´óÏó´«Ã½

Arquivo para maio 2007

Paranóia food

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Maria Luisa Cavalcanti | 16:50, quinta-feira, 31 maio 2007

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Eu não sei exatamente quando foi que a mudança começou. Mas posso dizer que foi em um determinado momento do ano passado, depois que, coincidentemente, caiu nas minhas mãos uma cópia do livro "Você É o que Você Come", da médica escocesa Gillian McKeith.

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Um belo dia, redes de fast-food que até então só ofereciam sanduíches, muffins, brownies e batatinhas a seus clientes passaram a exibir pacotinhos de castanhas, frutas secas, sementes de girassol e de abóbora. Capuccinos e lattes passaram a ser quase um crime - a não ser que sejam feitos com leite de soja ou de arroz.

Blergh, você deve estar pensando.

Pois é, um brasileiro normal, que come arroz, feijão, churrasco, coxinha, caipirinha, pingado e pão na chapa tem mesmo que torcer o nariz para essas coisas. Mas eu, que adoro tudo isso, confesso que acabei me rendendo à "paranóia food".

A culpa é do tal livro da dra. Gillian. Lá, ela lista todas as razões do mundo pela qual leite, carne vermelha, açúcar, farinha de trigo, álcool e café são os maiores inimigos do ser humano: "eles tiram sua energia, tornam a digestão lenta, atrapalham seu sono, esgotam o seu metabolismo e (pânico dos pânicos) engordam".

Bom mesmo é tomar suco de clorofila, ingerir colheradas de geléia real, se encher de chá de urtiga, comer broto de cevada. Quinoa, spirulina, feijão mung, spelt? Manjares dos deuses!

Muito por causa da dra. Gillian, e do livro que também é programa de TV, tudo o que antes ficava confinado às lojinhas de produtos orgânicos e naturais, hoje já está à mão nas principais redes de supermercado. Pessoas que vêm de países famosos por sua gastronomia - Espanha, Itália, França - de repente se esquecem das origens e atacam essas comidas estranhas. Americanos e ingleses parecem ser os mais paranóicos. Todo mundo compra - e paga uma fortuna!

Enquanto isso, comidas que são sabidamente saudáveis, como frutas, verduras e legumes, estão, como diria minha mãe, pela hora da morte. Uma caixa de morangos na época de safra custa o equivalente a quatro ou mais barras de chocolate! Uma berinjela custa o mesmo que uma passagem de ônibus.

Em defesa da dra. Gillian, tenho que admitir que, depois que segui alguns de seus mandamentos, perdi alguns quilos. Mas a mudança também ocorreu depois de eu me permitir mais massas e doces. O que me leva a concluir que o segredo é, justamente, fugir da paranóia.

Singing in the Rain

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Monica Vasconcelos | 19:18, terça-feira, 29 maio 2007

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Segunda-feira foi feriado aqui na Grã-Bretanha. É o Feriado da Primavera, que se comemora na última segunda-feira de maio.

Para nós, jornalistas da ´óÏó´«Ã½ Brasil, a rotina é a mesma, já que não é feriado no Brasil e, portanto, temos de manter a página fresquinha com notícias. Ou seja, quase nunca viajo nos feriados daqui.

Nesses dias, Londres fica mais vazia. Quer dizer, tem sempre os turistas. Mas dessa vez a cidade esvaziou mesmo, talvez porque, depois de uma primavera maravilhosa, amena e cheia de sol, uma conjunção atmosférica tenebrosa trouxe o inverno de volta. E pior, com muita chuva.

wetholiday203pa.jpg

Só se você for paulistano para entender o que é Londres em dia fechado e com chuva. O céu cinzento parece ficar mais baixo, as nuvens descem sobre você e te oprimem. O frio e a umidade trazem aquele desconforto.
E, seres frágeis que somos, nós logo caímos em depressão. Foi assim desde sexta-feira.

No sábado, em um esforço sobre-humano para não me deixar abater, saí de guarda-chuva na mão cantarolando músicas da Marisa Monte. Aqueles rockinhos dela, leves, que falam de corações partidos e amores que não deram certo. Tudo bem, tinha coração partido na história, mas tudo com leveza carioca.

Saí cantando e não queria nem saber se os passantes achavam que eu era louca. Cantar na rua em Londres, só se você for maluquinha(o). Qual não foi a minha surpresa quando vi uma moça passar, sem guarda-chuva, também cantando. São as estratégias que um ser humano tem de criar para não se deixar derrubar pelo tempo.

O tempo, personagem central na vida britânica, assunto de muita conversa fiada - "small talk", como eles chamam por aqui. O (mau) tempo foi a grande estrela do Feriado de Primavera. E eu acho que nesse feriado, particularmente, seu efeito foi sentido com muito mais força. Porque em quinze anos vivendo em Londres, nunca vivi um inverno tão ameno e uma primavera tão quente e ensolarada. Acho que ficamos mal-acostumados.

Resta agora saber se o Feriado da Primavera é uma medida do que vai ser este verão: chuvoso, cinzento e cruel. Ou se 2007 vai entrar para a história como o ano em que escapamos do frio.

A ver navios

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Maria Luisa Cavalcanti | 20:29, quarta-feira, 23 maio 2007

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Segunda-feira acordei com um susto: o Cutty Sark estava pegando fogo.

cuttysark203.jpg

Veja imagens do incêndio.

Sou freqüentadora de Greenwich e várias vezes passei em frente ao famoso navio do século 19. Apesar de atraída pelo apelo histórico do barco, toda vez, eu pensava: "Não vou entrar, posso voltar outra hora".

Pois bem, e agora?

É muito triste pensar que alguém possa ter ateado fogo na embarcação, que é o que a polícia está suspeitando. É como se um dia o mesmo acontecesse, sei lá, com o Pátio do Colégio.

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Os ingleses, claro, já foram rápidos em colocar logo um no ar pedindo doações para a reconstrução do navio - e elas estão vindo do mundo inteiro.

Acho que não vou chegar a tanto.

Minha parca contribuição será continuar indo a Greenwich, para curtir o parque lindo e o mercadinho agitado, levar as visitas para conhecer o Observatório e colocar "um pé de cada lado do mundo", e tomar uma pint à beira do rio no pub Trafalgar.

O Council local estava com medo de perder os turistas por causa do incêndio, mas acho que eles não precisam se preocupar, pois a vila ainda vale muito uma visitinha.

Caminhando nas nuvens

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Carolina Oliveira | 11:39, quarta-feira, 23 maio 2007

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gormley_field203.jpg O meu primeiro encontro com os trabalhos do artista Britânico Antony Gormley foi em 1996, quando vi 'Field for the British Isles' na Hayward Gallery. Uma multidão de quarenta mil mini-figuras de argila, cada uma feita por um habitante da cidade de St. Helen, na Inglaterra. Umas mais altas, outras mais gordinhas, com tons variados de marrom-argila – diversidade quase humana. Todas elas olhando para nós, visitantes, como se fossemos parte de um show, e elas a platéia. Veja foto

Foi também o meu primeiro contato com a arte contemporânea. Lembro que saí da exposição encantada.

Desde então nunca mais tinha visto um trabalho do Gormley que me tocasse tanto. Isso até uns 10 dias atrás, quando estava passando pela ponte de Waterloo e notei uma estátua no topo do prédio do National Theatre.

E notei outra. E outra. E outra. Apareceram de um dia para o outro. Mágico. (Dizem que muitas pessoas ligaram para o serviço de emergência aqui em Londres, pensando que as estátuas eram reais e que estavam a ponto de pular.)
gormley203.jpg

Gormley colocou estátuas nuas e solitárias dele mesmo no alto de vários prédios perto do Southbank Centre, no centro de Londres. Entitulado 'Event Horizon', o trabalho terá ao todo 31 estátuas espalhadas em cima de prédios e pontes (tem uma na Waterloo bridge também). Mas nem todas estão de pé ainda. Então cada dia que passo pela ponte eu ‘brinco’ de achar uma que ainda não tenha visto. O trajeto de ônibus para o trabalho fica bem mais interessante. Recomendo.

Outro detalhe legal é que todas as estátuas estão olhando em direção à Hayward Gallery, onde Gormley está expondo seus novos trabalhos. E se eu já tinha ficado impressionada com as estátuas na rua, a exposição me deixou de queixo caído.

Um dos trabalhos em 'Blind Light', é um cubo transparente cheio de uma nuvem de luz branca, em que os visitantes podem entrar. gormleyfoto5VALE.jpg Lá dentro, só se enxerga o que está a menos de dois palmos de distância, o resto é branco. E úmido. Totalmente desnorteante, mas muito engraçado. Especialmente quando, de repente, você dá de cara com algum outro 'perdido-na-nuvem'. E para achar a saída? No meu caso, só depois de uma volta inteira pelo cubo, com a parede transparente servindo de guia, e tendo que ver as pessoas do lado de fora olhando e rindo da cena.

Não vou falar do resto da exposição para não estragar a surpresa. Só digo que achei os trabalhos lindos e super acessíveis. E com certeza vão impressionar quem for conferir, de um jeito ou de outro.

Veja a reportagem.

'Blind Light' fica na até dia 19 de agosto. Segunda-feira o ingresso é a metade do preço, e é bom chegar cedo para evitar as filas.

Meu novo vizinho

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Monica Vasconcelos | 17:03, terça-feira, 22 maio 2007

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Eu moro ao lado do estádio de Wembley, em Londres. Quando me mudei, há cinco anos, o antigo estádio estava sendo demolido.Então, vi o bicho ser construído aos poucos.
wembley9_203s.jpg
E sempre sendo assunto nos jornais.

O orçamento estourou, a construtora está falida… Caiu uma viga e os trabalhadores tiveram de ser retirados às pressas… O estádio não vai ficar pronto a tempo para a Final da Copa da Inglaterra em 2006... E não ficou mesmo.

Mas, no último sábado, aconteceu o primeiro grande evento no novo Wembley: a final da Copa da Inglaterra de 2007. E eu fiquei dias preparando minha estratégia: como vou fazer para driblar os invasores? Vão ser 90 mil pessoas invadindo a minha praia! Vai ser impossível entrar no metrô ou no trem, já que não é permitido o acesso a carros.

Ônibus, então, nem pensar...

No sábado pela manhã, já dava para ouvir os gritos de guerra dos primeiros torcedores. Chelsea e Manchester United estavam disputando o título.

Bem, a saída é bater o sistema, fazer a rota inversa, ir contra a corrente. Meu plano funcionou direitinho.

Saí de casa às quatro horas da tarde, bem na metade do jogo. Fui à estação de trem Wembley Stadium, que fica a três minutos de distância.

No portão, o segurança disse que eu não podia entrar por ali, aquele portão só abriria após o final do jogo. Eu tinha de fazer outro caminho.

Expliquei que moro em Wembley, que aquele era o melhor acesso para mim (tenho um problema no olho e aprender caminhos diferentes sempre requer um certo investimento…).

Enfim, convenci o sujeito a me deixar usar a entrada habitual.

Na plataforma, vários policiais. O trem chegou na hora, fui embora e só voltei às onze da noite. O jogo tinha acabado às cinco e meia.

O único vestígio da multidão de invasores que encontrei foi um cartaz arrancado de um desses espaços para anúncios que existem dentro dos vagões.

Não resisti e parei para um papo com os funcionários do metrô.

Como foi administrar a multidão? Vocês ficaram ansiosos ou com medo? Houve algum problema? Quanto tempo demorou para irem todos embora?

Três funcionários pararam para conversar comigo. Problema nenhum.

"Às sete e meia, a multidão já tinha desaparecido. Claro que alguns pararam nos pubs para beber, mas a maioria foi embora", disse uma das moças. "Eu, que era a única mulher ali embaixo, perto da escada, não me senti ameaçada em momento algum."

"Se você quer saber, temos mais problemas aos domingos pela manhã, quando tem mercado de rua", disse o moço. "Na verdade, o policiamento era tão grande, desse jeito não há perigo", disse outra moça.

E veio a dica:

"Fique sempre de olho nos cartazes que espalhamos pelas plataformas. Eles vão informar em que dias e em que horários você deve evitar a estação".

Daqui para a frente, minha vida vai ser assim. Vou ter de aprender a conviver com meu novo vizinho.

Londres, de graça

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Márcia Freitas | 16:03, sexta-feira, 18 maio 2007

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Chegou aquela época do ano. O sol já sai com mais freqüência e nós, londrinos, queremos sair de casa. Mas Londres é, como devem saber, cara, muito cara. Por isso, em todo lugar, o que se vê agora são dicas sobre como se divertir na cidade sem pagar nada. Confesso que olhei para alguns desses guias com incredulidade. Mas, às vezes, é preciso reagir, porque há sempre o perigo de se tornar um cético cedo demais.
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Folheei então as dicas dadas pela , que você também pode checar no site da revista, a bíblia sobre o que acontece em Londres. E decidi conferir uma das dicas. Fui ao , um bar que fica bem pertinho aqui da ´óÏó´«Ã½, mas relativamente difícil de achar, já que a entrada são as escadas que, antes, levavam a um banheiro público. O que mais gostei foi o tamanho do lugar, minúsculo, e o assento dos banquinhos, que têm a forma de um beijo. Não paga para entrar, obviamente, e há música e performances ao vivo. Jazz e cabaré. Mas a cerveja é cara, £ 3.85 (quase R$ 15).

Ok, é possível então encontrar atrações de graça, ou quase de graça, em Londres. Mas algumas observações são necessárias. Para aproveitá-las, você precisa, primeiro, ter um gosto, digamos, bem eclético. Para se ter uma idéia do que estou falando, uma outra dica na lista de atrações de graça da Time Out são os julgamentos no tribunal criminal de Old Bailey (???). Segundo, nada de preguiça. Afinal, as atrações de graça não acontecem todos os dias e nem sempre dá para escolher quando sair. Mas o mais importante mesmo é ser organizado, afinal você pode perceber uma semana depois que aquele show que queria ver já passou. Você, que vive em Londres ou vem à cidade neste verão, colete os seus guias e se prepare! E, se tiver uma dica boa, coloque aqui no London Talk.

Easy-engajamento

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Maria Luisa Cavalcanti | 15:07, sexta-feira, 18 maio 2007

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Tudo começou quando a revista Time Out dedicou uma edição a tudo o que Londres está pouco a pouco perdendo: praças, galerias de arte, teatros, escolas etc. Ali descobri que uma rua muito fofa perto da minha casa, com lojinhas e cafés originais, corria o risco de ser dominada pelas grandes redes, como Starbucks. A revista dizia: basta ir online e assinar uma petição pedindo que a rua seja salva. Me conectei e assinei na hora.
petition_in.gif
Desde então, já endossei pedido para que a Fashion Week de Londres tenha mais gordinhas na passarela, para que uma rua do século 18 seja preservada e para que o Parlamento adote logo uma lei para cortar a emissão de gás carbônico.

O melhor é que tudo isso está a poucos cliques de distância. Basta achar o site certo e pronto.

Recentemente, descobri que você mesmo pode criar a petição que quiser e colocar no ar para as pessoas assinarem. E no próprio , com a garantia de que ele vai receber os pedidos pessoalmente.

Se você é um engajado-preguiça, como eu, nada mais conveniente.

Música que ignora fronteiras

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Monica Vasconcelos | 15:30, quinta-feira, 17 maio 2007

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Há uma semana houve um belo encontro musical aqui em Londres. Desses que acontecem o tempo todo, porque músico é um bicho assim, itinerante. Mas essas coisas não saem na TV… Então eu conto aqui no blog.

Música é uma linguagem global, como disse o Lenine em uma entrevista para mim, "é uma espécie de esperanto". Acho isso lindo.

Por acaso fiquei sabendo que o Teco Cardoso, o saxofonista e flautista paulista, estava tocando em Londres com o Ben Davis (violoncelista inglês cujo grupo, Basquiat Strings, foi tema do meu último post). E fui conferir.

A formação toda era a seguinte:

Além do Teco - que veio especialmente do Brasil para um total de cinco shows com essa turma na Inglaterra - e o Ben, estavam no palco:

O violonista inglês Johnny Phillips, o baterista inglês Seb Rochord.

O pianista dinamarquês Thomas Clausen, o percussionista e baterista brasileiro radicado na Dinamarca Afonso Correia.

E o contra-baixista brasileiro radicado na Inglaterra Fernando Di Marco.

Esse time, com jogadores de três países diferentes, tocou música composta pelo Thomas, que segundo o Ben, "embora seja dinamarquês, compõe exatamente como um brasileiro", e também composições do Johnny.

O resultado desse encontro é música que não cabe em fronteira nenhuma, na verdade.

Os improvisos, especialmente do Thomas e do Teco, iam levando você até a estratosfera. Maravilhosos. E a platéia adorou.

Acho gostosa essa cultura musical que existe aqui na Inglaterra. Não é um mercado de massa, mas existe uma facção do público que gosta de música instrumental e tem abertura para passar uma noite ouvindo e sendo testemunha de encontros como esse, de pessoas que têm bagagens sonoras, culturais e de vida tão diferentes, e que se juntam para fazer mágica em algum canto do planeta.

Sempre penso nisso quando ouço discussões sobre racismo, imigração, multiculturalismo… Existem tantas formas de conviver e de criar coletivamente. Acho que a música, especialmente o jazz, oferecem bons modelos.

Será que o Tico deu um Teco?

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Rodrigo Durão Coelho | 14:55, sexta-feira, 11 maio 2007

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Em outubro de 2005, foi publicado no (um jornal local para os moradores do sul de Londres), uma matéria dizendo que os esquilos dos parques da região estariam, provavelmente, viciados em crack. Pior, com síndrome de abstinência, eles estariam atacando os transeuntes desavisados, de garras arreganhadas em poses ameaçadoras. squirrel_blog.jpg

Tudo porque os traficantes locais, para evitar serem enquadrados pela polícia com pedrinhas de crack nos bolsos, estariam escondendo a droga nos parques e iriam buscá-las só na hora de entregar o produto. Nesse meio tempo, os esquilos estariam encontrando as pedras. E teriam tomado gosto pela coisa.

A história foi amplificada pelo (o jornal mais lido do país), ganhou as páginas da imprensa mais tradicional, no e até cruzou o Atlântico, com a rede americana de TV .

Fiquei com a história na cabeça desde então. Olhava os esquilos com suspeita e ouvi a história ser repetida várias vezes em conversas com amigos. Agora, resolvi ver o que existia de verdade nela.

Percebi que, apesar da história ser uma delícia de fantástica, ela não resiste a uma olhada mais aprofundada.

Toda ‘evidência’ mostrada é o depoimento de um morador que prefere não se identificar. Esse anônimo, repetido em todas as matérias, afirma ‘achar’ que os esquilos estavam estranhos e se comportavam ‘como se fossem viciados em crack’. Muito pouco.

Liguei essa semana para o RSPCA, que é a instituição mais respeitada na Grã-Bretanha na fiscalização do bem estar dos animais, que não hesita em punir crueldade contra os bichos. Eles disseram que não têm registros sobre o caso. Informalmente, a pessoa que me atendeu sugeriu que se fosse verdade, eles saberiam de alguma coisa.

Tive a sensação de presenciar o fim de mais um mito urbano. Coisas da vida. Mas ainda quero saber que tipo de nozes esses esquilos andam comendo.

Plumas e chapéus

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Ilana Rehavia | 20:18, terça-feira, 8 maio 2007

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Ela sempre, sempre usava chapéu. Não um chapéu qualquer, mas criações bizarras em formas de lagostas, castelos e até a cabeça do David Beckham.

E batom vermelho, sempre.

blowvale.jpg

Ela chamava a atenção. Não, ela intimava a atenção.

Eu acho a palavra fashionista um tanto clichê, mas essa é a melhor forma de descrever Isabella Blow, que morreu de câncer na segunda-feira.

A editora da revista Tatler era sem dúvida uma das cabeças mais criativas e excêntricas do mundo da moda.

Uma vez eu a vi na London Fashion Week. Assistentes de moda iniciantes faziam piadinhas e achavam engraçada a mulher na primeira fila. Ah, se soubessem as maravilhas que saiam de baixo daquele chapéu!

Lendo os obituários, encontrei algumas anedotas ótimas...

Segundo o jornal The Times, Isabella Blow não tinha nenhum sapato sem salto. E nunca na vida vestiu uma calça jeans.
Quando perguntada se tinha alguma roupa descontraída para assistir TV no sofá, disse que se lembrava de uma vez ter usado uma capa de plumas branca para ver um documentário sobre vida animal.

Inquilinos, uni-vos!

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Maria Luisa Cavalcanti | 11:36, terça-feira, 1 maio 2007

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Quem vive de aluguel em Londres sabe o drama que é.
Eu me mudei em abril – meu sexto endereço em cinco anos. Como passei os últimos três no mesmo lugar, fiquei chocada em ver como o mercado se transformou em uma guerra.
Achar a casa ideal até que não é difícil: praticamente todas as grandes imobiliárias têm página na internet. Alguns sites reúnem todas as ofertas, como o ou o . Outros, como o , trazem anúncios de pessoas que estão procurando alguém para dividir. O problema está mesmo em garantir que aquele espaço seja seu, pois sempre tem alguém que consegue fazer isso antes, mesmo quando a imobiliária ainda nem pôs as mãos nas chaves. Se gostar de algo, faça a oferta na hora e prepare-se para já pagar uma bolada.
OK, então você deu sorte e encontrou o que queria. Reze, então, para que a bondade paire sobre o seu landlord (ou landlady, como são conhecidos os proprietários). Digo isso porque já vivi e já ouvi mil histórias cabeludas sobre esses seres: desde aqueles que resolvem vender a casa três meses depois que você entrou àqueles que secretamente freqüentam o apartamento quando você não está.
Minha vida mudou no dia em que descobri que inquilino nem sempre é o lado fraco e tem, sim, alguns direitos. Todos os boroughs (admnistrações regionais) têm um serviço de aconselhamento gratuito para quem vive de aluguel: basta procurar no site deles, cujo endereço é, em geral, composto do nome do borough (como Camden, por exemplo) mais a terminação “.gov.ukâ€. Outra fonte de ajuda gratuita é o , que tem escritórios espalhados por toda a cidade. E o site é um ótimo lugar para se informar sobre seus direitos – do contrato à manutenção da casa.
Por fim, minha mais recente descoberta é o site , ideal para quem acha que está gastando demais com luz, gás, telefone e tudo o mais. Eles simulam suas contas e indicam operadoras mais econômicas para o seu perfil.
A única coisa contra qual, por enquanto, nós não conseguimos lutar é contra os preços absurdos do aluguel. Infelizmente.

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