´óÏó´«Ã½

Arquivo para junho 2008

O futebol, as apostas e as mulheres

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Márcia Freitas | 14:35, quinta-feira, 26 junho 2008

Comentários (6)

_44780922_russiatrain_b203.jpgO que fazer para que os torcedores de um país que não se classificou para um campeonato de futebol se interessem pelos jogos? A resposta parece ser a mesma se a pergunta for: o que fazer para que as mulheres se interessem por futebol? Promova apostas. Pelo menos é o que esta Eurocopa 2008 está nos mostrando aqui na Inglaterra, que está fora da competição. Já estamos na reta final, mas, desde o início do campeonato, começou a ser transmitido na TV um comercial com vários ex-jogadores conversando sobre as chances de cada país. O comercial é de uma casa de apostas. Infelizmente, não tenho os números das casas de aposta e da audiência dos jogos na TV para saber se está dando certo. Mas em um dos últimos jogos da primeira fase, entre Espanha e Grécia, um amigo meu inglês comemorou muito o fato de ter ganho cerca de 700 libras em uma aposta para a Grécia vencer no primeiro tempo e a Espanha, ao final do jogo. Pelo jeito, o fato de ter amigos gregos e espanhóis não foi suficiente para manter o seu interesse. Quando se fala em futebol, só mesmo o do nosso coração é que conta. Ou o da aposta, obviamente. E nesse ponto me volto às mulheres. Aqui na ´óÏó´«Ã½, nós fizemos dois bolões da Eurocopa. Já deu o que falar. Eu não me via interessada em futebol desse tanto com certeza desde a última Copa do Mundo. Outro dia mesmo, me peguei fazendo um comentário que jamais saiu da minha boca: 'vai ser um jogão' (!!??). Meu marido está achando o máximo. Infelizmente, até mesmo o 'poder' da aposta parece ter limites. Confesso que estou já um pouco entediada com tanto futebol. O fato de estar perdendo nos dois bolões pode ter um pouco a ver com isso.

Terminou o namoro?

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Ilana Rehavia | 16:54, terça-feira, 17 junho 2008

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A internet realmente tem solução para quase todos os problemas. Até mesmo aqueles que você nem sabia que tinha. Por exemplo, o que fazer com jóias, bijuterias e outros presentes de ex-namorados ou ex-maridos? Imagino que a maioria das pessoas guarde no fundo de uma gaveta ou coloque no prego. Mas duas americanas resolveram que essas soluções não eram boas o suficiente e criaram um site onde a mulherada vende os presentes indesejados. O divertido do site é que cada anúncio vem com uma breve descrição do final da relação. Algumas histórias são tristes, outras hilárias, e quando você vê passou meia hora lendo. Também achei divertida a seção com anúncios de "presentes que deveriam ter sido jóias". Lá estão os presentes mais inusitados, como uma espada chinesa antiga e uma guitarra da Hello Kitty.
Depois de passar minha meia hora me divertindo no site, separei algumas das histórias mais interessantes. Se elas não conseguirem vender suas jóias, pelo menos devem estar mais leves após o desabafo!

"Minha irmã recebeu essa jóia do ex-namorado babaca que comprou presentes para ela no cartão de crédito dela, e depois a traiu."

"Eu estou com esse homem que me pediu em casamento há três anos mas sem um anel. Nós não podemos comprar um anel porque estamos tentando viver o sonho Americano, com uma casa, carro e filho (...) mas eu adoraria um anel para mostrar às pessoas que eu estou com alguém."

"Esse foi o único presente decente que ele me deu em dois anos juntos. Em nosso aniversário de dois anos, ele me deu uma caixa de ferramentas e um kit de emergência para o carro. Nem preciso dizer que ele se foi e é hora de me livrar dos presentes que me deu também."

"Encurtando uma longa história, descobri que meu marido é bissexual e que mentia para mim desde que nos conhecemos. O peguei tendo casos com vários homens."

"A última coisa que ouvi sobre meu ex é que ele está escrevendo uma peça sobre nossa trágica relação. Ele era muito carente para mim. Nem preciso dizer que ele não lidou bem com nossa separação.
Ato I: Os brincos estão à venda."

Tudo é passageiro, menos o motorista

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Daniel Gallas | 18:11, segunda-feira, 16 junho 2008

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Quem vem de fora - principalmente do Brasil - costuma adorar o transporte público de Londres. São vários os atrativos de trens, metrôs e ônibus: eles são relativamente seguros (apesar de que isso parece estar mudando aos poucos), abrangem grandes partes da cidade (que é gigante), são bem sinalizados e operam em horários especiais (há várias linhas noturnas e 24 horas).

Bem menos atraentes costumam ser os motoristas, em especial os de ônibus. Motorista aqui tem um poder bastante grande. Cansei de pegar ônibus em que o condutor - que aqui acumula a função de cobrador também - simplesmente expulsou todo mundo do veículo, orientando os passageiros a esperarem na parada pelo próximo carro.

No ano passado, isso chegou a acontecer duas vezes em uma só jornada. Peguei três ônibus diferentes da mesma linha, apenas para ir do centro até a minha casa.

londonbus203.jpg

Na primeira vez, a motorista havia brigado com um passageiro, por algum motivo que eu não entendi. Sem muita cerimônia, ela ligou o alto-falante e mandou todo mundo descer.

Todos ficamos um bom tempo na parada esperando o próximo ônibus, que se atrasou devido a obras no caminho. A algumas quadras de casa, mais uma evacuação. Desta vez, o motorista nem sequer explicou o motivo. Fui perguntar e ouvi - aos berros - que estava na hora do seu intervalo e que, por isso, ele estava levando o carro de volta para a garagem, azar dos passageiros.

Sorte com motoristas eu só fui ter na sexta-feira passada, tarde da noite. Estava no ônibus com minha mulher e uma amiga, quando o motorista ligou o alto-falante:

- Atenção, passageiros. Quem quiser ir até o fim da linha, por favor diga "Siiim".
- Siiiiiiiim - foi a resposta geral.
- Não. Se vocês realmente querem chegar até o fim da linha hoje, vocês têm que me dar um belo "Siiiiiim".
- SIIIIIIIIIIIIM.
- Então ok. Recebi a ordem da garagem para recolher o ônibus, mas danem-se (a expressão que ele usou foi outra) os patrões. No meu ônibus são os passageiros que mandam e hoje nós vamos até o fim da linha.

É uma pena que não seja sempre assim. Eu confesso que já perdi um pouco a paciência com o transporte público. Agora eu venho de bicicleta para o trabalho.

Engraçado que do lado de fora do ônibus minha relação com motoristas mudou completamente: são os que mais respeitam ciclistas, pelo menos na minha experiência.

Será que desta vez o verão chegou?

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Iracema Sodre | 15:19, segunda-feira, 9 junho 2008

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Decidi escrever este post rápido, rápido, antes que o sol resolva ir embora do céu londrino.

É que há algumas semanas parecia que o verão tinha chegado antecipado. Todo mundo feliz, se cumprimentando nas ruas, um bom humor contagiante.

Comecei então a escrever um texto aqui para o London Talk - que nunca foi publicado, já o frio voltou rapidamente - falando sobre como o clima afeta as vidas de quem mora nessa cidade mais cinza do que gostaríamos.

As pessoas aqui da redação me mandaram emails dizendo o que tinha mudado no dia-a-dia delas naquela semana de sol.

meninasolgettyimages.jpg

A Carolina Oliveira disse que estava vendo menos televisão e que andava no segundo andar dos ônibus admirando a vida.

Andrea Wellbaum escreveu contando que mudou o trajeto de bicicleta para casa para passar pelo Regent's Canal, trocando a fumaça dos carburadores pelo canto dos pássaros, o silêncio da água tranquila e a energia boa das pessoas sorridentes.

Babeth Bettencourt aproveitou os dias de sol numa piscina pública, que ela apelidou de o piscinão de Crouch End. Disse que se sentiu no Posto 9, ainda mais porque ela saiu de lá e parou numa lojinha japonesa para comprar sushi, que foi devidamente comido no jardim da casa dela.

Pois é. Todo mundo tinha histórias bonitinhas para contar, que ilustram bem a felicidade extrema que a gente sente quando já está aqui há tempo suficiente para deixar de ser blasé em relação ao sol, aquilo que a gente tem quase todo dia no Brasil. (Para ter provas concretas do que acontece em Londres quando o calor aparece, basta olhar as fotos que ilustram o post).

espanholassolPA.jpg

Quem gosta de reclamar pode dizer que a nossa terra é quente demais, que o ar condicionado dá rinite, que a gente sua o tempo todo. Tudo isso é verdade. Mas depois de pelo menos seis meses de inverno, com direito a frio e chuva, a gente está aqui mais rezando é por um solzinho.

E deixa eu publicar isso logo, antes que as nuvens acabem com a minha festa. De novo.

Sex and the City

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Ilana Rehavia | 15:16, terça-feira, 3 junho 2008

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Sex and the City, o filme mais aguardado do ano (pelo menos para as mulheres, imagino que para os homens deva ser o novo Indiana Jones) estreou aqui em Londres na semana passada.

Como não podia deixar de ser, juntamos parte da mulherada aqui da ´óÏó´«Ã½ Brasil e fomos assistir em comboio na sexta à noite.

Vou deixar os detalhes do filme de lado para não estragar a surpresa de ninguém e concentrar o post nas reações do pessoal no cinema.

satc.jpg

Pois então, a empolgação do povo (nós incluídas) já podia ser antes da sessão começar. A animação foi ajudada pelos coquetéis Cosmopolitan que eram preparados no bar do cinema especialmente para a ocasião.

Dentro da sala, a empolgação não diminuiu. Foi só terminarem os trailers e começarem os créditos iniciais do filme que a mulherada (e os quatro homens presentes no cinema, provavelmente arrastados à força pelas namoradas) começou a aplaudir. E assim foi ao longo do filme, com mais aplausos e gritinhos esporádicos. Nunca estive em um cinema tão animado!

O filme estréia no Brasil nesta sexta-feira. Tenho certeza que as sessões por lá serão tão animadas quanto aqui. Aguardo as histórias das fãs brasileiras!

A obsessão inglesa pelo calendário

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Fernanda Nidecker | 15:45, segunda-feira, 2 junho 2008

Comentários (11)

Eu nunca fui chegada à mania brasileira de deixar para marcar tudo em cima da hora e não respeitar horários.

Mas aqui na Grã-Bretanha, a gente vive o outro lado da moeda. Os ingleses gostam de agendar tudo - até uma visita ao pub com os amigos - com muita antecedência. Um mês, pelo menos. Na pior das hipóteses, duas semanas.

Uma rápida olhada no calendário que meu marido inglês pendurou na cozinha e me dou conta que ele já registrou os eventos que temos até setembro (!). São festas de aniversário, casamentos, jantares e piquiniques aos quais já confirmamos presença e só poderemos faltar por motivos de força maior.

Tanta organização e formalidade não abre muito espaço para mudanças de planos, o que em alguns casos pode levar a algumas saias justas...

brokenheart_203.jpg

Há um tempo atrás fomos convidados para ir à casa de uma amiga, que junto com o namorado de longa data, ofereciam um "dinner party" para quatro casais.

O email de convite foi enviado devidamente com mais de um mês de antecedência para garantir que os convidados reservassem a data. O jantar foi ótimo. Sabadão de inverno, casa cheia, atmosfera agradável, comida e música boa.

Dias depois me peguei pensando no casal anfitrião e comentei com meu marido que achava que os dois não iam demorar muito a juntar os trapos. Para meu espanto, ele me disse ter ouvido que o namoro tinha acabado.

"Quando, ontem?", eu perguntei. "Não, há duas semanas", disse ele. "Mas como o jantar já estava marcado há muito tempo, pegaria mal desmarcar em cima da hora".

"Como assim???", eu reagi. Haja cortesia e sangue frio para conseguir sustentar as aparências sem demonstrar uma gota de sentimento.

E não deu para perceber nada, juro. Como por aqui as manifestações de afeto entre casais são mais contidas, o fato de eles não terem trocado abraços e estalinhos durante o jantar não levantou qualquer suspeita.

Muitos ingleses são assim. Seguem os manuais de boas maneiras à risca. Não que isso seja um defeito, pelo contrário. Eu mesma já aderi a muitos desses hábitos, só acho que poderiam ser mais relaxados e aceitar os imprevistos da vida.

Nessas horas é que eu vejo que continuo mais brasileira do que nunca...

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