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Os caixas eletrônicos com gíria local

Daniel Gallas | 16:55, quinta-feira, 27 agosto 2009

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Um dos desafios, quando me mudei para Londres, foi conseguir entender o sotaque britânico. Aprendi inglês quando morei nos Estados Unidos, há 15 anos, e achei que a língua seria um problema menor ao chegar aqui, em 2007.

Mas o sotaque britânico pode ser bem difícil para um estrangeiro, algo que já ouvi até mesmo de alguns americanos. O problema maior são os muitos e diferentes sotaques das pessoas aqui da ilha. Lembro que em uma viagem para Glasgow, na Escócia, eu simplesmente ²Ôã´Ç consegui entender nada do que o taxista me falou (e cruzei os dedos para ser levado ao hotel certo).

De todos os sotaques, o mais peculiar, na minha opinião, é o "cockney", um jeito de falar característico de londrinos do leste da cidade, em geral oriundos da "working class" (trabalhadores sem diploma universitário).

As pessoas que falam cockney tendem a ²Ôã´Ç pronunciar muito bem as consoantes, ou às vezes ignorá-las por completo. "Hyde Park", por exemplo, vira "Hy' Par'". O jeito mais fácil de detectar o cockney é prestar atenção no fim das frases, que muitas vezes terminam com a expressão "innit?" ("isn't it?", no inglês normal; ou "né?", em bom português).

Mas a coisa é mais complicada. Dentro do sotaque existe ainda uma gíria, a Cockney Rhyming Slang, que consiste em substituir algumas palavras por expressões com significado totalmente diferente. A única semelhança entre a palavra e a expressão é no som: as duas precisam rimar.

Uma frase clássica do Cockney Rhyming Slang é "Can you Adam and Eve it?". A expressão "Adam and Eve" rima com a palavra "believe" (acreditar). Então, em Cockney Rhyming Slang, "can you adam and even it?" significa "can you believe it?" ("Dá para acreditar nisso?").

Assim se orientarem você a subir "apples e pears" em Londres, fique atento para escadas ("stairs"). Algumas gírias são deliberadamente malvadas. "Trouble and strife" ("confusão e briga") é "wife" ("esposa").

Reza uma das lendas que o dialeto foi criado por feirantes quando eles queriam se comunicar sem que os clientes entendessem.

cockney_machine_pa_466.jpg

O dialeto é um dos orgulhos dos londrinos do leste. Alguns caixas eletrônicos de bancos da região começaram a oferecer esta semana opções de línguas para os clientes: inglês ou Cockney Rhyming Slang. Os correntistas podem sacar "sausage & mash" ("cash", ou dinheiro), olhar seu extrato na "Charlie Sheen" ("screen", ou tela) ou desbloquear suas "Huckleberry Finns" ("PINs", ou senhas). Veja o vídeo do caixa eletrônico em Cockney Rhyming Slang.

Fiquei pensando se algo parecido seria possível no Brasil. Alguém tem sugestões de como seria um caixa eletrônico com gírias tipicamente cariocas, gaúchas ou cearenses? Certamente impenetráveis para qualquer estrangeiro.

Obama, a saúde britânica e a vida de todos nós

Pablo Uchoa | 10:44, segunda-feira, 17 agosto 2009

Comentários (2)

Quem diria, a Grã-Bretanha mergulhou de cabeça na discussão sobre o sistema de saúde público que o presidente americano, Barack Obama, quer implantar nos EUA.

Lá, debate-se se o país deve universalizar o sistema público e gratuito ou continuar com o atual, onde na prática quem ²Ôã´Ç tem seguro-saúde se dá mal.

obama.jpg

Aqui, os jornais e a ´óÏó´«Ã½ ²Ôã´Ç param de repercutir a declaração de um deputado do Partido Conservador britânico, Daniel Hannan, que durante um debate sobre o tema nos EUA criticou o sistema britânico, o NHS, para mostrar um exemplo que o governo americano ²Ôã´Ç devia seguir.

Desde então, o NHS virou uma espécie de bode expiatório dos críticos de Obama. Spots publicitários contra a proposta de reforma retratam o NHS como um sistema de saúde sobrecarregado, combalido, incapaz de atender à demanda por serviços.

Uma reportagem da ´óÏó´«Ã½ mostrou uma jovem americana dizendo: "Não queremos um sistema de saúde como o britânico. Todo mundo diz que é horrível. Você já viu os dentes de um britânico?"

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