Quanto vale um jornal?
O tablóide britânico reduziu seu preço de capa, em Londres, de 35 centavos de libra para 20 centavos (cerca de R$ 0,75). Para o leitor brasileiro ter uma idéia, isso é metade do preço de uma barra de chocolate barata. Um cafezinho aqui na capital britânica custa quatro vezes mais, em torno de 80 ou 90 centavos. Um capuccino vale quase oito vezes o famoso tablóide: cerca de 1,50 libra.
O Sun é o jornal diário de maior circulação da Grã-Bretanha. Vende mais de 3 milhões de cópias, um número de dar inveja aos jornais brasileiros, que têm de se contentar com tiragens de 300 mil, num paÃs de população três vezes maior. Mas mesmo o poderoso Sun sente-se hoje ameaçado pela voracidade dos jornais gratuitos. O fenômeno, que já está presente nas maiories cidades brasileiras, afetou o mercado como um todo. O , cuja estratégia de distribuição sempre passou pela porta da entrada do metrô, está bem menos presente nas mãos dos passageiros. No lugar dele, vêem-se cada vez mais exemplares dos jornais , e . São publicações gratuitas que oferecem uma visão geral do noticiário, com forte carga de fatos locais ou sobre celebridades, além de serviços. E, como os links acima mostram, lançar um jornal de graça não significa apenas imprimir notÃcias. Cada um deles tem o seu site na internet, porque a presença na rede é essencial.
Ao que parece, então, novos empresários de mÃdia estão invadindo o mercado britânico com jornais de graça para desbancar grupos tradicionais? Não exatamente. A empresa que publica o London Paper é nada menos que a , de Rupert Murdoch, a mesma dona do The Sun. Tanto o Lite como o Metro são publicados pela , dona não apenas do Evening Standard como do , outro tradicional tablóide britânico. Grandes empresas jornalÃsticas estão jogando no mercado britânico produtos gratuitos que ameaçam a circulação dos seus próprios veÃculos, levando um deles a baixar seu preço de capa para 20 centavos (qualquer futura redução do preço do The Sun terá de ser para zero). Mas, antes de ser um tiro no próprio pé, a iniciativa mostra que elas identificaram uma tendência irreversÃvel que não podiam ignorar, nem que isso abalasse seus próprios negócios anteriores. Para as batalhas do futuro, essas empresas de mÃdia acumulam novas armas.
É interessante constatar que jornais ditos "de qualidade" tiveram aumentos de preço. O passou recentemente de 70 centavos para 80, mesmo preço do A mesma News International que lançou um jornal gratuito e baixou o preço do Sun aumentou o do , de 65 para 70 centavos. O está em outro patamar, saindo por 1,30 libra. Sinal de que apenas aqueles jornais que oferecem um conteúdo mais sofisticado têm conseguido justificar ao leitor um preço de capa mais elevado.
O jornalista Richard Addis contemplou, em um curioso no Guardian no ano passado, uma realidade futura em que todos os jornais serão gratuitos. Entregar informação em um pedaço de papel seria apenas um braço do negócio jornalÃstico, que passaria a ser financiado apenas por recursos publicitários e as operações do veÃculo na internet (seja via computador tradicional, celular, iPod etc). Seria um mundo interessante. Eu acredito que ler algo impresso em papel, seja um jornal, uma revista ou um livro, ainda terá seu atrativo daqui a várias décadas, pela comodidade de carregá-los à praia ou ao parque. Por isso jornais impressos poderão seguir existindo. Mas a tese de Addis sugere que eles não serão mais o centro dos negócios de uma empresa jornalÃstica. Sua existência se tornaria marginal, como um subproduto, promocional, oferecido gratuitamente a quem anda na rua.
Não estamos muito longe dessa realidade. Os jornais britânicos mais sofisticados ainda conseguem valorizar seu preço de capa, mas não valem mais que um cafezinho. No futuro, talvez nem isso.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
No Brasil a maioria dos jornais, independentemente de seu preço de capa, não vale nada.
Tomara que esse fenómeno de desaparecimento de jornais pagos não seja só na Inglaterra e se espalhe pelo mundo.
sim!
o jornal por favor.sim.eu quero continuar a minha vida bem como ela está.mudar para quê?
Na realidade, hoje caminhamos para um mundo on line. A distribuição gratuita de informação, hoje, pode ser um atrativo, mas no futuro, poderá ser um meio de dominar pessoas com idéias e opiniões. Quando você impõe um preço pelo conhecimento, a massa deixa de ser manipulada. Fazendo a distribuição sem custo da informação, seu alcance passar a ser maior, podendo, assim, dominar e manipular cada povo sem precisar usar as armas. Bem, particularmente, sou contra a distribuição grátis da informação.
Tomara que com isso teremos uma democratização do jornal tendo material respeitável e underground para ler!
desde a éra das grandes revoluções religiosas os impressos vem tendo grande importância nas nossas vidas , mas isso vem se degradando com a chegada exorbitante e arrasadora da midia e da internet , dia a dia as pessoas leêm menos jornais e revistas em contrapartida ao livro que só tem aumentado o numero de leitores , mas o foco principal é que a evolução não pode parar e creio eu que se os jornais passarem a serem dados de graça o que teremos é um amontoado de jornais espalhados nas ruas das cidades brasileiras e nas bocas de lixo por ai a fora , o brasileiro não está pronto para este tipo de cultura , muita informação gratúita está fora de questão , irá sobre carregar a cabeça dos nossos brasileirinhos , então fassamos assim , paguemos pelos nossos jornaizinhos , que já são baratinhos , e não mexamos com quem está quieto! e como já diria o grande JÔ Soares " beijo do gordo "
Acredito que seria ótimo que no Brasil algum desses grandes jornais entregasem os conteúdos gratuitamente, nos metros, escolas, parques, etc.
A internet e outras formas de ler são ótimas, porém são resumidas. Gosto imensamente de ler, tantos livros quanto jornais.
O que seria chato, pelo menos aqui, dada as implicações financeiras que tias jornais viriam "coalhados" de publicidade, mas é uma boa idéia.
Sempre que leio os jornais online ,me deparo com uma terrivel analogia do contexto da globalizaçao ,que surpreende cada vez mais o leitor de uma maneira geral,que se concerne na seguinte equaçao :noticia de qualidade com preço acessivel e resumido no que se diz respeito a acontecimentos do cotidiano .
Compre mais por mais informaçao e o lema de hoje da propia informaçao ,num mundo que se globaliza instantaneamente .
Em 2005, mandei uma carta ao ombudsman de um jornal, que não mais seria assinante pela falta de diversidade e pluralidade, nas opiniões principalmente dos editoriais.Portanto há muito tempo que particularmente acho no Brasil os jornais impressos caros e não democráticos.São sempre os mesmos jornalistas, e são iguais.Sigo a opinião do leitor Hennes.
Seria de grande valia se grandes grupos como Globo, Abril, Folha também tivessem um jornal periódico gratuito. A internet é um grande avanço na distribuição de informação sem custo, porém para realidade brasileira, uma parcela muito pequena da população tem acesso a computadores e jornais gratuitos fariam que pessoas que não tem o costume da leitura ou que não o dinheiro nescessário para escolher entre o pão ou a informação, pudessem adquirir os impressos. Concordo também que o os jornais impressos sempre terão seu espaço mesmo que reduzido.
Faz muito tempo não leio essa mÃdia golpista e tendenciosa, em forma de jornal. Prefiro "chafurdar" na web e ler os blogs.
Brevemente teremos o que ler, de modo isento de "endereçamentos" através o MSM ("Movimento dos Sem MÃdia"), criado e em fase de implantação pelo Eduardo Guimarães. Ver:
O MSM vai dar a noticia "nua e crua" sem partidarismos, ilações ou calunias gratuitas.
Aguardem.
Bem amigos da ´óÏó´«Ã½!
Estamos em um paÃs meio complicado. Todos nós sabemos.
Imagine um jornal que seja gratuitamente distribuido nas ruas. Até não duvido que a idéia dê certo, mas... aqui no RS, temos um jornal impresso pelo "grande" Grupo RBS (afiliado ao graande grupo da "Globalizada"). Têm o Zero Hora, grande conhecido em todo o paÃs, mas precisavam de algo para a graaande massa. Então eis nas ruas da cidade por R$0,75 (coincidência ou não, o mesmo preço do The Sun.
Resultado? O jornal é uma união perfeita entre o terrÃvel e o imaginável.
Procurem no Google por "diário gaúcho rbs" e verão do que estou falando (salvo propaganda, Rogério, pq estou falando mal do negócio).
Por R$0,75, ladies and gentlemen. Imaginem se fosse "for free".
Clássica idéia que na Europa funciona. Mas aqui, nem pensar.
Bem, acho a idéia de distribui informação gratuitamente fantástica! Isso já ocorre pela internet quando temos acesso imediato a milhões de sites, blogs, fóruns, documentos, etc. Acho que o papel das grandes corporações de mÃdia no futuro será justamente dar uma ordem nessa avalanche de informações que nos faz ficar meio perdidos quando procuramos informação de qualidade e credibilidade na rede. Por isso, tenham calma, acho que os jornais vão continuar existindo, mas terão outras finalidades. Talvez não sirvam mais para dizer sobre os acontecimentos recentes (já largamente divulgados nas novas mÃdias cada vez mais acesÃveis), mas sim prospectar o amanhã oferecendo notÃcias e conteúdos mais aprofundados e contextualizados.
Acredito que um jornal tenha no faturamento de propagandas e classificados a maior receita entre as suas receitas. A venda, menos insignificante no valor de cada jornal é considerável para os jornais grandes que veiculam milhares por dia...ganham na quantidade. Vejo no futuro o jornal gratuito e a receita baseado somente em propagandas e classificados, mesmo por que via internet conseguÃmos ler quase tudo que precisamos e "de graça".
Os jornais não têm prêço.
Foram os únicos noticiários
polÃticos no século passado.Se
por um amargo acaso êles fossem
desonestos como nossos polÃticos,
o Brasil seria um grande HaitÃ.
R Hoffmann
brasil
ja temos 2 jornais gratuidos sendo distribuidos em sao paulo em larga escala, o metro, e o destaq.
sao como os de londres, noticias superficias, de facil e rapido leitura.
fora os jornais de bairro, e especificos, como jornais de carros, distribuidos principalmente para taxistas..
acho a ideia valida, e a tendencia é aumentar a circulaçao desses meios.
vejo com bons olhos, observo pessoas que antes nem tocavam um jornal criando um habito de leitura, e se aproximando das informações.
quanto ao que falaram sobre manipulçao, nao consigo perceber manipulação sem um manipulado, ou seja, um sujeito que se permite manipular, e com a pluralidade só se ganha..
jornais free: um futuro bem próximo
Em Natal já existiu um jornal de distribuição gratuita, o JH 1ª edição. Isso durou pouco mais de um ano e, então, o proprietário passou a cobrar pela assinatura e venda avulsa. Este jornal sai pela manhã e apresenta uma qualidade jornalÃstica diferente do Jornal de HOje (da mesma empresa, lançado à tarde). Gratuidade tem de rimar com qualidade para "valer" a pena.
É terrÃvel ler comentários afirmando que seria péssimo para o brasileiro ter acesso a jornais gratuitos. Espero que realmente o mercado de jornais for free cresça, e que a grande mÃdia aprenda a utilizar a internet a seu favor, liberando o conteúdo virtual. É uma grande bobagem cobrar assinatura para os internautas acessarem o conteúdos dos sites.