Tempo de mudança nos EUA
O ano de 2008 mal começou, e o jornalismo internacional já está repleto de crises e grandes coberturas. O assassinato de Benazir Bhutto, no Paquistão, foi seguido de uma crise política e humana no Quênia. E no país mais poderoso do planeta começou, oficialmente, mais uma corrida à Casa Branca.
Como de costume, a disputa presidencial nos Estados Unidos envolve fatores, personagens e sistemas pouco conhecidos do público em geral. Muitas dessas dúvidas podem ser esclarecidas no especial da ý Brasil sobre a campanha americana, que traz também reportagens e análises. Ainda não se pode saber exatamente que país emergirá na madrugada de 5 de novembro, quando o mundo conhecerá o sucessor de George W. Bush. Mas já podemos dizer que será um Estados Unidos diferente.
Muitos já se dizem certos de que a oposição democrata voltará a comandar a maior potência do mundo, após oito anos do republicano Bush. Mas tal "certeza" era comum também quatro anos atrás, quando, ao entrar em seu quarto ano de um trágico primeiro mandato, Bush parecia incapaz de se reeleger. Bush, no entanto, venceu o democrata John Kerry e deu razão aos que acreditavam que os Estados Unidos eram, agora, uma nação de direita, conservadora e religiosa em sua maioria. O Partido Republicano americano sabe vencer eleições presidenciais (triunfou em cinco das últimas sete) e ainda pode surpreender. Mas é interessante observar que, mesmo que um colega de partido de Bush assuma o seu lugar na Casa Branca, os Estados Unidos não devem ser os mesmos. Em política externa, economia, saúde pública, imigração etc, tudo deve mudar. Mesmo um novo presidente republicano saberá que os caminhos do governo de George W. Bush não podem ser novamente seguidos.
Essa mudança, na verdade, já começou. A segunda metade do segundo mandado de Bush presidente já está sendo significativamente diferente dos desastrosos seis anos anteriores. À frente do Departamento de Defesa, está Robert Gates, que é quase o oposto do antecessor, Donald Rumsfeld, tanto em forma como em conteúdo. Calmo e preciso em suas declarações, Gates adotou uma política muito mais prática, realista e humilde no Iraque do que a seguida anteriormente. Até agora, tem colhido bons frutos. No debate sobre aquecimento global, o mundo ainda engatinha. Mas o governo americano desistiu de dizer que o fenômeno tem causas naturais e foi forçado a aceitar um acordo na recente conferência de Bali.
Mudanças como essas devem se acentuar se o novo presidente for um democrata, seja Barack Obama (na foto acima), Hillary Clinton ou John Edwards, ou mesmo se vier do campo republicano, onde convivem, entre outros, o mórmon Mitt Romney, o ex-prefeito Rudolph Giuliani e o evangélico Mike Huckabee. A economia americana vive o temor de uma recessão, e a estratégia Bush de deixar tudo para o mercado (apelando para corte de impostos para que o consumidor conduza o país sozinho) não deve funcionar mais. Estamos em outros tempos, em que o poder do dólar é questionado diariamente, a expressão "guerra ao terrorismo" vai sumindo do noticiário, e os americanos não acham mais graça em brincar de potência imperialista no mundo islâmico.
Aguardem para ver os Estados Unidos como um país diferente a partir de 2009, quando começa o novo governo. Provavelmente a mudança será pequena, menor do que muitos gostariam e até imperceptível para os menos atentos. Mas o mundo, certamente, sentirá a diferença.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Sim, pode até ser que mudanças superficiais ocorram sim, como ocorreram quando quem foi presidente foi Jimmy Carter, ou Ronald Reagan, ou Bill Clinton. Um presidente nunca é igual ao anterior e uma presidência nunca é igual a de antes. Mesmo quando se trata de um segundo mandato, ele nunca é igual ao primeiro. Mas uma coisa é certa: lá, em profundidade não haverá grandes mudanças. O que realmente governa os EUA não é o presidente. à o sistema. E em se tratando de sistema (aqui quero dizer não apenas o sistema polÃtico, mas principalmente o social, a mentalidade social americana) a coisa não muda de uma hora pra outra, ainda mais quando se trata da conservadora sociedade americana! Basta olharmos pra esses quase 5 séculos de história do paÃs pra perecebermos que pouca coisa nos valores, na visão do mundo e de si mesmos mudou nos americanos. Continuam sendo o que sempre foram: conservadores, voltados pra sà mesmos e avessos a mudanças bruscas internas. Então o que vamos ver será apenas uma simples troca de moldura. A pintura continuará sendo a mesma após novembro de 2008.
O império está caindo.
A história mostra que todo império tem seu fim. O americano ainda vai demorá para desmoronar, mas o declÃnio já se inicia. As tais mudanças de atitudes e de polÃticas mostram isso. Cinquenta e três anos após o fim da segunda guerra, o mundo já não é mais tão dependente dos EUA. Vemos o bloco europeu e a China tomando seus próprios rumos e deixando um tanto de lado as questões ianques. Até mesmo o Brasil tenta se livrar dos americanos (sei, falta muito ainda para o Brasil se libertar da dependência do dólar), mas só o fato da ALCA não ter saÃdo do papel já foi de grande valia. Obama, Hilllary, Giuliani, seja quem for o futuro morador da Casa Branca, vai ter que encarar um mundo muito mais independente da dominação americana.
A eleição nos EUA é imprevisivel visto que o sistema de voto é diferente do utilizado no Brasil. Sinceramente acho complicado o sistema de votação americano. Indiferente de quem assuma o poder as mudanças serão necessárias, eu concordo com a análise feita nesta reportagem.
Os EUA são o tipo do país que se espirrar causa um efeito dominó em todo o mundo, por isto temos de prestar atençãoo no que acontece. Acho que nesse sentido o mundo inteiro está de olho, não apenas o Brasil evidentemente.
Só espero que o próximo governo americano não seja desastroso e impulsivo como foi o governo Bush.
Se o mundo pudesse votar, quem ganharia as eleições?
Diferente? Não acredito.
Na verdade, os Estados Unidos sempre foram os mesmos e continuarão “os mesmos” sempre, por uma simples razão: Se “forem diferentes” acabarão perdendo o status de “maior potência do mundo” e irão contra a classe dominante norte americana, basicamente envolvida com interesses multinacionais, industria armamentista, etc. Além disso, os Lobbys americanos continuarão fortes, como o Lobby judaico que não quererá ausência americana no Oriente Médio.Também temos a ascensão chinesa, o renascimento russo, etc., que ameaçam a hegemonia Yanke e isso sua elite não admite.Portanto, em meu ponto de vista, os EUA continuarão os mesmos, só com algumas “mudancinhas” como na questão ambiental, direitos humanos, etc.
Além disso, não acredito que qualquer que seja o futuro p´residente americano este deixe de lado a questão das reservas petrolíferas do Oriente, isto seria o fim dos EUA , pois este dependente vissceralmente do petróleo daquela região.O próprio Obama já declarou que deverá invadir o Paquistão se ganhar a Presidência..Enfim, os EUA continuarão “EUA”: imperialista, prepotente, mas defensor da democracia, base da ciência e pesquisa cientifica mundial, ditador da modernidade, de novos gostos e costumes.Em País que muitos odeiam mas muitos amam, afinal, por pior que sejam os EUA, todos nós temos nele um exemplo perfeito de democracia e evolução cientifica
Independentemente de quem seja o novo presidente dos USA uma coisa é certa, haverá mudanças significativas na política econômica principalmente no que se refere ao déficit comercial, pois os americanos estão conscientes que embora o país seja o ator principal da globalização esta lhes traz mais ônus do que bônus e isso implicará em uma desaceleração da economia mundial e não se deve esquecer a ameaça chinesa de usar suas reservas em dólares como arma, tendo até feito ameaças diretas sobre isso e claro que uma nação líder não vai ficar sem reagir por muito tempo.
Engraçado, a crise dos EUA já começou faz tempo e seus efeitos no Brasil me parecem... nada. Isso mostra que já não somos AGORA tão dependentes dos EUA quanto antes. E não estamos só: Índia e China são mais e mais ágeis.
Então me parece que os "pequenos" do mundo estão se cansando das migalhas dos "grandes". Agora é saber se os grandes vão entrar na nova dança ou ficar ali, construindo castelos de cartas, como mostra a mais crise mais recente, a qual parece ainda nem ter esquentado. Já tem banco suíço sendo comprado pelos árabes!
Tem certa justiça poética nisso...
Acredito efetivamente nas mudanças que ocorrerão nos EUA após as elieções.Seja qual for o partido vencedor Democrata ou Republicano.O chquwe na economia tem quer ser imediato;a relação com a America Latina será totalmente revista,principalmente com a renúncia de Fidel e a ascenção de Chavez na Venezuela,que tem ligações com o Irã nuclear e o apoio do Brasil através do presidente Lula.Os EUA continuam no Iraque,ainda que de forma reduzida.O alvo externo principal americano conitunuará sendo o terrorismo islâmico que se expande em todos os continentes.Na Europa praticamente os islâmicos já dominam a Grã-Bretanha e a França,com menor influência na Espanha e Poertugal, além dos países nórdicos.Isto sem falar em Israel,principal aliado dos EUA no Oriente Médio que já vem travando esta guerra contra o terrorismo islâmico em duas frentes:no Líbano e em Gaza.E o Iraque é responsabilidade dos EUA principalmente porque tem quer ser democratizado para enfraquecer o Irã nuclear de Ahmadinejad e a Síria de Assad junto a opinião pública islâmica.