A (ótima) televisão britânica
Uma grande amiga minha passou mais de um ano morando aqui em Londres sem televisão em casa.
Em várias conversas nossas eu me pegava perguntando: "Você viu ontem o documentário sobre as crianças com problemas de comportamento?" ou "E o último programa do Derren Brown?" E ela nem sabia do que eu estava falando, obviamente. (Do Derren Brown, agora, ela já sabe. Ficou tão curiosa com os feitos do mágico/ilusionista psicológico/hipnotizador, que foi correndo procurar os programas dele no YouTube).
É claro que a televisão aqui também foi inundada com os reality shows que assolam o mundo inteiro e acabam substituindo coisas mais interessantes (mais um parêntese aqui para confessar que sou fã de alguns deles), mas ainda está anos luz à frente da TV aberta brasileira.
Tudo bem que aqui todo mundo que tem um aparelho de televisão em casa tem que pagar uma taxa, a licence fee, que é usada para financiar a ´óÏó´«Ã½ doméstica e que garante a independência da organização em relação a interesses comerciais e polÃticos. Por isso e pela qualidade dos programas apresentados, em geral, eu pago de bom grado os R$ 466 anuais.
Às vezes, tem tanta coisa boa na televisão ao mesmo tempo, que já aconteceu de eu assistir a um programa, ficar de olho nos canais +1, que repetem a programação uma hora depois, e ainda gravar um documentário apresentado pelo Stephen Fry (foto) ou pelo Jonathan Ross.
Foi através da TV que eu entendi melhor o humor britânico e a obsessão pelo mercado imobiliário e pelos jardins, que eu descobri mais sobre como funcionam o governo e a sociedade por aqui, que eu tomei gosto pela cozinha e passei a respeitar os chefs britânicos.
Por tudo isso, acho que a minha amiga anti-televisão perdeu uma boa chance de descobrir mais sobre a cultura britânica e de assistir a programas e documentários de primeirÃssima qualidade.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
E é por isso que vou te dizer, Iracema, que estou cansado da dominação e da manipulação total em que se tornou a televisão aberta aqui no Brasil.
Como você falou, acho que vale muito a pena pagar R$466 anuais para ter um grande grupo que tenha um compromisso de qualidade e sem querer controlar ou manipular a mente do público.
Até se acha programa bom aqui no Brasil nas redes abertas, mas ainda predomina a programação POBRE de conteúdo de qualidade, o interesse FEROZ pelo dinheiro, fora o detalhe da tentativa de todas as redes de monopolizar o controle.
Isso sem contar que, no Brasil, as concessões são liberadas pelo Hélio Costa como quem libera crianças para brincar em uma praçinha. É simplsimente TRISTE.
Não me canso em dizer isso sempre que este tema vem à tona. Assim como o "Streetcar", a idéia de uma rede grande aqui no Brasil, financiado pelo próprio público? Hah, prefiro acreditar em Papai Noel e Coelinho da Páscoa abraçados...
Voce tem razao sobre a tv em inglesa, morei um tempo na Europa e aprendi muito com os documentarios que eles exibem. Pena que aqui no Brasil os canais de tv privilegiem so o divertimento.
Na Alemanha também é assim: paga-se uma taxa para assistir à tv, que é repassada para as emissoras públicas.
Para a realidade brasileira, 466 reais anuais é muito caro. Praticamente um salário mÃnimo para produzir programas culturais que a população nem se interessa tanto assim em ver.
Sem falar que as crianças podem assistir à programação infantil da ´óÏó´«Ã½ ser serem bombardeadas por comerciais o tempo todo.
Legal tua colocação Iracema. Também estou sem sinal de TV em casa desde 06/2006 quando a TECSAT faliu. Infelizmente no Brasil o monopólio é visto como uma máquina de ganhar dinheiro e quem tem mais elimina os que tem menos. A TECSAT era tudo de bom, desde as mensalidades até a programação. Qd ela foi eliminada da minha tela entrei em greve silenciosa. Na minha tela só clareia videos a quase um ano. Então.. sou mais uma que não entende qd os demais falam sobre um determinado programa.. ou seja, a internet passou a ser minha única fonte de informações. Abaixo o monopólio da TV paga.
Realmente, voltei do Reino Unido na semana passada e confesso que a televisão bretonha é uma das coisas que me fazem falta aqui no Brasil. Tudo bem que eu assisti pouca TV lá, mas acabei passando por três situações distintas que me fizeram observar com mais atenção o sistema televisivo inglês. Tinhamos a operadora Virgin em casa, e um mês depois, minha mãe de lá tirou por uma semana o aparelho da TV a cabo, assim assistimos TV aberta por esse perÃodo de 7 dias. Depois, além do aparelho da Virgin retornar, recebemos um da SKY para acompanhar os jogos do campeonato Inglês de futebol. Disso tudo, eu posso afirmar que por mais que a TV de lá esteja infestada de programas e séries que conhecemos roteiros e propostas de cór (vide realitys shows, ou a la "Jerry Springer"), também tinhamos acessos à ²õ comédias de cunho inglês, filmes que as TVS daqui não têm coragem de televisionar, e documentários com temáticas variadas, falando de tudo e de nada, bem ao estilo inglês de retratar história, estórias, e lendas. Aqui no Brasil, o que mais me incomoda nesta semana que estou aqui é o estuperfato e fatÃdica cobertura a respeito do assassinato da criança jogada da janela. Como se todos nós estivessemos interessado no caso. Que saudades do Little Britain.
A Tv brasileira é um lixo, dominada pelas infames novelas que só deixam o povo cada vez mais ignorante.Só assisto Tv à cabo.
Seria um sonho uma tv assim aqui no Brasil!
Minha boa amiga, escrevo para discordar de que a televisao inglesa esteja a anos luz da televisao brasileira. A televisao inglesa tem boa programaçao, principalmente os documentarios, mas nao ficam atras as brasileiras, com os jornais, e os programas semanais de infromaçao. Quanto aos filmes, as brasileiras certamente estao na frente, mesmo porque ate o canal basico da Sky, passam filmes antigos e repetidamente. Quanto a pagar a taxa, so por ser obrigatoria, nao de gosto. Quanto as serviços de radio e informatica prestados pela ´óÏó´«Ã½, isso sim nao se pode negar, sao de excelente qualidade. No mais, nao se deprecie ó mulher...
Outras tantas pessoas poderiam ler e tentar modificar algo aqui.
Estas situaçoes sao exemplos de uma sociedade que se preocupa com a vida da comunidade. Beneficiando todos ao mesmo tempo, e nao com uma visao egoÃsta e parcial, do "PARA POUCOS".
Temos muito a aprender neste sentido.
A TV Britânica é boa para pessoas com nÃvel educacional elevado como os próprios britânicos. Aqui no Brasil o nÃvel educacional é outro. E quando não é outro as pessoas aqui querem entretenimento, são alegres. Já os britânicos são frios, preferem coisas supercabeças ou não? Quando são para serem depravados são como a Amy Whinehouse...
A TV Brasileira tem suas qualidades e estamos de pé de igualdade com as melhores do mundo em termos de noticiario, novelas (anos luz) e outras coisas.
A meu ver é uma questão cultural. Morei em Londres e gosto dos programas de lá...principalmente o Stephen Fry que é ótimo! É uma questão de percepção e gosto, eu acho...Forte Abraço!
A televisão inglesa é uma enciclopédia moderna, dinâmica e atualizada. Assistir a ´óÏó´«Ã½ e todos os seus canais é sempre uma conquista. Às vezes você fica relutante em sair de casa e passear por inúmeros lugares públicos excelentes ou assistir um bom programa. É uma pena a TV Brasileira fixar sua programação em novelas terrÃvéis e jornais sensasionalistas. DeverÃamos aprender um pouco mais sobre outros valores a serem reforçados nesta mÃdia, como conhecimentos gerais, cultura mundial e inúmeros documentários. DevérÃamos deixar a onda das "mulheres frutas" ficar bem longe de nossas crianças e jovens, buscando assim melhorar a formação de nossa sociedade. Esta sociedade que num futuro breve será comandada por pessoas fantasiadas numa vida irreal, digna dos folhetins televisivos.