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Por dentro do Serviço Mundial

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Rogério Simões | 2007-07-12, 12:43

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Nesta quinta-feira, o canal de TV digital ´óÏó´«Ã½ 4 traz aqui na Grã-Bretanha a terceira e última parte de um documentário sobre o Serviço Mundial, o mais famoso braço internacional da ´óÏó´«Ã½ e do qual faz parte a ´óÏó´«Ã½ Brasil. Chamado de "London Calling: Inside the ´óÏó´«Ã½ World Service", o documentário registrou, pela primeira vez, os bastidores da produção jornalística da ´óÏó´«Ã½, em um dos momentos mais desafiadores da história do Serviço Mundial.

Filmado entre dezembro de 2005 e maio de 2007, pela produtora independente , o programa registrou o fechamento de dez dos então 43 serviços de línguas da ´óÏó´«Ã½, a maioria deles do Leste Europeu, e a decisão do Serviço Mundial de investir em um canal de TV de notícias em árabe, a ser lançado ainda em 2007. Foi o período de maior transformação em toda a história do Serviço Mundial, que em dezembro completa 75 anos. Esse momento de decisões difíceis e diferentes realidades internas levou a primeira parte da série a ser chamada de "Vencedores e Perdedores". Entre os vencedores, estariam os serviços de línguas em expansão, como o árabe e o afegão. Os perdedores seriam aqueles que foram fechados ou têm dificuldades em seus mercados, como o serviço russo. A ´óÏó´«Ã½ Brasil perdeu vagas nas mudanças de 2005/2006, mas aumentou os investimentos no Brasil, com a abertura de uma redação em São Paulo (a primeira da ´óÏó´«Ã½ na América Latina), e seu número de leitores/ouvintes/espectadores cresce a cada ano. Portanto podemos nos considerar parte do grupo dos vencedores.

O documentário se destaca pela honestidade com que retrata o trabalho do Serviço Mundial, cuja direção não teve nenhuma influência sobre o conteúdo a ser exibido. As ordens eram as mesmas para qualquer "produto ´óÏó´«Ã½": correção, transparência, equilíbrio etc. A segunda parte do programa, exibida na semana passada, tratou da cobertura da guerra entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, cujo início completa um ano neste 12 de julho. O documentário mostrou o trabalho do correspondente do serviço árabe da ´óÏó´«Ã½ em Haifa (Israel), registrando o sofrimento causado no lado israelense pelos mísseis lançados pelos xiitas libaneses em áreas civis. Do outro lado da fronteira, repórteres do Serviço Mundial mostravam a destruição no Líbano e o pavor causado pela guerra em um país onde a maioria dos mortos era de civis, grande parte crianças. O desafio aqui era, mais uma vez, ser equilibrado, neutro, imparcial.

O programa exibiu trechos de uma reunião interna do comando editorial do Serviço Mundial para avaliar a cobertura da guerra. Eu participei da discussão, realizada logo depois do conflito, no ano passado, representando a ´óÏó´«Ã½ Brasil, cuja cobertura também estava sendo avaliada. Sentado ao lado do diretor do Serviço Mundial, Nigel Chapman, o que me rendeu alguns segundos de involuntária exposição na TV britânica, eu tive a oportunidade de presenciar uma sincera avaliação de uma das mais importantes coberturas já feitas pela ´óÏó´«Ã½ nos últimos anos.

Nós da ´óÏó´«Ã½ Brasil fomos elogiados, especialmente pelo excelente trabalho do enviado especial Paulo Cabral, que de forma pioneira na empresa enviava diariamente material para rádio, internet e vídeo, para o qual ele mesmo registrava as imagens, sem auxílio de um cinegrafista. Não tínhamos um repórter de vídeo em Israel, mas Paulo estava onde ocorria, claramente, a destruição mais significativa durante o conflito (o número de libaneses mortos foi quase dez vezes maior que o de israelenses), e suas reportagens traziam sempre também a visão israelense.

Em Israel, as ótimas participações da repórter Guila Flint, em Tel Aviv, permitiu que os ouvintes de rádio e leitores do site da ´óÏó´«Ã½ Brasil conhecessem em detalhes e em primeira mão a realidade israelense durante a guerra. O material central da ´óÏó´«Ã½, com depoimentos em ambos os lados da fronteira, e a participação direta de leitores (entre eles moradores do Líbano e de Israel) ajudaram a trazer um retrato amplo de todos os pontos de vista relativos ao conflito. O documentário sobre o Serviço Mundial expôs os desafios dessa e de outras coberturas de forma honesta e equilibrada. Bom para o contribuinte britânico, que financia o Serviço Mundial e pôde conhecer mais de perto como se faz jornalismo dentro desta histórica instituição da ´óÏó´«Ã½.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 09:51 PM em 12 jul 2007, Stan escreveu:

    Pergunta: Quando (se) esse documentário passará na ´óÏó´«Ã½ World?

    Pergunta 2: Como o corte (esperado) de 6000 postos de trabalho da ´óÏó´«Ã½ vai afetar a produção jornalística?

  • 2. à²õ 11:27 AM em 13 jul 2007, Luciana escreveu:

    ¸é´Ç²µÃ©°ù¾±´Ç,
    Vale lembrar, em relação aos seus dois últimos posts, que o World Service foi o que ajudou o repórter Alan Johnston a segurar a onda enquanto estava no cativeiro. Pelo rádio de seus sequestradores, ele era informado dos esforços para sua libertação e da comoção dos colegas e do público.

  • 3. à²õ 12:14 PM em 13 jul 2007, Rogerio Simoes escreveu:

    Caro Stan,

    Ainda não há previsão para exibição do documentário no ´óÏó´«Ã½ World, mas geralmente o canal reproduz esse tipo de conteúdo da ´óÏó´«Ã½. Eu avisarei aqui no blog quando tiver alguma informação.
    Sobre cortes, a área de jornalismo da ´óÏó´«Ã½ doméstica (não o Serviço Mundial) já está estudando como fazer economias diante do provável corte orçamentário. O total de cortes de vagas, resultado do fato de que a licença de TV na Grã-Bretanha não acompanhará o índice de inflação do país, ainda não foi anunciado. É possível que as operações jornalísticas em outros países sejam reduzidas, com um número menor de correspondentes, mas isso não está decidido ainda. Abraço.

  • 4. à²õ 11:46 PM em 14 jul 2007, Milton Júnior escreveu:

    Olá Rogério!

    O tema do post é o Serviço Mundial e, sobre este, gostaria eu de parabenizar pessoalmente a você e à toda equipe da ´óÏó´«Ã½ Brasil espalhada pelo mundo.

    Não tenho acesso ao canal ´óÏó´«Ã½ World. Tenho assinatura de tv a cabo mais pobre do Brasil. Recebo até - pasmem - Fox News. Mas ´óÏó´«Ã½ World aqui não tem. :-(

    Mas, deixe-me fazer um pedido. Não sei se isto realmente terá valor para algo, mas gostaria que ficasse registrado nas eternas páginas virtuais da ´óÏó´«Ã½.

    Aqui, no Brasil, todo estudante de Comunicação Social tem como alvo uma carreira eticamente correta e que dê resultados. Eu, pessoalmente, não tenho muitas opções. Moro em Santa Cruz do Sul, interior do RS, e aqui, infelizmente, a carreira para estudantes como eu pode ter três resultados: 1, você se forma e trabalha em algo que foge da área da comunicação; 2, você se forma e se rende a empresas locais que engaiolam profissionais, como fazem com pássaros alguns e; 3, você se forma, com muita luta e muita sorte consegue vaga em uma afiliada distante de alguma emissora grande e assim (como no Second Life) é catapultado para uma carreira que te permita crescer como profissional.

    Não é algo com vagas de emprego. Até o amigo Stan comentou sobre cortes e eu entendo muito bem disto pois trabalho para uma cigarreira multinacional, com mercado ameaçado.

    O que quero dizer com isto tudo é que para mim, que sou estudante de Rádio e TV, é com orgulho que leio informações da ´óÏó´«Ã½ Brasil. Feita por brasileiros, para brasileiros.

    Isto mostra que, apesar da taxa de concessão da TV aí na Inglaterra não ter acompanhado a inflação, a ´óÏó´«Ã½ Brasil, para mim, é um exemplo de transparência, equilíbrio, etc...

  • 5. à²õ 05:02 AM em 15 jul 2007, Altino Correia escreveu:

    O trabalho desenvolvido pela ´óÏó´«Ã½
    é extraordinário! Os documentários produzidos pelas equipes de TV são super-especiais, merecendo o mais alto conceito e atenção geral pelo conteúdo e qualidade de produção. Logicamente no Rádio e na mídia impressa também ocupa posição respeitável e privilegiada. Admiro sob todos os aspectos o que é realizado pela ´óÏó´«Ã½, em especial a ´óÏó´«Ã½Brasil On Line. Com relação aos conflitos entre árabes e judeus, até agora só não entendí uma coisa: Do lado palestino, os que aparecem na linha de frente são sempre jovens e adolescentes. Como forma de ataque, os menores se utilizam de pedras, enquanto os judeus na reação empregam armas modernas e de grosso calibre para atacá-los. Por que essa tremenda desigualdade, e qual a razão desses conflitos permanentes na tentativa de busca da tão sonhada Paz entre os povos?

  • 6. à²õ 01:59 PM em 16 jul 2007, Julio Gerardo Moreyra escreveu:

    Eu gosto muito do que vocês fazem neste espaço.
    Lamentaria muito que vocês foram reduzidos.
    Gosto do enfoque jornalístico que fazem aqui.
    E sempre desde um ponto de vista pessoal.
    Leio as mesmas noticias em Inglês, Espanhol, e Português.
    Minha língua mãe é o espanhol.
    Meu Inglês e rudimentário.
    Posso assegurar que o conforto que eu sinto neste espaço não é o mesmo em toda a ´óÏó´«Ã½.
    Até o modo de vocês fazer a moderação é imperceptível como deve ser.
    Não tenho certeza com respeito as posições políticas, religiosas o filosóficas dos jornalistas o do sitio.
    Mas, tenho uma pergunta que emerge continuamente.
    Se o brasileiro morto no Metro de Londres foi morto por o mesmo motivo pelo qual o Tony Blair mandou tropas no Iraque para defender o estilo de vida o como se queira chamar.
    Então a pergunta é ¿ A ´óÏó´«Ã½ está preocupada pela integração de todas as maneiras de ver a vida, chamada as vezes de tolerância’
    ¿Ou está preocupada pela correção, equilíbrio e transparência?
    Porque a correção infere um corretor, o equilíbrio, igual, e a transparência de um observador.
    Na tolerância não tem um aporte subjetivo.
    Nobreza obriga y devo dizer que para mi não seria a situação deste espaço.

  • 7. à²õ 01:02 AM em 17 jul 2007, Milton Junior escreveu:

    Aliás; existe alguma empresa de comunicação que atualmente, oferece tamanha cobertura exclusiva pro Brasil do exterior, feita por brasileiros!?!?

    Até hoje lembro quando lançaram e quando fecharam a CNN Brasil, que informava e tinha conteúdo para Brasileiros, mas nada era comparado ao serviço da ´óÏó´«Ã½ Brasil. São grandes concorrentes, mas em matéria de produção (qualidade e quantidade de material disponível), credibilidade, transparência e tradição, eu nem discuto entre CNN e ´óÏó´«Ã½.

    Por isso, apoio qualquer causa que mantenha o sítio ´óÏó´«Ã½ Brasil e seus profissionais no ar e trabalhando!

  • 8. à²õ 04:45 PM em 19 jul 2007, Telma Costa escreveu:

    ¸é´Ç²µÃ©°ù¾±´Ç,
    repito o desejo do leitor Stan de assistir o documentário sobre o Serviço Mundial, onde aodraria trabalhar!
    Aproveito para comentar o equilíbrio, característico seu, do post sobre o acidente com o avião da TAM. A visão é no mínimo enriquecedora ao dar a visão de quem está fora. Parabéns pelo trabalho de sempre.
    Telma Costa - jornalista

  • 9. à²õ 11:54 PM em 23 jul 2007, miguel lenz escreveu:

    Muitas pessoas não sabem, mas na Amazônia a ´óÏó´«Ã½ já foi uma espécie de "janela de comunicação" entre comunidades garimpeiras isoladas. Nos anos 80, desenvolvi atividades garimpeiras no sul do Pará.Era uma época de extrema violência na região e onde o Poder Público quase não chegava.O descontrole ambiental somado à violência endêmica na área, tornava esta região (São Felix do Xingu)uma zona de conflito permanente, ocorrendo muitas mortes todos os dias em toda vasta extensãoUm dos poucos canais de comunicação com o mundo civilizado era o noticiado da ´óÏó´«Ã½ de Londres, transmitido em português.Pelo noticiário sabiamos o que ocorria no Mundo, no Brasil e região , e comentaristas, como Ivan Lessa, eram apreciados por aventureiros vindos da cidade e que tinham um status intelectual superior à maioria dos garimpeiros, quase todos analfabetos e com instintos primários à flor da pele.
    Me recordo das noticias sobre a morte de Tancredo Neves e de toda comoção que ela provocou no povo brasileiro na época.O que impressiova era observar a entrada da programação da ´óÏó´«Ã½ em língua portuguesa: a grande maioria dos garimpeiros, portadores de pequenos rádios à pilha em ondas curtas, largavam tudo para ouvir o excelente som que nos chegava de Londres.Mesmo nas áreas de extração do minéiro, ouvia-se a voz do locutor oficial da ´óÏó´«Ã½ e o som do "Big" anunciando a programação.

    Uma noite fomos surpreendido por uma estranha luz que vinha do horizonte, muitos garimpeiros ligaram seus rádios para ver se a "BC"( como chamavam ) iria noticiar alguma coisa a respeito...

    Ah!, bons tempos aqueles!

  • 10. à²õ 11:15 PM em 20 ago 2007, saulo sales escreveu:

    Bom dia Rogério.
    Realmente o que a ´óÏó´«Ã½ faz pela noticia no Mundo nenhuma outras faz, é uma coisa quase extraordinária e que muitas das vezes não damos a importância o que os meios de comunicação faz para todo o mundo.
    Rogério gostaria de saber mais sobre este serviço mundial da ´óÏó´«Ã½, porque aqui no Brasil só tenho acesso a informações da ´óÏó´«Ã½ pela rádio CBN.
    Eu gosto muito de notícias e todos os dias vejo o site da ´óÏó´«Ã½ Brasil para obter notícias não só do Brasil mas de todo mundo.
    Desde já agradeço.
    ´¡²ú°ù²¹Ã§´Ç²õ.

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