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Arquivo para outubro 2008

Fé e Deus nas eleições dos EUA

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Rogério Simões | 17:49, terça-feira, 28 outubro 2008

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barack.jpgO presidente Goerge W. Bush consolidou a associação de líderes conservadores americanos com Deus. "Quanto mais tempo passamos com Deus, mais nós vemos que Ele não é um rei distante, mas um amoroso pai", disse Bush durante um discurso. Se as urnas reproduzirem o que dizem as mais recentes pesquisas de opinião, os Estados Unidos em breve mudarão de rumo, seguindo um caminho mais liberal, voltando ao comando democrata. Mas, se o senador Barack Obama for eleito presidente no próximo dia 4, a inspiração divina continuará na Casa Branca, como ele já deixou claro ao longo de sua campanha. "Eu quero que vocês orem para que eu possa ser um instrumento de Deus", afirmou Obama em um encontro com seguidores.

As falas acima aparecem em um documentário da ´óÏó´«Ã½ que lança uma luz sobre o atual estado da superpotência mundial, a partir de uma perspectiva histórica. O historiador britânico Simon Schama, professor da Universidade de Columbia, em Nova York, analisou, entre outros temas, o papel da religião na formação e no desenvolvimento da nação americana. Na série para a TV, , exibida dias atrás aqui na Grã-Bretanha, Schama mostrou em um dos episódios como a religião, e especialmente o exercício da liberdade religiosa, é central na história dos Estados Unidos. Afinal, os pioneiros que cruzaram o Atlântico buscavam construir comunidades onde pudessem orar da forma que quisessem, liberdade garantida no Estatuto da Liberdade Religiosa da Virgínia, elaborado por Thomas Jefferson.

Esse aspecto da história americana é explorado de forma didática e inteligente por Schama, que em seguida traz para a realidade atual a importância da fé em Deus. "Cristãos evangélicos suspeitam que o candidato republicano, John McCain, não seja exatamente seu homem", diz o historiador. "Desta vez, é o candidato democrata, Barack Obama, quem invoca a fé como sua inspiração."

A fé de Obama quase o colocou em apuros meses atrás, quando sua associação com o reverendo Jeremiah Wright, seu ex-pastor em uma igreja da comunidade negra de Chicago, foi explorada na disputa pela indicação democrata. Wright, em seus sermões incendiários, atacava a nação e o ex-presidente Bill Clinton. Dizia que os Estados Unidos praticavam terrorismo no exterior e falava em uma "América branca". Barack Obama viu-se forçado a responder e o fez em um discurso que se tornou histórico e ficou conhecido como o . No pronunciamento, Obama atacou de frente a questão racial no país e criticou as declarações do seu ex-pastor. Mas também falou da importância de Wright para sua formação moral e do papel da religião na sua vida. "O homem que eu conheci há mais de 20 anos é um homem que ajudou a me apresentar para a fé cristã, que falou para mim das obrigações de amarmos uns aos outros, de cuidar dos enfermos e ajudar os pobres." Barack Obama diz ser um homem de Deus, e a fé tem sido central na sua tentativa de se tornar o primeiro negro na Casa Branca.

O republicano John McCain raramente fala de Deus ou de religião. Ele freqüenta a igreja, mas não tem a fé como uma de suas armas políticas. Sua candidata a vice, Sarah Palin, é amada por religiosos conservadores, mas sua presença na chapa não foi suficiente para dar um toque evangélico na campanha republicana. Após oito anos de Bush clamando ter o Criador ao seu lado, divulgando a partir de Washington uma versão conservadora de religião, apoiado numa aliança da direita cristã com conservadores judeus, a inspiração divina nos Estados Unidos agora é outra. Nesta eleição Deus parece estar do lado democrata.

UE, Mercosul e a crise global

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Rogério Simões | 17:11, quarta-feira, 22 outubro 2008

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nicolas.jpgO crescimento da União Européia, que nos últimos cinco anos avançou de 15 para 27 países membros, fez com que muitos imaginassem um futuro de blocos econômicos e políticos ao redor do mundo. O Estado nacional perderia em importância por causa da expansão de entidades políticas supranacionais e do avanço da globalização, que aumenta a interdependência entre países e regiões do mundo, assim como os riscos da interação entre os povos. Juntas, diferentes nações estariam mais bem preparadas para enfrentar os desafios deste ainda jovem século 21.

Momentos de crise representam grandes testes para essa nova forma de organização política. Os atentados de setembro de 2001 nos Estados Unidos levaram os países europeus a colaborar mais em operações anti-terrorismo, e a crescente conscientização sobre os efeitos do aquecimento global têm forçado governos a trabalhar juntos na área do meio ambiente. Agora, a crise econômica global coloca mais uma vez sobre pressão as estruturas supranacionais. Aqui na Europa, inicialmente houve uma corrida desesperada, um salve-se quem puder, em que nações como Irlanda, Grécia e Alemanha fizeram anúncios unilaterais para proteger seus sistemas financeiros. Bancos corriam risco de fechar, e governos nacionais se viram obrigados a agir e anunciar que garantiriam depósitos bancários, independentemente do que ocorresse do outro lado da fronteira.

A globalização do final do século 19 terminou de forma sangrenta: nações européias disputavam colônias mundo afora e tiveram de lidar unilateralmente com os desafios do aumento populacional nas grandes cidades. O resultado foram cinco anos de guerra, com mais de 40 milhões de mortos. Ninguém imagina que países europeus peguem em armas uns contra os outros por causa da quebradeira de bancos, essa estratégia parece ter sido definitivamente deixada para trás. Mas as reações unilaterais colocaram vários pontos de interrogação sobre a capacidade da entidade supranacional, a União Européia, de lidar com o problema. Governos sinalizaram claramente que, se necessário, agirão sozinhos, independentemente dos interesses do vizinho.

Essa reação tem sido, até agora, predominante no Mercosul, que ainda está anos-luz atrás da União Européia em termos de integração econômica ou política. O bloco não avançou nas poucas discussões sobre uma estratégia única para combater os efeitos da crise, pelo contrário: Argentina e Brasil já ameaçam uma guerra comercial, com a Argentina limitando a entrada de produtos brasileiros. Os dois países chegaram a discutir a adoção conjunta de limites a produtos asiáticos, mas o interesse nacional imediato parece falar mais alto até o momento.

Na Europa, alguns governos agora tentam usar a crise para fortalecer o bloco. O presidente francês, Nicolas Sarkozy (foto acima), acaba de pedir a criação de uma espécie de na zona do euro, que reúne 15 dos 27 membros da UE. Sarkozy quer uma coordenação maior das ações para combate da crise, por meio do Banco Central Europeu. O FMI elogiou as recentes medidas de socorro ao bancos europeus e diz que a zona do euro deve se recuperar rapidamente da fase mais difícil da crise. Se a previsão do FMI se cumprir, o bloco sairá fortalecido, tendo sobrevivido a mais uma prova de resistência. Mas o interesse nacional deve se manter e poderá voltar a ameaçar a unidade européia se governos agirem baseados em seus interesses individuais.

Abaixo do Equador, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai podem ter interesses e fronteiras comuns. Mas, se a crise global começar a mexer no emprego dos trabalhadores desses países, as necessidades de cada um podem atropelar mais uma vez o blogo regional. Dependendo do tamanho do estrago, há sempre o risco de vermos o retorno do salve-se quem puder no Mercosul.

Obama e McCain: exemplos para o Brasil

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Rogério Simões | 16:43, terça-feira, 14 outubro 2008

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mccain.jpg"O senador Barack Obama é uma pessoa decente, que você não deveria temer como presidente dos Estados Unidos." A frase acima não foi dita por um seguidor do senador democrata ou um comentarista progressista da mídia americana. Ela saiu da boca do adversário de Obama, senador John McCain, o candidato do Partido Republicano à Casa Branca. , dias atrás, McCain foi obrigado, mais de uma vez, a defender o líder nas pesquisas de opinião quando pessoas na platéia faziam acusações pessoais contra ele. Uma eleitora de McCain chegou a dizer: "Eu não confio em Obama, ele é um árabe". O candidato republicano tomou-lhe o microfone e disse: "Não, senhora. Ele é um homem decente, um homem de família, um cidadão com quem eu tenho divergências em questões fundamentais, e é disso que se trata essa campanha".

Com a aproximação do dia 4 de novembro e a vantagem de dez pontos percentuais obtida por Obama sobre McCain, era de se esperar que a campanha presidencial americana ganhasse um pouco de lama. No lado republicano, o sentido de "agora é tudo ou nada" levou a candidata a vice, governadora Sarah Palin, a acusar Barack Obama de relações com "terroristas". Palin ressuscitava a polêmica da relação entre o senador por Illinois com Bill Ayers, ex-membro do grupo Weather Underground, que defendia ações políticas violentas nos anos 60. A associação já havia sido explorada pela mídia meses atrás, quando o senador disse ter tido uma breve convivência profissional com Ayers anos atrás e não o via havia muito tempo. Obama condenou as práticas de Ayers no passado, e a polêmica perdeu força. Sarah Palin foi acusada de apelar para a baixaria na campanha, e John McCain afastou-se das acusações. Ao vir a público em defesa do adversário, o republicano provavelmente pensou em proteger não apenas o processo eleitoral americano, mas também sua própria imagem.

McCain, herói da Guerra do Vietnã, é respeitado em todo o país. Barack Obama, em seu discurso na convenção democrata, disse para todo o estádio ouvir: "Que não restem dúvidas: o indicado do Partido Republicano, John McCain, vestiu o uniforme do nosso país com bravura e distinção. E por isso nós lhe devemos nossa gratidão e nosso respeito". A convenção aplaudiu. As críticas ao histórico e às propostas de McCain vieram em seguida, mas o respeito foi mantido. O mesmo respeito que McCain demonstrou ao confrontar seus próprios seguidores.

Bem longe dali, Marta Suplicy e Gilberto Kassab disputam o cargo de prefeito da maior cidade da América do Sul. Vi trechos dos debates. Kassab anuncia uma pergunta à ex-prefeita: "Minha pergunta é pra Marta", diz, antes de tratar a petista por "você". Marta, por sua vez, chama Kassab de "candidato", em vez de "prefeito", e retribui o "você". Segundo a tradição e padrões de elegância, autoridades públicas devem ser tratadas por "senhor" ou "senhora", e ex-ocupantes de cargos são chamados pela maior posição que já ocuparam. Bill Clinton será sempre chamado de "presidente Clinton", e Franco Montoro continuou sendo "governador Montoro" até morrer. Os candidatos paulistanos se esqueceram de tudo isso.

A campanha da ex-prefeita petista agora decidiu questionar a vida pessoal do chefe do Executivo municipal, se ele é ou não casado, se tem ou não filhos. Questionada pela imprensa, Marta disse que a população de São Paulo tem o direito de conhecer "todo esse DNA do Gilberto Kassab". De dentro do próprio PT, vieram duras críticas, expostas em um comunicado do . A campanha deixou de ir ao ar. O julgamento fica a cargo do eleitor.

Barack Obama e John McCain protagonizam uma envolvente campanha, num momento crucial para a história dos Estados Unidos, em meio à maior crise econômica das últimas décadas. Muita lama já foi lançada, e a baixaria poderá voltar na reta final. Mas, em momentos diferentes, ambos mostraram esforço pessoal por uma campanha mais limpa. São bons exemplos para candidatos no Brasil.

O mercado é o Estado?

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Rogério Simões | 11:12, quarta-feira, 8 outubro 2008

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markets.jpgO governo britânico acaba de seguir os Estados Unidos e anunciar um pacote de ajuda ao sistema bancário do país. Os números são modestos em comparação aos US$ 700 bilhões aprovados pelo Congresso americano, mas os 50 bilhões de libras (US$ 88 bilhões) a serem gastos pela Grã-Bretanha mostram quão interligados estão Estado e mercado. Como dizem por aqui, esse não é um pacote para salvar os bancos, mas sim uma ação emergencial para salvar a economia. A discussão não é mais sobre manter a estabilidade ou entrar em recessão. As opções agora são uma recessão ou uma depressão.

A Islândia, com seus pouco mais de 300 mil habitantes, é o melhor exemplo de quão trágica a situação pode se tornar. Com uma economia que nos últimos 15 anos deu um salto impressionante, graças ao seu envolvimento com a onda fenomenal de crédito nos mercados no mundo todo, a pequena ilha gelada está à beira do precipício econômico. Avanços que deram aos islandeses uma das melhores qualidades de vida do mundo levaram a uma conta estratosférica que terá de ser paga. Europa e Estados Unidos querem evitar o mesmo destino.

O exemplo islandês reforça a idéia de como o Estado, nas nações que mais abraçaram o capitalismo neo-liberal, tornou-se intimamente conectado com o setor financeiro, com o mercado, com a iniciativa privada. Mas seria isso apenas uma relação de colaboração e interdependência? Ou estaríamos falando de uma verdadeira simbiose? Estaria o mercado hoje se tornando a base do Estado ou o próprio Estado? É o que sugere uma das teses mais discutidas em geo-política internacional nos últimos anos.

O americano Phillip Bobbitt, em sua impressionante obra (The Shield of Achilles - War, Peace and the Course of History), sugere que o Estado nacional, ou Estado-nação, nascido há cerca de 500 anos, está sendo substituído por uma nova entidade: o Estado-mercado. Basicamente, segundo Bobbitt, o Estado nacional tornou-se incapaz de prover a sociedade com aquilo que ela almeja e por isso está sendo passado para trás. No seu lugar, vem um Estado promotor da competição, do multiculturalismo, desprovido de valores morais rígidos. "No Estado-mercado, o Estado é responsável por maximizar as opções disponíveis aos indivíduos", diz Bobbitt. "No Estado-mercado, o mercado torna-se a arena econômica, substituindo a fábrica. No Estado-mercado, homens e mulheres são consumidores, não produtores." Para o autor, tal meritocracia sem bases morais consolidadas, estimulando uma competição extrema, seria o único modelo capaz de, diante dos avanços tecnológicos e das novas demandas da população, atender às expectativas da sociedade.

Esse seria um processo ainda em andamento. Mas Bobbitt, cujo livro foi publicado em 2002, já dizia: "Os Estados Unidos estão incrivelmente bem posicionados para se tornarem um Estado-mercado". Se tal simbiose já é um fato, nada mais natural que o Estado (seja nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha) faça de tudo para socorrer o mercado (bancos e aqueles que deles dependem). A morte de um levaria à falência do outro.

A tese de Bobbitt é muito mais complexa do que o descrito acima e envolve transformações políticas, culturias e sociais, além das econômicas. Mas pode-se dizer que o Brasil ainda está longe dessa realidade, e é questionável se precisaria abraçá-la algum dia. O presidente Lula, por exemplo, disse recentemente que a era da engenharia havia voltado, depois de décadas de domínio da economia. Ele quis dizer: mais obras de infra-estrutura e menos ciranda financeira. Se Estados Unidos e Grã-Bretanha já são Estados-mercado, eles enfrentam sua primeira crise de extrema gravidade, que testa a resistência desse novo modelo. Ou a resistência de outros modelos que ainda não se adaptaram à suposta nova ordem. Enquanto isso, o presidente do Banco Mundial já defende que o G7 incorpore as grandes economias emergentes, como o Brasil, o que sugere uma democratização do poder econômico inédita na história mundial. O Estado-mercado de Bobbit é um caminho, mas pode não ser o único.

Crise econômica, governos e oposições

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Rogério Simões | 12:21, sexta-feira, 3 outubro 2008

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brown.jpgDesde o pedido de concordata do banco de investimentos Lehman Brothers, o democrata Barack Obama vem liderando a corrida à Casa Branca. O impacto da governadora Sarah Palin em favor do republicano John McCain parece coisa da década passada. Os olhos americanos concentram-se agora na busca por uma saída para o atoleiro econômico. Nesse quesito, o candidato governista parece ter mais dificuldades, inclusive porque até recentemente McCain dizia estar tudo muito bem, obrigado, com os "fundamentos" da economia dos Estados Unidos. Num cenário de crise e incertezas em relação ao futuro, o eleitorado americano parece inclinado a punir o governo de George W. Bush. Como de costume, crise econômica faz bem à oposição.

Mas deste lado do mundo anglo-saxão as coisas são diferentes. Se o famoso ditado diz "Em time que está ganhando não se mexe", aqui na Grã-Bretanha poderíamos criar um dito novo. Algo como "Time que está perdendo merece o nosso apoio, porque pelo menos já conhece bem as regras e os desafios do jogo". Muito longo para ser um ditado, mas é como o britânico vê a política.

As eleições aqui ainda não têm data para acontecer, mas pesquisas de opinião seguem sendo feitas. E, até a semana passada, o primeiro-ministro Gordon Brown (foto acima) seguia despencando nas consultas, acuado por um jovem e energético líder oposicionaista e desgastado por sinais de insatisfação dentro de seu próprio partido. Os últimos meses de desaceleração econômica pareciam decretar o inevitável fim de mais de uma década dos trabalhistas no poder. Mas aí vieram exatamente a quebra do Lehman Brothers, a fusão entre Lloyd's e HBOS patrocinada pelo governo britânico e a ajuda americana à AIG, entre outros fatos que deixaram os súditos de Elizabeth 2ª em pânico. A crise agora é para valer. E, como eu indiquei acima, em momentos de crise os britânicos temem mudanças de comando. Gordon Brown então afirmou em um discurso que a situação atual, por ser muito grave, . Perfeito: Brown recuperou-se nas pesquisas de opinião, ainda não o suficiente para ultrapassar os conservadores, mas o bastante para colocar seu arquiinimigo David Cameron na defensiva. O conservador Cameron foi levado , em nome da estabilidade da economia.

Os trabalhistas já sentiram na pele o que é tentar tomar o poder em época de recessão. Em 1992, após 13 anos de governo conservador, os trabalhistas estavam com a vitória certa. John Major era um premiê desacreditado, e o oposicionista Neil Kinnock já se imaginava no topo. Mas o país estava em recessão, eram tempos de crise. E os eleitores britânicos, com medo de piorar ainda mais a situação, preferiram não mexer no time. Major venceu, e Kinnock renunciou à liderança do seu partido. Cinco anos depois, com a recuperação econômica iniciada, a população teve coragem de mudar. Colocou o jovem Tony Blair no comando de uma nação cheia de otimismo. As coisas andavam muito bem, mas o poder mudou de mãos. Aqui na Grã-Bretanha, crise econômica faz bem ao governo.

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