Elas moraram com Jimi Hendrix
Elas me perseguem, aos gritos, no caminho do trabalho aqui em Londres. Abusadas, invadiram o jardim de casa. E me deixaram paranóico, quando, por alguns instantes, nas férias de julho em São Paulo, tive a impressão de que elas atravessaram o Atlântico para me acordar de manhã com seu barulho infernal.
A invasão das maritacas é, pelo visto, um fenômeno compartilhado por moradores de Londres e São Paulo. A revista Time Out, há duas semanas, destacou os ‘parakeets’ como uma das principais evidências de vida selvagem no maior centro urbano do paÃs.
O sul de Londres está cheio delas. Voam em bandos de até sete ou oito, sempre estridentes, disputando os frutos nas copas das árvores. Um estudo da Universidade de Oxford diz que sua população cresce 30% ao ano na Inglaterra.
Mas curioso mesmo, além da mera presença, em plena metrópole, de um bicho tão ligado ao nosso imaginário de mato e selva, são as teorias que tentam explicar sua chegada aos parques da cidade. Uma diz que elas escaparam de aviários danificados por uma tempestade em 1987, outra, que fugiram do set de um filme e, a mais legal, que elas são os descendentes de um casal de aves que pertencia a Jimi Hendrix e que teria sido solto pelo músico de seu apartamento no centro da cidade - provavelmente para que pudessem, a exemplo de Hendrix, beijar o céu.
Hendrix morou em Mayfair, perto do Hyde Park e do agito da swinging London do final dos anos 60. O casal que saiu voando da janela desse apê testemunhou a vida hippie do grande Ãcone da contra-cultura e do psicodelismo, e também os momentos de inspiração e criação de coisas como Little Wing e Purple Haze('Excuse me/while I kiss the sky'). Ou pode até ter inspirado Hendrix, quem sabe, com seus trinados de amor.
Torço para que haja uma estória como essa explicando o surgimento das maritacas em São Paulo.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
As maritacas têm comportamento idêntico aos pobres que são empurrados para periferia e chega uma hora que dizem: Chega de bantustão, nós queremos viver na cidade, mesmo que sob viadutos; assim, invadimos o habitat das maritacas , todos bem sabem que boa parte da grande Sampa e rodeada de matas e as maritacas respondem invadindo a cidade e barulhentas que são se adaptaram rapidamente aos nossos decibéis.
E o pior de tudo, segundo me informou um ecologista, tais pássaros podem virar "praga urbana" pois não encontram predadores naturaes, como gaviões e outras aves carnivoras. Segundo este estudioso, apesar do ar bucolico e também agreste, bandos de maritacas podem proporcionar um desequilibrio ecológico urbano (sim, pois existem milhões de árvores em São Paulo, apesar do avanço do concreto) comendo frutas silvestres que alimentam outros pássaros. Aliás, como já ocorre com pombos
Enfim, tudo em excesso é perigoso. Prefiro ver bandos de maritacas no campo, aà sim é seu ambiente natural e embelezam ainda mais as tardes de por de sol
DistraÃdos! As maritacas existem em quase toda América do Sul e Central. Só não vão até à Patagônia antártica e à ²õ partes mais altas dos Andes. Todas as cidades do Brasil têm, em alguma época do ano, maritacas.
Bem, não conheço a estória que explique a presença de maritacas em São Paulo. Aqui onde moro, Pacaembu, elas aparecem em bandos, pelos quais tenho simpatia. Pela cor, pelos sons... é verdade que depois de um certo tempo cansam.
Tenho um amigo francês que na última vinda a São Paulo, quando ainda ao alvorecer era acordado por um bando delas no jardim da casa em que estava hospedado, saÃa à janela e lhes dava um "sermão" em francês. Elas entendiam e se calavam!
Caro Pappon,
Mesmo nos grandes centros urbanos - Londres, São Paulo, tanto faz - a beleza sobrevive de muitas formas.
Como "as maritacas de Hendrix" é preciso procurar a poesia! Isso você nos deu com esse "post". Obrigado!
Caro Pappon,
Mesmo nos grandes centros urbanos - Londres, São Paulo, tanto faz - a beleza sobrevive de muitas formas.
Como "as maritacas de Hendrix" é preciso procurar a poesia! Isso você nos deu com esse "post". Obrigado!