´óÏó´«Ã½

« Anterior | Principal | Próximo »

Te cuida, queijo minas

Thomas Pappon | 2009-12-01, 9:54

Das necessidades nascem grandes descobertas. Entre elas, estão os substitutos que a gente encontra para suprir a saudade por um alimento típico da terra natal.

Foi numa dessas "necessidades", que minha mulher, grande especialista em doces, com vários anos de experiência na apreciação de goiabada com queijo, "descobriu" o queijo mais comum da Inglaterra, o cheddar maduro, segundo ela, o "melhor queijo" para o romeu e julieta, Ìýmuito mais saboroso do que o coitado - e insosso - do queijo minas. O cheddar ganha também em tradição: esteve na mesa de reis como Henrique 2º, pois foi criado há oito séculos na região de Somerset, onde era maturado nas cavernas de CheddarÌý - daí o nome.cheddar.jpg

Ìý

Minha mulher foi ainda mais longe. Depois de anos transformando leite condensado em doce de leite, experimentamos um pote de 'dulce de leche' argentino, encontrado num empório caribenho/indiano em Brixton. O dito cujo é superior ao doce de leite brasileiro, diz ela, sabendo que corre o risco de ouvir desaforos lá em Belo Horizonte.

Ìý

Outra grande descoberta: tem um queijo cremoso vendido em empórios turcos, árabes e na rede Asda de supermercados chamado Puck, fabricado na Dinamarca - ao que tudo indica, dirigido ao mercado árabe - e que tem uma florzinha amarela e azul no rótulo. É igualzinho ao nosso requeijão. Já ouvi gente dizendo que o Puck é melhor até, menos aguado, mais cremoso e saboroso do que o que a gente compra no Brasil.

Ìý

Do querido feijão brasileiro já não sinto falta. Nem do preto nem do carioca (gostaria de saber por que ele é chamado assim, já que no Rio todo mundo só come feijão preto), graças aos black beans, e aos feijões com os prosaicos nomes de crab eye, rosecoco e pinto, todos facilmente encontrados.

Ìý

E, finalmente, uma dica co-descoberta por um colega aqui da ´óÏó´«Ã½ Brasil, o Pablo. Trata-se de um bom substituto para o queijo coalho assado: o queijo cipriota do tipo Halloumi, encontrado em qualquer mercadinho da esquina. É meio caro e mais salgado. Mas, fatiado, grelha (na brasa ou na chapa) que é uma beleza. Sirva com azeite.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 11:25 AM em 01 dez 2009, Cristiano escreveu:

    Minas não tem só um tipo de queijo !!!

    Vai ser muito difícil esses queijos estrangeiros fazerem par aos queijos daqui , porque , como aí , esses queijos são tradição e hoje já são patrimônio cultural daqui .

    ¾±²Ô³Ùé

  • 2. à²õ 01:02 PM em 01 dez 2009, Maria Jaen escreveu:

    Gostei muito das verdades escritas. Eu mesma vivi muitos anos em Austria, e sei que a gente acaba encontrando subistituto para nossos alimentos, e que nos acostumamos tanto ao novo, que o velho já näo é täo insubistituvel assim. Sem que isso significa tirar o valor da nossa cultura e costumes, e sim demonstra a grande capacidade que nós seres humanos temos de renovaçäo e transformaçäo.

  • 3. à²õ 01:16 PM em 01 dez 2009, Leo Nunes escreveu:

    Humilde contribuicao:
    Azeite de dende = palm tree oil, encontrado em emporiums Afro-Caribenhos
    Farinha de mandioca = Gari, econtrado em lojas Afro, Asiaticas e Indianas
    Componentes de feijoada = linguicas e carnes defumadas polonesas
    Moela, coracao, dobradinha (bucho) = acougues 'Halal'

    Leo

  • 4. à²õ 03:02 PM em 01 dez 2009, Augusto Netto escreveu:

    O doce de leite argentino ser melhor que o brasileiro não é nenhuma novidade. Lá eles têm uma marca chamada Salamandra que é excelente.

  • 5. à²õ 04:51 PM em 01 dez 2009, Anna Fernandes escreveu:

    preciso dizer uma coisa sobre o doce de leite...
    o brasileiro é muito melhor. o argentino é sim uma delícia, mas ele é extremamente mais doce que o nosso. pros viciados em açúcar, o argentino é o que há de melhor. mas para os apreciadores do doce de leite com queijo...ou mesmo uma colherzinha de vez em quando, o nosso é ideal. Amo doce de leite! fui pra argentina e voltei com 6 kg na mala. resultado? tive que dar 5 kg de presente pro primeiro que passasse. É muito enjoativo.

  • 6. à²õ 06:28 PM em 01 dez 2009, Claudio escreveu:

    Meu caro, sou mineiro de Belo Horizonte e somente posso garantir que a sua opinião a respeito do nosso "coitado - e insosso -" "queijo minas", apenas corrobora a opinião geral de que gostar de alguma coisa é algo extremamente pessoal. Podemos exemplificar da seguinte maneira: uns gostam de ovos mexidos, outros de ovos cozidos, outros nem gostam de ovos. E por ai vai. Com relação ao feijão carioquinha, é sabido que ele surgiu a partir de uma alteração genética natural, no interior do estado de São Paulo, região onde havia uma raça de porcos chamada carioca, donde vem o nome carioquinha. Espero que você seja feliz com o chedar e outras delicias que, certamente, existem por ai.
    E se por acaso nos der a honra de visitar nossa humilde terra, dê uma passada no Mercado Central de Belo Horizonte e procure por alguns dos nossos produtos típicos que lá estão à disposição de todos.
    ´¡²ú°ù²¹Ã§´Ç²õ.

  • 7. à²õ 04:24 PM em 03 dez 2009, Thomas Pappon escreveu:

    Caro Claudio. Obrigado pela explicação do nome, jamais associaria o feijão a uma raça de porcos. Você tem toda razão, gosto é pessoal, e ainda vamos ter muitas opiniões divergentes nesse blog. Conheço bem o Mercado Central de BH, passo lá todo ano, é meu local preferido na cidade. E adoro a comida mineira, tando que faço frango com 'okra' (quiabo, bastante popular na comida indiana) pelo menos duas vezes por mês. Um abraço.

  • 8. à²õ 05:19 PM em 03 dez 2009, Pedro Belicuas escreveu:

    O feijão carioca tem esse nome por causa de suas estrias (listras) que lembram o calçadão da praia de Copacabana. Essa variedade de feijão foi descoberta por um agricultor do interior de São Paulo que notou um tipo de feijão diferenciado na sua lavoura, colheu suas sementes separadamente e as batizou de feijão carioca.

  • 9. à²õ 06:30 PM em 04 dez 2009, Tatiana escreveu:

    Que é isso, Thomas, esquecendo suas raízes?

  • 10. à²õ 07:02 PM em 04 dez 2009, Carolina escreveu:

    Eu como goiabada com qualquer queijo, já fiz várias combinações interessantes.
    O doce de leite da Argentina é muito melhor que o brasileiro mesmo, queria saber o que eles fazem para ficar tão bom e o que o povo aqui não faz.
    Mas isso acho que todo mundo no Brasil sabe, o intercâmbio com produtos argentinos e viagens à Argentina são muito constantes, tem Havana Café e potes de "dulce de leche" (ninguém aqui chama assim) em qualquer lugar. Se não aceitam é por picuinha.

  • 11. à²õ 04:22 PM em 07 dez 2009, Vólia Santos Nielsen escreveu:

    Aqui na Dinamarca além do "requeijão" PUCK há também o creme de leite da mesma marca e com sabor idêntico ao nosso NESTLÈ. Sou freguesa assídua das lojas árabes. Salve, Salvem!

  • 12. à²õ 07:59 AM em 13 dez 2009, Gunilla escreveu:

    Já aqui na Suécia não tem doce de leite e muito menos requeijão. Aqui só tem uma marca de leite condensado e o "creme" de leite daqui, de creme num tem nada. Eu tento bater na batedeia mas ai vira uma espuma que volta à forma original quando eu aqueco. Aqui só tem 2 supermercados e mais uns mercadinhos, se vc rodar o país todo vai sempre encontrar as mesmas lojas e os mesmos supermercados em todas as cidades.

  • 13. à²õ 04:28 PM em 16 dez 2009, lidia zorrilla escreveu:

    oi!
    a variedade carioquinha, desenvolvida pela embrapa a partir de um feijão chileno, se llama assim por seu desenho, que lembra o famoso calçamento da orla carioca, em ondas.

´óÏó´«Ã½ iD

´óÏó´«Ã½ navigation

´óÏó´«Ã½ © 2014 A ´óÏó´«Ã½ não se responsabiliza pelo conteúdo de sites externos.

Esta página é melhor visualizada em um navegador atualizado e que permita o uso de linguagens de estilo (CSS). Com seu navegador atual, embora você seja capaz de ver o conteúdo da página, não poderá enxergar todos os recursos que ela apresenta. Sugerimos que você instale um navegados mais atualizado, compatível com a tecnologia.