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Líderes do Terceiro Mundo

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Rogério Simões | 2007-10-18, 17:36

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Na última terça-feira, participei de um debate no rádio dentro de um programa da ý transmitido para a África. Ao meu lado, no estúdio, estavam a apresentadora, a sul-africana Audrey Brown, e mais um convidado, o vice-diretor do serviço indiano da ý, Shivkant Sharma. Na pauta, a reunião de cúpula entre os líderes de Brasil, África do Sul e Índia, realizada em Pretória (África do Sul).

Brown começou o debate perguntando se a reunião despertava muito interesse na Índia e no Brasil, e tanto eu como meu colega indiano demos a mesma resposta: assuntos locais recebiam muito mais destaque na mídia do que acordos e discussões diplomáticas dos líderes dos nossos países em viagens ao exterior. No caso da Índia, era a polêmica em torno do acordo nuclear com os Estados Unidos, que pode não apenas ficar só no papel como também derrubar o governo do primeiro-ministro Manmohan Singh. No Brasil, a imprensa estava mais preocupada com a batalha política em torno da CPMF.

Viagens de líderes nacionais não costumam gerar manchetes de impacto e acabam sendo, merecidamente, vistas pelo cidadão comum como algo distante, com muita cerimônia e pouco conteúdo. Mas a ý, tendo o privilégio de ter, no mesmo prédio, jornalistas da África do Sul, Índia e do Brasil, resolveu debater a aproximação política e econômica dos três países. Nós, da ý Brasil, tínhamos um enviado especial acompanhando o evento no local. Por quê? Simplesmente porque o tema é importante. Não se trata de dizer que o chamado Ibas (ou Ibsa, na siga em inglês), grupo que agora reúne as três nações, terá resultado prático imediato na vida do cidadão ou mesmo que sua existência seja uma boa idéia da diplomacia brasileira. Mas a cúpula, que tratou de acordos comerciais e até de cooperação nuclear, foi mais um sinal de que países historicamente menos privilegiados estão estabelecendo, entre si, relações de níveis até pouco tempo atrás inexistentes. O futuro do mundo está sendo decidido cada vez menos apenas entre Washington, Londres e Paris, e o papel da imprensa é acompanhar de perto as movimentações dentro do antigo Terceiro Mundo, ou mundo em desenvolvimento. Mesmo que elas, aparentemente, ainda não dêem frutos significativos.

Outra reunião, também realizada nos últimos dias, mostrou de forma ainda mais clara que a imprensa deve prestar atenção nas viagens de líderes de países em desenvolvimento. Na capital iraniana, Teerã, o russo Vladimir Putin reuniu-se com o colega e anfitrião, Mahmoud Ahmadinejad. Deu um vital apoio diplomático ao polêmico programa nuclear do Irã. Mais: Putin, Ahmadinejad e os líderes de Azerbaijão, Cazaquistão e Turcomenistão fizeram uma espécie de pacto de não-agressão e defesa mútua, dizendo que nenhum país tem o direito de iniciar uma guerra na região do Mar Cáspio, que banha as cinco nações. Foi um recado direto aos Estados Unidos, que têm dado sinais de que consideram um novo conflito, agora contra o Irã.

Reuniões como essas não costumam empolgar o grande público nem têm a importância de uma cúpula do G8 ou um Fórum Econômico Mundial. Mas elas indicam movimentos importantes para a política internacional das próximas décadas, e por isso a imprensa deve manter os olhos abertos. Nelas podem estar sendo discutidas as manchetes do futuro.

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 08:34 PM em 19 out 2007, AFBESSA escreveu:

    Acredito ser de fundamental importância, estas reuniões de paises
    colocados, desde à muito, a margem
    das decisões que afetam seus cotidianos. Somente os FRACOS, ou
    pseudamente FRACOS, juntanto-se, para
    conseguir fazer-se ouvir e tornar-se
    com o passar do tempo em FORTES e se
    fazerem ouvir.O perigo, mora no fato
    de que alguém, possa no futuro, ser
    dono da VERDADE,como julgam-se os
    AMERICANOS, FRANCESES e INGLESES.

  • 2. à 09:46 PM em 19 out 2007, Nelson Quadros Schaefer escreveu:

    É extremamente preocupante para o mundo livre e democrata, testemunhar livre avanço nuclear de nações obscuras ou corretas até o momento em que passaram a ser dirigidas por insanos que ameaçam a todos que não se submetam aos seus absurdos. Energia nuclear ou mesmo excesso de armamento convencional em mãos irresponsáveis, constituem serio risco a segurança mundial e devem ser radicalmente combatidas e impedidas, mesmo que seja necessário o emprego de força. A história nos mostra tristes e sangrentos episódios que envolveram e cegaram nações e obrigaram a união de todos para criar formidável força do bem que teve que ser usada em sua plenitude, como extremo recurso para barrar insanos agressivos como alguns que estão surgindo. Ha contudo o sério agravante de estarmos tratando hoje de energia nuclear, cujo domínio deve ser proibido a certas nação com perfil já mencionado e outras submetidas a aprovação previa da ONU e nações mais desenvolvidas. Neste aspecto é necessário lembrar que a interferência de nações desenvolvidas é imprescindível. Isto é urgente, senhores!

  • 3. à 11:06 PM em 19 out 2007, Verbena escreveu:

    Acredito que o Senhor e' o dono do mundo e nao os seres humanos como pensam alguns e neste mundo onde muitos pensam que sao dono e' bom refletir sobre. Ta na hora de pensar em um todo e nao somente em puder ou a mendrontar. se outras formas de lutas tao aparecendo e porque sabem o que querem como outros souberam antes, agora acho que o mundo precisa de bondade, luz, amor ao proximo ou coisas nao muito boas poderao acontecer, para o ser humano entender que Deus e o rei e dono do universo. E ele nao nos deu esse mundo para, brigas e disputa. Eu hogo por uma uniao de paz e amor.

  • 4. à 12:11 PM em 20 out 2007, Helder Junior escreveu:

    Acho muito bem que outros governos que não sejam os mesmos de sempre (USA, UK e França ) tenham uma palavra a dizer quanto a política internacional.
    Porque se em vez de se preocuparem em fazer guerras dizendo que é para manter uma paz futura, é pura hipócrisía. Nada mais é do que interesses económicos deles próprios. Porque em vêz de se preocuparem em impedir que outros países obtenham armas nucleares ou energia nuclear, não dão o exemplo fazendo acordos para os que usam e têm, deixem de o ter? Porque eles podem ter e os outros não? Porque chamam outros países de insanos porque querem ter os mesmos direitos?
    Porque acham eles que são o bem? Com que direito e moral podem impôr aos outros quando eles o fazem? Porque dois pesos e duas medidas? Poderiam fazer isso caso não fossem eles os países que estão sempre em guerra com todo o mundo.Como se fossem sempre os donos das verdades. Porque combatem apenas alguns tiranos e não todos os tiranos? Porque querem impôr sempre os interesse políticos deles nos países dos outros? Apesar de os iranianos serem radicais não têm direito a energia atómica? Quando se acabar o petróleo como é que é? E mesmo que a intenção dos iranianos fosse obter bombas atómicas, não é justo que se possam defender com as mesmas armas de seu inimigo Israel em que têm, todos sabem e descaradamente dizem que não têm? Porque não tomam os EUA, UK, França, Alemanha e outros países da C.E. medidas sobre isso? Que interessa a população mundial que países que se dizem que são o eixo do bem tenham armas nucleares? Para que querem eles isso se a intenção não é usar?
    Acho que deveriam antes em preocupar-se e desmitalizar-se para dar eexemplos e assim poder chamar a atenção e tomar medidas para os que querem obter.
    Há que haver moral dos países ditos civilizados.
    Usar e fazer pressão sim mas nunca a base de guerras e sim de negociações com o intuíto de ajudar. Não o de ameaçar e guerrear. O povo está farto de guerras. O povo mundial quer e preocupa-se agora é com o meio ambiente. Virem-se para esse campo todos os países do planeta e verão que num instante o povo começará a sentir de novo segurança e confiança nos políticos. Pensem num futuro melhor sem guerras e sem poluição. Ajudando-se uns aos outros a encontrarem formas de não haver fome e sede no undo. Que hajam ricos sim. Mas que se tornem ricos sem que tenham que passar por cima de milhares de pessoas. Não sei como pode um rico dormir em cima de mais de 50 milhões de dólares, sabendo que não os consegue gastar durante a vida inteira dele e dos filhos e vendo ao redor que existe gente a pedir e a roubar para ter um prato de sopa. Virando-se e ajoelhando-se para que Deus os salve de tanta humilhação. De tanto castigo.

  • 5. à 02:54 PM em 20 out 2007, jose carlos pinto escreveu:

    Na realidade o mundo esta cheio de aproveitadores que gozam de sua audiençia junto as comunidades pouco aculturadas e ganham espaço no poder politico e assim que conseguem ,tratam logo de amealhar apoio internacional, comovendo aqueles que lutam por melhores condiçoes de vida aos seus colegas menos favorecidos do terceiro mundo.Exemplos:- Hugo chaves,um fanfarrao que luta para se impor no cenario mundial;Evo Morales,quebrando contratos internacionais;Vladimir Putin,apoiando paises do eixo do mal simplesmente para levantar o moral russo e por ai afora.Aqui no Brasil, Lula vive em lua de mel,principalmente porque a arrecadação de impostos atinge 50 BI mensais contra 13 BI da era Fernando Henrique.Da para sentir o enorme desperdicio de recursos uma vez que tao pouco é abatido da divida publica.Se antes arrecadava se menos e mantinha o pais; como se explica o aumento de recursos arrecadados que nao são traduzidos em obras.

  • 6. à 04:05 PM em 20 out 2007, NIL escreveu:

    Com toda certeza, todos que HOJE gritam pega ladrão são os maiores corruptos; todos que falam de moral e ética são os maiores inescrupulosos; todos que querem o voto aberto são os maiores tiranos; quem fala mal do governo fez pouco quando esteve no planalto... ENTÃO NÃO ME ENCHAM O SACO COM MAIS PICUINHAS, SEJA DOS IMBECIS CONGRESSISTAS, SEJA DOS INAPTOS JORNALISTAS!
    E olha quem tá falando e cuspindo verbetes a torto e a direito? TUCANOS BICUDOS e DEMOS TAGARELAS. Estes sim os que mais falam; portanto os maiores ladrões, imorais e tiranos da nação tupiniquim. TEM AINDA OS QUE NÃO QUEREM CPMF: NÃO QUEREM PAGAR SEQUER 0,38%! COM CERTEZA QUEM GRITA CONTRA cpmf NÃO PAGA NADA DE IMPOSTO, SÓ SABE FALAR DE CARGA TRIBUTÁRIA, CORRUPÇÃO, CPI, DESGOVERNO, ANALFABETO... Como está desde o começo: estes são os sonegadores, os corruptos e corruptores, os juízes, os governadores, os universitários.

  • 7. à 06:59 PM em 20 out 2007, Enzo Romano escreveu:

    Essa reuniao e' de uma magnitude incalculavel, tres gigantes cheios de problemas se unem aos trancos e barrancos desenhando um plano estrategico de longo prazo. Mercosul, representado pelo Brasil, India e Africa do Sul ja possuem internacionalmente um nome fortissimo, so quem esta fora tem consciencia plena disse, tem os produtos bem aceitos e sao ricos em uma biodiversidade que se fossem avaliadas em dolares seria impossivel de se calcular, agora e' esperar que os lideres e seus acessores sejam altamente profissionais e capazes de colocar em pratica esse plano.
    Tenho dito

  • 8. à 10:30 PM em 20 out 2007, Jorge Cavalcanti escreveu:

    A capa da revista Carta Capital,dessa semana, fala exatamente isso, que no futuro próximo os E.U.A. não terão mais essa hegemonia mundial, e as potências serão divididas em blocos, por isso parabenizo o Presidente Lula por essa visão de futuro, que mais uma vez, está tirando o Brasil de um dependência americana e mostra através de números que o Brasil tem hoje como o seu melhor parceiro comercial a américa latina que nos governos anteriores era desprezada sem nehuma política externa e comercial.
    Parabéns Presidente Lula, você é um visionário!!!

  • 9. à 08:53 PM em 21 out 2007, Ana Paula Lima escreveu:

    Com relação ao que o Reinaldo Azevedo escreveu eu não li e nem tenho interesse. Mas no que diz respeito ao Conselho de Segurança eu só pergunto:
    quais são os países que têm o poder de veto?
    Os que mais produzem e comercializam armamentos.
    ôԾ.

  • 10. à 03:27 AM em 23 out 2007, Norton Drongek escreveu:

    Caro Rogério, o acompanhamento jornalístico destes fatos tidos como fora do eixo NewYork-Londres-Pequim é relevante pelo seguinte: nas mãos destes países está o futuro da humanidade; através das nossas decisões levaremos nossos descendentes adiante. Aquela coisa de 'unidos seremos mais fortes' sempre funcionou, e por que não daria certo agora? Informação boa pra quem se interessa. Novela pr'aqueles que não estão nem aí!!
    A propósito, ao senhor Jose CArlos Pinto, sugiro sair do mundinho apartamento-midiático e acompanhar a notícia por diversos canais, ou na rua mesmo. Ficaria , no mínimo, melhor informado sobre uns assuntos aí.

  • 11. à 10:04 AM em 24 out 2007, Milton Junior escreveu:

    Tchê; eu acho super interessante e de boa iniciativa da ý de promover esta discussão, envolvendo estes três eixos.

    Melhor que assistir (de camarote) o governo norte-americano vestir a camiseta do "Levei, quero GUERRA!", é ver que pelo menos, nosso país não fica de braços cruzados criando picuínhas que não trazem benefício algum e só prejudicariam a nossa imagem lá fora (ao estilo de fechar uma emissora de tv, de quebrar contratos internacionais, de acabar com o Iraque, Afeganistão e agora o Irã). Coisas que, convenhamos, são ridículas... verdadeiros vexames mundiais.

    Tá certo, amigos, que a imagem interna que temos do nosso governo não é lá das melhores, mas pense que entre as coisas mais banais que poderíamos estar fazendo, pelo menos, usamos o nome do Brasil em cooperação com os africanos e indianos.

    Não vou falar de CPMF aqui por que o post não se refere a tal votação. Mas, sem a menor dúvida, acredito que este é um grande passo que nosso governo dá.

    Aos trancos e barrancos, mas vai.

  • 12. à 01:10 AM em 25 out 2007, Rubens L. Miranda escreveu:

    Talvez ainda não nos demos conta da importância do IBSA, mas a certeza é de que esses encontros podem resultar em uma agenda convergente sobre temas como meio ambiente, produção de etanol, explotação e produção de outras energias não poluentes, alimentos e água, assuntos esses que afetarão a vida de nosso planeta e a população mais pobre, em um futuro não muito distante. Enquanto isso os EUA gastam seu dinheiro produzindo armas e mais poluição para produzí-la, bem como estão mais preocupados em correr atrás de terroristas árabes e a defender os poços de petróleo no Oriente Médio, além de pensarem nos chineses na África e sua crescente influência. Acho extremamente importante o Brasil constuir uma agenda de interesses comuns com a Índia e a Àfrica do Sul, a fim de que possam resolver seus problemas crônicos existentes internamente.

  • 13. à 11:14 AM em 25 out 2007, Julio Gerardo Moreyra escreveu:

    Nos últimos dias é achado muitas esperanças de coisas melhores por vir.
    Um premio Nobel que pede as Nações Unidas para ter um papel mais determinante em assuntos estruturares que han impedido desde seu inicio de ter uma participação mais efetiva na ordem mundial.
    Neste espaço, já, se tratou este assunto.
    Não concordo com aqueles que afirmam que as Nações Unidas não revistem nenhuma importância.
    Pelo contrario, acredito que a participação deste organismo tem sido determinante e é determinante para muito do que acontece na esfera mundial.
    Eu posso afirmar que desde o material do assento de una avião hasta como debe ser construído barco, avião, aeroporto, porto, como deve ser feita a segurança,iluminação etc,etc.
    Sim isto é correto, como eu tenho a certeza.
    Imagino nos outros âmbitos, nos quais não tenho as mesmas informações..
    Mas, isto tem sido e é aproveitado pelos que governam as Nações Unidas.
    Que não são as Nações Unidas, senão os Interesses Unidos.
    Já que na maior parte dos organismos desta instituição manda quem tem os maiores interesses na área.
    Para Assembleia Geral só fica o poder de veto.
    E bom, para todos, se interiorizar desses aspectos que explicam muita coisa.
    Hoje em ý Mundo se publica que EEUU é dono, no Fundo Monetário Internacional, de 371.743 votos contra 30.611 do Brasil.¿Você que acha?
    A idéia de procurar unir as necessidades e as oportunidades dos países que tem mais coisas em comum que discordâncias na procura de novos caminhos, para mim é ótima.
    ERA HORA de procurar outros caminhos para aliviar os flagelos dos povos que não temos a sorte de estar protegidos pelas regalias da industrialização, ni da propriedade intelectual.
    Depois da Revolução industrial o trabalho se foi espalhado pelo mundo levando o dinheiro como recompensa.
    Dinheiro este que levou a organizar a sociedade a partir dele.
    Mas, hoje, a robótica, a informática han conseguido que o processo se inverta.
    Os países no industrializado e medianamente industrializados enxergam a impossibilidade de alcançar o bem estar para todos os indivíduos.
    Não acredito que o consumo possa um dia espalhar a prosperidade por todo o mundo.
    Um novo ordem e imprescindível.
    Utopia é uma ideia que ainda não é realidade.
    Hoje eu vou a dormir feliz porque a utopia de enxergar os países do terceiro mundo cultivando seu bem estar deixou de ser utopia para transformar se numa realidade de difícil implementação.
    Graças a Deus a ESPERANÇA continua derrotando o medo.

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