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Muito barulho por nada

Rodrigo Durão Coelho | 2007-06-26, 15:08

Além do aroma de frango frito, outra característica dos ônibus do sul de Londres é, cada vez mais, o som de pequenos aparelhos tocadores de MP3. Na verdade, isso vem acontecendo na cidade toda.

O hábito havia começado com a popularização dos celulares com tocadores de MP3, a ponto do prefeito, Ken Livingstone, , em novembro, a proibição de todo e qualquer objeto sonoro nos ônibus. Não aconteceu muita coisa, dizem, por falta de gente para fazer valer a lei.

Mas a moda passou a bombar de verdade desde que o mesmo Livingstone liberou a passagem para menores de 16 anos, a partir de junho. Estatísticas dizem que os crimes e infrações cometidos por jovens mais que dobraram nesse período.
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Geralmente, só dá para se ter uma boa definição da música que sai desses pequenos tocadores se o ouvinte está situado a menos de meio metro de distância deles. Mais do que isso, o som se torna confuso e estridente. Muito agudo.

Muita gente pode achar que nestas condições, voltando cansado do trabalho em um ônibus lotado, pode não ser a melhor situação para se ouvir hip hop.

E tem reclamado... online. Após um ano coletando assinaturas na internet, um casal conseguiu fazer com que a empresa de ônibus da cidade trocasse os cartazes dentro dos veículos.

Antes eles sugeriam para os passageiros manterem seus aparelhos com um som baixo. Agora, vão pedir para que as pessoas não ouçam música em volume alto.

O casal se diz com o resultado. Talvez os mais de 3 mil que assinaram a petição não estejam muito.

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 08:16 PM em 26 jun 2007, Sam escreveu:

    Interpreto essa coisa de colocar pra tocar o seu "radinho de pilha" pessoal pro ônibus inteiro ouvir como uma demonstração de descaso com o outro e, ao mesmo tempo, como uma necessidade desesperada de se fazer notar no meio da indiferença generalizada que reina num lugar como Londres.

    Um gesto passível de revolta, mas também de pena.

    E acima de tudo, extremamente brega! :P

  • 2. à 10:16 PM em 26 jun 2007, ted bear escreveu:

    Quem disse "Ninguém é uma ilha" jamais pensou que um dia o individualismo chegasse a este ponto.
    Certa vez quando estava no metrô no horário do rush, obviamente este estava apinhado de gente, entrou uma senhora de seus sessenta e poucos anos e eu lhe ofereci meu lugar, haja vista que estava sentado, a senhora achou minha atitude tão estranha que recusou a gentileza e os demais passageiros me olharam como se eu fosse um alien. Definitivamente em Londres, todos são ilhas.

  • 3. à 03:58 PM em 27 jun 2007, Julio Gerardo Moreyra escreveu:

    Estes problemas estão acontecendo a nível global.
    Há poucos dias aconteceu que viajando em ônibus alguém escutava algum som desses que hoje chamam musica.
    Mas, de pronto estourou um ruído insuportável, mesmo.
    Ao que, eu perguntei que tinha acontecido.
    Com a finalidade de fazer entender que aquilo podia não ser prazeroso para outros.
    Fui, então, insultado em voz alta.
    Devo dizer que em Uruguai é, ou era, proibido ligar o radio no transporte publico, assim mesmo, muito condutores escutam música.
    Na maioria dos casos eles escolhem uma emissoras muito escutadas, isto não sensibiliza a maioria.
    Estas agressões sonoras ao meu entender são devidas a falta de conhecimento da individualidade alheia.
    Hoje a individualidade (conjunto de atributos que constitui a originalidade, a unicidade de alguém ou de algo) é sinônimo de libertinagem (no sentido do abuso da liberdade própria) ou mesmo de egoísmo.
    Ausência duma idéia de que nós somos a pequena parte de tudo.
    Aquilo que eu gosto ou acredito e só meu.
    Posso intentar compartilhar, quando a outra parte tem a possibilidade de dizer “não gosto disso”.
    Isto é valido para quem oferece um assento e para quem não aceita.
    Quem não aceita podia não entender o motivo de tal amabilidade.
    Os demais ficar surpresos pelo fato de que amabilidade existisse ainda.
    O respeito pela individualidade alheia faz necessário que o observador posa enxergar todas as possibilidades que existem, difícil . Não é?

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