Ser ou não ser politicamente correto?
Venhamos e convenhamos, mas gente politicamente correta é prá lá de chata.
Os ciclistas, por exemplo. Parecem crer que estão - e podem até estar - ajudando a salvar o planeta. O problema é que muitos aqui em Londres parecem também pensar que por estarem fazendo tal bem à humanidade, não precisam obedecer as leis de trânsito. E eu não vou nem começar a falar dos não-fumantes.
Mas essa coisa de ser ou não politicamente correto acaba sempre se invertendo. Outro dia, no pub, ouvi um amigo meu dizer que homens que usam maquiagem não são 'normais'. Torci o nariz, indignada, em defesa dos amigos drag queens que, infelizmente, não tenho.
E fica ainda mais complicado. Na semana passada, a loja Zara retirou de suas lojas aqui na Grã-Bretanha bolsas que levavam suásticas estampadas ao lado de flores, depois de reclamações de consumidores. Apesar de ser um sÃmbolo de paz para os budistas e hindus, depois que foi seqüestrada pelas nazistas e veio a representar os horrores que representa, a suástica foi condenada para sempre. Defendê-la não é apenas politicamente incorreto, mas também potencialmente perigoso e ninguém irá se arriscar a fazê-lo.
Mas há tendências bem mais simples e, na minha opinião, um tanto ridÃculas. Muitos já devem saber o que aconteceu com a canção de roda Atirei o pau no gato, que virou, na versão politicamente correta:
Não atire o pau no gato-tô-tô
Por que isso-sô
Não se faz-faz-faz
O gati-nhô-nhô
É nosso ami-gô-gô
Não se deve
Maltratar os animais
Miau!.
Eu - que pertenço a uma geração que cresceu cantando a versão original de Atirei o pau no gato e nem por isso se transformou em um bando de monstros que maltratam os animais - não estou inteiramente convencida da utilidade desse palavrório politicamente correto.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Venha cá, esses caras são super chatos, os Ecochatos, Biodesagradáveis, etc!
Como estamos falando de coisas antigas, em atirei o pau no gato, etc, etc e tal, lembro que tudo o que é demais enjoa, e esta coisa de politicamente correto já passou as raias do suportável. Eu procuro, repito, procuro seguir a lei, principalmente a do bom senso, e acredito que se todo mundo também seguisse e cumprisse a lei seria o suficiente, viveriamos otimamente em sociedade. O problema dos nossos dias é que não qqueremos fazer as coisas como elas devem ser feitas, ai ficamos inventando polÃticas e regras novas, porque as já conhecidas nós não gostamos. ACarlos
É isso aÃ, abaixo a hipocrisia!
ser correto deve ser um dever moral do ser humano so assim melhorara o mundo e tera paz
Essa Márcia é muito doida mesmo.
Mas, convenhamos, tem umas coisas muito exageradas mesmo. Esse negócio de chamar negros de afro-descendentes, por exemplo, é complicado. Tive e tenho muitos amigos negros, principalmente porque nasci e vivo até hoje na maior colônia negra (em percentuais) fora da Ãfrica, que é Salvador, mas não acostumarei jamais a ter que tratá-los dessa forma "polÃticamente correta". Prefiro me referir a eles como o negão ou a negona e eles têm muito do que se orgulhar, já que a fama que a Bahia tem deve-se a eles, os negros.
Além do que, esse termo ridÃculo é, no mÃnimo, incongruente, já que, se é polÃtico não é correto e se é correto não é polÃtico.
Esse negócio de "politicamente correto" é algo muito estranho, pois separa diametralmente palavra da ação. Olha, não é que estejam errados - não estão - mas muitos dos "PC's" fazem apenas a cena. Falam, falam, falam e quando é pra fazer, fazem pior do que os outros. As palavras podem ter poder, mas achar que só elas moldam o mundo é no minimo rÃdiculo. Certa vez, quase discuti com um colega de trabalho que questionou o termo "negrito" - as discussões do movimento negro estavam em pauta na época onde eu trabalhava.
O estranho que querem mudar palavras, mas e as ações?
Como disse um colega aqui de post: tudo que é demais enjôa. Bom senso acaba sendo mais efetivo que "regrinhas do politicamente correto"...
Realmente... esse politicamente correto dos ciclistas, não-fumantes e etc. é um tanto deturpado.
Mas aqui no Brasil, o discurso de politicamente correto ser chato sustenta o "jeitinho brasileiro", que é o maior degradante da nossa sociedade.
O politicamente correto de Londres na escada rolante, por exemplo, é ótimo. Traz qualidade de vida pra todo mundo que anda de metrô. Aqui, o paradigma é furar a fila e se dar bem.
Sou a favor do politicamente correto e contra a hipocrisia ddo "Não atirei o pau no gato".
Acho que o assunto é um tanto mais complicado..
O politicamente correto é uma praga. Pessoas patrulham as sacolas de supermercado de seus vizinhos, e até riscam a pintura de pick-ups (os SUVs, supostamente poluidores). E o Brasil, como boa colônia cultural, embarcou nessa. Pura idiotice.
Pois é Marcia,penso que você misturou as coisas. Falar sobre os ciclistas foi bacana,da loja Zara e da bolsa com a suástica também,mas falar sobre a música "Atirei o pau no gato " não tem nada a ver,você poderia ter dado outro exemplo .Na minha opinião de defensora dos animais foi ótima a mudança na letra da música,haja vista que se uma criança canta essa música que incentiva a "atirar um pau no gato" e ainda por cima citar que ele não morreu e pior ainda uma tal de Dona Chica se admira do berro que o animal deu ao sofrer a paulada,com certeza a criança ( se não orientada pelos pais a não fazer o mesmo com os animais ) fará o mesmo sem sombra de dúvidas. Músicas de roda como essas deveriam ser banidas,mesmo sabendo que nem todas as crianças que cantaram essa música se tornaram monstros assassinos de animais.
Como ser politicamente correto? Os politicos não o são.Viajo em um coletivo devo ceder meulugar p/uma senhora ou permanecer sentado?Observem,estou com mnha perna egessada.Gostaria ser correto,mas meus superiores(leia-se polÃticos) ñ permitem.
A febre do "polÃticamente correto" esconde sua essência maquiavélica.
Um comportamento politicamente correto pretende, muito simpaticamente, erradicar o preconceito em suas mais variadas formas e manifestações. E ninguém se dá conta de que, com isso, está-se alimentando um preconceito ainda maior: o preconceito contra pessoas radicalmente autênticas, com opiniões concretas e valores morais sólidos.
Tomemos um exemplo. Não cabe aqui a discussão se é ou não é lÃcita a discriminação dos gays. É ÓBVIO que não é lÃcito, assim como não o é a discriminação de negros, de PNE's, etc. Mas o problema começa quando se dá tanta atenção e tanto subsÃdio ao comportamento gay que não mais se tolera o comportamento contrário, o assumir-se irremediavelmente heterossexual.
Se na própria natureza não há padronização, em que cada animal possui uma personalidade própria e cada flor possui uma nuance e textura própria, dentro da mesma espécie, por que cargas d'água o ser humano, dotado de inteligência infinitamente superior à de qualquer animal, quer fazer o caminho inverso e padronizar o comportamento de seus semelhantes? Isso só pode ser um plano maquiavélico. Quem sabe do Dr. Evil.
Disclaimer: à ala Ecoxiita e à Ecofascista: não estou querendo dizer que animais ou vegetais sejam 'desprovidos de inteligência', apenas me baseio em evidências cientÃficas de que, no planeta terra, não há cérebro mais desenvolvido do que o do ser humano.
lembro de ter aprendido assim:
"arremessei o bastão no felino-no-no
mas o mesmo-mo, não pereceu-ceu-ceu,
madama francisca-ca-ca, estupefou-se-se, com a onda sonora emitida pelo felino miau."
Em minha opnião, tudo é politicamente correto, desde que voce tenha educação suficiente para respeitar o direito das outras pessoas.
- Ser correto, ou não, na maioria das vezes é ponto de vista.O que é certo para mim, pode não ser para voce, porém, existem normas e obrigações a serem seguidas.
- Respeito pelos direitos dos outros e cumprimento de suas obrigações é que faz com que voce seja POLITICAMENTE CORRETO.
A presunção de ser politacamente correto presume em seu principio o respeito ao outro, ao meio e a vida.
Respeito que em tempos atuais está tão defasado, quase no esquecimento.
Basta ver as escolas e seus alunos, basta ver os crimes cometidos por menores, basta ver a desgraça da droga, basta ver nossa polÃtica, basta ver os maconheiros desgraçados que fazem passeata e depois sobem os morros para comprar sua erva... farinha...
Discrimar os poucos que tentam dar exemplos, assim como botar todos em uma mesmo patamar, é um grande erro.
Gostei bastante do teu ponto de vista... pena que a idéia de ser politicamente correto em um paÃs onde a corrupção e o ''jeitinho brasileiro'' são parte de nosso cotidiano... não sejamos demagogos - o Brasil já tem o mal da corrupção incrustado no seu povo (porém sem generalizar, claro!).. Citemos o caso do zelador do aeroporto de BrasÃlia - o trabalhador encontrou uma carteira ''recheada'' de dólares no banheiro e a devolveu ao seu dono. Foi parabenizado e até elogiado pelo Sr. Presidente Lula... mas vejamos: o homem não fez apenas o que ele DEVERIA fazer, ou o que se julga correto? modéstia parte, em um paÃs onde falta alimento... atire a primeira pedra quem não hesitaria em devolvê-la...
Seja politicamente correto, mas não seja chato! Bom senso é bom para todo mundo, seja aqui no Brasil ou lá na Inglaterra.
Sou também contra os exageros da retórica dos politicamente corretos e a favor das AÇÕES politicamente corretas que a todos beneficiam.
Entretanto, acho infeliz o exemplo da canção "infantil" Atirei o Pau no Gato pois PERPETUA o preconceito retrógrado que existe no Brasil contra esse belo animal que me parece, é associado ao mal, mas que, em sua independência, é diferente do cachorro.
No Brasil não temos este problema somos todos politicamente incorretos e não se enganem com aqueles que dizem que são corretos. rs
Ser politicamente correto e muito chato.Ser bem educado, acho que ja e de bom tamanho.
Particularmente falando, pessoas "politicamente corretas", são na maioria das vezes, pessoas com alto Ãndice crÃtico. Elas constroem muralhas de proteção sobre as boas ações que comentem, ou que dizem cometer, e a partir disso, passam a julgar qualquer outra forma de vida insuficiente, ou até mesmo indÃgnas. Se julgam donas da razão e capazes de resolver todos os problemas do universo. Querem mudar as ações e até os pensamentos alheios. Agindo assim, se esquecem que somos tomos ligados, que dependeremos sempre de tudo e de todos para resolver qualquer situação, seja do passado, presente ou futuro. As pessoas não são uma ilha, portanto agir com bom senso e respeitar toda forma de vida(inteligente ou não), não é apenas um dever, mas uma necessidade. E isso basta, não precisa ser politicamente correto, se é que realmente existe alguém que o seja.
Está com receio de chamar essas pessoas de imbecis? Seria muito forte? Blake dizia, "se outros não fossem tolos, serÃamos nós."
Devemos levar em conta que as pessoas não são indivÃduos mas coletânias, e não fazem uso da faculdade do raciocÃnio, mas estão prontas para endossar uma convicção alheia, mesmo uma estupidez alheia. Qual uma revista que contenha apenas as manchetes mas não as notÃcias, se questionadas a respeito do que "pensam" ou cometerão redundância ou uma associação disparatada.
Associado à afetação: um ridÃculo espetáculo.
Márcia, gostei de suas observações simples e directas a respeito do "Atirei o pau ao gato" em sua fórmula politicamente correcta. Quanta coisa ridÃcula.
Realmente você tem razão ao afirmar que pertence a uma geração que cresceu cantando a fórmula tradicional da canção e nem por isso essa geração se tornou uma geração de monstros, que maltratam animais!
Como disse alguém aà em cima, basta de ecochatos e biodesagradáveis.
"Ser ou não ser, eis a questão". É isso.