Qualidade que d谩 resultado
Em meio a uma crise de vendas e, principalmente, confian莽a geral no futuro da m铆dia impressa, duas institui莽玫es brit芒nicas est茫o mostrando como 茅 poss铆vel enfrentar o pessimismo predominante.
O caso de maior sucesso 茅 o da revista . Em dezembro o grupo que controla a revista anunciou um crescimento de 25% nos seus lucros semestrais e afirmou que as assinaturas continuam crescendo de maneira est谩vel, sendo que a tiragem da revista j谩 passa dos 1,3 milh玫es de exemplares globalmente.
Quando divulgou os n煤meros neste m锚s, o grupo que publica a revista disse que sua edi莽茫o impressa tem um 鈥渇uturo muito forte鈥. Isso mesmo com a revista oferecendo seu conte煤do semanal de gra莽a na rede.
A outra institui莽茫o brit芒nica que anda dando sinais de f么lego 茅 o jornal . 脡 verdade que a hist贸ria recente do jornal茫o de economia tem se mostrado menos tranquila do que a da revista. H谩 dois anos, o di谩rio estava enfrentando uma crise que misturava queda de vendas, de receita com publicidade e de confian莽a. Mas no 煤ltimo ano e meio o jornal conseguiu sair da m谩 fase e melhorou em todos os pontos, especialmente no faturamento e no lucro, em parte baseado em um aumento de vendas em papel e de audi锚ncia no site do jornal.
Fui na semana passada a uma palestra do presidente do jornal, John Ridding, que assumiu o jornal h谩 apenas um ano e meio quando ainda tinha 40 anos. Jovial e energ茅tico, ele diz que a principal raz茫o do sucesso 茅 a aposta na qualidade que a empresa tem feito. 鈥淭emos 500 jornalistas de alta qualidade espalhados pelo mundo e isso tem muito valor鈥, afimou ele, que disse que apesar dos cortes feitos em v谩rias 谩reas do jornal nos 煤ltimos anos, o investimento no fortalecimento editorial dos principais setores do Financial Times continua intocado.
脡 natural que Ridding fa莽a essa defesa. E 茅 natural que um jornalista, como eu, goste de ouvi-la. Mas para al茅m da minha inclina莽茫o em acreditar no discurso que defende que 鈥渜ualidade d谩 resultado鈥, tanto o caso da Economist quanto do Financial Times parecem indicar a mesma coisa. As duas empresas apostam em um nicho de mercado (economia e pol铆tica internacional), mant茅m um foco forte e um alto padr茫o de qualidade jornal铆stica e de investimento nessa qualidade.
A despeito da minha opini茫o, 茅 com essas armas que elas est茫o se diferenciando do mar de conte煤do que nos afoga por todos os lados e ganhando dinheiro.
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脡 aquela velha hist贸ria: Tudo acaba enjoando e tudo volta como "dantes na casa de Abrantes". Quando surgiu a televis茫o, foi aquele fuzu锚 que ninguem mais ia ao cinema. Hoje, apesar dos pesares, o cinema continua e atraindo muitas pessoas. O mesmo pode se dizer do surgimento da Internet que foi tido como o epit谩fio da imprensa escrita.
L贸gico que n茫o haver谩 mais uma imprensa escrita como antes, mas poder谩 coexistir, sim, com a Internet, basta que haja criatividade daqueles que produzem jornais e revistas. Ali谩s, como parece ser o presente caso
Acredito que a 芒nsia de ler jornais ou revbistas nunca desaparecer谩, como n茫o desaparecer谩 o livro.Afinal, o mais importante neste processo n茫o 茅 a noticia ou a forma como ela 茅 transmitida, mas 茅 o processo mental que cria imagens e satisfaz a curiosidade de quem l锚 a partir de seu proprio referencial conigtivo. Neste ponto, a Internet perde feio para o livro e o jornal, pois ela transmite a noticia de tal forma rap铆da que 茅impossivel degust谩-la de maneira abrangentecomo fazem os outros veiculos.
O maior exemplo est谩 no prazer misterioso de se ler uma revista ou jornal no banheiro..
Isto a Internet nunca far谩!
Prezado Miguel.
Permita-me discordar de sua an谩lise. Quando diz que "Internet perde feio para o livro e o jornal, pois ela transmite a noticia de tal forma rap铆da que 茅 impossivel degust谩-la de maneira abrangente como fazem os outros veiculos." voc锚 n茫o se d谩 conta de que isso n茫o 茅 algo que se generalize, pois n茫o 茅 a "internet" que transmite, e sim os autores dos textos, desta forma uma publica莽茫o na web pode e tem mais condi莽玫es de ser muito mais abrangente do que em qualquer outro ve铆culo, pois, al茅m de n茫o estar limitada a um tamanho ou n煤mero de p谩ginas pr茅-determinadas, como as revistas ou jornais, a internet tamb茅m pode usar um n煤mero ilimitado de fotos, 谩udios e v铆deos, e isso sim 茅 uma forma muito melhor de se "desgustar" uma informa莽茫o. Sem contar a vantagem da interatividade infinitamente superior, como no caso desta ferramenta que estamos usando neste momento para expressar nossas opini玫es. Com esta velocidade da informa莽茫o, acho inadmiss铆vel se folhear um monte de papel (que vira lixo em seguida) com informa莽玫es com muitas horas de atrazo, pois foram publicadas na web no dia anterior. Os jornais est茫o morrendo, sim. E n茫o sou eu que estou dizendo, 茅 a realidade. Dezenas de reda莽玫es j谩 foram fechadas nos EUA. No Brasil e em Portugal um grande n煤mero de peri贸dicos est谩 em queda livre nas vendas. As raras excess玫es durar茫o um pouco mais, por serem mais criativas, mas as atuais e especialmente as novas gera莽玫es n茫o tem a menor paci锚ncia para se informar com tamanho atrazo atrav茅s de jornais impressos (e 脿 custa de derrubadas de 谩rvores). Pesquise sobre o mercado editorial mundial e veja voc锚 mesmo os n煤meros. Confira tamb茅m como anda em queda a audi锚ncia da televis茫o a medida em que a conex茫o dedicada de internet est谩 se popularizando. Um abra莽o.