
"Matei uma coruja por acidente em uma cerimônia religiosa em Varanasi, Índia"
"Fiz xixi na cama com minha namorada ao meu lado. Mas quando acordei, vi que ã era minha namorada! Não fique bêbado."

Não me parece exatamente um orgulho dos problemas, mas uma vontade de rir deles.
Além disso, com tantas conversas positivas em uma Inglaterra ainda em forte crise, vale lembrar que o verão é bom, mas passa.

E a vida ã está lá muito fácil pra ninguém.

O lobby pelas condecorações

Paula Adamo Idoeta | 10:12, terça-feira, 21 agosto 2012

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Os atletas britânicos ganharam diversas medalhas olímpicas nos Jogos de Londres... (Foto: PA)

Com o fim de uma Olimpíada bem-sucedida para o time da casa, a discussão agora entre os britânicos é quais e quantos atletas medalhistas devem ser condecorados com os títulos de cavaleiros e damas da monarquia.

O Team GB (a equipe olímpica da Grã-Bretanha) teve mais de cem medalhistas nos Jogos de Londres 2012, sendo 43 deles vencedores do ouro. O premiê David Cameron e o prefeito londrino, Boris Johnson, estão em campanha para que eles também recebam honrarias oficiais, "por sua coragem, habilidade e determinação" que "serviram de inspiração para o país".

...Mas será que ganharão honrarias oficiais? (Foto: PA)

Mas o comitê responsável pela honraria de atletas tinha permissão de tornar um medalhista cavaleiro ou dama neste ano, e um dos membros do comitê disse que as condecorações ã devem ser "automáticas" ou alvo de pressão popular.

Os mais cotados para receberos títulos oficiais são a atleta Jessica Ennis, que virou a "namoradinha" da Grã-Bretanha após vencer o heptatlo, o corredor Mo Farah, campeão olímpico nos 5 mil e nos 10 mil metros, e o ciclista Bradley Wiggins.

O jornal Independent explica que há uma "crescente polêmica" em torno das quotas para as condecorações oficiais, que favorecem "as pessoas que prestaram serviço ao país, em vez dos atletas olímpicos".

Já o parlamentar Bernard Jenkin, que na semana que vem publicará um relatório sobre o sistema de honrarias, se diz favorável à condecoração de atletas, mas ressalva que "uma medalha olímpica certamente vale mais do que uma condecoração dada por algum comitê misterioso".

O mundo é um palco, ao menos no verão

Camilla Costa | 15:25, segunda-feira, 20 agosto 2012

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Clitemnestra faz sua aparição no estilo "Carrie, a estranha": Ela acaba de matar Agamemnon

O verão em Londres está desesperadamente quente para a surpresa de todos. Não se sabe o quanto isso vai durar, então a ordem do dia é ficar fora de casa sempre, tomando litros de sorvete de salted caramel (uma das grandes iguarias desconhecidas produzidas pelos ingleses), passeando à beira do Tâmisa, fazendo farofa nos parques e assistindo Shakespeare.

Nessa época do ano, inúmeras companhias de teatro encenam clássicos em parques e espaços públicos de Londres. Aqui no Londonices, já fomos assistir uma interpretação (muito) livre e gratuita da trilogia grega Cavalo de Tróia, Agamemnon e Orestes.

Os soldados que retornavam de Tróia em "Agamemnon" vestiam fardas dos militares britânicos na Segunda Guerra


Apesar de serem histórias dramáticas, as três peças, encenadas no mesmo dia, tinham abordagens diferentes. A primeira contava a história da guerra de Tróia com humor mais infantil - com algumas piadas reservadas para os adultos. As outras duas carregavam no drama, com direito a personagens banhados em sangue artificial. Mas enquanto os adultos assistiam com expressões de aflição, as crianças, que haviam participado ativamente da "construção" do cavalo de Tróia na encenação anterior, continuavam acompanhando tudo tranquilamente.

Prospero consola sua filha, Miranda, em "A Tempestade"

No último domingo, fomos assistir também a "A Tempestade", considerada a última obra de Shakespeare, em Kensington Gardens - dessa vez com ingressos de 18 libras (R$ 57). Não sei se era o calor, a brisa de fim de dia ou a atração irresistível da grama. Não é fácil entender Shakespeare no verão, no parque, depois de um dia de sol quente, sem dar nem uma "pescada" de sono. E ã fomos os únicos.

Mas a coisa melhorou bastante quando encontramos o texto original da peça na internet do celular, e conseguimos assistir "com legendas". As crianças que estavam lá provaram novamente que precisam de muito menos do que os adultos para aproveitarem a experiência. Comentavam os personagens, imitavam os vilões e rolavam na grama do palco, sem receio, nos intervalos.

O público tentava prestar toda a atenção, mas acabava jogado na grama mesmo

Ainda ã acabou a festa esportiva

Paula Adamo Idoeta | 11:39, sexta-feira, 17 agosto 2012

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O sul-africano Oscar Pistorius, que competiu nos Jogos Olímpicos de Londres, será uma das principais atrações dos Paraolímpicos (Foto: Reuters)

O clima aqui em Londres é de fim de festa (de uma festa que deu certo, diga-se de passagem), como comentou a minha colega blogueira Camilla Costa.

Mas a festa ã acabou ainda, por favor: ainda temos a Paraolimpíada, que começa no dia 29.

Mesmo sem a expectativa que gira em torno dos dos Jogos Olímpicos, a Paraolimpíada deve proporcionar grandes competições, histórias de superação e, no caso do Brasil, até mesmo um número maior de medalhas (na Paraolimpíada de Pequim, os atletas brasileiros subiram ao pódio 47 vezes).

Para dar um gás à festa, os organizadores da Paraolimpíada de Londres anunciaram na última quinta-feira que colocaram à venda mais 45 mil ingressos para os jogos, além de 20 mil que já estavam disponíveis para as cerimônias de abertura e encerramento (esta última deve contar com a banda Coldplay).

Os ingressos podem ser comprados pelo site official www.tickets.london2012.com, mas só por residentes do Reino Unido e de alguns países europeus. No Brasil, é preciso comprar pela agência autorizada.

Foram vendidos até agora cerca de 2,1 milhões de ingressos paraolímpicos, de um total de 2,5 milhões. Londres 2012 tem a expectativa de, pela primeira vez nos 52 anos de história paraolímpica, esgotar os ingressos do evento.

Don't stop them now

Camilla Costa | 19:00, quinta-feira, 16 agosto 2012

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Jessica Ennis, a heroína do heptatlo britânico, canta Queen.

Nas cerimônias de abertura e encerramento de Londres 2012, a Grã-Bretanha fez uma homenagem ao seu legado musical para o mundo, dos Beatles às Spice Girls.

A música-tema do filme britânico Carruagens de Fogo - sinônimo de superação esportiva - foi aproveitada para as entregas de medalhas e, nos intervalos das competições, eles aproveitaram para usarem todos os "hinos" que iriam fazer a plateia cantar junto - com ênfase especial, eu diria, no revival dos anos 90, que já atinge também a moda inglesa.

Mas a estrela mesmo dos Jogos de 2012 foi o Queen, ainda na versão com Freddie Mercury. "We will rock you" era a música anima-plateia por excelência em todas as arenas e "We are the champions", claro, a música - por direito inalienável - dos vitoriosos (sim, ela também tocou durante a volta olímpica do time de futebol mexicano no estádio de Wembley, onde o mesmo Queen já a havia apresentado em 1986. Fazer o que).

Agora, com 65 medalhas e muitos ouros no bolso, os ingleses voltaram ao legado de Freddie Mercury para homenagear seus atletas. Em um í lançado essa semana, as estrelas do Team GB cantam "Don't stop me now". Além de engraçadinho, ã deixa de ser um pedido - ã parem de investir na gente agora, Grã-Bretanha. Ainda temos mais Jogos pela frente.

Algo a se manter em mente também no Brasil, especialmente depois que passarmos pela Rio 2016.

Piquenique

Paula Adamo Idoeta | 10:18, quinta-feira, 16 agosto 2012

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O verão deve acabar logo na Grã-Bretanha, então as pessoas tentam aproveitar a vida ao ar livre o máximo que podem nesta época.

Imagino que venha daí a forte tradição de fazer piqueniques. Em qualquer praça ou parque de Londres, em qualquer dia e hora da semana, é possível ver dezenas de pessoas reunidas em grupos, sentadas na grama, compartilhando queijos, pães e doces.

E o negócio é levado a sério aqui. Em shows realizados em alguns parques, você pode comprar ingresso para a "picnic area", onde os espectadores chegam com toalhas impermeáveis, cadeiras desmontáveis, cestas sofisticadas e uma ampla variedade de alimentos. Eu e uma amiga brasileira, que ã somos tão profissionais no assunto, em comparação tínhamos apenas uma canga onde sentar...

Em Londres, grandes lojas de departamento têm seções inteiras dedicadas a piqueniques.

O maior deles que presenciei aqui foi o piquenique do jubileu da rainha Elizabeth 2ª, em maio, quando milhares de pessoas estenderam suas toalhas no Hyde Park para assistir aos shows dos artistas convidados, que cantavam ao vivo a poucos metros dali, diante do Palácio de Buckingham.

Lojas de departamento em Londres dedicam grandes seções a utensílios para piquenique

Samba e Rolling Stones

Paula Adamo Idoeta | 12:22, quarta-feira, 15 agosto 2012

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Um lado da Somerset House virou a Casa Brasil, com uma exposição brasileira e o convite para uma visita a Rio 2016 (Foto: AFP)

O belo palácio Somerset House, à beira do Tâmisa, ficou conhecido durante a Olimpíada por sediar a Casa Brasil - sede de entrevistas, eventos e uma exposição promovendo o nosso país em Londres.

A presidente Dilma Rousseff passou por lá, e, logo após o fim dos Jogos de Londres, uma bandeira foi estendida para convidar os visitantes para a Olimpíada de 2016 no Rio.

Mas se de um lado da Somerset o estilo musical predominante é o samba, o outro lado da casa pertence ao rock ´n roll. Isso porque o palácio também exibe, até 27 de agosto, uma exposição com fotos dos Rolling Stones, em homenagem aos 50 anos da banda britânica.

A longevidade do grupo deve ter surpreendido o próprio Mick Jagger. Afinal, logo na entrada da exposição, está escrita na parede uma frase de 1963 do líder da banda: "Dou aos Stones mais uns dois anos..."

A mostra traz fotos dos Rolling Stones desde seu primeiro show, em 1962, no Marquee Club, em Oxford Street, até turnês históricas dos anos 90 e 2000.

Mas o outro lado do palácio é movido a rock ´n roll, com uma exposição de homenagem aos 50 anos dos Rolling Stones (Foto: AFP)

Eu quero é prova

Camilla Costa | 19:00, terça-feira, 14 agosto 2012

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"Londrinos: sejam simpáticos (e tirem fotos disso.)".Foto:Department of Friendliness

Uma campanha do grupo "Department of Friendliness" (Departamento da Simpatia, em tradução livre) está pedindo que os britânicos sejam mais atenciosos com o próximo no dia-a-dia - e fotografem, para provar.

Segundo o site Londonist, uma pesquisa da agência de pesquisa de marketing YouGov com adultos britânicos descobriu que Londres é considerada por eles a segunda cidade mais "unfriendly" (algo como "pouco receptiva") do mundo. A primeira, sem muitas surpresas, é Paris.

Por isso o Departamento da Simpatia está pedindo, em sua página no Facebook, que os londrinos fotografem seus gestos de amabilidade e os coloquem no Instagram com a hashtag #DoF12

As melhores fotos serão exibidas em telas digitais das estações de metrô e em uma galeria de fotografia na cidade, entre 18 e 23 de agosto.

Eles dizem que, depois de serem tão elogiados pela educação e delicadeza dos voluntários durante os Jogos, é preciso manter a simpatia e a receptividade no ar, para ver se os londrinos conseguirão ã se comportar como se odiassem uns aos outros.

Posso dizer que, desde que cheguei à cidade, tive provas (inclusive fotográficas), de que os londrinos conseguem ser bastante simpáticos e até amáveis. Será que era só o espírito olímpico?

Leilão olímpico

Paula Adamo Idoeta | 10:18, terça-feira, 14 agosto 2012

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Esculturas dos mascotes Wenlock e Mandeville estão sendo leiloadas por milhares de libras... (Foto: AFP)

Já está com saudades da Olimpíada de 2012? Tem alguns milhares de libras disponíveis? Nesse caso, a minha sugestão é o leilão de grandes souvenires olímpicos, que está sendo realizado pelo site www.london2012.com/auction.

Os maiores itens a serem leiloados são as esculturas dos Wenlocks e Mandevilles, mascotes da Olimpíada que já foram tema de um post aqui no Londonices e que estavam meio esquecidos, até que Usain Bolt comemorou com um deles sua vitória nos 100m rasos. Há esculturas com lances de até 7 mil libras, ou cerca de R$ 23 mil.

Uma tocha olímpica assinada pelo campeão de ciclismo britânico Bradley Wiggins foi leiloada por 13 mil libras (quase R$ 43 mil). A cesta usada na final masculina do basquete está, por enquanto, custando 9 mil libras (quase R$ 10 mil), mesmo preço pedido pela bola usada na partida.

Até a bandeira do Brasil usada na cerimônia de abertura da Olimpíada está à venda, por mil libras (R$ 3,3 mil).

O dinheiro do leilão será destinado ao Fundo da Prefeitura de Londres, criado para financiar ações voltadas a crianças carentes.

...Após verem sua popularidade crescer com a ajuda de um certo Usain Bolt (Foto: Reuters)

Cesta e bola usadas na final masculina do basquete também estão sendo vendidas no leilão (Foto: Getty)

Fim de festa

Camilla Costa | 23:25, segunda-feira, 13 agosto 2012

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É segunda-feira, 13 de agosto, e aposto que a música-tema de "Carruagens de Fogo", que tocou em todas as cerimônias de medalha de Londres 2012, ainda ã parou de tocar na cabeça de muita gente - ã só na minha. É possível que sejam o cansaço e a privação de sono, mas tenho outras suspeitas.

Gostando ou ã da cerimônia de encerramento, colegas, conhecidos e transeuntes com quem me aventurei a conversar foram unânimes em dizer que se emocionaram um pouco nos momentos finais. Assistindo a festa pelo telão no Hyde Park, ouvi até um "ooh" sentido quando a chama olímpica foi apagada.

As ressalvas, as questões levantadas pelo dinheiro investido no evento, os erros e as polêmicas ainda serão discutidos por aqui. A conversa olímpica só termina quando terminar 2012. Não é que a euforia das festas faça com que as pessoas só lembrem do que aconteceu de bom.

Mas os Jogos também espalham pela cidade um clima inevitável de colônia de férias - é verão e temos muitos visitantes estrangeiros participando de uma grande gincana durante duas semanas.

No dia da despedida, depois de aprender a gritar nomes de atletas que nunca vimos antes, a sensação geral é de que todos fizeram amigos novos que ã vão manter contato (assim como nas férias), mas que pelo menos veremos novamente daqui a quatro anos.

O conhecido pessimismo olímpico, aquele que nos faz reclamar e questionar incessantemente todas as decisões tomadas antes e durante os Jogos na nossa cidade e na dos outros, é necessário. Já estamos vendo a cara dele no Brasil e a coisa só vai aumentar.

No entanto, ele ã vem só da desconfiança em relação às nossas autoridades. Vem também de um desejo de "ã passar vergonha" e "ã fazer feio" diante do resto do mundo. Um orgulho ínutil e que pode custar caro, dirão alguns. Mas a Olimpíada tem mesmo esse efeito contraditório. Nos faz querer, de qualquer maneira, sermos bons anfitriões, mesmo reclamando o tempo inteiro dos preparativos.No domingo, os ingleses deram também o seu grande suspiro de alívio: a verdade é que eles foram ótimos anfitriões, apesar da comida pouco saudável e dos assentos vazios em estádios.

O fim da olimpíada em Londres é aquele momento em que, depois da festa, você percebe que sua casa está uma bagunça, mas fica contente porque os convidados gostaram. É cansativo e você ainda vai passar bastante tempo encontrando tampinhas de garrafa e outras sujeiras debaixo das estantes. Mas ã se engane: vai dar vontade de fazer de novo quando olhar as fotos.

Torcer

Paula Adamo Idoeta | 11:47, segunda-feira, 13 agosto 2012

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A torcida para Bolt foi ampla e irrestrita em Londres...

Dos atletas olímpicos, tudo já foi dito - de seus feitos, suas conquistas, suas derrotas. Mas Londres-2012 também foi feita de torcedores, desde os que se embrulharam em bandeiras britânicas para torcer para o time da casa (que eles chamam de Team GB) até os brasileiros que animaram, fantasiados e entusiasmados, as quadras de vôlei de Earls Court, uma das arenas onde o Brasil foi mais longe (uma medalha de ouro no feminino e uma de prata no masculino).

Algumas torcidas foram unânimes. Todos se uniram para torcer pelo jamaicano Usain Bolt, ídolo máximo da reta final da Olimpíada. Mas na maratona, os gritos de estímulo dos torcedores eram vibrantes tanto para os quenianos, que lideraram a maior parte da prova, como para os últimos colocados, de Lesoto e Timor Leste.

Algumas torcidas deixaram de lado a rivalidade e se uniram para celebrar os Jogos, mesmo após a triste derrota do Brasil para o México no futebol.

...E os torcedores da maratona aplaudiram tanto os primeiros colocados como os últimos (acima), de Lesoto e Timor Leste

A torcida brasileira fez a festa (inclusive com clones de Zé Bonitinho) em arenas como Earls Court

E a torcida para o Team GB foi onipresente em Londres

E nem a derrota do Brasil para o México, no futebol, abalou a amizade de alguns torcedores de Wembley

Enfim, o Parque Olímpico

Camilla Costa | 21:55, sexta-feira, 10 agosto 2012

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Finalmente uma foto para mandar para a família e os amigos

Não se enganem, leitores. A vida de cobrir a Olimpíada ã é só felicidade. Na verdade, já estava ficando um pouco frustrante ter que responder aos meus amigos que ã, ã vi o nado sincronizado ao vivo. Nem conheci Arthur Zanetti em pessoa. E - pasmem - salvo pela metade do famigerado jogo Brasil x Egito, ainda ã vi o Brasil na competição! E nos faltam exatamente dois dias para dar a adeus a Londres 2012.

A verdade é que, infelizmente, estar trabalhando na cobertura nem sempre significa que teremos ingresso para tudo e para todos. Conseguimos alguns para o trabalho, dividimos o espólio e depois disso cada um fica à sua própria sorte.

Na última terça-feira, fui tentar a minha sorte na entrada do Parque Olímpico, me juntando aos outros brasileiros (e estrangeiros também!) que, com simpatia e uma carinha de aflição, buscam ingresso para entrarem nas competições.

Basta dizer que foram duas horas com fome, nas quais eu certamente despertei mais pena dos voluntários da Olimpíada do que de possíveis doadores/vendedores de ingressos. Fui com a firme ideia de entrar no Estádio Olímpico para ver o atletismo, mas os poucos ingressos extra sendo vendidos ultrapassavam as 200 libras. Nada feito.

Sou brasileira e estava quase desistindo, quando a inspiração me levou a perguntar por ingressos a uma menina que estava ao meu lado no celular. Coincidentemente, ela tinha um, para o basquete feminino, pela bagatela de 20 pounds.

E o Parque Olímpico é emocionante mesmo. Mesmo fora do Estádio, dá arrepios ouvir os gritos da multidão, lá como em todas as arenas e nos telões que ficam ao lado de fora. A Arena de Basquete já estava fervendo no jogo entre Rússia e República Tcheca. Nos fizemos todos fãs automáticos e incondicionais do basquete feminino e fomos os últimos a deixar o local, animados, às 23h30, depois da vitória emocionante da França sobre a República Tcheca.

Não consegui ir ao Centro Aquático, nem ver o boxe brasileiro conquistar suas medalhas, nem os meninos e meninas do vôlei, que sempre acompanhei pela TV (até tentei a mendicância de ingressos em Earls Court, sem sucesso). Também ã vi Usain Bolt alucinar no Estádio Olímpico. Fica para o Rio.

Mas na quinta-feira, à noite, chegou às minhas mãos uma surpresa de última hora, guardada por um querido colega uruguaio, quando seu time saiu de campo: um ingresso para Brasil e México, a final, no Estádio de Wembley.

A Olimpíada ainda ã acabou para mim.

A romaria olímpica de volta para a casa

Esporte a longo prazo

Paula Adamo Idoeta | 17:05, sexta-feira, 10 agosto 2012

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A Grã-Bretanha está em êxtase por conta do bom desempenho de sua equipe olímpica. Mas até mesmo aqui, e bem no ano em que o país sedia os Jogos Olímpicos, o estímulo ao esporte entre as crianças enfrenta obstáculos.

Reportagem de ontem do jornal Guardian aponta que, após anos de crescimento da prática esportiva em escolas britânicas, os cortes de fundos estão reduzindo a oferta de esportes entre as crianças.

"Não conseguimos prover técnicos de qualidade nos esportes que ã têm tanto apelo", disse um diretor escolar ao Guardian. "Não teremos dinheiro para um técnico de atletismo em tempo integral, por exemplo."

Outro professor disse que os esportes que envolvem estruturas mais caras, como canoagem e natação, foram os que mais sofreram com os cortes nas escolas. "Para levar uma classe de crianças para nadar, precisamos de dois funcionários. E ã temos piscina, então ou a escola ou os estudantes têm que pagar (para entrar em uma)."

Nesta sexta, o premiê David Cameron disse que está estudando formas de melhorar o acesso aos esportes nas escolas, mas criticou uma norma do governo anterior - e derrubada por ele - que estabelecia metas de ao menos 2 horas por semana de esporte para os estudantes.

"As duas horas de meta eram cumpridas com coisas como aula de dança indiana. Nada contra a dança indiana, mas isso ã é esporte. Acho que precisamos fazer mais com os clubes esportivos, que de fato proveem esportes competitivos nas escolas", afirmou o premiê.

E jogou a responsabilidade para as escolas e a sociedade. "Além de instalações e dinheiro, o que realmente precisamos é uma mudança na cultura das escolas e da sociedade, de que o esporte é bom, o esporte competitivo é bom, as disputas escolares são boas."

A arquitetura por trás de Londres 2012

Paula Adamo Idoeta | 10:15, quinta-feira, 9 agosto 2012

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A arena de tiro, com estruturas circulares que ajudam na ventilação e na iluminação

O centro das atenções neste momento são os atletas, mas as arenas olímpicas de Londres-2012 também têm histórias para contar.

A arquitetura por trás dos centros de competições criados para estes Jogos Olímpicos é o tema de uma exposição no Instituto Real de Arquitetura Britânica (Riba), até 25 de setembro, apresentando maquetes e detalhes de engenharia de nove arenas - temporárias ou permanentes - construídas em Londres.

A arena de basquete, por exemplo, com sua estrutura de aço e PVC, será totalmente desmontada após os Jogos. A de polo aquático será desmontada para possivelmente ser reconstruída em outros lugares da Grã-Bretanha.

Locais como o Velódromo e o centro de tiro têm painéis para ajudar na ventilação e na iluminação das arenas, dentro da bandeira ecológica que a Olimpíada de Londres tenta levantar.

O mais imponente, óbvio, é o Estádio Olímpico, onde cabem 80 mil pessoas atualmente. Mas ele foi feito em camadas, para que seus anéis superiores possam ser desmontados e para que sua capacidade seja reduzida no futuro.

A maquete de um pedaço do estádio olímpico, que terá sua estrutura superior desmontada após os Jogos


Rua de cara nova

Paula Adamo Idoeta | 11:53, quarta-feira, 8 agosto 2012

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Aqui, foto de 2005 da mesma rua; parte dela ainda mantém este aspecto tradicional.

Leyton High Road ganhou um ar de 'Notting Hill'

A proximidade com o Parque Olímpico deixou sua marca no leste de Londres. Alguns locais nos arredores da arena esportiva estão sendo reformados e ganhando uma cara mais bonita.

É o caso da Leyton High Road, a cerca de 20 minutos a pé do Estádio Olímpico, uma rua comum de comércio que ganhou um "ar de Notting Hill" (bairro onde fica a colorida Portobello Road, cenário do famoso filme com Hugh Grant e Julia Roberts).

A revitalização de Leyton é parte de um projeto de o equivalente a R$ 1,5 milhão, financiado por um fundo estatal. Alguns comerciantes elogiaram a iniciativa, dizendo que a mudança atrai mais visitantes e deve estimular as vendas.

"A área certamente se valorizou", disse um vendedor ao jornal The Evening Standard. "A rua está muito melhor... Agora, precisamos mantê-la assim."

Reforço gastronômico

Paula Adamo Idoeta | 10:47, terça-feira, 7 agosto 2012

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Cozinheiros do Noma, restaurante dinamarquês que fez uma temporada em Londres.

Não é só de esporte de alto nível que vive Londres neste verão. A alta gastronomia, que já é forte na capital britânica, ganhou um reforço (temporário) de peso: o restaurante dinamarquês Noma acaba de terminar uma breve temporada de dez dias na cidade, dentro do hotel Claridge´s.

O Noma, considerado o melhor restaurante do mundo nos últimos três anos, é comandado pelo chef René Redzepi e famoso por usar curiosos ingredientes locais - inclusive formigas, árvore de Natal e outros "ingredientes" estranhos. (A ý Brasil já publicou uma reportagem e um í sobre o intrigante trabalho de Redzepi).

Redzepi disse ao jornal The Independent que trouxe as formigas da Dinamarca, num processo demorado: encontrados os formigueiros dessa espécie específica, é preciso sugar as formigas através de um canudo.

O veredicto do Independent é que uma refeição no Noma é "uma festa para todos os sentidos".

A festa da Jamaica

Camilla Costa | 19:30, segunda-feira, 6 agosto 2012

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A moda era prender a bandeira jamaicana nos penteados e turbantes

Há algumas semanas já se anunciava em Brixton, um dos principais redutos de imigrantes (e descendentes) jamaicanos em Londres, o aniversário de 50 anos da independência do país.

No final de semana passado, encontrei no meu metrô (Brixton também é onde moro) uma senhora que lia o programa de uma missa temática, com orações exaltando as belezas naturais do país e até mesmo uma linha do tempo com os momentos políticos, culturais e científicos mais importantes da história jamaicana.

Os jamaicanos que vivem em Londres (que alguns chamam de "a nova babilônia") parecem viver em contato constante e alimentar uma saudade permanente de seu país. É comum vê-los usando as cores da bandeira nacional. Ontem, no dia da festa de verdade, difícil era saber quem ã as usava. Estavam nos sapatos, nas roupas, nas bolsas, nos cabelos, nas unhas de todos os que enchiam o centro de Brixton.

Um desavisado que descesse na estação de metrô poderia confundir a festa da Jamaica com um jogo do Brasil, tão grande a quantidade de pessoas usando verde e amarelo, cores que compartilhamos com eles. Mas é diferente (e, devo dizer, mais bonito) no caso dos jamaicanos. Usando as duas cores sobre a cor negra de suas peles, eles ã só vestem como completam o símbolo nacional. Os jamaicanos são a sua própria bandeira.

A festa foi animada, com muita comida caribenha, sound systems nas ruas cheias, tocando música eletrônica, reggae, ska, dub e todas as suas variações. Uma feira local trazia camisetas e roupas típicas de diversas regiões do continente africano - Brixton tem um dos principais "shoppings africanos" da cidade.

No palco que ficava na praça principal do bairro, um coral de crianças, também vestidas de verde e amarelo, cantou o que foi anunciado como "a música jamaicana das olimpíadas": Striving for Gold ("Batalhando pelo ouro", em tradução livre), uma canção-tributo aos atletas olímpicos do país.

Era certamente o empurrão que faltava. No mesmo domingo, dois jamaicanos que já haviam aparecido para mim em camisetas, bandeiras e painéis em Brixton, Usain Bolt e Yohan Blake, ganharam o ouro e a prata na prova de atletismo dos 100 metros, uma das mais emocionantes e importantes dos Jogos.

Feliz aniversário, Jamaica.

Um dos muitos painéis de heróis nacionais no bairro

O presente de aniversário já antecipado do país seria a vitória de Bolt e Blake

Yes, nós temos bananas

Paula Adamo Idoeta | 15:18, segunda-feira, 6 agosto 2012

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Foto: Reuters

Chega ao fim o festival Rio Occupation London, com sua série de projetos culturais para fazer a ponte entre Londres e Rio, as cidades-sede dos Jogos Olímpicos de 2012 e 2016. Trinta artistas brasileiros passaram 30 dias fazendo performances em Londres, entre dança, música, gastronomia, artes visuais e "ocupações" artísticas na casa de britânicos comuns (veja o í da reportagem a respeito na ý Brasil).

Uma das mais curiosas foi a instalação de milhares de bananas de papel pelas ruas da capital britânica.

O autor da obra, Breno Pineschi,disse à ý em inglês que a ideia era "trazer (a Londres) um verdadeiro sentimento de cor e felicidade da minha cidade, o Rio, e do meu país".

Entrando no espírito

Paula Adamo Idoeta | 18:43, sexta-feira, 3 agosto 2012

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Uma loja de roupas esportivas aproveitou o clima olímpico para organizar corridas de rua diárias pelo centro de Londres, passando por atrações como Trafalgar (acima), Big Ben e Buckingham

Não é muito difícil se deixar contagiar pelo espírito esportivo. Basta se juntar a um grupo de corrida e sair dando passadas pelo centro de Londres.

Foi o que eu fiz ontem, com um grupo de corrida patrocinado por uma loja de roupas de ginástica.

Numa esperta ação de marketing, a loja agendou sessões de corrida para todos os dias até o final da Olimpíada, deu um colete amarelo para todos os participantes e contratou treinadores para acompanhar o grupo e definir o percurso - o de ontem foi por pontos turísticos do centro de Londres, como Trafalgar, Big Ben e Palácio de Buckingham.

O grupo, de umas 15 pessoas, chamou mais atenção do que eu esperava (afinal, grupo de corrida existe em qualquer cidade). Várias pessoas me pararam para perguntar do que se tratava, e alguns acharam que a gente estava de fato fazendo algo relacionado aos Jogos. Que nada, estávamos apenas fazendo exercício.

Mas até que deu para sentir uma emoção olímpica quando passamos correndo diante de um hotel e um tocador de gaita de fole nos homenageou tocando um trechinho da música de "Carruagens de Fogo".

O templo dos Jogos

Camilla Costa | 16:00, sexta-feira, 3 agosto 2012

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Jogos até na igreja (e com sorvete para acompanhar)

Uma igreja anglicana em frente ao prédio da ý foi transformada em local de exibição das provas olímpicas até o dia 12 de agosto.

Decidido a atrair visitantes e ser uma igreja aberta, o templo de All Souls ("Todas as almas"), aqui na rua Langham Place, exibe as competições de Londres 2012 em telões, em seus dois andares.

Além de sentar-se confortavelmente para assistir aos Jogos, quem quiser parar um pouco na igreja pode comer algo no café com wi-fi que foi montado provisoriamente dentro do primeiro andar, tomar um sorvete ou, simplesmente, relaxar.

As escadarias de All Souls já costumam ficar cheias de passantes que se sentam momentaneamente para descansar ou - como é costume dos ingleses - comer um sanduíche qualquer, que eles chamam de almoço.

Há uma semana, quem passa por ali também recebe uma garrafinha de água mineral, cortesia do Exército da Salvação - ou melhor - de um doador anônimo que contribuiu com a iniciativa do Exército da Salvação de distribuir água durante os Jogos em diversos pontos da cidade. Só esta igreja recebeu 67 mil garrafas.

Todos os dias ao passar em frente a All Souls, me perguntava que espécie de igreja era aquela onde eu sempre via telões, sinais sobre um café com wi-fi, distribuição de água e placas sobre acessibilidade de cadeirantes, mas nunca uma missa.

Hoje, ao entrar, descobri que as missas acontecem normalmente aos domingos. Em um canto da nave principal (é complicado chamar de "nave", porque a igreja é circular), logo em frente à entrada, um cartaz pergunta: "de onde você é?" e copinhos coloridos - uma cor para cada continente - esperam receber papéis com nomes de novos países.

Um dos funcionários do local, Dave Miller, me deu seu cartão da igreja - que tem uma marca moderninha de bom gosto e e-mail corporativo - e disse que eles querem que a igreja seja multicultural, e também um espaço receptivo a quem quiser entrar. "Percebemos que muita gente nem entra em uma igreja, porque é um lugar que está sempre fechado e vazio".

Ao voltar para o trabalho, tomando um sorvete de manga que comprei lá dentro, comentei sobre a igreja com colegas, que encararam a iniciativa com algum ceticismo. Para eles, a igreja quer somente "arrebanhar fieis".

Não poderia argumentar sobre a validade da estratégia nesse caso, mas devo confessar que gostei da ideia da All Souls. Em pleno centro, no meio das pessoas correndo para trabalhar, comer rapidamente, pegar o metrô ou coisa do tipo, eles se tornaram um local que convida ao descanso momentâneo. Um lugar para gente como eu, que tem que trabalhar cobrindo a Olimpíada, lembrar que assistir aos Jogos também é diversão.

Até o dia 12, também se rezará pelo ouro no local de oração de All Souls

A igreja virou ponto de encontro para descansar durante o almoço

O metrô está aguentando o tranco

Paula Adamo Idoeta | 17:00, quinta-feira, 2 agosto 2012

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A estação de metrô de Stratford, perto do Parque Olímpico (Foto: Getty)

O tão temido caos no metrô de Londres ainda ã ocorreu.

Há meses o órgão de transporte londrino vinha alertando usuários para o perigo de superlotação durante a Olimpíada, pedindo que as pessoas ficassem em seus bairros em vez de ir ao centro de Londres, evitassem estações muito demandadas e trocassem o transporte público pela bicicleta.

Até o prefeito Boris Johnson gravou um anúncio de áudio, transmitido frequentemente no metrô, pedindo aos passageiros que "planejassem suas viagens para evitar congestionamentos". Mas... os congestionamentos ã estão diferentes do que qualquer outro dia ã-olímpico. E, ontem, os anúncios de áudio do prefeito foram suspensos.

Em geral, as linhas de metrô têm funcionado bem, ficando cheias apenas em níveis típicos no horário de pico. Só a Linha Central, que leva ao Parque Olímpico, enfrentou atrasos num dia em que houve uma ameaça de incêndio.

"Para ser sincero, ã vi mais multidões do que o normal", disse ao Evening Standard o usuário Lee Bradley. "Talvez até esteja mais quieto do que o normal, mesmo na hora do rush."

A normalidade do sistema de transporte é uma ótima notícia para usuários, que temiam passar horas presos no metrô durante os Jogos Olímpicos.

Mas, para comerciantes do centro de Londres, tantos alertas para o perigo de superlotação acabaram afastando turistas e moradores locais de algumas das regiões mais turísticas da cidade. Por isso, muitos estão se queixando de que a Olimpíada está atrapalhando, em vez de ajudar os negócios.

As peripécias de um prefeito

Paula Adamo Idoeta | 16:26, quarta-feira, 1 agosto 2012

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Boris Johnson preso a um cabo aéreo nesta quarta-feira (Foto cedida por Rebecca Denton)

Londres já está acostumada com seu prefeito excêntrico, mas Boris Johnson tem se superado em suas peripécias olímpicas.

Nesta quarta-feira, ele resolveu descer preso a um cabo em uma das arenas da Olimpíada de Londres, mas ficou parado no ar, em uma cena divertida: vestindo um capacete, segurando uma bandeira da Grã-Bretanha e gritando "alguém me traga uma escada, uma corda". Até que foi resgatado.

Seu porta-voz levou na esportiva. "O prefeito sobreviveu sua primeira experiência no zip-wire (o cabo aéreo) relativamente sem cicatrizes. Claramente os juízes tirarão nota dele por sua performance artística, e é improvável que ele volte para casa com medalhas hoje".

Boris, que já chama a atenção em qualquer época, está ganhando muitos holofotes durante os Jogos Olímpicos. Na terça, foi visto bocejando na arena do vôlei de praia, até que começaram as competições femininas.

Mas como na política nada é por acaso, e nada passa batido, já tem gente dizendo que Boris está tentando capitalizar em cima da euforia dos Jogos Olímpicos, de olho na cadeira de primeiro ministro. O prefeito nega.

A ý News descreve Boris - um ex-parlamentar, ex-jornalista e ex-apresentador de TV - como um prefeito "de tendência a gafes" e a polêmicas.

Ele está em seu segundo mandato. Poucos dias depois de assumir o cargo, em 2008, Boris baniu o consumo de álcool no transporte público londrino, lançou o programa público de aluguel de bicicletas (apelidado de Boris Bikes) e trocou alguns dos tradicionais ônibus londrinos.

Vale sem o Brasil?

Camilla Costa | 00:28, quarta-feira, 1 agosto 2012

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A ginasta chinesa Linlin Deng em North Greenwich Arena. (Foto: Getty)

Em um sistema no qual era preciso comprar ingressos aleatoriamente e com muita antecedência, a dúvida mais comum é o que fazer se você se deparar com a situação de ter nas mãos ingressos para uma competição sem o seu time. "Vendo os ingressos, é claro." Né?

Depois de assistir a uma emocionante final de ginástica artística por equipes, eu digo: ã vendam seus ingressos, por favor. Ou os vendam para mim.

Um colega da ý Mundo, Natalio Cosoy, já havia me alertado de que ver uma competição de ginástica ao vivo é completamente diferente de vê-la pela TV. Decerto o mesmo acontece com todos os esportes, mas na ginástica a diferença é mais importante.

Pela TV, nunca temos uma visão geral da prova, do ambiente, da Arena. Estamos sempre concentrados em um exercício, em um aparelho, nas piruetas de um(a) ginasta. Ao vivo, tudo acontece ao mesmo tempo. É difícil saber para onde olhar em meio a tantos saltos impressionantes e a tantos talentos.

E é por causa disso, também, que as competições de ginástica artística são tão mais interessantes ao vivo. Talvez por estarem acostumados com os espectadores que estão na Arena mais por curiosidade do que por conhecimento profundo sobre o esporte, os organizadores tem um cuidado especial com o público.

Antes mesmo do início da competição, com a Arena completamente escura, começa uma apresentação dramática sobre a modalidade. Ginastas - que ã são os competidores - fazem piruetas no tatame central sob os aplausos animados da plateia e um show de luzes, para nos lembrar que, apesar do ritual e da complexidade, o que veremos em instantes é mesmo um espetáculo.

Em seguida, meninas fazem os movimentos básicos em cada um dos aparelhos que fazem parte da competição, iluminados por canhões de luz. Durante as provas, telões nos mostravam os melhores movimentos em câmera lenta, comentados pelos narradores oficiais, para ã ficarmos com saudades demais da TV de casa.

Os narradores, talvez compadecidos da nossa ansiedade em meio a tantas escolhas impossíveis, também nos chamam atenção para atletas ou países específicos em cada uma das rotações de aparelhos. Assim, aprendemos rapidamente que vale a pena nos concentramos nas apresentações de solo romenas, nos saltos americanos, na trave chinesa, nas barras assimétricas britânicas.

Parece um pouco acadêmico para uma competição esportiva, mas o aprendizado é prazeroso e vale cada segundo. A plateia, mesmo dividida em cores e bandeiras diferentes, parece torcer por todas elas sem pudor. A cada erro, queda ou pisada fora da linha, ouve-se o "uh" compadecido dos espectadores, em uníssono. Não importa de onde as ginastas são, estamos ali para todas elas. Uma espécie de recompensa pelo esforço que fazem somente para nos impressionar.

A hora do aquecimento, quando as equipes tem um minuto para se prepararem para um novo aparelho, é um show à parte, que nunca vemos pela televisão. Talvez por ã estarem sendo oficialmente avaliadas, elas parecem relaxar. Fazem piruetas mais ousadas, correm com menos cálculo, se jogam nos movimentos sem medo de cair. E caem, para ã caírem sob o olhar dos juízes.

Dá sempre, é claro, uma dorzinha pela ausência do Brasil. Na chegada a North Greenwich Arena, saindo do metrô, encontrei a ginasta Adrian Gomes, que esperava as outras meninas para acompanhar a final.

Mas assistir a uma competição assim também nos dá a capacidade de entender melhor os nossos atletas e o porquê de eles ã terem conseguido estar lá naquele momento. Não se enganem: todos os ginastas choram, se desconcentram pelo nervosismo, erram, caem. O que vira o jogo para eles parece ser, algumas vezes, uma inspiração do momento e muitas vezes, as condições que tiveram para chegar até ali.

Aqui em Londres e no Rio, vale ver os Jogos sem o Brasil. Mesmo sem medalhas, só por contágio, a Olimpíada pode acabar - tomara - nos transformando em um país mais apreciador e apoiador do esporte.

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