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Amy Winehouse, uma diva perdida?

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Márcia Freitas | 2007-09-06, 15:05

No fim das contas, depois de muita especulação, apareceu na cerimônia do prêmio Mercury de música na terça-feira. Não levou o prêmio, como devem saber, mas se quiserem ler mais vejam nessa reportagem da ´óÏó´«Ã½ Brasil. O tema desse blog é, na verdade, o quanto a cantora Amy Winehouse e sua vida supostamente perturbada têm dominado os jornais daqui.

Quero dizer logo de início que sou fã de Amy Winehouse. Mas o fato de que ela é uma das grandes revelações da música britânica nos últimos tempos é quase indiscutível. O problema é outro. No começo do mês, Amy foi levada ao hospital por causa de 'exaustão profunda', quase um trocadilho por aqui para abuso de drogas. Amy teria, segundo os tablóides - como são chamados os jornais populares daqui - tido uma overdose de crack e heroína. Tudo tomou uma proporção incrível quando o padrasto de Blake Fielder-Civil, o marido de Amy, e a mãe dele falaram à ´óÏó´«Ã½ e defenderam que os fãs boicotassem o trabalho da cantora até o casal tomar um rumo. Depois, o pai da 'diva' também veio a público chamando a idéia de absurda, e os jornais do fim de semana se encheram de artigos sobre o destino de Amy e seu marido. O Financial Times resumiu o tom na sua chamada de capa : 'Amy Winehouse - Can anyone save this fallen diva?', algo como 'Alguém pode salvar essa diva perdida?'. Houve também reportagens sobre outros artistas famosos que tiveram uma vida curta por causa do abuso de drogas e outros artigos do tipo.

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É difícil dizer o quão perturbada está a vida de Amy Winehouse já que os tablóides britânicos parecem apelar para o mundo da ficção de vez em quando, mas o fato de que os próprios pais de Fielder-Civil se dizem muito preocupados pode ser um sinal de que o problema é mesmo verdadeiro. Mas a questão é: por que nos importamos tanto? Eu, como fã, espero que Amy Winehouse viva muitos anos e grave muitos discos, com drogas, sem drogas, com certeza não cabe a mim dizer. Mas de onde veio essa parafernália toda?

Um jornalista do Guardian, , disse que toda sociedade precisa de um totem, alguém que vá a extremos que nós não temos coragem de seguir. Já na reportagem do Financial Times citada acima, diz que a cantora é como uma participante do Big Brother - que não tem vergonha da contemplação faminta do público - mas com talento. Acho que essa teoria faz até sentido, não sei direito. Mas sei que não deixarei de comprar os CDs de Amy Winehouse.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 04:49 PM em 06 set 2007, Mariana escreveu:

    Eu 'descobri' Amy Winehouse a pouco tempo, e de cara amei suas músicas. Quando li a letra de Rehab a achei engraçada, mas depois de tantas notícias sobre a 'tumultuada' vida de Amy, vi que a coisa era mais feia.
    Espero que, como a Márcia disse, com ou sem drogas ela viva bastante e produza muitas coisas boas como já fez.

  • 2. à²õ 04:51 PM em 06 set 2007, Raphael Simoni escreveu:

    A histeria em torno da vida pessoal não só de Amy Winehouse, mas de tantos outros artistas "polêmicos" é promovida por todo este sensacionalismo dos jornais e TVs. No entanto, se as notícias sobre as brigas e excessos do anti-casal 20 continuam circulando, é porque há ibope para isso.
    Na minha opinião de fã, não é a vida pessoal que importa, mas o trabalho.
    Acho também que a própria Amy Winehouse e seu marido incentivam a presença de lentes e flashes e torno de suas vidas, apesar do uso das drogas ser uma questão séria. Mas o fato é que a palavra-de-ordem "viva rápido e morre jovem" ainda está em voga.

  • 3. à²õ 05:17 PM em 06 set 2007, Mig uel Lenz escreveu:

    É a contradição básica da sociedade moderna (dizem, “pós modernaâ€)condena comportamentos viciantes, como o uso de drogas, m as sente um irresistível desejo de louvar os “feitos†daqueles que as usam sempre dentro de um novo discurso, mas repetitivo em valores considerados éticos no sentido de que nem sempre é ético, mas anti ético por representar uma fala voltada a interesses sectários
    Kierkegaard distingue a pura reprodução de algo: a manutenção do mesmo, repetição que se confunde com a lei da natureza – da repetição como liberdade, repetição produtora do novo e de diferenças.â€Os acontecimentos , quando repetidos, já não são os mesmos A própria repetição de uma palavra não traz com ela o mesmo sentidoâ€(Garcia-Roza,1993 pp27-52)Antes, era Elvis, depois KURT COBAIN etc., etc., todos eles, de uma maneira ou de outra, foram viciados em drogas e acabaram morrendo por causa delas, mas o “discuso iconoclasta “ foi diferente: Elvis era o “Rei do Rockâ€, KURT COBAIN “Rei não sei do que...†, e agora esta “Divaâ€!...É o mesmo discurso: de uma lado cheio de preocupações e condenações, de outro, o fascínio da coisa proibida estimuladora desses†ídolos de papelâ€, ou melhor, ídolos voltados ao consumo e que servem a interesses da mídia capitalista, havida em faturar sobre o diferente, o excêntrico, o inusitado mas previsível.E este previsível é que o diferente é aquele que possui charme pela beleza física, seja medíocre no que afirma ou que produz, mas “consumível “pela massa ignara , manipulada pelo sistema ideologico que reproduz a sociedade capitalista

  • 4. à²õ 06:21 PM em 06 set 2007, André Carvalho escreveu:

    Muitos artistas não estão preparados para a fama. Muitos ótimos artistas tiveram suas vidas reduzidas pois exacerbaram em tudo...álcool, festas, drogas, trabalho, enfim, não souberam administrar melhor a mudança drástica em suas vidas. Primeiro pelo dinheiro...muitos milhares de dólares em muito pouco tempo. A mídia mundial ouvindo, vendo, comentando sobre uma pessoa que a pouco tempo atrás ninguém conhecia. Kurt Cobain teve este fim...o próprio Elvis Presley teve seu fim precoce e por overdoses. Acredito que alguém, de preferência íntima, possa intervir na vida de Amy e tirá-la deste "buraco" que ela está cavando...sorte a ela.

  • 5. à²õ 06:28 PM em 06 set 2007, Sam escreveu:

    Devo discordar da análise do leitor Miguel, afinal no caso de Amy Winehouse não se trata de louvar feitos ou admirá-la como pessoa. A moça tem um talento para cantar que aparece raras vezes na história.

    Não posso dizer que gostei da primeira vez que ouvi. Mas, ainda que pela via do estranhamento, aquela voz me chamou a atenção. Era, no mínimo, diferente. Mas hoje, depois de conhecer melhor, a combinação do timbre único da voz com um estilo retrô, cantando temas que refletem a alma dela (ela mesma compõe grande parte das músicas) me é simplesmente irresistível.

    Acompanhei por alto essa cobertura de celebridade da imprensa porque apesar de detestar esse 'ramo' do jornalismo, no caso de Amy foi mais forte do que eu. Sou da opinião do jornalista do Guardian, que acredita que o fascínio que ela exerce passa pelos 'extremos que não temos coragem de seguir', embora 'coragem' não seja bem a palavra que eu usaria.

    Sua imagem e sua popularidade me fazem pensar na dinâmica do desejo, num sentido bem psicanalítico. Amy Winehouse, pra mim, é puro id. Encarna o oposto do lugar comum e os 'porões da consciência' em muitos sentidos: uma garota branca de voz negra, cabelos desgrenhados, corpo definhando a olhos vistos pelas drogas, largada no chão de um bar escuro, enxugando o suor da testa com um copo de uísque.

    Viciada em álcool, em drogas, em sexo, 'she knows she's no good'. Vive de música, canta com muito feeling as dores de sua existência problemática e, a julgar pelos seus clipes, tem uma identidade totalmente underground.

    Tudo isso, misturado a um talento natural poucas vezes antes visto, é como uma droga altamente viciante. Por mais que nosso lado racional nos faça sentir culpados ('poxa, estou comprando discos de uma pervertida+drogada+problemática assumida, mas que coisa, sou contra isso tudo'), fica muito difícil não dar play no som e não deixar que as dores da alma dessa menina sejam, por alguns instantes, as nossas também.

  • 6. à²õ 07:46 PM em 06 set 2007, Minne escreveu:

    Descobri a Amy Winehouse um pouco antes dela estourar aqui no Brasil, e de cara adorei a voz e as músicas. Quando o meu amigou me "apresentou" o trabalho dela ele foi logo dizendo " Essa mulher tem uma voz maravilhosa só não regula muito bem da cabeça".Acho que ela e o marido gostam desse tumulto todo em cima deles, cada doido com suas manias.E quanto a ela se drogar não tenho nada a dizer, não procuro uma imagem a seguir e sim boa música para os meus ouvidos!

  • 7. à²õ 02:49 AM em 07 set 2007, Mig uel Lenz escreveu:

    Tem razão o sr Sam no que diz respeito ao “produto artístico –voz†e ao “produto vivenciado pelo cantorâ€(ou cantora). Também sou apreciador da voz dessa moça, a ssim como também ou sou de Elvis .Mas, não posso negar que o que mais interessa a mídia( pelo menos, a sensacionalista) não é o produto artístico, mas é o produto “existência†da cantora, seus dramas, suas neuroses.Assim, me aproximo de Henri Wallon, onde seu olhar buscava a contradição, os conflitos, as rupturas, nos diferentes momentos do desenvolvimento humano. Transposto esse olhar para a imagem desta Diva, podemos notar uma série de rupturas do comum, do usual, mas uma continuidade explicita no drama daqueles que precisam de estimulantes químicos pára sobreviverem ao caos de suas vidas. O olhar Wallonmiano é um olhar direcionado que permiote interrogar seu objeto de forma precisa em condições determinadas.Nesse sentido, é necessário partir de uma questão, de uma interrogaçãoo, de um interesse específico, para que a observação possa ser planejada. Desta forma, Winehouse representa o que? Um produto artístico de qualidade?Um drama de vida que merece c ompaixão?Um vivenciar humano que permite o fim antes de começar? Acredito que de tudo um pouco: Um produto artístico de qualidade pelo fato de representar um tipo de voz intronizada em trejeitos sensuais e que despertam “rumores do nascer da Lua Azul†em nosso Id (como bem acentuou o textualista); mas também a desesperança de um Superego que vê nesta imagem o símbolo da decadência e a fuga da vida pelo absoluto vazio da mesma.
    Podemos concluir que Winehouse é um pouco de tudo que temos: amor, sexo, desesperança, revolta, dor... e vazio de alma.Este vazio que nos ataca quando perdemos o sentido do de nossa própria identidade como seres humanos , fragilizados pela própria realidade biológica e social que nos envolve.Mas também, como no caso dessa artista da voz, pela perda de sua dignidade como mulher, ao ser transformada em produto de consumo e que tem na beleza e juventude seu único sêlo de garantia

  • 8. à²õ 06:29 AM em 07 set 2007, Mario Celso de Moraes escreveu:

    Fico triste ao constatar o rumo tomado por essa talentosa cantora. Caso esteja realmente fazendo uso de cracke, é uma viagem sem volta e um exemplo a não ser seguido. A qualidade de seu trabalho artisitico não se resume somente a sua voz e estilo, ela nos contempla também com muito bom gosto na escolha das canções que canta e seus arranjos são impecáveis. Torçamos pra que seja apenas uma crise ou, uma estratégia de marketing. Ela merece vida longa.

  • 9. à²õ 05:09 PM em 08 set 2007, Adriana escreveu:

    Descobri a música de Amy Winehouse em junho, por indicação de um amigo, e foi paixão instantânea.
    Até a notícia da overdose, eu não sabia da sua fama de polêmica ou problemática.
    Acho que hoje em dia poucos artistas estão interessados em separar a vida profissional da pessoal, e acabam unindo as duas em estratégia de marketing.
    Escândalos à parte, enquanto ela fizer boa música, vou continuar ouvindo.

  • 10. à²õ 08:44 PM em 09 set 2007, rodrigo escreveu:

    ...sei lá... sempre a mesma história... A moça é boa e ponto! Mas que faz a linha lixão não há duvidas... o fato é q sendo lixão como a tal "diva" ou luxão como Kate Moss no fundo no fundo, mais do que drogas elas dependem é de FLASH! Do nosso din din e ponto!

  • 11. à²õ 11:24 PM em 10 set 2007, Miguel Lenz escreveu:

    Tem razão o leitor Rodrigo. Tais "Divas" dependem de Flash e de "nosso dim dim".E o pior de tudo é que na maioria das vezes (não é o caso desta moça que é uma excelente cantora )é que aceitamos o "lixo" produzido por uma mídia hávida na produção de idolos, que como uma Fenix Mitológica, renasce continuamente afim de produzir "dim - dins" para ela.É a velha história do pensamento Hindu, onde o Universo é visto como um movimento ciclo impessoal, como o ciclo do dia e da noite, o ciclo anual das estações , etc.OU seja, tudo vai e tudo volta. Esses ídolos de barro possuem um espaço de tempo na mídia curto, exatamento o tempo que interessa em termos de lucro e depois desaparecem, surgindo outros "ídolos = " que formam seu ciclo pessoal dentro de um tempo impessoal ao sabor das convivências do capitalismo explorador

  • 12. à²õ 10:14 PM em 06 jan 2008, peter escreveu:

    amy é uma diva ela é o kurt cobain feminino suas musicas tocam minha alma e o jeito dela é unico não se compara com nenhuma dessas cantorazinhas

  • 13. à²õ 10:45 PM em 22 ago 2008, gabriella escreveu:

    eu amo ela mesmo ela sendo louca

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