Te cuida, queijo minas
Das necessidades nascem grandes descobertas. Entre elas, estão os substitutos que a gente encontra para suprir a saudade por um alimento tÃpico da terra natal.
Foi numa dessas "necessidades", que minha mulher, grande especialista em doces, com vários anos de experiência na apreciação de goiabada com queijo, "descobriu" o queijo mais comum da Inglaterra, o cheddar maduro, segundo ela, o "melhor queijo" para o romeu e julieta, Ìýmuito mais saboroso do que o coitado - e insosso - do queijo minas. O cheddar ganha também em tradição: esteve na mesa de reis como Henrique 2º, pois foi criado há oito séculos na região de Somerset, onde era maturado nas cavernas de CheddarÌý - daà o nome.
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Minha mulher foi ainda mais longe. Depois de anos transformando leite condensado em doce de leite, experimentamos um pote de 'dulce de leche' argentino, encontrado num empório caribenho/indiano em Brixton. O dito cujo é superior ao doce de leite brasileiro, diz ela, sabendo que corre o risco de ouvir desaforos lá em Belo Horizonte.
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Outra grande descoberta: tem um queijo cremoso vendido em empórios turcos, árabes e na rede Asda de supermercados chamado Puck, fabricado na Dinamarca - ao que tudo indica, dirigido ao mercado árabe - e que tem uma florzinha amarela e azul no rótulo. É igualzinho ao nosso requeijão. Já ouvi gente dizendo que o Puck é melhor até, menos aguado, mais cremoso e saboroso do que o que a gente compra no Brasil.
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Do querido feijão brasileiro já não sinto falta. Nem do preto nem do carioca (gostaria de saber por que ele é chamado assim, já que no Rio todo mundo só come feijão preto), graças aos black beans, e aos feijões com os prosaicos nomes de crab eye, rosecoco e pinto, todos facilmente encontrados.
Ìý
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Minas não tem só um tipo de queijo !!!
Vai ser muito difÃcil esses queijos estrangeiros fazerem par aos queijos daqui , porque , como aà , esses queijos são tradição e hoje já são patrimônio cultural daqui .
¾±²Ô³Ùé
Gostei muito das verdades escritas. Eu mesma vivi muitos anos em Austria, e sei que a gente acaba encontrando subistituto para nossos alimentos, e que nos acostumamos tanto ao novo, que o velho já näo é täo insubistituvel assim. Sem que isso significa tirar o valor da nossa cultura e costumes, e sim demonstra a grande capacidade que nós seres humanos temos de renovaçäo e transformaçäo.
Humilde contribuicao:
Azeite de dende = palm tree oil, encontrado em emporiums Afro-Caribenhos
Farinha de mandioca = Gari, econtrado em lojas Afro, Asiaticas e Indianas
Componentes de feijoada = linguicas e carnes defumadas polonesas
Moela, coracao, dobradinha (bucho) = acougues 'Halal'
Leo
O doce de leite argentino ser melhor que o brasileiro não é nenhuma novidade. Lá eles têm uma marca chamada Salamandra que é excelente.
preciso dizer uma coisa sobre o doce de leite...
o brasileiro é muito melhor. o argentino é sim uma delÃcia, mas ele é extremamente mais doce que o nosso. pros viciados em açúcar, o argentino é o que há de melhor. mas para os apreciadores do doce de leite com queijo...ou mesmo uma colherzinha de vez em quando, o nosso é ideal. Amo doce de leite! fui pra argentina e voltei com 6 kg na mala. resultado? tive que dar 5 kg de presente pro primeiro que passasse. É muito enjoativo.
Meu caro, sou mineiro de Belo Horizonte e somente posso garantir que a sua opinião a respeito do nosso "coitado - e insosso -" "queijo minas", apenas corrobora a opinião geral de que gostar de alguma coisa é algo extremamente pessoal. Podemos exemplificar da seguinte maneira: uns gostam de ovos mexidos, outros de ovos cozidos, outros nem gostam de ovos. E por ai vai. Com relação ao feijão carioquinha, é sabido que ele surgiu a partir de uma alteração genética natural, no interior do estado de São Paulo, região onde havia uma raça de porcos chamada carioca, donde vem o nome carioquinha. Espero que você seja feliz com o chedar e outras delicias que, certamente, existem por ai.
E se por acaso nos der a honra de visitar nossa humilde terra, dê uma passada no Mercado Central de Belo Horizonte e procure por alguns dos nossos produtos tÃpicos que lá estão à disposição de todos.
´¡²ú°ù²¹Ã§´Ç²õ.
Caro Claudio. Obrigado pela explicação do nome, jamais associaria o feijão a uma raça de porcos. Você tem toda razão, gosto é pessoal, e ainda vamos ter muitas opiniões divergentes nesse blog. Conheço bem o Mercado Central de BH, passo lá todo ano, é meu local preferido na cidade. E adoro a comida mineira, tando que faço frango com 'okra' (quiabo, bastante popular na comida indiana) pelo menos duas vezes por mês. Um abraço.
O feijão carioca tem esse nome por causa de suas estrias (listras) que lembram o calçadão da praia de Copacabana. Essa variedade de feijão foi descoberta por um agricultor do interior de São Paulo que notou um tipo de feijão diferenciado na sua lavoura, colheu suas sementes separadamente e as batizou de feijão carioca.
Que é isso, Thomas, esquecendo suas raÃzes?
Eu como goiabada com qualquer queijo, já fiz várias combinações interessantes.
O doce de leite da Argentina é muito melhor que o brasileiro mesmo, queria saber o que eles fazem para ficar tão bom e o que o povo aqui não faz.
Mas isso acho que todo mundo no Brasil sabe, o intercâmbio com produtos argentinos e viagens à Argentina são muito constantes, tem Havana Café e potes de "dulce de leche" (ninguém aqui chama assim) em qualquer lugar. Se não aceitam é por picuinha.
Aqui na Dinamarca além do "requeijão" PUCK há também o creme de leite da mesma marca e com sabor idêntico ao nosso NESTLÈ. Sou freguesa assÃdua das lojas árabes. Salve, Salvem!
Já aqui na Suécia não tem doce de leite e muito menos requeijão. Aqui só tem uma marca de leite condensado e o "creme" de leite daqui, de creme num tem nada. Eu tento bater na batedeia mas ai vira uma espuma que volta à forma original quando eu aqueco. Aqui só tem 2 supermercados e mais uns mercadinhos, se vc rodar o paÃs todo vai sempre encontrar as mesmas lojas e os mesmos supermercados em todas as cidades.
oi!
a variedade carioquinha, desenvolvida pela embrapa a partir de um feijão chileno, se llama assim por seu desenho, que lembra o famoso calçamento da orla carioca, em ondas.