Retirada do Iraque já é coisa do passado
Depois de anos de uma campanha dura e desgastante, ele decidiu retirar as tropas do Iraque e refazer a sua política externa. Também enfrentou conflitos em Israel e nos Bálcãs.
Não, o parágrafo acima não é uma notícia sobre a Casa Branca em 2008, mas sim um relato da vida do imperador romano Adriano, que governou no segundo século depois de Cristo.
Durante seu governo, Adriano retirou suas tropas da Mesopotâmia (região que inclui o atual Iraque), esmagou uma revolta na Judéia (atual Israel e territórios palestinos) e enfrentou conflitos na Macedônia, na região dos Bálcãs.
Na semana passada, eu fui ver a exposição sobre o imperador que acabou de abrir aqui no British Museum (o Museu Britânico).
A exposição é um exemplo perfeito da "reinvenção" do seu papel que os museus daqui tentam empreender.
Os museus de Londres - assim como em vários outros lugares - vêm tentando deixar de ser apenas um depósito de tesouros incalculáveis, para se tornarem instrumentos de reflexão sobre o presente.
Entre os museus daqui, o British Museum - onde Karl Marx escreveu O Capital - é sempre pioneiro, já que é um dos mais prestigiados e amados entre os britânicos.
Em 2004, em meio à notícias sobre o conflito de Darfur, o British abriu uma exposição sobre o Sudão antigo. No ano passado, enquanto os jornais destacavam a explosão econômica da China, o museu expôs seu rico acervo sobre o primeiro imperador chinês. E agora chegou a vez de Adriano.
Essas exposições "políticas" geram um grande barulho na imprensa daqui.
O crítico de arte Waldemar Januszczak escreveu que a mostra sobre o Sudão "iluminou o conflito de Darfur com muito mais cores do que qualquer reportagem de telejornal".
Na semana passada, colunistas dos maiores jornais debatiam sobre os detalhes da campanha de Adriano na Mesopotâmia.
Na televisão, o imperador ganhou um documentário de uma hora em pleno horário nobre.
E outros museus seguem a mesma onda do British. Quem viu a exposição sobre design e arquitetura da China no Victoria & Albert Museum, no começo do ano, saiu com a sensação de ter visitado a futurista Pequim, que foi construída para as Olimpíadas deste ano.
Na minha experiência, essas exposições realmente surtem efeito. Agora lendo jornal, depois de ver a exposição de Adriano, volta e meia fico com a sensação de que "essa história eu já conheço".
dzԳáDzDeixe seu comentário
Adriano foi uma figura exemplar nas questões relacionadas aos assuntos externos. Foi ele que tratou de estabelecer "fronteiras" com o império persa ao sudeste - visto como a grande ameaça - e ao norte, na Inglaterra "a muralha de Adriano".
Se Adriano foi capaz de estabelecer fronteiras permanentes em um contexto em que as guerras por uma "Roma in Victa" era natural e desejável "para os romanos", por que os atuais estadistas não conseguem aprender com os exemplos do passado em circunstancias mais amenas?
Quanto a exposição, realmente deve ser fantástica !!! pena que historia antiga no Brasil não faz muito sucesso ....
............VEJO....A HIPOCRISIA, EM SE CRITICAR O SISTEMA DA CHINA..... NÓS "DEMOCRÁTICOS", TEMOS NA LIDERANÇA, NADA MENOS QUE OS "EUA", COM RACISMO, INVADINDO PAÍSES, PARA IMPOR A DEMOCRACIA...E NOSSOS PROBLEMAS, VIOLÊNCIA, COMPRA DE VOTOS.......POR QUE CADA UM NÃO CUIDA DOS SEUS PROBLEMAS? POR QUE FORAM COLOCAR A CHINA NO CAMINHO DAS OLIMPÍADAS? A LEI É A DE LÁ, PORTANTO CABE SE RESPEITAR. NÃO ADIANTA ESPERNEAR, QUE NÃO VAI MUDAR, NEM BUSH SAI DO IRAQUE.
Museu com cara de salão de artes modernas... "INTERESSANTE"